EURO 2012 - Grupo A

Damos hoje início ao dossier Euro 2012. Hoje e nos próximos 3 dias analisaremos os 4 grupos do Europeu que terá lugar em terras polacas e ucranianas, fazendo as nossas previsões sobre as equipas mais fortes de cada grupo e que portanto deverão passar, os outsiders do torneio e os jogadores que achamos que se irão destacar.

    O Euro 2012 começa já nesta sexta-feira, dia 8.

GRUPO A

   A forma como as equipas foram distribuídas pelos potes e o facto de haver 2 países organizadores (geralmente, por esses 2 países ficarem no pote 1, origina um “Grupo da Morte”) levou a que este Grupo A fosse, à partida, o grupo mais fraco e menos atractivo deste europeu. Para quem gosta de bom futebol e de acompanhar as selecções mais fortes e os melhores jogadores, é “chato” pensar que entre Alemanha, Portugal e Holanda apenas duas destas equipas irão figurar nos quartos-de-final, ao passo que estarão 2 presentes deste Grupo A, mas foi assim que as coisas aconteceram.

    Se tivéssemos que apostar em duas selecções para seguir em frente neste grupo, seriam claramente Rússia e Polónia.

    A Rússia reúne um conjunto de jogadores idêntico ao que praticou o melhor futebol no Euro 2008, à seguir à Espanha (que nesse ano, com Aragonés, jogava um futebol atractivo e ofensivo e não aquele futebol mastigado do Mundial 2010).
    Com Akinfeev, que já merecia dar o salto para um clube europeu com maiores ambições, na baliza, a defesa será composta pelos experientes Anyukov, Ignashevich, um dos gémeos Berezutski e do lado esquerdo, à partida, Zhirkov. O 4-3-3 russo assentará depois no trio de meio-campo do Zenit com Denisov, Zyryanov e Shirokov, ficando os desequilíbrios a cargo do capitão Arshavin, de Izmailov/ Dzagoev e a referência do ataque não me parece ainda 100% definida, podendo alternar, consoante o adversário, entre Kerzhakov e Pavlyuchenko. Sem esquecer Pogrebnyak. Do ponto de vista táctico, o ponto fraco desta Rússia podem ser as bolas paradas defensivas, considerando a elevada média de alturas das 3 selecções que a acompanham no grupo.

    Relativamente à Polónia, o factor casa pesará muito. Não sendo, à priori, uma equipa tão forte e consolidada como a Rússia, a Polónia pode muito bem agigantar-se por jogar junto do seu público e, assim como a Rússia conta com o meio-campo do Zenit, a Polónia contará com um importantíssimo trio do Borussia Dortmund – o lateral direito Piszczek, o ala direito Kuba e o ponta de lança e figura da selecção, Robert Lewandowski.
    Na baliza estará o guarda-redes do Arsenal Szczesny, à sua frente uma defesa com Piszczek, Wasilewski, Perquis e, considerando os últimos jogos, Boenisch. O meio-campo contará com o duplo-pivot Polanski e Dudka, soltando o trio Rybus, Obraniak e Kuba no apoio a Lewandowski (um dos jogadores em melhor forma nesta recta final de época).

 

    A Grécia e a República Checa têm em comum o facto de serem equipas conscientes das suas limitações e que sabem defender bem. A forma de defender grega já levou esta selecção à conquista do Euro 2004 (mas não temos que falar disso agora…). No entanto nessa altura havia Zagorakis, que fazia muita diferença comparativamente com esta selecção.
    Na baliza ainda não temos a certeza de qual será o guarda-redes eleito, embora Tzorvas seja o mais reputado, a defesa ficará entregue a toda a equipa… Agora a sério, o quarteto defensivo será composto pelos centrais Avraam e Kyriakos Papadopoulos, ficando nas laterais Papastathopoulos e Holebas. O tridente de meio-campo terá 2 ex-benfiquistas, Katsouranis e Karagounis, acompanhados por Maniatis. As 3 vagas mais ofensivas ficarão entregues a 3 de 5 jogadores: Samaras, Gekas, Salpingidis, Fortounis e o jovem Sotiris Ninis. À partida a Grécia de Fernando Santos não se perfila como selecção para passar, mas com eles, infelizmente, nunca se sabe. Acrescento já agora que a selecção grega é aquela cuja média de idades é mais elevada entre as que disputam este Euro 2012.

    Por fim, a República Checa surge como a selecção menos madura e tecnicamente menos forte deste grupo. Não tem os argumentos ofensivos que Polónia e sobretudo Rússia têm e nem tão pouco defende como a Grécia. No entanto tem o guarda-redes que deu a Champions ao Chelsea – Petr Cech. Mais fraca que várias selecções que não estão presentes tais como a Bélgica, Turquia ou a Sérvia, será preciso algo de extraordinário para esta República Checa carimbar o acesso aos quartos-de-final. Até nos atrevemos a dizer que será difícil que consiga mais do que 1 ponto neste grupo.
    O guardião Petr Cech será a principal figura da equipa, tendo à sua frente Selassie, Hubnik, Sivok e Michal Kadlec. O meio-campo ganhará outro talento caso Rosicky esteja disponível para jogar e, com ele, jogarão Plasil, Hübschman (o complemento à defesa) e Pilar. Caso a República Checa se mantenha no seu 4-4-2 e não se molde aos adversários, a dupla de ataque ficará entregue a Milan Baros (melhor marcador no Euro 2004) e Tomas Necid, o tal que disse este ano na eliminatória Real Madrid-CSKA que iria fazer um hat-trick ao Real, marcando aos 86, 88 e 92 minutos. Conclusão: não marcou nenhum.

O Grupo A, apesar de teoricamente fraco, acabará por ser cativante de acompanhar em princípio. A Rússia deverá mostrar um futebol atractivo e bem jogado e a Polónia tem tudo para se deixar galvanizar pelo seu público, conseguindo importantes triunfos (na 1ª e 3ª jornadas). Em todo o caso, em jeito de ressalva, a forma como a Grécia defende e o guarda-redes que Petr Cech é, podem mudar muita coisa.

Possível classificação final:

1º Rússia
2º Polónia
3º Grécia
4º República Checa

Destaques Rússia: Akinfeev, Anyukov, Shirokov, Arshavin, Kerzhakov/ Pavlyuchenko
Destaques Polónia: Piszczek, Wasilewski, Kuba, Obraniak, Rybus, Lewandowski
Destaques Grécia: K. Papadopoulos, Papastathopoulos, Karagounis, Maniatis
Destaques Rep. Checa: Petr Cech, Kadlec, Rosicky, Milan Baros

MP