Porto 4 - 1 Arouca (Quaresma (pen.) 11' 83', Carlos Eduardo 23', Jackson Martínez 90+1'; Rui Sampaio 29')
Herói.
Vilão. Ricardo Quaresma é tudo neste Porto e este Porto continua a ser tudo
aquilo que Quaresma é durante o jogo. Os dragões derrotaram hoje o Arouca, num
jogo em que os números finais são manifestamente exagerados, na estreia de Luís
Castro no banco dos azuis e brancos e novamente com o camisola 7, que continua
com legítimas aspirações a marcar presença no Mundial do Brasil, a fazer a
diferença.
Luís Castro optou por constituir o trio de meio-campo com Fernando, Defour e Carlos Eduardo e, face à impossibilidade de utilizar Alex Sandro, adaptou (como já acontecera anteriormente na sua carreira) Mangala a lateral esquerdo. Faz-me sempre alguma confusão ver o melhor central de uma equipa ser adaptado, fazendo lembrar o que acontece ocasionalmente com Vertonghen no Tottenham ou aconteceu em tempos com David Luiz quando de águia ao peito. Pedro Emanuel teve um contra-tempo de última hora e viu-se obrigado a chamar a jogo Salim Cissé para o lugar de Lassad (jogador que nos últimos jogos até tem revelado bons pormenores).
Aos 11 minutos o marcador começou a mexer. André Claro, imprudente, empurrou Varela na grande área e Hugo Miguel só teve que marcar grande penalidade. Ricardo Quaresma marcou. Jackson foi tentando por diversas ocasiões quebrar a "malapata" mas acabou por ser Carlos Eduardo a fazer o 2-0. Decorria o minuto 23 quando a bola foi recebida por Defour na área, tendo Carlos Eduardo "roubado" a área de acção ao belga para rematar de forma acrobática num golo de belo efeito.
A primeira parte ainda se manteve viva nos seus restantes minutos, desde logo com Rui Sampaio a reduzir, na sequência de uma bola que perdeu gás na barreira portista mas deixou o médio português em posição privilegiada para marcar. Aos 36' Quaresma (aí sim, vilão) teve nova oportunidade de grande penalidade - a castigar falta de Nuno Coelho sobre Jackson - mas, num misto de força e displicência, fez a bola voar para cima da baliza de Cássio.
O 2-1 era um resultado tremido e a segunda parte começou desinteressante, até Pedro Emanuel colocar Roberto e Pintassilgo em campo. O Arouca conseguiu então equilibrar o tabuleiro de jogo e fazer o Dragão recordar desaires em jogos recentes, mas a bola nunca chegou a entrar, e em algumas ocasiões faltou melhor clarividência a definir o último passe por parte de Ceballos e afins. Luís Castro achou então que o jogo precisava de Juan Quintero e o médio colombiano ficou perto de marcar poucos minutos depois de entrar. É já frequente Quintero entrar bem nos jogos, e está na cara que tem tudo para ser um jogador determinante para o Porto. O Porto conseguiu então desamarrar o jogo a seu favor aos 83 e por quem? Exacto, Ricardo Quaresma. Ghilas cruzou para o interior da área e o extremo português rematou forte. Bola a bater no relvado, bola a ganhar altura e a bater Cássio. Bom golo. A fechar o jogo Jackson marcou o 4-1, um resultado injustamente pesado para o Arouca, num golo com alguma sorte à mistura.
Luís Castro começou bem, embora mal do Porto se não conseguisse vencer em sua casa o Arouca (curiosamente, o Benfica não conseguiu). O treinador azul e branco tem mais "pinta" de Porto do que Paulo Fonseca e veremos o que fará até final da época. Se consegue reunir motivos para continuar no banco a orientar a equipa ou se se vê sucedido por Marco Silva, Fernando Santos ou um treinador estrangeiro.
O Porto foi justo vencedor, apresentou em alguns momentos bom futebol e teve um meio-campo forte com Fernando ao seu nível, Defour num jogo muito equilibrado e Carlos Eduardo a conseguir um golo. Ricardo Quaresma voltou a ser a principal figura da equipa (neste momento continua a ser "Quaresma +10") e terá papel determinante no seu regresso a casa no Sporting-Porto. Veremos se, agora com Castro, Quintero ganhará relevância, podendo até ser aposta no Clássico.
Quaresma, no final do encontro, referiu que o Porto irá procurar conquistar as taças e fazer "algo bonito no campeonato, tentando ganhar o 2.º lugar". Resta aos dragões um calendário mais fácil do que aos rivais leoninos, tendo que se deslocar ao Nacional e a Braga (embora o Porto se dê bem em Braga) e terminando, como é sabido, em sua casa frente ao Benfica. Por tudo isto, o próximo Sporting-Porto vai ser... escaldante.
Barba Por Fazer do Jogo: Ricardo Quaresma (Porto)
Outros Destaques: Defour, Fernando, Carlos Eduardo; Ceballos