Liga Portuguesa - Ainda sem acordo relativamente a patrocinador não lhe podemos chamar Liga Zon Sagres como antes, mas o que interessa é que começa hoje a maior competição de futebol em Portugal. Depois do mundial, das férias e de uma pré-época recheada de histórias para contar, chega o pontapé de saída.
A liga alargou de 16 para 18 equipas passando assim a ser disputada ao longo de 34 jornadas; o Boavista foi repescado, vários craques abandonaram o nosso futebol e outros chegaram. Em Maio de 2015 só uma equipa se sagrará campeã e até lá constataremos se o Benfica responde bem depois de perder peças determinantes, se o Porto quebra a possível hegemonia do Benfica graças a uma forte abordagem de mercado ou se Marco Silva continua a fazer das suas e consegue mesmo dar ao Sporting o título que já há tanto tempo foge aos leões.
O mercado devia fechar quando as competições se iniciam, pelo que até dia 31 de Agosto (inclusive) ainda muitos jogadores podem sair ou entrar. Faremos a nossa previsão para o campeonato português considerando os actuais plantéis:
BENFICA (1)
Se no ano transacto considerámos o clube da Luz como uma incógnita, este ano será ainda mais. Com um plantel francamente inferior qualitativamente e com uma pré-época para esquecer, o Benfica chega ao arranque oficial da Liga ainda com algumas dúvidas em relação ao plantel. Até ao dia de hoje perdeu 5 titulares indiscutíveis - Jan Oblak, Siqueira, Garay, Markovic e Rodrigo - e ainda viu partir Óscar Cardozo e André Gomes. Somou inúmeros jogadores ao plantel, mas na sua maioria de qualidade bem inferior, tendo alguns deles inclusive já abandonado o clube, atestando a má abordagem de mercado neste defeso. Chegaram também jogadores com algum futuro, mas que precisariam de ser integrados numa equipa sólida para assentar as ideias da mesma e ir evoluindo tacticamente. Como se não bastasse, o Benfica despachou 3 jóias da coroa para clubes estrangeiros - casos de Cancelo, Ivan Cavaleiro e Bernardo Silva. O tempo dirá se estão de facto emprestados para regressarem depois, como recentemente o presidente encarnado garantiu em entrevista, ou se já foram negociados em definitivo, inventando depois LFV algo mais tarde. As coisas não parecem estar a ser organizadas da melhor forma no campeão nacional... Se necessitavam de fazer um encaixe financeiro considerável, porque não vender os jogadores estrangeiros e apostar na sua formação? Optando os dirigentes benfiquistas (juntamente com Jorge Jesus) por investir em jogadores jovens de outras nacionalidades estão novamente a gastar dinheiro sem necessidade e agravando de novo a situação financeira. Temos para nós que vender as estrelas e ainda os jovens valores da formação é um erro tremendo. O ideal - se a necessidade de fazer dinheiro é tão imperativa - era apostar nos jovens que tão bem formaram. Seria 0% de investimento, oferecendo esses jovens formados no Seixal maior qualidade do que os estrangeiros contratados até então.
O favoritismo costuma partir sempre do campeão em título, mas é evidente que este Benfica tem muito trabalho pela frente e muitas questões por resolver. Tem que ser considerado um dos candidatos ao título pelo passado recente que tem mostrado e porque continua com o mesmo treinador pela 6.ª temporada consecutiva. Nenhum dos GR nos convence, a defesa - se jogarem os melhores - é experiente e os jogadores conhecem-se bem, e o factor essencial para, neste momento, colocar o Benfica na pole position é o facto de ter Enzo, Salvio e Gaitán. Se 1 ou 2 saírem (acreditamos que saia Enzo e fiquem os outros dois) e as suas vendas não forem compensadas com jogadores de grande qualidade - está ainda para chegar um trinco - o favorito passaria a ser automaticamente o senhor que se segue. Será determinante ainda que, ao longo da época, jogadores como Talisca, Ola John, Bebé, Pizzi, Derley ou Nélson Oliveira consigam provar ser mais-valias para a equipa.
