18 de fevereiro de 2014

Crítica: Nebraska


A CAMINHO DOS ÓSCARES 2014 
Realizador: Alexander Payne
Argumento: Bob Nelson
Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb, Bob Odenkirk, Stacy Keach
Classificação IMDb: 7.7 | Metascore: 86 | RottenTomatoes: 91%
Classificação Barba Por Fazer: 76


    Nunca gostei muito de Alexander Payne. Talvez por ele me provocar alguma pain. Fazer a pior piada do ano: nível superado! Deu-nos 'As Confissões de Schmidt' e 'Sideways' mas baixou o nível com 'The Descendants'. O bastante aclamado filme de 2011 (que concorreu aos óscares no ano seguinte) apenas ganhou uma nomeação aqui no Barba Por Fazer, na altura para Shailene Woodley para actriz secundária. Payne tem sempre a sua marca a realizar: ou se gosta ou não se gosta. Tem a capacidade de explorar bem o talento de alguns actores (George Clooney não é um actor, é apenas um homem que a Academia venera e que mostrou não saber correr em 'The Descendants', daí talvez não termos gostado desse filme), faz sempre filmes bastante humanos (sim marcianos, vão para outra secção, o Payne não é para vocês), relativamente lentos na evolução da acção, embora bastante reais e mensuráveis.

    'Nebraska', nomeado para 6 óscares, é tudo isto. E é melhor que 'The Descendants'. Resumidamente conta a história de Woody Grant, um idoso interpretado por Bruce Dern, que viaja com o seu filho David (Will Forte) de Montana até ao Nebraska, com o objectivo de recolher aquilo que ele entende ser um prémio que ganhou, no valor de 1 milhão de dólares. Integralmente a preto e branco, 'Nebraska' conta com um bom papel de Bruce Dern e com actuações agradáveis de Will Forte (a malta do Saturday Night Live estará orgulhosa dos novos passos da carreira dele) e June Squibb. Bruce, na pele de Woody Grant, é um velhote que facilmente se desliga do mundo à sua volta, prejudicado no seu passado por não saber dizer "não" e acreditando como ninguém mais que aquele prémio é real e que pode ser uma ajuda para o futuro dos seus. Um papel interessante de Bruce Dern (o tal actor com quem Tarantino quer muito trabalhar em breve), alguns bons momentos e um desfecho bem conseguido, é o que temos neste 'Nebraska'. Desde a comédia presente no diálogo honesto de Woody com o seu filho, nas várias intervenções da personagem de June Squibb e nas 2 figuras que são os primos de David a outros momentos mais "acolhedores" caracterizadores da preocupação de David com o seu pai, culminando nos últimos quilómetros do filme.

    Compreende-se portanto a nomeação de Bruce Dern para melhor actor, sendo que June Squibb e Will Forte também têm bons desempenhos, sendo Forte prejudicado por um ano bastante... forte (passo a redundância) a nível de actores secundários. Melhor realizador? Não Payne, este ano houve melhores. Mas a Academia assim não entendeu.
    A tudo isto se acrescenta o actor Stacy Keach, que nos recorda imediatamente de 'Prison Break' e claro, Bob Ondenkirk, o outro filho de Woody Grant, que provavelmente soará mais familiar se lhe chamarmos Saul Goodman. A personagem de Breaking Bad que terá em 2014 o início da sua spin-off 'Better Call Saul'.
    Não direi 'Better See Nebraska' porque não é um dos filmes do ano. Mas não faz mal nenhum a quem o vir.

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