9 de junho de 2016

Euro 2016: Previsão Grupo E

Se Portugal ficar em 1.º lugar no Grupo F, será deste grupo que sairá o nosso adversário nos oitavos (2.º classificado E). Bélgica? Itália? Ou uma surpresa?
    Na fase de apuramento, Bélgica e Itália ficaram em primeiro lugar dos seus grupos, superiorizando-se em relação a País de Gales e Croácia respectivamente, enquanto que tanto a Suécia como a República da Irlanda precisaram do play-off para chegar a França - pelo caminho deixaram Dinamarca e Bósnia.
    O facto do Grupo arrancar com um Bélgica-Itália pode revelar-se bastante interessante. Embora acreditemos num empate nesse jogo, caso belgas ou italianos vençam - e caso haja um vencedor no Ibrahimovic-Irlanda - a vida pode ficar complicada para um dos favoritos. Seja como for, apostamos na Bélgica (selecção europeia melhor posicionada no Ranking FIFA, embora sem provas dadas nos grandes palcos e grandes momentos) em primeiro lugar, seguida da Itália (o que faria dos transalpinos nossos adversários nos oitavos), Suécia e finalmente Irlanda. A supremacia belga e italiana pode levar a que o 3.º classificado deste Grupo E tenha mais dificuldades em tornar-se um dos 4 melhores terceiros.
    É com bastante pena que vemos a Bélgica sem Lombaerts e principalmente sem Kompany, o que obrigará Wilmots a remendar a defesa, ficando até ao primeiro jogo a dúvida se manterá Alderweireld e Vertonghen como laterais ou se ganha juízo e aposta na dupla do Tottenham como centrais. A Itália de Conte é possivelmente a selecção cujo seleccionador cometeu mais injustiças - crente no seu 3-5-2, e a verdade é que nunca damos nada pela Itália e depois vemo-la a passar várias equipas de fininho, deixou de fora jogadores que mereciam ir a França como Bonaventura, Vázquez, Jorginho e Giovinco. Na Suécia, Zlatan Ibrahimovic (tem mais golos pela Suécia do que todos os colegas de equipa juntos) tem um peso muito significativo, e da Irlanda espera-se um grande público e uma equipa que até parece ter os jogadores certos para ser venenosa no contra-ataque. A Irlanda que é a selecção com a média de idades mais alta (29 anos e 297 dias) em prova.
    Fiquem então com a análise mais aprofundada deste quarteto de possíveis adversários de Portugal no primeiro jogo da fase a eliminar:

1. BÉLGICA 
(Previsão: Quartos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Thibaut Courtois (Chelsea), Simon Mignolet (Liverpool), Jean-François Gillet (Mechelen)
  • Defesas: Thomas Meunier (Club Brugge), Jan Vertonghen (Tottenham), Toby Alderweireld (Tottenham), Christian Kabasele (Gent), Thomas Vermaelen (Barcelona), Jason Denayer (Galatasaray), Laurent Ciman (Montreal Impact), Jordan Lukaku (Oostende)
  • Médios: Radja Nainggolan (Roma), Axel Witsel (Zenit), Marouane Fellaini (Manchester United), Moussa Dembélé (Tottenham)
  • Extremos: Dries Mertens (Nápoles), Kevin De Bruyne (Manchester City), Eden Hazard (Chelsea), Yannick Ferreira-Carrasco (Atlético Madrid)
  • Avançados: Romelu Lukaku (Everton), Divock Origi (Liverpool), Christian Benteke (Liverpool), Michy Batshuayi (Marselha)
Seleccionador: Marc Wilmots;
Baixas: Vincent Kompany, Nicolas Lombaerts