A principal vantagem é claramente o facto do Benfica, mais do que os seus rivais, ter uma ideia de jogo assimilada. Mas é importante perceber que uma saída de um jogador como Enzo Pérez (singular a forma como lê o jogo e como actua com e sem bola), conjugada com a debandada que já houve, poderá ter um peso significativo e custar um bicampeonato que foge há muito.
Atenção a: Eduardo Salvio, Nico Gaitán, Enzo Pérez, Lima, Pizzi
PORTO (2)O FC Porto arrumou a casa e tornou-a uma casa espanhola. O novo treinador - Lopetegui - colocou logo as mãos na massa e foi pedindo craque atrás de craque e Pinto da Costa simplesmente foi contratando os desejos do técnico. Será uma equipa praticamente nova e isso poderá influenciar o rendimento da equipa. A capacidade defensiva deste Porto poderá deixar a desejar, embora do meio-campo para a frente os dragões tenham muitas e boas soluções. Ter ou não ter Jackson faz toda a diferença (faria mossa se por acaso o colombiano saísse até dia 31) e ao ter jogadores como Brahimi, Óliver (que pequeno grande génio!), Quaresma, Tello, Adrián e Quintero é natural que haja uma excelente capacidade com bola no pé. Criatividade não deve faltar, mas poderá ser complicado fazer coexistir tantos jogadores, e gerir os seus egos no balneário. A leitura que fazemos é que a saída de Fernando teria maior importância se se tivesse mantido o restante esqueleto mas a verdade é que a maioria do onze-base será composto por jogadores que nunca souberam o que era ter as costas quentes pela omnipresença do "polvo". Veremos se Lopetegui dá a baliza a Andrés, que dupla de centrais privilegia e seria bom para o futebol português um jogador com o enorme potencial de Ruben Neves ser aposta regular, ainda numa fase tão precoce. Somos da opinião que quando um jogador tem qualidade e está mentalmente preparado, é bom começar a competir ao mais alto nível. Em Portugal um jogador com potencial inicia a sua carreira a sério com 21/ 22 anos, enquanto que um jovem inglês que revele potencial com 17/ 18 anos já começou a jogar. Como curiosidade, atesta bem as mudanças de 1 época para a outra ao percebermos que, comparativamente com o 11 que Paulo Fonseca apresentou no arranque da temporada passada, Lopetegui deverá repetir apenas 3 elementos - Danilo, Alex Sandro e Jackson. Muito mudou no Dragão.
À partida, o Porto tem o melhor plantel do campeonato e parte com alguma vantagem qualitativa perante os seus adversários. Contudo, a qualidade individual nem sempre ganha jogos e Lopetegui terá que provar que consegue construir um grupo coeso capaz de jogar o melhor futebol da Liga Portuguesa.
Atenção a: Jackson Martínez, Yacine Brahimi, Cristian Tello, Héctor Herrera, Adrián
SPORTING (3)
O Sporting pouco mudou na sua equipa. Manteve praticamente a equipa toda e acrescentou alguns valores (muitos deles desconhecidos) à sua equipa. Tudo isto somado resultaria num Sporting mais forte, mas nós recusamos afirmar com certezas tal ousadia. O Sporting perdeu Leonardo Jardim. O técnico português foi o elemento chave deste novo Sporting e a sua saída pode prejudicar um pouco a equipa. Marco Silva foi o escolhido e a verdade é que tem tudo para dar certo. Chegou a Alvalade e teve o mérito e a inteligência de mexer pouco no que estava bem, no entanto, vê-se uma equipa que pressiona mais, que quer ter a bola mais rápido e durante mais tempo (o ADN Estoril) e até agora André Martins vai sendo a primeira transformação do técnico, embora Carrillo e Montero sejam jogadores que MS poderá fazer despertar em definitivo, potenciando ainda João Mário. Os novos métodos de Marco Silva podem dar certo, mas também podem dar errado. Uma mudança tão grande como é a de treinador pode influenciar e muito o rendimento da equipa. Além de tudo isto, dependerá também se Bruno de Carvalho conseguirá manter William Carvalho, Slimani e Rojo. Se todos se mantiverem no clube de Alvalade e ainda conseguissem contratar um ou dois jogadores de qualidade assegurada, Marco Silva teria melhores hipóteses de ser bem sucedido.
