Rock in Rio 2012: Dia 3 |
Olha... o Rock in Rio Lisboa acabou. Daqui a 2 anos diz que há mais. 81 mil pessoas assistiram no Parque da Bela Vista naquele que foi sem dúvida o melhor dia do festival... E nós não estávamos lá. Estávamos em nossas casas a chorar baba e ranho. A isto se chama fechar com "chave de ouro". Boa música, bons concertos, grandes shows.
Neste último dia a média de idades subiu. Contudo, haviam humanos de todas as idades. Um pouco à imagem do que foi o concerto dos Bon Jovi no verão passado. Prossigamos então para os concertos do dia que tanta euforia causaram no público português (e não só).
O dia começou com os Kaiser Chiefs. Nós bem avisámos que ia ser um grande concerto... Não nos surpreendeu minimamente esta energia e grande ligação com o público que Ricky Wilson demonstrava no Parque da Bela Vista. Wilson é sem dúvida um entertainer nato. Cantou até não poder mais, correu por todo o palco e arredores, saltou... e fugiu. É verdade... Estava a banda a tocar normalmente e Ricky a cantar quando lhe deu na tola para saltar a cerca em direcção ao slide. Fez-nos lembrar o Rocky d'A Fuga das Galinhas. Wilson saltou muito espontaneamente fazendo com que uns 5 seguranças se afligissem. A reacção deles deve ter sido "Oh laaaa... que este gajo é maluco! Anda cá pááá!" - e lá tiveram que o seguir até ao slide. Antes do cantor, ainda passou um ser humano para enganar as pessoas. Porém, logo depois, seguiu-se Wilson que cantava enquanto andava na geringonça deslizante. Lá correu de novo para o palco mundo com a ajuda dos homens vestidos de negro e acabou em grande o resto do concerto. Os Kaiser Chiefs colocaram logo a fasquia muito alta no que toca à questão da "loucura". Apesar do recinto ainda não estar repleto e de os presentes não saberem muito bem as músicas da banda britânica, de certeza que se divertiram. Arriscamo-nos a dizer que, na próxima vez que os Kaiser Chiefs actuarem no Rock in Rio, o Ricky cantará "Ruby" na roda gigante. Sempre a fixar a sua bandeirinha mais alto... O Ricky...
Seguiram-se os James, onde o vocalista Tim Booth apresentou o seu visual à Edward Norton em American History X. Os James também deram o seu show. Tim parecia estar feliz como ninguém, mas com uma pose sempre relaxada. Era estranho. O que também era estranho eram as suas danças epilépticas... Quando Tim dançava parecia um cão cheio de pulgas a abanar-se por todos os lados. Bem sabemos que os James gostam muito de Portugal e que já estão fartos de cá vir... Mas neste concerto, o elemento da banda que tem uma mulher portuguesa "lindíssima" decidiu intervir com um "'tás a ouvir?!" e fazer umas perguntas ao nosso Primeiro-ministro "Coelhinho"... Depois do discurso, Tim sentou-se e com ele pelo menos a primeira fila também se sentou toda para todos juntos cantarem o hit "Sit Down". Um dos momentos altos numa noite em que Tim Booth entrou pelo público a dentro e lá cantou até ficar realizado e deixar-se cair para trás. Não desiludiram de maneira alguma. Muito bom concerto.
Depois dos britânicos, finalmente Xutos e Pontapés à noite. Finalmente lhes deram algo que têm vindo a merecer há muito tempo. Depois das duas bandas anteriores, os Xutos tinham tudo para dar um grande concerto. O público estava eufórico com o aquecimento que os James e Kaiser tinham dado. Apesar da melhor banda portuguesa não saber dar maus concertos, o público sentiu que eles podiam ter interagido mais sem ser através das músicas. Os êxitos obviamente que foram cantados por 81 mil pessoas. Para nós o grande momento foi a "Circo de Feras", mas somos suspeitos. "Para Sempre", "Contentores", "Homem do Leme", "Casinha" e "Maria" foram os outros temas que fez todo o Parque da Bela Vista cantar. Um Tim sempre muito tímido no que toca a explorar o palco, um Zé Pedro visivelmente cansado, um Cabeleira sempre hipnotizado por sua guitarra e um Kalú que só saiu do seu posto para cantar a "Tonto" com Zé Pedro. Os portugueses terminaram o concerto com a "Para Sempre" deixando que o público terminasse o tema em coro. Passaram assim o testemunho a Bruce Springsteen com um bom momento.
O concerto mais esperado demorou cerca de uma hora a começar para a impaciência do público português. E aqui pouco ou nada podemos falar. Porquê? Porque apenas foram transmitidos 30 minutos da actuação do "Boss". Mas do pouco que pudemos ver, o público "estava maluuuco! estava braaavo!" com Bruce. Apesar de não ter a mesma genica de antes, o "Boss" estava cheio de pica para os seus 62 anos. Ouvimos dizer que foram lá ter duas senhoras do público ao palco e que uma delas não queria largar o pobre senhor. Ouvimos que ele entrou a falar português... E ouvimos que ele não se queria ir embora... Já os foguetes de encerramento estavam a ser lançados quando Bruce decidiu ir tocar mais umas todo feliz da vida. De acordo com o que nos chegou aos ouvidos, foi um concerto memorável quer para os presentes, quer para o cantor norte-americano. Conta-se que muita gente ganhou novas vidas após este dia. Nós não, apenas ganhámos alguma inveja e queríamos ter estado no Parque da Bela Vista. Pode ser que em 2014 nos paguem para tal...
E assim acaba a nossa análise detalhada sobre o Rock in Rio Lisboa 2012 que, tendo em conta a lotação, foi bastante positivo. Relativamente aos concertos, podemos dizer que a grande maioria valeu a pena. Apenas faltou uma banda portuguesa em cada dia do Rock in Rio. Achamos que alguns nomes podiam muito bem ser substituídos por nomes nacionais de grande valor. Fazemos portanto um balanço positivo do RIR deste ano e em 2014 haverá mais. Podem esperar novas análises detalhadas aos próximos grandes festivais e no mês de Julho há logo dois: SuperBock SuperRock e Optimus Alive.
MP. TM.
Felizmente, conseguimos captar o momento em que Ricky Wilson teve a ideia que teve...
MP. TM.
Felizmente, conseguimos captar o momento em que Ricky Wilson teve a ideia que teve...