4 de junho de 2012

Rock in Rio 2012: Dia 1

Rock in Rio 2012: Dia 1
Consta que dia 1 de Junho é Dia da Criança. Porém, considerando o cartaz do Rock in Rio de dia 1... parecia ser Dia da Mulher. Basicamente só havia 1 de 4 razões para um homem estar presente no Parque da Bela Vista: a) ser-se brasileiro; b) ser-se um namorado forçado pela namorada que queria ver o Adam Levine sem camisola ou o Lenny, simplesmente; c) ser-se um homem muito sensível; d) ser-se um homem criança, menor de 15 anos. De destacar que uma criança pode ser brasileira ou já ir forçada pela jovem namorada, ou ainda ser uma criança muito sensível.
    Prosseguimos para os concertos, que são afinal de contas o cerne da questão. Não fomos à Bela Vista porque lá está, como talvez já tenham reparado pelo nosso léxico não somos brasileiros, ninguém nos forçou e não somos muito sensíveis. No entanto, admitimos que o dia teve concertos e momentos positivos. Apenas não valiam, mesmo assim, 61€. Isto inocentemente acreditando que não há formas de arranjar bilhetes a preços mais tolerantes e bonitos.
    O Palco Mundo abriu com os Expensive Soul. E abriu "Muita bem"! Fazia sentido aliás que fosse uma banda portuguesa a abrir cada dia do evento/ festival. Os Expensive Soul aproveitaram da melhor maneira a oportunidade que a organização lhes deu ao convidá-los e se surpreenderam alguém terá sido de certeza pela positiva. New Max e Demo puseram o Parque da Bela Vista todo a saltar, entraram forte com "O Amor é Mágico" e escolheram um bom alinhamento, que culminou num final com "Falas Disso", "Eu Não Sei" (provavelmente o momento alto) terminando com "Hoje é o Dia Mais Feliz da Minha Vida" que encaixava na perfeição com o que os Expensive Soul faziam transparecer em palco. Isto tudo numa fase em que havia já muita gente em tronco nu. Uma actuação portuguesa, com o talento que sempre toda a gente lhes reconheceu, mas num momento apoteótico para a carreira dos Expensive Soul. New Max é uma das boas vozes nacionais, e os Expensive são uma boa amostra do funk nacional, tendo eles tanto apelado a esse patriotismo em palco.
    Depois dos Expensive, surgiu a Diva do Rock in Rio. Ivete, e o seu traseiro brasileiro, surgiram vestidos de branco e deram o concerto habitual. A Ivete chega, sua pouco para aquilo que se mexe em palco, cativa toda a gente, é adorada pelo público e é daquelas artistas que, em Portugal e especificamente no Rock in Rio, pode vir cá de 2 em 2 anos e utilizar um alinhamento 100% igual em todas as vezes e o concerto resultará sempre. Não somos fãs do género nem da artista em si, mas percebemos que muita gente goste de ter um bocadinho de carnaval do Brasil em Junho no nosso país.

     O 3º nome do cartaz do Palco Mundo foi, quanto a nós, quem deu o melhor concerto do dia. Os Maroon 5 não são uma das nossas bandas preferidas, mas admitimos que não nos importávamos de assistir a um concerto deles. Do ponto de vista feminino conta-se que as fãs ficaram desiludidas porque o vocalista Adam Levine (o tal que já levou para seu berço Jessica Biel, Jessica Simpson, Lindsay Lohan e Cameron Diaz, entre outras) não ficou em tronco nu. Porém, para nós ainda bem que isso não aconteceu. Primeiro porque o mercado nacional é nosso e não queremos que o Adam meta as patinhas nas portuguesas, e segundo porque, como estávamos a assistir pela Sic Radical, um momento sem camisola levaria possivelmente ao histerismo das fêmeas e consequentemente a dores nos nossos ouvidos. Os Maroon 5 deram portanto o melhor concerto da noite, indo desde as músicas do 1º álbum ("Songs about Jane" - a Jane foi mais uma que foi para o berço do Adam) como "This Love", "Sunday Morning" ou a menos conhecida mas interessante "The Sun", até hits mais comerciais como "Moves Like Jagger". O momento alto do concerto e do dia acabou por ser "She Will Be Loved" e o arranjo que Adam Levine proporcionou com a colaboração de todos os espectadores. Importa ainda ressalvar uma coisa: Adam Levine, bom vocalista e figura completamente centralizada da banda, uiva muito. Farta-se de uivar. São manias..

Lenny e seu guitarrista "David Luiz"
num momento estranho..
    Depois chegou o suposto cabeça-de-cartaz do dia e, para as ladies, mais um sex symbol. O Lenny chegou e tinha que dar um bom concerto face ao que os Maroon tinham feito. No dia 26 o alinhamento do cartaz tinha possibilitado que alguns fãs não gostassem tanto do concerto dos Smashing Pumpkins após os LP, mas a verdade é que foi um bom concerto, embora diferente. Ontem não, ontem o Lenny foi um barrete. Pelo menos para nós. Longe de empolgar tanto como Metallica, Maroon 5 e Linkin Park, entre outros (dos mais main stream) já o fizeram, o Lenny foi para lá fazer a cena dele, acompanhado pelo guitarrista David Luiz, pelo Common na bateria e por uma baixista que parecia a agente que no Prisonbreak fica com o Alexander Mahone. A verdade é uma: desde que vimos o Lenny nos Hunger Games não o conseguimos levar tão a sério. Passou por vários êxitos como "American Woman", "Believe" ou "Fly Away" mas a verdade é que não conseguiu agarrar o púbico 100% do tempo e o Parque da Bela Vista até foi esvaziando devagarinho enquanto o Lenny fazia o seu espectáculo. Reforçamos, quanto a nós desiludiu-nos e pelo feedback que tivemos de algumas pessoas que estiveram presentes neste dia do festival, a sensação era a mesma.

MP. TM.

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