19 de dezembro de 2014

Crítica: The Hobbit - The Battle of the Five Armies

Realizador: Peter Jackson
Argumento: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Fran Walsh, Philippa Boyens, J.R.R. Tolkien
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Evangeline Lilly, Lee Pace, Orlando Bloom, Luke Evans, Benedict Cumberbatch
Classificação IMDb: 7.4 | Metascore: 59 | RottenTomatoes: 59%
Classificação Barba Por Fazer: 72

    
Surgem os créditos acompanhados pelo cantar de Billy Boyd (o 'Pippin' de O Senhor dos Anéis), vemos o nome de Ian McKellen (bonito e justo gesto iniciar a enumeração do elenco com Gandalf, transversal e essencial aos 6 filmes de Peter Jackson) e percebemos: não vai haver mais disto. A viagem de 6 filmes, conduzida por Peter Jackson, ao longo das páginas escritas por J.R.R Tolkien, teve o seu capítulo final. E dizemos adeus ao Shire e a toda a Terra Média. Pela última vez.
    A "Batalha dos Cinco Exércitos" inicia-se, naturalmente, onde terminou "A Desolação de Smaug", o 2.º e melhor filme da trilogia The Hobbit. O facto de Thorin (Richard Armitage) ter conquistado a Montanha Solitária tolda-lhe a vista, embora o hobbit Bilbo (Martin Freeman) e os anões o tentem fazer ver a razão. A ganância de Thorin, combinada com a procura de justiça por partes dos homens - liderados por Bard (Luke Evans) -, com o desejo dos elfos e do seu líder Thranduil (Lee Pace) reclamarem aquilo que lhes pertence e com o acordar de um mal que se pensava extinto, conduzem a uma batalha com 5 exércitos. Embora, na prática, apenas com duas frentes. A aventura final de Bilbo Baggins não é tão épica como foi 'O Regresso do Rei' em O Senhor dos Anéis mas é, em parte, injusto comparar. Por vários motivos. Em primeiro lugar porque O Senhor dos Anéis foi o primeiro contacto cinematográfico com o universo tolkiano; depois também porque a narrativa da primeira trilogia realizada tem de facto maior qualidade e potencial por si só. Por fim, fica a ideia que - e basta olhar para o volume de The Hobbit e para os 3 The Lord of the Rings - desta vez tudo teria resultado melhor se fosse dividido somente em dois filmes: se tivéssemos um primeiro filme introdutório, até à chegada à Montanha Solitária, e outro que comportasse toda a acção com Smaug (é Benedict Cumberbatch o melhor dragão da história do cinema?) e a batalha final, talvez ficássemos todos com uma ideia diferente do capítulo final. Isto porque separar os momentos Bilbo-Smaug (provavelmente o melhor, no grande ecrã, desta trilogia) do destino do dragão não parece certo.
    Por respeito ao que Peter Jackson já deu ao cinema com as obras de Tolkien, é quase obrigatório ver esta segunda trilogia. Jackson sabe criar e trabalhar os cenários de batalha como poucos realizadores; e em cada minuto do filme está invariavelmente implícita a nostalgia de uma despedida que não nos apetece aceitar, enquanto vemos Bilbo regressar ao Shire, acompanhado por Gandalf.

    É impossível, por tudo o que representa, não ser um blockbuster, um sucesso de bilheteiras. É superior por exemplo à Parte I do capítulo final de The Hunger Games, embora seja inferior a vários (bons) filmes que 2014 já nos deu.
    Não obstante, deve ser verdadeiramente épico ver os 6 filmes seguidos: a trilogia The Hobbit e depois a trilogia The Lord of the Rings. Aproximadamente 17 horas do melhor cinema de fantasia alguma vez feito. Por agora deixemos Peter Jackson pegar no seu próximo Tintin, e se calhar era boa ideia ficarmos atentos àquilo em que Martin Freeman vai tocar com as suas patas de hobbit. Porque tudo aquilo em que tem tocado recentemente - Sherlock, The Hobbit, Fargo - é ouro ou perto disso.
    Mais do que criticar, mais do que avaliar, aquilo que faz mais sentido é agradecer. A Peter Jackson, a Ian McKellen, a toda uma equipa que criou um mundo e nos permitiu vivê-lo 6 vezes. Pelo todo, Tolkien foi devidamente homenageado.

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