Atenção a: Adrien Silva, André Carrillo, André Martins, Fredy Montero, William Carvalho
BRAGA (4)
O Braga luta para ser aquilo que outrora foi. Um intrometido na luta dos grandes e com aspirações em todos os troféus em que está inserido. Salvador fez um esforço e arrumou também ele a casa. Sérgio Conceição não era a primeira escolha do presidente, mas o casamento deu-se e o facto do Braga não marcar presença nas competições europeias poderá fazer a diferença. Tal como o Rio Ave - e enquanto o Estoril tem o forte apoio da Traffic nas suas transacções - o Braga grita Jorge Mendes por todos os lados. Só assim se explica como chegaram à Pedreira jovens promessas brasileiras como Wallace, Danilo e Matheus. Uma luta a 3 na baliza, uma defesa composta por Goiano/Baiano, Aderlan, Wallace e Djavan/ T.Gomes parece oferecer segurança e no meio-campo ter Luíz Carlos e Pedro Tiba poderá ser muito útil, soltando os desequilibradores – Rafa, Alan, Salvador Agra, Pardo e Pedro Santos. São opções diferentes mas com valor. Agra rendeu sempre mais quando foi orientado por Conceição e na frente Éder, caso não se lesione, será absolutamente determinante e tem como alternativa Zé Luís que vê assim uma oportunidade para finalmente se afirmar nos minhotos. O Braga pode sonhar, mas manter as pérolas Rafa e Éder tem um elevado peso neste raciocínio feito por nós.
Atenção a: Rafa, Éder, Felipe Pardo, Pedro Tiba, Danilo
ESTORIL (5)
Perder um treinador é sempre complicado para um clube. Mas perder um treinador com a qualidade de Marco Silva, é uma dor de cabeça um pouco maior. Couceiro foi o eleito e até foi uma escolha interessante na medida em que é um treinador experiente. O Estoril é por esta altura uma equipa bem apoiada pela Traffic e cuja estrutura já deu provas de bom trabalho. Evandro (Porto), Gonçalo Santos (Dínamo Zagreb), Tiago Gomes (Braga) e Carlitos (Sion) foram vendidos e as aquisições foram também elas interessantes. A defesa permanece intacta e no ataque Sebá, João Pedro Galvão, Bruno Lopes e Balboa pareciam já chegar para as encomendas. Mas esta época chegou ainda o jovem Fernandinho (a par de Diego Carlos chegou do Madureira) embora outros 3 reforços possam ser determinantes no campeonato do Estoril: Anderson Esiti - nigeriano de pulmão inesgotável que irá evoluir muito; Tozé - merecia esta oportunidade no escalão principal e o cabo-verdiano Kuca - transpira futebol por todos os lados - velocidade, drible e boa finalização. Veremos o que Couceiro conseguirá fazer deste Estoril.
Atenção a: Kuca, Sebá, Anderson Esiti, Tozé, João Pedro Galvão
NACIONAL (6)
Manuel Machado, um treinador capaz e conhecedor, contava com um bom plantel em 2013/ 14. Este ano continua a tê-lo. É verdade que perdeu Candeias, Djaniny, Diego Barcellos e Claudemir, mas o plantel foi bem estruturado nesta época que se inicia hoje. Mantêm-se caras importantes como Gottardi, Miguel Rodrigues, Zainadine, Marçal ou Rondón e foi bastante importante preservar o talento egípcio de Saleh Gomaa e Ali Ghazal. Para o ataque chegaram Marco Matias e o “traidor insular” Suk. Lucas João vai poder continuar a crescer (como jogador porque o seu 1,92m já é suficiente), enquanto que o peruano Mimbela promete deslumbrar e ter grande impacto no futebol português, bem como Willyan Barbosa que já mostrou a sua qualidade técnica no Beira-Mar.