Equipa-Base (4-2-3-1): Courtois; Denayer, Alderweireld, Vertonghen, J. Lukaku; Nainggolan, Witsel; Mertens (Ferreira-Carrasco, Dembélé, Fellaini), De Bruyne, Hazard; Lukaku (Origi)
    Teste de fogo. É assim que este Euro-2016 deve ser encarado pela selecção belga. Depois da maturação - do ponto de vista individual e colectivo - este leque de jogadores belgas pode começar a ser levado a sério caso ganhe à Itália, e se se classificar em 1.º pode por exemplo apanhar a Croácia ou Turquia nos oitavos, e a Alemanha na fase seguinte.
    Quer Wilmots aposte em Alderweireld-Vertonghen nos corredores ou no centro, Denayer (se fizer um bom Euro, talvez Guardiola o mantenha no plantel) deve ter lugar no onze. Com a dupla do Tottenham no centro, Jordan Lukaku entra no 11, senão é Vermaelen quem é chamado a jogo. Outra das grandes questões desta Bélgica é perceber até que ponto é que Wilmots mantém o 4-2-3-1 que tem trabalhado durante a preparação: Nainggolan e Witsel têm lugar cativo, permitindo De Bruyne jogar em terrenos centrais, e sendo Mertens a explorar o corredor direito. Os diabos vermelhos podem ainda regressar ao seu 4-3-3 (Wilmots é ligeiramente alérgico a Dembélé, preferindo muitas vezes Fellaini, mas a época do médio do Tottenham foi surreal), e lá bem na frente Lukaku deve começar como titular, mas Wilmots gosta da pressão e maior mobilidade que Divock Origi garante.

Destaques Individuais (Previsão):
    O destino da Bélgica está nos pés de Kevin De Bruyne e Eden Hazard. O médio ofensivo/ extremo do Manchester City brilha insistentemente há 2 anos e ninguém duvida que irá surgir em grande, mantendo os seus números superiores aos de Hazard. O extremo do Chelsea, que recebeu a braçadeira de capitão de Kompany, deu sinais no final da temporada de estar a "aquecer" e o facto de regressar ao país que o viu nascer para o futebol pode ajudá-lo a explodir.
    Alerta pela necessidade de mostrar serviço, senão Origi assalta a titularidade, Romelu Lukaku pode ser sinónimo de golos, e será pelo menos a força da natureza que é sempre. Incrível olhar para De Bruyne, Hazard e Lukaku e verificar - 24, 25 e 23 anos. Cada vez menos jovens, mas ainda tão jovens.
    Se nos garantissem que Alderweireld irá jogar ao centro, aqui ele estaria, senão mais facilmente acreditamos numa boa surpresa chamada Denayer, e mais à frente acreditamos na importância do trio de médios - Radja Nainggolan, Axel Witsel e Moussa Dembélé. Se Wilmots os colocar aos 3 sempre, e não inventar ao lançar Fellaini (contra Suécia ou Irlanda até dá para jogar em 4-2-3-1, e trocar um deles por Mertens, de quem também esperamos bastante), a Bélgica pode ir longe, mesmo considerando as suas possíveis debilidades defensivas. Nainggolan foi a grande ausência, por opção, em 2014. Por fim, parece-nos que depois duma época menos conseguida, Thibaut Courtois pode brilhar na baliza e relembrar-nos porque é que há pouco tempo era considerado o futuro melhor guarda-redes do mundo.


2. ITÁLIA  
(Previsão: Oitavos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Gianluigi Buffon (Juventus), Salvatore Sirigu (PSG), Federico Marchetti (Lázio)
  • Defesas: Andrea Barzagli (Juventus), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Angelo Ogbonna (West Ham), Matteo Darmian (Manchester United), Mattia De Sciglio (AC Milan)
  • Médios: Daniele De Rossi (Roma), Alessandro Florenzi (Roma), Marco Parolo (Lázio), Thiago Motta (PSG), Stefano Sturaro (Juventus), Antonio Candreva (Lázio)
  • Extremos: Emanuele Giaccherini (Bologna), Federico Bernardeschi (Fiorentina), Stephan El Shaarawy (Roma), Lorenzo Insigne (Nápoles)
  • Avançados: Graziano Pellè (Southampton), Éder (Inter), Ciro Immobile (Torino), Simone Zaza (Juventus)
Seleccionador: Antonio Conte;
Baixas: Marco Verratti, Claudio Marchisio; Ausências: Giacomo Bonaventura, Sebastian Giovinco, Jorginho, Franco Vázquez, Gianluigi Donnarumma, Riccardo Saponara, Domenico Berardi, Leonardo Pavoletti

