Sporting 1 - 0 Arouca (Carlos Mané 90+4')
Alvalade teve uma boa casa para assistir ao regresso de Nani ao
Sporting e ao campeonato português. Marco Silva lançou logo Nani a titular, e outra coisa não seria de esperar considerando o valor individual do jogador e sobretudo as alternativas para o seu lugar - mais valia Nani com uma perna do que colocar Héldon ou principalmente Capel, jogador acarinhado pelos sportinguistas mas francamente limitado a interpretar um jogo de futebol. Este raciocínio não visa elogiar Nani, mas sim criticar os outros elementos. Face à impossibilidade de contar com William Carvalho e Cédric, Marco Silva optou por Rosell e Esgaio, repetindo a dupla de centrais Maurício-Sarr. O Arouca chegou a Alvalade depois de um empate frente ao Estoril e com a possibilidade de mostrar que tem de facto um meio-campo com excelentes jogadores.
O futebol do Sporting foi lento, previsível e denunciado na 1.ª parte. Faltou aquilo a que na gíria designamos por "genica". Adrien ia sendo o único jogador capaz de imprimir alguma intensidade e acutilância na circulação, acompanhado pelas aventuras de Jefferson. Os primeiros 45 foram pouco vivos e a equipa da casa apenas assustou por intermédio de 2 cabeceamentos de Fredy Montero - nas duas situações, o guardião romeno Goicoechea brilhou evitando o golo. O Arouca primou sempre pela organização e enquanto que Bruno Amaro e David Simão garantiam rigor, o meio-campo na sua íntegra conseguiu encaixar-se no esquema leonino, aproveitando inclusive a passividade do Sporting para ameaçar - o triângulo Artur, Pintassilgo e Nildo desenhou uma jogada que terminou com Nildo Petrolina a testar os reflexos de Rui Patrício. Ao intervalo o 0-0 ajustava-se, e a leitura que se fazia é que o Sporting teria que crescer bastante, ser ousado através dos seus extremos e acelerar a troca de bola. O Arouca não tinha vindo a Alvalade para ficar a ver.
Marco Silva quis mudar o rumo dos acontecimentos e retirou Rosell, colocando Carlos Mané logo no recomeço do jogo, uma alteração que obrigaria à partida André Martins a outros esforços. O impacto foi imediato e, com a irreverência de Mané e com Nani a assumir o jogo, viu-se um Sporting diferente. Aos 47' Mané pediu grande penalidade num lance duvidoso, mas ao minuto 62 houve mesmo penalty: coube a responsabilidade a Nani, mas o extremo emprestado pelo Manchester United viu Goicoechea defender. Inexplicável o facto de ter sido Nani a marcar e não Adrien (cujo aproveitamento é muito elevado), num momento infeliz para o jogador. O penalty falhado deixou o Sporting ainda mais combalido e Marco Silva voltou a mexer com o jogo ao introduzir Tanaka e Capel. Os minutos finais foram ricos em emoções, começando num remate de André Claro para boa defesa de Patrício, passando por um fraco cabeceamento de Capel após bom cruzamento de Ricardo Esgaio e terminando num remate de Carlos Mané, no qual o jovem leão conseguiu acertar em Balliu. O 0-0 parecia inevitável mas Mané redimiu-se e acabou por decidir. A derradeira oportunidade iniciou-se em mais uma subida de Jefferson. O lateral cruzou para Tanaka atirar ao poste e Carlos Mané surgiu no sítio certo para emendar para golo, festejando efusivamente.
A sorte acabou por sorrir ao Sporting num jogo em que os leões estiveram bastante abaixo do nível que têm que apresentar caso queiram ser vistos como candidatos ao título. O Arouca de Pedro Emanuel sai de Alvalade com um sabor amargo na boca porque manteve a organização, defendendo bem e com enorme concentração. Nani não teve o regresso que desejava mas em compensação jogadores como Jefferson, Adrien e Mané mantiveram o Sporting no jogo, ajudando os leões a conseguir a vitória no fim. Destaque ainda para Marco Silva que soube mudar a sua equipa, em resposta a uma estratégia bem afinada por Pedro Emanuel.
O próximo jogo do Sporting é a 31 de Agosto, no eterno derby frente ao rival da Luz.
O próximo jogo do Sporting é a 31 de Agosto, no eterno derby frente ao rival da Luz.
Barba Por Fazer do Jogo: Carlos Mané (Sporting)
Outros Destaques: Rui Patrício, Jefferson, Adrien; Goicoechea, Diego Galo, Pintassilgo