Último dia da primeira jornada do Euro 2012 e o Grupo D iniciou-se com um França-Inglaterra que não correspondeu às expectativas criadas, mas que deixou boas indicações da França de Blanc. E terminou com um Ucrânia-Suécia que não foi um grande jogo mas mostrou um grande espírito de entrega por parte da equipa da casa e consequente surpresa.
E o Grupo D lá abriu com um jogo entre dois colossos. O jogo foi colossal? Não. Relativamente aos onzes iniciais, o velhinho Hodgson surpreendeu ao colocar o jovem Oxlade-Chamberlain a titular e a França jogou com o onze 100% esperado. Desde cedo se percebeu que a França assumiria a posse de bola neste jogo. A equipa de Laurent Blanc gosta de jogar à rabia e pelo facto de ser claramente uma das selecções tecnicamente mais forte deste europeu, faz questão de ter sempre a bola, trocá-la em passes curtos, dependendo da inspiração de Nasri, Ribéry e Benzema. Enquanto a França praticava o seu futebol rendilhado e demorado, a Inglaterra assumiu sempre uma postura mais directa, objectiva e vertical. E foi precisamente a Inglaterra a criar perigo primeiro - Ashley Young lançou Milner, o médio do City passou por Lloris e depois precipitou-se no remate, falhando a baliza (aberta). A França ia construindo o seu jogo devagarinho tendo em Nasri o principal estratega, com Cabaye nas suas costas e os desequilíbrios eram dados por Ribéry e pelas subidas de Debuchy pelo flanco direito. Quanto a Benzema, ia pulando por todo o meio-campo levando a noção de "Avançado Móvel" a um novo nível. Mas a verdade é que foi a Inglaterra a inaugurar o marcador. Gerrard bateu um livre no lado direito de forma notável e Lescott teve apenas que encostar de cabeça. Mas nada mudou no jogo: a França não se deixou abalar, continuou a praticar o seu futebol e, depois de Alou Diarra quase marcar (grande defesa de Hart), Nasri marcou mesmo. O nº11 francês rematou forte à entrada da área e empatou o jogo. Ao intervalo, 1-1 e um jogo não ao nível do Espanha-Itália mas ainda assim bastante interessante, a um bom ritmo.
Esperava-se que o jogo melhorasse ou pelo menos mantivesse o nível na segunda parte mas, infelizmente, caiu muito em termos de qualidade e emoção sobretudo porque as equipas assumiram poucos riscos. Na Inglaterra, Glen Johnson passou a subir mais e na França tudo se manteve igual. A França tem potencial para, com tempo e trabalho, desenvolver uma metodologia no seu futebol muito interessante, mas para já ainda falta aos seus jogadores saberem ocupar melhor os espaços e terem maiores referências posicionais do que têm. Nesta França, Nasri renderá mais se se fixar no centro e, pese embora as deambulações de Benzema sejam úteis por vezes, faltou ao avançado do Real estar na área várias vezes. Até ao final do jogo, os jogadores (sobretudo os ingleses) pareciam satisfeitos com o resultado e acabou por ser a França a conseguir ainda criar perigo em iniciativas de Ribéry, Cabaye (num remate que daria um excelente golo) e por fim, Benzema, num remate que Steven Gerrard desviou para canto.
Um jogo que podia ter sido bastante melhor, mas no qual a França deixou indicações de que tem argumentos, se os souber utilizar melhor, para fazer um bom Euro 2012. A Inglaterra teve menos posse de bola (55-45) e optou a dada altura por defender sobretudo, procurando o golo através do jogo directo "à inglesa". O empate não foi um mau resultado considerando as baixas que a Inglaterra tem e considerando que a haver um vencedor seria claramente a França, apesar da equipa de Laurent Blanc não ter mostrado tudo aquilo de que é capaz, muito por ainda não ter um esquema totalmente assimilado. Ganha-se a rematar à baliza e não a circular a bola e a França hoje podia ter rematado mais, mas a verdade é que mesmo jogando como jogou fez 19 remates (contra 3 ingleses) tendo 15 desses remates ido à baliza.
Debuchy teve facilidade em ultrapassar A.Cole, A.Diarra cresceu com o jogo e, não fazendo esquecer M'Vila, esteve a um bom nível, Cabaye e Nasri foram os melhores elementos da França e a sociedade do último com Ribéry e Benzema tem claramente potencial. Blanc podia ter mexido mais cedo no jogo e retirado Malouda, que parece não se integrar no ataque, ainda por cima tendo no banco Ménez, Ben Arfa, Martin e Giroud. A Inglaterra teve em Steven Gerrard e Joe Hart os seus melhores jogadores.