Equipa-Base (3-5-2): Buffon; Barzagli, Bonucci, Chiellini; Candreva, Florenzi, De Rossi, Motta, Darmian; Éder (Insigne, Zaza), Pellè
    Muita falta fazem Marchisio e Verratti. Fiel ao seu princípio de jogo e às suas ideias, Antonio Conte não abdica da estrutura de 3 centrais da Juventus, restando saber se jogará em 3-5-2 ou mais próximo dum 3-4-3. Quando se olha para o possível 11 transalpino, percebe-se imediatamente que em teoria será difícil marcar golos a esta Itália. Mas percebe-se também que será difícil esta Itália marcar golos.
    Com Candreva e Darmian apontados aos lugares de alas, é deles e de Florenzi que se esperam momentos de ousadia e risco, algo que pode faltar (Giovinco, Bonaventura, Vázquez ofereciam todos isso). De Rossi e Thiago Motta ajudam a proteger o castelo, e na frente mesmo que Conte comece o Euro com Pellè e Éder, o mais provável é o avançado do Inter perder o lugar para um "piolho" como Insigne ou para jogadores enérgicos como Zaza e El Shaarawy. Conte parece gostar bastante de Giaccherini, portanto não é de excluir a utilização do jogador do Bologna num eventual 3-4-3, esquema que aumentaria as hipóteses de Insigne ser titular.

Destaques Individuais (Previsão):
    A Itália de Alessandro Florenzi. Enquanto estiver em prova, é assim que antevemos esta selecção, com o médio da Roma, que jogou grande parte da época a lateral-direito, a poder revelar-se peça fulcral na interligação entre sectores e na capacidade de mexer com o jogo no corredor central (se não for ele, a Itália limitar-se-á ao jogo exterior com Darmian e Candreva a procurarem desequilibrar).
    O nosso raciocínio em relação aos restantes elementos é mais ou menos liniar - Antonio Candreva não sabe jogar mal, e será um dos poucos a fazer a muralha ir para a frente, Lorenzo Insigne depois da temporada incrível que realizou tem que ter minutos (parece "ter bicho" para Conte, embora de facto rendesse mais num 4-2-3-1 do que neste sistema), Graziano Pellè deve ser o goleador, Leonardo Bonucci o defesa do qual esperamos mais, e Matteo Darmian segue o mesmo raciocínio aplicado a Candreva.


3. SUÉCIA  

  • Guarda-Redes: Andreas Isaksson (Kasimpasa), Patrik Carlgren (AIK), Robin Olsen (Copenhaga)
  • Defesas: Mikael Lustig (Celtic), Andreas Granqvist (Krasnodar), Victor Lindelöf (Benfica), Ludwig Augustinsson (Copenhaga), Erik Johansson (Copenhaga), Pontus Jansson (Torino), Martin Olsson (Norwich)
  • Médios: Kim Källström (Grasshoppers), Oscar Hiljemark (Palermo), Oscar Lewicki (Malmö), Pontus Wernbloom (CSKA), Albin Ekdal (Hamburgo), Sebastian Larsson (Sunderland)
  • Extremos: Jimmy Druamz (Olympiacos), Erkan Zengin (Trabzonspor), Emil Forsberg (Leipzig)
  • Avançados: Zlatan Ibrahimovic (-), John Guidetti (Celta Vigo), Marcus Berg (Panathinaikos), Emir Kujovic (Norrköping)
Seleccionador: Erik Hamrén;


Equipa-Base (4-4-2): Isaksson; Lustig, Lindelöf, Granqvist, M. Olsson (Augustinsson); Källström, Lewicki (EkdalHiljemark, Wernbloom), Larsson (Durmaz), Forsberg; Berg (Guidetti), Ibrahimovic 
    É capaz de ser a selecção em relação à qual temos mais dúvidas na antevisão deste Euro-2016, no que diz respeito ao 11 inicial que apresentará Hamrén.
    A parte positiva é que a defesa parece estar decidida - Isaksson contará com Lustig, os centrais Lindelöf (seria injusto o jovem central dos encarnados perder o lugar para Johansson) e Granqvist, e o corredor esquerdo deve ser entregue a Martin Olsson, podendo o promissor Augustinsson intrometer-se. A partir daí, só nos atrevemos a escrever o nome de Zlatan como uma certeza. No corredor central Källström tem um estatuto diferente e poderá ter ao seu lado Lewicki, mesmo tendo Ekdal sido importante na qualificação e havendo Wernbloom e Hiljemark. Supondo que a Suécia se mantém fiel ao seu 4-4-2, Ibra terá ao seu lado Marcus Berg ou Guidetti, e as dúvidas voltam nos extremos - Sebastian Larsson e Forsberg parecem-nos ser as primeiras opções, mas concorrem com Durmaz e Zengin.

