25 de fevereiro de 2015

Champions: Mónaco arrasa Arsenal, Leverkusen surpreende

Contrariamente a ontem, dia em que os jogos correram de acordo com o esperado, a Champions League teve hoje 2 resultados surpreendentes, um deles mais do que o outro. O vice-campeão europeu Atlético Madrid visitou Leverkusen e foi vítima do bom futebol da equipa de Roger Schmidt, mas a surpresa foi ainda maior na derrota caseira do Arsenal perante o Mónaco de Leonardo Jardim (1-3).

Arsenal 
 1 - 3  Mónaco (Oxlade-Chamberlain 90'; Kondogbia 38', Berbatov 53', Ferreira-Carrasco 90+4')

    O treinador português Leonardo Jardim (com os compatriotas João Moutinho e Bernardo Silva a conseguirem ambos 1 assistência) realizou esta noite o maior feito da sua carreira. Olhando de antemão para os confrontos dos oitavos esperava-se que o Arsenal conseguisse seguir em frente, algo que será extremamente complicado (é preciso recuar ao Ajax de 1969 para encontrar uma reviravolta com sucesso nestes contornos) depois do jogo de hoje. Nos últimos 4 anos a equipa londrina  teve azar nos sorteios e apanhou Bayern, Barcelona e AC Milan nos oitavos, mas desta vez Wenger não tinha desculpa.
    O Mónaco, equipa que ficou em 1.º no grupo do Benfica com 4 golos marcados e 1 golo sofrido, surgiu no Emirates Stadium de acordo com o seu histórico europeu em 2014/ 15: excelente organização, incrível performance defensiva, maturidade a decidir e a ocupar o campo, e brilhnate eficácia na finalização. O jogo começou com mais Arsenal, mas a dupla Abdennour-Wallace foi chegando para as encomendas. Só aos 33' surgiu algo de jeito, com Alexis e Özil a cozinharem um lance no qual o chileno rematou por cima. O Mónaco foi segurando o 0-0 e quando pôde, não pediu licença e inaugurou o marcador com a sorte a seu favor. Geoffrey Kondogbia recebeu a bola de João Moutinho e encheu o pé, a bola desviou num poste chamado Mertesacker e traiu Ospina. Ao intervalo o 0-1 era uma verdadeira surpresa, mas a coisa ainda estava só a começar.
    Esperava-se muito mais do Arsenal na 2.ª parte e os gunners começaram bem, mas com Giroud (6 remates hoje, todos para fora) sempre terrível. Não marcou Giroud, marcou o Mónaco num contra-ataque simples mas perfeito. Foi num ápice que os monegascos fizeram a bola ir de uma área à outra, com o jovem Martial a deixar tudo para trás e a servir Berbatov, que não sabe falhar em situações assim. O 0-2 doeu ao Arsenal, sobretudo porque Giroud continuava a desperdiçar oportunidades escandalosas (tanto que Wenger perdeu a paciência e acabou por trocá-lo por Walcott). No Mónaco, João Moutinho ia espalhando classe no meio-campo adversário, e a equipa da casa não queria nada com a baliza. Sinal desse desacerto foi um remate de Welbeck, a acertar em Walcott com a baliza quase deserta. Os minutos passaram, os treinadores foram mexendo nas equipas, e aos 90' surgiu o golo da esperança - Oxlade-Chamberlain num verdadeiro golaço do meio da rua relançou a eliminatória.. por 3 minutos. Simplesmente porque no final do tempo de compensação, depois de uma perda de bola de Chamberlain, o pequeno e genial Bernardo Silva lançou Ferreira-Carrasco e o 7 do Mónaco rematou cruzado. 3-1, e o Arsenal (ainda mais) K.O.
    Foi um jogo perfeito do Mónaco. E um jogo ridículo do Arsenal. A equipa francesa quis sempre mais, ganhou diversas bolas divididas, foi madura, organizada e soube e explorar os muitos erros do Arsenal. Abdennour "limpou" tudo atrás, Kondogbia e João Moutinho (que classe, ao nível do seu Euro 2012) estiveram em todo o lado, Martial mostrou-se, Berbatov e Ferreira-Carrasco foram implacáveis na frente e bastaram cerca de 10 minutos para Bernardo Silva conseguir uma assistência. O Arsenal precisa de um milagre na 2.ª mão, embora não seja difícil ser melhor que hoje. Alexis Sánchez, Özil e Cazorla estiveram muito abaixo do que podem dar, Giroud foi anedótico e perante uma equipa com a filosofia do Mónaco hoje notou-se e muito a ausência de um jogador como Wilshere ou Ramsey perto de Coquelin. A 17 de Março, o Principiado recebe um grande jogo!


Barba Por Fazer do Jogo:
 João Moutinho (Mónaco)
Outros Destaques:
Abdennour, Kondogbia, Martial, Berbatov, Ferreira-Carrasco


Bayer Leverkusen  1 - 0  Atlético Madrid (Calhanoglu 57')

Embora menos surpreendente/ chocante do que a vitória por 3-1 do Mónaco, o Leverkusen bateu o vice-campeão europeu e campeão espanhol Atlético Madrid, numa demonstração exacta do que é o ADN dos farmacêuticos (pior alcunha de um clube?).
    Desde bem cedo houve mais Leverkusen, com as constantes movimentações de Heung-Min, Bellarabi e Calhanoglu a provocarem dores de cabeça a uma das melhores defesas do mundo, e no primeiro quarto de hora valeu até um corte de Mandzukic em cima da linha de golo. Castro fez explodir uma bola no poste de Moyà e até ao fim do primeiro tempo, tirando uma defesa de Leno a um grande remate de Tiago, houve principalmente várias quezílias e um jogo disputado nos limites do recomendável. Assim é o Atlético Madrid de Simeone, quase sempre.
    Ninguém ficaria surpreendido se ao intervalo o Leverkusen estivesse na frente, e a vantagem - único golo do jogo, aliás - chegou aos 55 minutos. Bellarabi temporizou na grande área do Atleti, soltou para o turco Calhanoglu, que se movimentava nas suas costas, e o 10 do Leverkusen fuzilou a baliza, num excelente golo. Desorientado com a pressão e futebol bonito do Leverkusen, o Atlético pouco conseguiu fazer mas num lance polémico Fernando Torres acabou por empatar. O árbitro, no entanto, anulou o golo por entender que, na marcação do canto, a bola terá saído do campo e entrado. Muito difícil de ajuizar. Sempre com alguns episódios de desentendimentos pelo meio, o 1-0 manteve-se, Tiago ainda acabou expulso (2 amarelos indiscutíveis), Papadoupoulos quase ampliou mas até final a vantagem pela margem mínima perdurou. 
    A 2.ª mão em Madrid promete.. A equipa de Diego Simeone passou hoje enormes dificuldades contra o criativo e irrequieto Bayer Leverkusen (em dia sim, é uma das equipas na Europa que melhor troca a bola) e estão reunidos todos os ingredientes para um grande espectáculo. Ao contrário de outros anos, há vários duelos completamente em aberto - o campeão Real Madrid é quem está mais confortável, seguido de Bayern, Porto, Barcelona e Mónaco; mas mesmo em todos estes jogos (para não falar de Chelsea-PSG, Dortmund-Juventus e Atlético Madrid-Leverkusen) está tudo em aberto. Não nos podemos queixar.


Barba Por Fazer do Jogo:
 Hakan Calhanoglu (Leverkusen)
Outros Destaques: Leno, Spahic, Castro, Bellarabi; Godín

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