Série: The Big Bang Theory
Actor: Jim Parsons
por SWP
Sheldon Cooper é a personagem
central de “A Teoria do Big Bang”, genialmente interpretada por Jim Parsons, o
que lhe valeu já inúmeros prémios e nomeações nos últimos anos.
Curiosamente, a personagem ganhou este nome em
homenagem ao actor/ produtor Sheldon Leonard e ao Nobel da Física Leon Cooper.
Sheldon é um físico teórico em
Caltech (Pasadena, Califórnia), que veste habitualmente t-shirts de super
heróis sobre uma blusa de manga comprida, e tem como melhor amigo o companheiro
de casa e físico experimental Dr. Leonard Hofstadter (Johnny Galecki), e
secundariamente Howard Wolowitz (Simon Helberg) e Raj Koothrappali (Kunal
Nayyar). Considerado por muitos como o ser mais arrogante, frio, intolerante,
desagradável, antissocial e egocêntrico alguma vez visto, Sheldon foi (e talvez
ainda seja) uma criança prodígio com um QI acima da média, que faz questão de
realçar. Este complexo de superioridade leva-o frequentemente a desprezar
aqueles que considera inferiores, ou seja, todos. Quando questionado acerca do
seu estado mental, afirma sem qualquer dúvida “I’m not crazy. My mother had me
tested”.
Natural do Texas, Sheldon é filho
da entusiasta cristã Mary Cooper (Laurie Metcalf) e do falecido George Cooper,
e irmão de George e da gémea Missy Cooper (Courtney Henggeler), que acredita
ser a única pessoa no mundo com potencial para gerar outro ser superior, à sua
semelhança.
Obcecado pela rotina e por
padrões, Sheldon segue criteriosamente as actividades específicas de cada dia e
hora, tentando incutir nos outros as mesmas regras (absurdas!), através da
criação de contratos de companheiros de casa, contratos de amizade ou de
relacionamento, sempre em seu benefício, ou simplesmente vencendo-os pelo
cansaço. A roupa é lavada aos sábados às 20h15, e existem horas determinadas
para ir à casa-de-banho. Qualquer mudança é geradora de uma enorme angústia.
Algumas especulações levam-nos a
crer que esta personagem apresenta características da síndrome de Asperger (do
espectro do autismo) e do transtorno obsessivo compulsivo. É um seguidor nato de padrões, meticuloso e
cheio de manias, sendo uma das mais flagrantes aquela que revela quando bate à
porta de alguém, com um padrão de três batidas seguido do nome da pessoa que
está a interpelar: “knock knock knock Penny! knock knock knock Penny! knock
knock knock Penny!”. Para além disso, ai de quem ocupar o seu lugar no sofá –
dá origem a entrada directa na sua lista de inimigos mortais.
Nesta mistura quase perfeita
entre genialidade, arrogância e ingenuidade, este geek teimoso, é fã de figuras
de acção, banda desenhada, jogos de vídeo, do Professor Proton, de Stephen
Hawking, e do seu sempre presente quadro branco, onde anota teorias e equações superiores.
Ah, e claro… fã incondicional do Star Trek, o que o levou a criar, inclusive, o
seu próprio jogo de “pedra papel tesoura”, integrando Spock: “scissors cuts
paper, paper covers rock, rock crushes lizard, lizard poisons Spock, Spock
smashes scissors, scissors decapitates lizard, lizard eats paper, paper disproves
Spock, Spock vaporizes rock, and as it always has, rock crushes scissors”.
A par de uma enorme inteligência
racional, quando se trata de inteligência emocional, encontramos em Sheldon um
enorme ponto fraco (quase um “black hole”). Foge de qualquer forma de contacto
físico, não fosse ele sofrer de germofobia, tornando hilariantes as raras
aproximações físicas que faz. Infantil, socialmente inapto e inadaptado, este
ser-que-muitos-questionam-ser-um-robot, não entende as convenções sociais. Por
isso, aprende uma (talvez a única), que utiliza regularmente: quando alguém
está triste, a convenção social diz-lhe que deve oferecer uma bebida quente.
No fundo, talvez seja a
personagem mais pura da série, algo imaturo, com dificuldade em compreender o
sarcasmo, embora ele próprio use e abuse da ironia - “Bazinga” é a palavra de
ordem de Sheldon quando brinca. À semelhança de uma criança não sabe conduzir,
mentir ou guardar segredos, e os tiques faciais denuncionam-no facilmente
quando o tenta fazer. Refere-se carinhosamente à avó como Meemaw e ao avô como
Pop-Pop, sendo este último o motivo pelo qual Sheldon não gosta do Natal, pois
sempre pediu que o avô regressasse e tal nunca aconteceu.
Por fim, e apesar do número
limitado de amigos, Sheldon vai demonstrando no decorrer das temporadas uma
maior flexibilidade, aceitando Penny (Kaley Cuoco), Bernadette (Melissa Ivy
Rauch) e Amy (Mayim Bialik) como parte do seu grupo social, e até
esporadicamente, Stuart (Kevin Sussman), dono de uma loja de banda desenhada.
Apesar de o considerarem um ser assexuado, conhece a neurobióloga Amy Farrah
Fowler após os amigos Howard e Raj lhe terem criado um perfil num site de
encontros. Amy é a versão feminina de Sheldon, e vem a tornar-se sua namorada.
Os momentos a dois destas personagens fazem-nos soltar gargalhadas, pela falta
de jeito de ambos, a par da tentativa de fuga de Sheldon e tentativa de
aproximação de Amy, que culmina finalmente num beijo no episódio “The
Locomotive Manipulation”, em que o Dr. Cooper esquece por instantes a sua fobia
por germes e beija Amy enquanto se encontram no seu meio de transporte
favorito: o comboio.
E para nos despedirmos de
Sheldon, nada como finalizarmos com a sua música de eleição:
“Soft
kitty
Warm
kitty
Little
ball of fur
Happy
kitty
Sleepy
kitty
Purr
Purr Purr”
Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.