10 de junho de 2016

Barba no Euro: Os Nossos 23 (Alemanha)

Chegando ao fim da rubrica «Os Nossos 23» terminamos com a selecção campeã do mundo.
    A verdade é que, apesar de ser a campeã mundial em título, já fazem 20 anos desde a última vez que os germânicos (geração de Klinsmann e Sammer) não conquistam um título europeu. Já coleccionaram 3 europeus - 1972, 1980 e 1996 - deixando-se apanhar nas últimas duas edições pela Espanha.
    A qualificação alemã não foi um passeio na praia. De todo. Apesar de terem passado o grupo com alguma distinção, tiveram a perseguição da selecção da Polónia até ao fim. Uma luta pelo primeiro lugar que há uns anos não fazia sentido, e que traduz não só o crescimento da Polónia de Lewandowski como um certo relaxamento pós-Mundial da Mannschaft. Veremos se essa postura se prolonga para este torneio, sendo certo que na Hora H a Alemanha costuma mostrar-se psicologicamente forte e fria, mas terá que responder perante algumas indefinições no 11 inicial, motivadas pelas baixas de Reus e Gündogan. Uma das curiosidades no seu Grupo C é precisamente o facto da Alemanha reeditar o confronto da fase de qualificação com a Polónia.
    Entre baixas e mais baixas, acabámos por escolher os nossos 23 que - embora ainda sejam 4 diferenças para os escolhidos de Löw -, não fazem uma diferença muito grande em relação ao que será a campanha da campeã mundial.



A Convocatória


  • Guarda-Redes: Manuel Neuer (Bayern Munique), Bernd Leno (Bayer Leverkusen), Marc-André Ter Stegen (Barcelona)
  • Defesas: Emre Can (Liverpool), Shkodran Mustafi (Valência), Benedikt Höwedes (Schalke 04), Mats Hummels (Borussia Dortmund), Jérôme Boateng (Bayern Munique), Jonathan Tah (Bayer Leverkusen), Jonas Hector (Colónia)
  • Médios: Sami Khedira (Juventus), Julian Weigl (Borussia Dortmund), Toni Kroos (Real Madrid), Lars Stindl (Borussia Mönchengladbach), Mahmoud Dahoud (Borussia Mönchengladbach), Mesut Özil (Arsenal)
  • Extremos: Julian Draxler (Wolfsburgo), Karim Bellarabi (Bayer Leverkusen), Leroy Sané (Schalke 04), Julian Brandt (Bayer Leverkusen), André Schürrle (Wolfsburgo)
  • Avançados: Thomas Müller (Bayern Munique), Mario Gómez (Besiktas)
Lista de Contenção: Loris Karius (Liverpool), Matthias Ginter (Borussia Dortmund), Marcel Schmelzer (Borussia Dortmund), Joshua Kimmich (Bayern Munique), Gonzalo Castro (Borussia Dortmund), Mario Götze (Bayern Munique), Kevin Volland (Hoffenheim)