Atenção a: Suk, Willyan, Saleh Gomaa, Ali Ghazal, Miguel Rodrigues
RIO AVE (7)
Saiu Nuno Espírito Santo para o Valência depois de uma época com presença nas finais das taças mas Pedro Martins foi uma excelente solução encontrada pela direcção do Rio Ave. Vila do Conde continua a ter uma forte ajuda de Jorge Mendes e esta temporada o elenco do Rio Ave é o mais forte da equipa nos últimos anos. Veremos até onde chega o Rio Ave nas competições europeias e de que forma é que isso poderá pesar (negativa ou positivamente) no percurso interno da equipa. De qualquer forma, esta é uma equipa estruturada de forma ambiciosa, preparada para um campeonato mais longo e capaz de competir em várias frentes: há Ederson ou Cássio para a baliza, ainda deve chegar um substituto para Marcelo (um dos jogadores que era fundamental segurar, embora mereça outro nível) e o meio-campo é um luxo. Mesmo que Filipe Augusto abandone o clube já havia Tarantini, Luís Gustavo e o criativo Diego Lopes mas chegaram ainda os 2 melhores reforços deste Rio Ave 14/ 15: Bressan e Pedro Moreira. O bielorusso de origem brasileira parecia um alvo impossível mas é jogador vila-condense e Pedro Moreira, depois de brilhar pelo Porto B, tem aqui um desafio ao nível do seu futebol. Nesta equipa homogénea e ambiciosa há depois um Hassan que deverá fazer mais golos, Ukra (hoje em dia 100% fiável e com enorme importância individual no jogo do Rio Ave), para além de Del Valle, de Esmael Gonçalves (mais conhecido pelo popular Football Manager do que pela realidade) e ainda Jebor e as suas pernas… diferentes.
Atenção a: Diego Lopes, Bressan, Hassan, Ukra, Pedro Moreira
VIT. SETÚBAL (8)
O Setúbal tem um treinador capaz, mas que outrora se deu mal com a pressão - Domingos Paciência. E nada melhor que um clube como o Setúbal para fazer renascer as suas qualidades como treinador, onde terá menor pressão. Este Setúbal versão 2014/ 15 é uma equipa equilibrada, com várias soluções para cada posição, pelo menos no meio-campo e ataque. Chegaram ao Sado vários jogadores que não parecia possível assinarem pelo Setúbal, entre os quais o ex-Bayern Lukas Raeder que deverá fazer a diferença em alguns jogos. Na defesa Pedro Queirós é um bom lateral e Kiko (caso ganhe o lugar a Hélder Cabral) talvez se afirme como mais uma promessa sadina, enquanto que caso Frederico Venâncio não seja vendido poderá ser um dos destaques da liga na sua posição. Do meio-campo para a frente há de tudo: génios incompreendidos como Diogo Rosado e Miguel Pedro, promessas brasileiras que chegaram ao nosso futebol (João Schmidt é o melhor exemplo), perdendo-se Tiba mas mantendo-se Paulo Tavares, Dani ou Terroso. Esta equipa com Rafael Martins seria outra coisa mas o brasileiro rumou ao Levante e caberá agora a Diego Maurício, Giovani Rosa, o peruano Ponce e o ladrão de cartões Zequinha, fazer golos. E sim, ainda há Emanuel Evaristo, mais conhecido por Manú de regressa à Primeira Liga Portuguesa.
Atenção a: Frederico Venâncio, Lukas Raeder, Diego Maurício, João Schmidt, Kiko
MARÍTIMO (9)
Espera-se uma boa época do Nacional e a rivalidade insular normalmente faz com que o Marítimo não ande muito longe do rival. A defesa já se conhece (e já não há Márcio Rozário, felizmente) e no meio-campo embora não haja estrelas há qualidade significativa – Theo Weeks tem bastante valor, Danilo Pereira idem aspas, Fransérgio deverá ter maior preponderância esta temporada e tanto Fernando Ferreira como Bruno Gallo podem ser muito úteis. O ataque perdeu Derley para o Benfica e por isso caberá a Ebinho e Dyego Sousa fazerem esquecer o 2.º melhor marcador da liga na época passada. A grande incógnita prende-se com o treinador. Uma aposta extremamente arriscada em Leonel Pontes que tem assim a sua primeira experiência como treinador. Veremos se todo este risco valerá a pena. Conseguir contratar Candeias e segurar Danilo Pereira ajudaria certamente a tarefa do ex-adjunto de Paulo Bento.
