Benfica 0 - 0 (3-2 g.p.) Rio Ave
A paixão do futebol ao mais alto nível começou em Portugal com o Benfica a derrotar o Rio Ave, mas apenas nas grandes penalidades. Os encarnados apresentaram-se muito acima do nível da pré-época, naturalmente graças aos regressos de peças-chave ao 11 inicial, e Artur Moraes assustou, voltou a assustar mas terminou extasiado depois de defender 3 grandes penalidades.
Para o jogo de hoje, Jorge Jesus manteve a confiança em Artur, deu graças a Deus por voltar a contar com Luisão-Jardel em vez de César-Sidnei e pôde finalmente contar com um meio-campo maduro e de qualidade - Amorim e Enzo mais recuados, com Salvio e Gaitán abertos e Talisca no apoio ao avançado Lima. Saltava à vista desde logo o facto de Talisca surgir no único lugar em que neste momento (com "falta de Europa", menor capacidade de decisão, mas bom físico e bom pé esquerdo) pode render, embora mais tarde possa vir a ser um bom box-to-box, porque seria sim perigoso o Benfica alinhar num 4-4-2 com Talisca a ser um dos 2 homens do miolo. Pedro Martins optou pelo mesmo 11 que utilizara nas 2 mãos da Liga Europa.
Para o jogo de hoje, Jorge Jesus manteve a confiança em Artur, deu graças a Deus por voltar a contar com Luisão-Jardel em vez de César-Sidnei e pôde finalmente contar com um meio-campo maduro e de qualidade - Amorim e Enzo mais recuados, com Salvio e Gaitán abertos e Talisca no apoio ao avançado Lima. Saltava à vista desde logo o facto de Talisca surgir no único lugar em que neste momento (com "falta de Europa", menor capacidade de decisão, mas bom físico e bom pé esquerdo) pode render, embora mais tarde possa vir a ser um bom box-to-box, porque seria sim perigoso o Benfica alinhar num 4-4-2 com Talisca a ser um dos 2 homens do miolo. Pedro Martins optou pelo mesmo 11 que utilizara nas 2 mãos da Liga Europa.
Podia e devia-se esperar um Benfica superior hoje, por vias do acrescento de Enzo, Luisão e Jardel, e era esperada inclusive uma vitória do campeão nacional, mas foi em certa medida surpreendente a intensidade que o Benfica colocou no jogo, com uma pressão e fome de bola insaciáveis. Os primeiros 20 minutos foram do Benfica (de resto, pode-se mesmo dizer que a 1.ª parte foi toda dos encarnados) mas só aos 22' surgiu uma oportunidade clamorosa: Nico Gaitán fez um passe de morte deixando Talisca na cara do golo, mas o jogador contratado ao Bahia atirou ao lado. A partir daí o Benfica não tirou o pé do acelerador e continuou a tentar. Numa jogada com a tão famosa "nota artística" Gaitán desmarcou Eliseu e o lateral cruzou para uma jogada onde Salvio, por 2 vezes, viu Marcelo e Cássio evitarem o golo. Por vezes com alguma cerimónia e outras com más decisões o Benfica foi desperdiçando algumas oportunidades, mas impressionava o ADN Benfica - pressão fortíssima a condicionar o jogo do adversário, pressionando o portador e as suas linhas de passe, defendendo em cima. Nos minutos finais, Cássio ainda foi novamente chamado a intervir perante remates de Salvio e Gaitán, e os benfiquistas não se livraram dum valente susto quando Artur inventou e quis driblar dois jogadores do Rio Ave, e quase dava asneira. Uma 1.ª parte em que o Benfica mandou no jogo, fez por justificar a vantagem mas não a conseguiu alcançar.
A segunda parte do tempo regulamentar foi bem diferente. O Benfica apresentou menor fulgor físico, criou menos oportunidades e manteve a mesma ineficácia. Eduardo Salvio continuou a vulgarizar a defesa do Rio Ave, onde Marcelo ia sendo o pronto-socorro em incontáveis lances. Jesus trocou Talisca por Derley e, até Duarte Gomes apitar para o prolongamento, só Lima esteve perto de marcar assistido pelo ex-Marítimo.
O prolongamento arrancou novamente com um Benfica a todo o gás e Jardel quase marcou, mas Cássio brilhou ao manter ao nulo, defendendo logo de seguida uma investida de Enzo Pérez. O desgaste foi vindo ao de cima (Salvio, o principal dinamizador do ataque encarnado, "rebentou") e Enzo acabou visivelmente diminuído mas heróico, tendo em conta sobretudo que regressou de férias há 1 semana. Com o jogo aberto, o Rio Ave equilibrou forças e graças a Diego Lopes e à rapidez de Del Valle a defesa do Benfica ficou avisada. O jogo não chegaria aos penalties sem antes Artur voltar a vacilar numa abordagem deficiente a um canto, acabando o lance com Jardel a atirar à barra da sua baliza e a bola a ressaltar para trás.
Chegando às grandes penalidades, Tarantini e Derley viram Artur e Cássio defender os seus remates mas nas seguintes Filipe Augusto, Lima, Ukra e Bebé (ou devemos chamar-lhe agora Tiago?) marcaram. A supertaça acabou decidida pelas luvas de Artur, com o guardião a chegar às 3 defesas em 5 penalties, evitando ainda que Diego Lopes e Tiago Pinto convertessem. Pelo meio, o capitão Luisão também contribuiu.
Vitória ajustada, da equipa que mais oportunidades criou (quase que dá ideia que na 1.ª parte do jogo o Benfica criou mais lances do que em toda a sua pré-época) e com o vilão Artur a redimir-se virando herói na decisão dos 10 metros. O guarda-redes do Benfica precisava urgentemente de uma injecção de confiança como esta, mas continua a ser evidente que o Benfica precisa de contratar um GR para ser titular. De resto, destaque para a evolução (previsível) potenciada pelo acrescento de Enzo (tudo parece indicar que não ficará, caso ficasse seria o maior reforço, e é notável tanto a sua entrega como a forma como torna o meio-campo um prato giratório de execução perfeita). Na defesa encarnada os laterais estiveram bem mas acabou por ser Jardel a unidade em destaque (basicamente disse "o lugar é meu"), embora tenha sido Salvio o jogador em maior evidência até não aguentar mais - castigou os defesas com a sua capacidade técnica e caso não se lesione esta pode ser uma época melhor que qualquer outra. O Rio Ave soube defender, caiu apenas nos penaltys, e para isso muito contribuiu a omnipresença do central Marcelo e a consistência de Cássio entre os postes.
Barba Por Fazer do Jogo: Eduardo Salvio (Benfica)