    Estamos perfeitamente de acordo com os 3 escolhidos por Löw. Embora Manuel Neuer tenha lugar cativo por ser um fora-de-série (difícil esquecer o nível que exibiu em 2014), os seus suplentes, Bernd Leno e Marc-André Ter Stegen, também dão garantias. Veja-se bem a qualidade que a Alemanha tem na posição: ficam de fora Karius, Trapp, Zieler, Horn, e a lista podia continuar.
    Na defesa, com o eterno capitão Lahm retirado, o técnico alemão tem que começar a reinventar a defesa alemã (mesmo que Lahm até tenha começado o último Mundial a médio). Assim sendo, com o regresso à forma de Emre Can e com a sua polivalência, o jogador do Liverpool tem que ser uma das opções. Já Jonas Hector foi uma das sensações da Bundesliga e nem aos olhos de Löw saiu indiferente. 
    Jérôme Boateng tem evoluído a olhos vistos. Se há uns anos atrás nos fazia duvidar, agora nem o nó de Messi (todos somos mortais perante Messi) nas meias-finais da Champions de 14/ 15 nos faz duvidar da sua grande qualidade, aperfeiçoando-se de ano para ano. Shkodran Mustafi e Benedikt Höwedes são outros nomes que conjugam a capacidade de fazer mais do que uma posição (ambos são centrais, mas Mustafi pode jogar na direita; enquanto Höwedes foi o lateral-esquerdo em 2014 e é uma das duas opções mais fortes para o corredor oposto desta vez) com o facto de terem qualidade suficiente para cumprir as exigências duma selecção alemã. Jonathan Tah é outra das revelações deste ano e merece por isso a confiança na convocatória, ele que é um Boateng mais novo e que já morava nos nossos 23 base, tendo Löw só optado por ele graças à ausência de Rüdiger. Por fim, como parece que todos os anos tem que haver um "roubo" do Bayern ao Dortmund, desta vez foi a vez do clube de Munique resgatar o capitão de Dortmund. Apesar de não ficar bem aos olhos do adepto mais fervoroso de futebol, é inequívoca a qualidade e a importância do regressado a casa Mats Hummels nesta Mannschaft. O futuro colega de equipa de Renato Sanches foi o melhor central do Mundial 2014, e deve falhar por lesão apenas o 1.º jogo da fase de grupos.
    Chegando aos médios, a nossa grande surpresa é a não inclusão de Götze. Mesmo sendo um jogador com tremendo potencial e o elemento que marcou o golo decisivo do Alemanha-Argentina em 2014, não contaríamos com ele tendo em conta o rendimento apresentado no clube (parece andar a passear em Munique sem se esforçar para ter um lugar na equipa) e a sua atitude algo relaxada, que não se adequa a uma grande competição como o Euro. Pelo que decidimos premiar jogadores que realizaram épocas de grande qualidade como o jovem Mahmoud Dahoud e o seu colega de equipa Lars Stindl, ambos do Borussia Mönchengladbach. Sami Khedira é um jogador sempre útil para ter numa equipa enquanto que Toni Kroos e Mesut Özil são duas das peças fundamentais desta Alemanha. Quem achamos que também pode ser bastante influente é Julian Weigl do Borussia Dortmund, um daqueles miúdos que tem pelo menos dez anos de futebol de ouro pela frente. E sim, aqui não há Schweinsteiger (perde-se a liderança, mas não era justo chamar o 7 alemão depois da época fraca que teve no United).
    A ausência de Marco Reus é um forte revés nas aspirações da Alemanha, contudo, há que confiar nos jovens valores que os germânicos têm vindo a desenvolver.  Acreditamos fortemente em Leroy SanéJulian Brandt, que esta época mostraram o que valem ao mais alto nível, e ainda confiamos nas já certezas Julian Draxler, Karim Bellarabi e André Schürrle.
    Na frente é muito simples. Não há assim tantos goleadores alemães que ganhem a herança de Miroslav Klose. Assim sendo, levaríamos Mario Gómez como opção mais posicional e Thomas Müller como avançado mais completo.


O Onze

    O nosso onze não fugirá muito ao que Löw estará a preparar. Aliás, até acreditamos que o seleccionador alemão comece com algumas peças diferentes mas que possa progressivamente (imaginando que a Alemanha terá por volta de 6 jogos em França) caminhar para este leque de jogadores.
    Neuer tem lugar cativo na baliza e será certamente um dos destaques dos germânicos uma vez que costuma subir o nível quando o grau de exigência está no pico máximo. Emre Can adaptado seria a melhor opção para a lateral direita (Löw opta por ele ou por Höwedes), enquanto que Jonas Hector merece a titularidade da lateral esquerda e poderá ser uma das revelações da competição, dando o "salto" do Colónia para um tubarão europeu. No eixo da defesa estará a futura dupla do Bayern Munique 2016/17 - Boateng e Hummels. Sem margem para dúvidas, uma das melhores duplas  que estará presente nesta competição.
    Logo à frente do quarteto defensivo, Toni Kroos é o maestro que comanda todas as operações da equipa. Löw deve confiar o lugar ao lado do médio do Real Madrid aos já maduros Khedira ou Schwinsteiger, mas para nós seria Julian Weigl. O médio do Dortmund é um diamante em bruto, dando à equipa a possibilidade de jogar a outro ritmo (faz muita diferença jogar ao 1.º toque) e podendo ser o complemento perfeito para o futebol de Kroos. Mais adiantado colocamos Özil, um dos poucos "10" de corpo e alma que o futebol ainda tem.
    A extremos, apesar de Bellarabi e Schürrle terem muita qualidade e serem elementos que connosco teriam certamente muitos minutos, é em Sané e em Draxler que confiaríamos para desequilibrarem. Tanto um como outro têm tudo para ser figuras da Alemanha nesta década, e acreditamos que na realidade Löw acabará por recorrer a eles para mudar o destino dos germânicos em alguns jogos.
    Na frente, um dos jogadores mais completos de todo o europeu - Thomas Müller. O alemão dispensa apresentações e é sinónimo de golo jogue em que posição jogar.



0 comentários:

Enviar um comentário