Atenção a: Theo Weeks, Ebinho, Dyego Sousa, Danilo Pereira, Kukula
ACADÉMICA (10)
Os estudantes têm acertado com os treinadores, vamos ver se acontece o mesmo com Paulo Sérgio. A defesa parece sólida (Aníbal Capela tem vindo a evoluir todas as épocas e os laterais oferecem garantias) e o meio-campo conjuga os característicos elementos, fortes na pressão e na componente física e a nível de posicionamento, que a Académica sempre tem, juntando um reforço relevante – Rui Pedro. O único português – para além de Cristiano Ronaldo – a fazer um hat-trick na Champions, ao serviço do Cluj, volta a Portugal com outra maturidade e para fazer a diferença pela Briosa, contando no ataque com o gigante Schumacher (Rafael Lopes dar-lhe-á concorrência) e com a velocidade de Magique, Marinho e Ivanildo.
Atenção a: Rui Pedro, Aníbal Capela, Lino, Schumacher, Olascuaga
PAÇOS FERREIRA (11)
Tem tudo para fazer uma época melhor que a última (difícil era ser pior) e o facto de voltar a contar com Paulo Fonseca pode ajudar. Fica a ideia que faltam soluções, mas talvez Paulo Fonseca consiga fazer renascer a confiança na Mata Real. Desta vez Hurtado e Cícero não foram emprestados - e o peruano tem muito futebol nos pés -, Seri deve dar sequência ao seu excelente final de 12/ 13 e claro que depois há a criatividade de Sérgio Oliveira e Rúben Ribeiro (que não são exemplos de regularidade), a intensidade de Romeu, o eterno Manuel José e o melhor reforço - para além do regresso de Hurtado - deverá acabar por ser o médio Vasco Rocha, contratado ao Aves. A equipa dos castores pode ainda ver o seu plantel reforçado com alguns dispensados dos 3 grandes aumentando a probabilidade de sucesso na Liga.
Atenção a: Hurtado, Vasco Rocha, Seri, Sérgio Oliveira, Rodrigo Galo
AROUCA (12)
Entre as equipas que podem eventualmente escorregar e descer, não há nenhuma que ofereça tanta qualidade e variedade no meio-campo como o Arouca. Pedro Emanuel precisa de afinar a defesa, à frente do guardião uruguaio Goicoechea (que passou pela AS Roma), mas já tendo David Simão, Pintassilgo, Bruno Amaro e Rui Sampaio e tendo-lhes juntado agora Nildo Petrolina e Artur (outrora figuras do Beira-Mar) a qualidade com bola, capacidade de último passe e a criatividade é abundante. André Claro e Serginho são bons jogadores de ataque mas não são avançados propriamente ditos e poderá faltar esse tal 9 aos comandados de Pedro Emanuel.
Atenção a: Nildo Petrolina, Artur, Mauro Goicoechea, Nuno Coelho, Iván Balliu
VIT. GUIMARÃES (13)
Todos os anos parece ter um plantel curto, mas todos os anos Rui Vitória salva a cidade-berço. O Guimarães desta temporada conserva apenas parte da equipa da temporada passada (perdeu Paulo Oliveira, Addy, Olímpio, Barrientos, Marco Matias e Tiago Rodrigues) vendo-se obrigado a recorrer a jovens e à sua equipa B. Douglas continua a liderar entre os postes; na defesa Josué e sobretudo Luís Rocha podem dar esta época um passo em frente na sua evolução, caso sejam aposta, sendo necessário que Moreno seja a voz de comando do balneário. André André vai colocar a equipa a funcionar e depois caberá a Rui Vitória elevar o futebol de Ricardo Gomes, Cafú e Alex (ou mesmo Hernâni, ainda na B), guardando-se uma certa expectativa para Balázs, mas esperando-se rendimento elevado de Tomané e do regressado David Caiado.
Atenção a: André André, Tomané, David Caiado, Cafú, Hernâni
MOREIRENSE (14)
Passeou na Liga2 Cabovisão e depois de Vítor Oliveira abandonar a equipa depois de a fazer subir, como tanto gosta de fazer, apostou em Miguel Leal para novo técnico. A defesa não parece propriamente de betão - e ter uma boa defesa e um bom guarda-redes (será que o miúdo André Moreira conseguirá suplantar a concorrência?) pode fazer a diferença na manutenção - mas prevêem-se rasgos de bom futebol com o regresso de Bolívia ao futebol português, Diogo Cunha (que deixou boa imagem com as cores do Feirense) a regressar ao escalão máximo e as soluções ofensivas passarão pelo talento de João Pedro (poderá ser a figura da equipa), Gerso e com Ramón Cardozo a poder ser decisivo nas aspirações da equipa de Moreira de Cónegos.
