13 de março de 2014

Liga Europa: Benfica destrói Tottenham com capitão Luisão em grande; Porto ganha vantagem

 Tottenham 1 - 3 Benfica  (Eriksen 64'; Rodrigo 30', Luisão 58' 84')

    Num jogo com intensidade digna de Premier League, o Benfica deu passo e meio rumo aos quartos de final da Liga Europa. Em White Hart Lane, a noite foi sobretudo do capitão Luisão, a premiar justamente a impressionante qualidade que tem apresentado nesta época (a melhor da sua carreira).
    Jorge Jesus lançou um onze com um gestão equilibrada. Poupou Gaitán e Enzo, não abdicou de Oblak - e fê-lo bem. No Tottenham, Sherwood deixou Soldado (que embora não esteja em grande forma poderia hoje ter sido uma dor de cabeça) no banco, e optou por Kane. A partida iniciou-se com uma pressão alta por parte do Tottenham, cativado pelo apoio do seu público, e uma constante aposta no jogo directo, com vários lançamentos de Vertonghen, Sandro e companhia em busca do jogo aéreo de Adebayor e Kane. A primeira meia hora foi do Tottenham, revelando Oblak (em estreia europeia) um ligeiro nervosismo, mas acabou por ser o Benfica - que já tinha deixado os visitantes em sentido quando a bola ia parar à velocidade de Markovic e Rodrigo - a fazer o golo. O brilhantismo da jogada iniciou-se num incrível passe a rasgar de Ruben Amorim que deixou Rodrigo na cara do golo. O avançado flectiu a grande velocidade da direita para a zona central e rematou de pé esquerdo, sem hipóteses de defesa. O golo chegou num momento em que o Tottenham era quem estava "por cima" no jogo e até ao intervalo coube ao Benfica controlar, com o seu meio-campo a asfixiar o adversário e a fechar os caminhos para a baliza. Amorim, Fejsa e Sulejmani (hoje praticamente a interior) brilhantes nas suas acções.
    O 2.º tempo começou logo com um susto para os encarnados. Depois de um transição em velocidade-cruzeiro, Eriksen isolou Adebayor na área mas o togolês rematou... muito mal. E isto somos nós a ser amigos do Adebayor. O Benfica manteve o seu atrevimento, afinal de contas é superior ao Tottenham e isso estava à vista de todos, e aos 57 Ruben Amorim, depois de combinar bem com Cardozo, encheu o pé esquerdo para uma boa defesa de Lloris. Amorim assumiu o canto consequente desse lance e colocou a bola na cabeça de Luisão que fez o segundo da noite nas alturas. Os adeptos do Benfica faziam-se ouvir efusivamente em Londres quando o Tottenham conseguiu reduzir. Sílvio fez uma falta à entrada da área e Eriksen, num livre directo indefensável, fez um grande golo. Com 1-2 no marcador, viveu-se autêntico ambiente de Premier League com jogo partido e constantes perdas e recuperações de bola por parte de ambas as equipas. Gaitán (tão castigado foi com faltas) e Enzo entraram e aos 84' o Benfica sentenciou a eliminatória. Gaitán dispôs de um livre indirecto do lado esquerdo e cruzou certeiro para um bom cabeceamento de Garay. Lloris defendeu a tentativa do argentino mas nada pôde fazer, segundos depois, perante o fortíssimo remate do capitão Luisão. Com os seus adeptos em justa efervescência, o Benfica terminou o jogo ganhando por 3-1 e perto de fazer o 4.º num bom lance de Siqueira, com envolvimento de Gaitán.