Destaques Individuais (Previsão):
    Aos 34 anos, Zlatan Ibrahimovic continua um dos melhores do mundo. Por isso mesmo, e estando a 3 golos do recorde de golos em europeus (Platini, com 9), Zlatan tem em França (país no qual tem brilhado todos os fins-de-semana) uma motivação extra, e é dele que se esperam os golos desta Suécia. O benfiquista Victor Lindelöf promete ser um dos destaques defensivos entre os jovens jogadores do torneio, podendo "vender-se" pela cláusula se mantiver o nível que apresentou em 2016 pelos encarnados. A frieza do iceman, um dos sub-21 com entrada neste onze, será essencial, e pela frente terá avançados como Lukaku, Pellè ou Long. Embora não seja apontado ao 11, parece-nos possível Oscar Lewicki reclamar para si a titularidade, ele que não deve continuar no Malmö por muito tempo.
    Finalmente, entre Durmaz, Guidetti/ Berg, etc., acreditamos no talento de Emil Forsberg, especialmente se for colocado no lado esquerdo do ataque, pela forma objectiva e simples como joga. Uma curiosidade: esta Suécia é a selecção mais alta da competição, seguida de Alemanha, Islândia, Áustria e Croácia.


4. REP. IRLANDA  

  • Guarda-Redes: Darren Randolph (West Ham), Shay Given (Stoke), Kieran Westwood (Sheffield Wednesday)
  • Defesas: Seamus Coleman (Everton), Cyrus Christie (Derby County), John O'Shea (Sunderland), Ciaran Clark (Aston Villa), Richard Keogh (Derby County), Shane Duffy (Blackburn), Stephen Ward (Burnley)
  • Médios: Glenn Whelan (Stoke), James McCarthy (Everton), Stephen Quinn (Reading), David Meyler (Hull City), Jeff Hendrick (Derby County), Wes Hoolahan (Norwich)
  • Extremos: Aiden McGeady (Everton), James McClean (West Brom), Robbie Brady (Norwich)
  • Avançados: Robbie Keane (LA Galaxy), Jon Walters (Stoke), Shane Long (Southampton), Daryl Murphy (Ipswich)
Seleccionador: Martin O'Neill;

Equipa-Base (4-3-1-2): Randolph; Coleman, O'Shea, Clark (Keogh), Brady; Whelan, McCarthy, Hendrick; Hoolahan; Walters, Long

    Não sendo ainda evidente como é que a Irlanda de Martin O'Neill vai jogar, parece-nos haver duas alternativas: um 4-4-2 que permita ter um jogador que estique o jogo sempre e acrescente vertigem como McGeady ou McClean, ou então este 4-3-1-2.
    Face aos 3 adversários, a 2.ª opção parece-nos mais inteligente. À frente de Randolph, o capitão O'Shea e Clark (ou Keogh) terão a companhia dos imparáveis Coleman e Brady, os principais responsáveis por transportar jogo da Irlanda. McCarthy e Whelan jogarão de certeza, mas vemos como fulcral a utilização também de Hendrick, dos 3 o mais interessante e ainda com muito potencial. Hoolahan tem uma qualidade técnica que mais ninguém tem nesta Irlanda e este sistema, com a largura dada em exclusivo pelos laterais, permitirá soltar o criativo nas costas de 2 avançados irrequietos e operários, Long e Walters.

Destaques Individuais (Previsão):
    Embora apresente um elenco bem superior à Irlanda do Norte, também diríamos que esta Irlanda ficará pelo último lugar do grupo, sendo uma das 8 selecções que "chumba" no acesso à fase seguinte. Se os irlandeses, que contarão com um público fervoroso e que, tal como todas as pequenas selecções, estarão determinados a seguir o exemplo do Leicester, marcarem golos, à partida Shane Long terá responsabilidade nisso (para os golos decisivos, chamem Walters). O avançado do Southampton é complicadíssimo de marcar, movimenta-se com inteligência, castiga os defesas com a sua velocidade e sabe surgir nas costas. Depois, e caso a Irlanda jogue de facto no 4-3-1-2, será determinante a profundidade que Seamus Coleman conseguir dar a partir do flanco direito, e a capacidade de "queimar" linhas que Jeff Hendrick tem no corredor central. Claro está que, quando Robbie Keane entrar em campo, surge a mística e a racionalidade deixa de imperar.




Posters ESPN - Euro 2016 - Grupo E

    
O Euro 2016 começa amanhã às 20 horas, mas antes disso poderão ler a nossa previsão para o grupo e trajecto de Portugal!

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