Ficha de jogoEsperava-se que o jogo melhorasse ou pelo menos mantivesse o nível na segunda parte mas, infelizmente, caiu muito em termos de qualidade e emoção sobretudo porque as equipas assumiram poucos riscos. Na Inglaterra, Glen Johnson passou a subir mais e na França tudo se manteve igual. A França tem potencial para, com tempo e trabalho, desenvolver uma metodologia no seu futebol muito interessante, mas para já ainda falta aos seus jogadores saberem ocupar melhor os espaços e terem maiores referências posicionais do que têm. Nesta França, Nasri renderá mais se se fixar no centro e, pese embora as deambulações de Benzema sejam úteis por vezes, faltou ao avançado do Real estar na área várias vezes. Até ao final do jogo, os jogadores (sobretudo os ingleses) pareciam satisfeitos com o resultado e acabou por ser a França a conseguir ainda criar perigo em iniciativas de Ribéry, Cabaye (num remate que daria um excelente golo) e por fim, Benzema, num remate que Steven Gerrard desviou para canto.
Um jogo que podia ter sido bastante melhor, mas no qual a França deixou indicações de que tem argumentos, se os souber utilizar melhor, para fazer um bom Euro 2012. A Inglaterra teve menos posse de bola (55-45) e optou a dada altura por defender sobretudo, procurando o golo através do jogo directo "à inglesa". O empate não foi um mau resultado considerando as baixas que a Inglaterra tem e considerando que a haver um vencedor seria claramente a França, apesar da equipa de Laurent Blanc não ter mostrado tudo aquilo de que é capaz, muito por ainda não ter um esquema totalmente assimilado. Ganha-se a rematar à baliza e não a circular a bola e a França hoje podia ter rematado mais, mas a verdade é que mesmo jogando como jogou fez 19 remates (contra 3 ingleses) tendo 15 desses remates ido à baliza.
Debuchy teve facilidade em ultrapassar A.Cole, A.Diarra cresceu com o jogo e, não fazendo esquecer M'Vila, esteve a um bom nível, Cabaye e Nasri foram os melhores elementos da França e a sociedade do último com Ribéry e Benzema tem claramente potencial. Blanc podia ter mexido mais cedo no jogo e retirado Malouda, que parece não se integrar no ataque, ainda por cima tendo no banco Ménez, Ben Arfa, Martin e Giroud. A Inglaterra teve em Steven Gerrard e Joe Hart os seus melhores jogadores.
França: Lloris; Debuchy, Rami, Mexès, Evra; A.Diarra, Cabaye (Ben Arfa), Nasri, Malouda (Martin), Ribéry; Benzema.
Inglaterra: Hart; G.Johnson, Lescott, J.Terry, A.Cole; Parker (Henderson), Gerrard, Milner, Oxlade-Chamberlain (Defoe), Young; Welbeck (Walcott).
Golos: 0-1 30' Lescott; 1-1 39' Nasri.Destaques: Debuchy, A.Diarra, Cabaye, Nasri, Ribéry; Hart, G.Johnson, Lescott, Gerrard.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Samir Nasri (França)
E a primeira jornada do Euro 2012 fechou com o outro anfitrião da prova (Ucrânia) frente à Suécia. Só assim é que a Ucrânia conseguiu entrar num Euro... Como anfitrião. Porém, engane-se quem pensou que esta equipa seria um pequeno peixinho no meio dos tubarões. Os ucranianos liderados pelo mantorras ucraniano Shevchenko bateram a equipa de Ibrahimovic por 2-1.
A primeira parte é muito fácil de resumir. Um jogo algo confuso com as duas equipas a falharem no último terço. A Ucrânia mostrava mais querer e ambição (o facto de estar a jogar em casa pesa bastante). Yarmolenko era o espelho deste mesmo querer ao trabalhar bem no flanco direito. A equipa da casa mostrou-se muito rematadora. Certamente o técnico Oleg Blokhin deu ordens para que sempre que fosse possível, rematassem à baliza. E fê-lo bem porque quem não remata, não marca. E sendo eles teoricamente a equipa mais fraca à priori, só tinham a ganhar ao arriscar. Uma Ucrânia não dominadora, mas controladora nesta primeira metade.