    Um jogo perfeito do Benfica. Os encarnados abordaram o jogo com inteligência, tiveram a sorte/ eficiência de conseguir fazer o 1.º golo (num grande lance de Amorim e Rodrigo) quando o Tottenham estava a ser superior, mas a 2.ª parte deixou bem patente a diferença de qualidade entre as duas equipas. Caberá ao Benfica arrumar com a eliminatória na 2.ª mão, mas hoje voltou a ficar claro que este Benfica é um dos indiscutíveis favoritos à conquista da Liga Europa (e a Juventus hoje empatou em casa).
    Luisão foi o homem do jogo, juntando à sua (mais uma vez) exibição imperial na defesa, dois golos nas suas aventuras até à área contrária. É o melhor ano da sua carreira, acumula experiência e uma noção perfeita dos momentos de jogo. Ruben Amorim foi o "outro homem do jogo". O médio português esteve brilhante a meio-campo, formando uma dupla perfeita com Fejsa, e foi ele quem desbloqueou o jogo com um passe que dá gosto ver e rever para o golo de Rodrigo. Fez ainda a assistência para o 1.º golo de Luisão. Sulejmani e Rodrigo apresentaram-se em grande nível e Fejsa voltou a demonstrar que é fortíssimo a pressionar, a simplificar processos e sabe meter o pé à bola como ninguém.
    Para a semana joga-se a segunda mão, e o Benfica tem uma tarefa para terminar.

    A gestão da condição física é importante e a prioridade do Benfica é o campeonato, mas quase que se pode dizer que, moralmente, com a exibição de hoje o Benfica ganhou o jogo na Madeira da próxima 2.ª feira.

Barba Por Fazer do Jogo: Luisão (Benfica)
Outros Destaques: Eriksen; Fejsa, Ruben Amorim, Sulejmani, Rodrigo

 Porto 1 - 0 Nápoles  (Jackson Martínez 57')

    O Porto jogou ao fim da tarde e Luís Castro voltou a ter razões para sorrir enquanto treinador do clube da Invicta. Os azuis e brancos conseguiram vencer e, também graças a Hélton, viajarão para o inferno napolitano sem terem sofrido qualquer golo na 1.ª mão.
    No Dragão, Luís Castro voltou a apresentar o seu trio de meio-campo - Fernando, Defour e Carlos Eduardo - que curiosamente ao fim de 2 jogos é o que mais perto o Porto deve ter andado de ter um trio coeso e de acordo com o habitual nível exibicional no clube; o jogo começou com cuidados de parte a parte e foi Jackson Martínez o primeiro a acordar o jogo, rematando para boa defesa de Reina. O Nápoles espreitava o contra-ataque, com Callejón a ser um perigo constante para Alex Sandro - como o foi todo o jogo -, mas foi o Porto a marcar. Embora o golo tenha sido (mal) anulado. Carlos Eduardo marcou mas o árbitro entendeu erradamente que este se encontrava em fora-de-jogo.
    Os segundos 45 até começaram com Quaresma a avisar Reina que o Porto queria marcar, mas depois seguiram-se momentos de alarme na área portista. Hélton e alguma sorte em várias ocasiões seguraram o nulo durante vários minutos Higuaín, Behrami e Callejón a acumularem perdidas. Lances nos quais, como já é sabido, Hélton tem íman. E quem não marcou... sofreu. O Porto chegou então ao decisivo golo desta 1.ª mão aos 57' com o colombiano Jackson Martínez a fazer um bom remate na sequência de um canto. O final de jogo foi absolutamente frenético, com Quintero - voltou a sair do banco, mais uma nota positiva para o treinador - a rematar uma bola ao poste e Zapata a ficar perto do 1-1 por duas ocasiões. O jogo terminou com 1-0 e este golo de Jackson poderá ser muito importante na eliminatória.


    Foi a 1.ª vitória do Porto na Europa em 2013/ 2014, em casa, e o facto da equipa portuguesa não ter sofrido golos hoje poderá revelar-se determinante no desfecho do jogo em Nápoles. O meio-campo portista voltou a estar bem, Jackson voltou a marcar e Hélton foi... Hélton.
    Um bom jogo em Nápoles, no qual um golo marcado pelo Porto poderá deixar em aperto e a correr contra o relógio a equipa napolitana, poderá ajudar a que o futebol português consiga ter duas equipas nos quartos de final da Liga Europa. Não é a Champions, mas é o que se vai conseguindo.

Barba Por Fazer do Jogo: Hélton (Porto)
Outros Destaques: Carlos Eduardo, Defour, Jackson Martínez; Reina, Callejón

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