Atenção a: João Pedro, Ramón Cardozo, Bolívia, Jorge Monteiro, Gerso
GIL VICENTE (15)
Parece faltar um matador em Barcelos. João de Deus tem a baliza entregue a um dos melhores guarda-redes em Portugal - Adriano Facchini - e a defesa tem algum valor. É no meio-campo que falta outro poder embora possa ser interessante se Luís Silva e Leandro Pimenta conseguirem segurar a equipa, soltando um ataque em que extremos não faltam (Diogo Viana, Caetano, Diogo Valente e Avto), mas para finalizar ou Simy aparece, ou Mohsen é uma agradável surpresa... Ainda assim, Hugo Vieira pode ser o homem que falta ao Gil. Um desequilibrador nato que é perfeito no sistema de contra-ataque do Gil Vicente. Um desejo de todos os anos do presidente Fiúza e que não é impossível de se concretizar.
Atenção a: Adriano Facchini, Diogo Viana, Gabriel, João Vilela, Pecks
BELENENSES (16)
Fez-se a coisa certa ao segurar Lito Vidigal, mas a falta de capacidade de investir em reforços, que muitas outras equipas revelaram neste defeso, pode deixar o Restelo em situação perigosa. Numa equipa esmagadoramente portuguesa, parece faltar qualidade à defesa, e no ataque é de esperar que Tiago Silva e Tiago Caeiro sejam mais influentes do que no ano passado, Fredy vai continuar a ser um dos faróis da equipa e Miguel Rosa vai ter que aparecer em grande, e pode ser juntamente com Deyverson o grande destaque em 2014/ 15. Ainda há a juventude irreverente de Sturgeon e Fábio Nunes (a relançar a sua precoce carreira) e Abel Camará será um wildcard.
Atenção a: Miguel Rosa, Deyverson, Tiago Silva, Fredy, Matt Jones
PENAFIEL (17)
Deve-se dar algum mérito ao Penafiel porque o plantel é quase só composto por portugueses. Basicamente manteve a espinha dorsal da última temporada, é uma equipa com intensidade e que vai complicar a vida aos grandes no seu campo, mas teve o contra de perder Miguel Leal (uma certeza como treinador) para o Moreirense, substituindo-o por um treinador menos cotado. Henrique tem nova oportunidade que deve agarrar com unhas e dentes, Aldaír vai-se mostrar no escalão máximo, bem como Vítor Bruno; Rabiola poderá ser sinónimo de golos e ainda há o irmão de Carlos Martins, João Martins, com o 10 nas costas.
Atenção a: Aldaír, Vítor Bruno, Rabiola, Coelho, Henrique
BOAVISTA (18)
Um grande desafio para Petit. Subiu duas ligas e o Boavista manteve a confiança em vários jogadores que terão aqui uma enorme oportunidade. Veremos se as características alma e combatividade do Boavista vêm ao de cima no plantel mais fraco entre os 18, onde Ervões e Lucas poderão acabar por ser uma interessante dupla de centrais e onde Diego Lima vai assumir as responsabilidades a pautar o jogo da equipa, certamente com jogadores operários junto de si. Na baliza há duelo entre o argentino Monllor e Mika, foi contratando um mundialista (Beckeles, hondurenho) e no ataque junta-se um extremo “à Boavista” – Brito, que não vingou no Gil Vicente, e pode fazer uma boa época – à experiência do quase quarentão Fary e continuando a confiar a camisola 10 ao seu melhor marcador no CN Seniores, Bobô Sergipano. Chegou entretanto Pouga e talvez acabe por ser a médio prazo a melhor opção ofensiva. À partida o Boavista acabará mesmo na última posição, mas será uma boa surpresa se Petit conseguir manter este histórico na Primeira Liga, e estaremos atentos ao modo como o sintético impacta ou não o jogo dos visitantes.
Atenção a: Brito, Pouga, Diego Lima, Beckeles, Fábio Ervões