Na segunda metade tudo mudou. Porquê? Porque o grandalhão Zlatan marcou cedo após passe de Kim Kallstrom (bom trabalho na esquerda). Os ucranianos levaram aquilo a que se chama um "balde de água fria". Mas como pessoas de leste que são, o balde de água fria não lhes assiste. Assim sendo, não baixaram os braços e o Mantorras ucraniano espetou duas batatas de cabeça em menos de 10 minutos. A primeira a bom passe de Yarmolenko e perante a apatia da defensiva sueca. A segunda num canto bem batido, com Shevchenko a aparecer para o desvio ao primeiro poste. O jogador sueco que estava a cobrir o primeiro poste ficou muito mal na fotografia. A Suécia estava em desvantagem totalmente por culpa sua. Até ao fim assistimos a um controlo da Ucrânia e a uma Suécia que não sabia como atacar. Só mais perto do fim é que apareceu Ibra. E deu mesmo a entender que a equipa queria que ele resolvesse as coisas lá à frente. E quando assim é, não costuma dar bom resultado. Ainda assim, o sueco mandou uma bujardona que Pyatov defendeu como pôde e ainda fez um passe magistral para Elmander, na cara do guarda-redes, falhar. Se calhar se ele olhasse para a baliza talvez acertasse nela...
Não foi um jogo formidável, mas sempre foi um jogo com uma equipa que deu tudo para ganhar. Este era o jogo da vida dos ucranianos e eles venceram-no. A entreajuda esteve bem eminente e foi um factor determinante na vitória. A Suécia deixou tudo às costas de Ibrahimovic e não deu resultado. Foi uma equipa sem ideias. De referir ainda que Ibrahimovic sofreu faltas sistemáticas e raramente eram marcadas. Porém, quando o jogador impunha o seu físico, era logo marcada falta. São assim os critérios de Cuneyt Cakir... É grande pode levar porrada.
A primeira parte é muito fácil de resumir. Um jogo algo confuso com as duas equipas a falharem no último terço. A Ucrânia mostrava mais querer e ambição (o facto de estar a jogar em casa pesa bastante). Yarmolenko era o espelho deste mesmo querer ao trabalhar bem no flanco direito. A equipa da casa mostrou-se muito rematadora. Certamente o técnico Oleg Blokhin deu ordens para que sempre que fosse possível, rematassem à baliza. E fê-lo bem porque quem não remata, não marca. E sendo eles teoricamente a equipa mais fraca à priori, só tinham a ganhar ao arriscar. Uma Ucrânia não dominadora, mas controladora nesta primeira metade.
Na segunda metade tudo mudou. Porquê? Porque o grandalhão Zlatan marcou cedo após passe de Kim Kallstrom (bom trabalho na esquerda). Os ucranianos levaram aquilo a que se chama um "balde de água fria". Mas como pessoas de leste que são, o balde de água fria não lhes assiste. Assim sendo, não baixaram os braços e o Mantorras ucraniano espetou duas batatas de cabeça em menos de 10 minutos. A primeira a bom passe de Yarmolenko e perante a apatia da defensiva sueca. A segunda num canto bem batido, com Shevchenko a aparecer para o desvio ao primeiro poste. O jogador sueco que estava a cobrir o primeiro poste ficou muito mal na fotografia. A Suécia estava em desvantagem totalmente por culpa sua. Até ao fim assistimos a um controlo da Ucrânia e a uma Suécia que não sabia como atacar. Só mais perto do fim é que apareceu Ibra. E deu mesmo a entender que a equipa queria que ele resolvesse as coisas lá à frente. E quando assim é, não costuma dar bom resultado. Ainda assim, o sueco mandou uma bujardona que Pyatov defendeu como pôde e ainda fez um passe magistral para Elmander, na cara do guarda-redes, falhar. Se calhar se ele olhasse para a baliza talvez acertasse nela...
Não foi um jogo formidável, mas sempre foi um jogo com uma equipa que deu tudo para ganhar. Este era o jogo da vida dos ucranianos e eles venceram-no. A entreajuda esteve bem eminente e foi um factor determinante na vitória. A Suécia deixou tudo às costas de Ibrahimovic e não deu resultado. Foi uma equipa sem ideias. De referir ainda que Ibrahimovic sofreu faltas sistemáticas e raramente eram marcadas. Porém, quando o jogador impunha o seu físico, era logo marcada falta. São assim os critérios de Cuneyt Cakir... É grande pode levar porrada.
Ucrânia: Pyatov; Gusev, Mikhalik, Khacheridi, Selin; Tymoshchuk, Konoplyanka (Devic), Yarmolenko, Nazarenko; Voronin (Rotan), Shevchenko (Milevskiy).
Suécia: Isaksson; Lustig, Mellberg, Granqvist, M.Olsson; Elm, Källström, S.Larsson (Wilhelmsson), Toivonen (Svensson); Ibrahimovic, Rosenberg (Elmander).
Golos: 0-1 52' Ibrahimovic; 1-1 55' Shevchenko; 2-1 61' Shevchenko.Destaques: Shevchenko, Yarmolenko, Konoplyanka, Gusev; Ibrahimovic.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Andriy Shevchenko.
MP. TM.