20 de janeiro de 2016

Crítica: Joy

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2016
Realizador: David O. Russell
Argumento: David O. Russell, Annie Mumolo 
Elenco: Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Robert De Niro, Édgar Ramírez, Diane Ladd, Isabella Rossellini, Elisabeth Röhm
Classificação IMDb: 6.6 | Metascore: 56 | RottenTomatoes: 60%
Classificação Barba Por Fazer: 63

    Desde o sucesso 'Silver Linings Playbook' (nomeado para 8 óscares, com Jennifer Lawrence a ganhar) que parece que David O. Russell insiste na mesma fórmula em busca de semelhante resultado. A musa Lawrence, o catalisador de JLaw, Bradley Cooper, e De Niro foram os 3 denominadores comuns a que O. Russell se agarrou em 2012, procurando baralhar o naipe utilizando praticamente as mesmas cartas em 2013 (American Hustle) e agora, com 'Joy'.
    O feitio problemático e desrespeitoso do realizador, capaz de humilhar qualquer um durante as gravações, deve também ser uma das razões que o limita a estes actores, com os quais se deve dar genuinamente bem. Jennifer Lawrence, sobretudo, quererá que esta parelha dure eternamente. O mesmo não pode ser dito em relação a George Clooney, Lily Tomlin, Christian Bale e Amy Adams (os últimos dois já fizeram o bis com O. Russell, mas Bale quase agrediu o realizador em 'American Hustle' para proteger Amy Adams).
    Antes de abordar o filme, interessa olhar para números: 'Silver Linings Playbook' 8 nomeações, 'American Hustle' 10 nomeações, 'Joy' uma nomeação. A colecção recente de David O. Russell representa 3 das 4 nomeações da carreira de Jennifer Lawrence, sempre nomeada em qualquer um dos três filmes, mas se as 8 nomeações de 'Silver Linings Playbook' eram justas, as 10 de 'American Hustle' eram um valor que em nada se adequava ao filme, decente sem dúvida mas que em anos mais lotados nem seria merecedor de grandes menções. E, com isto, chegámos a 'Joy', o pior dos três.
    'Joy' retrata de forma semi-biográfica a ascensão de Joy Mangano (Jennifer Lawrence), uma mulher divorciada, que vivia numa casa com os 2 filhos, a mãe, a avó e o ex-marido, e que inventou uma esfregona, miracle mop. A invenção viria a revelar-se um sucesso graças ao teleshopping, um mundo no qual lhe é dada uma oportunidade pelo executivo Neil Walker (Bradley Cooper). O filme, uma catadupa de obstáculos para uma mulher determinada e ambiciosa, acaba por ter pouco impacto no espectador. Desaponta inclusive, mesmo os maiores fãs de Jennifer Lawrence (o destaque do filme, incapaz de o salvar como um todo ainda assim), com personagens secundárias pouco desenvolvidas e uma realização/ argumento que não soube estar ao nível do potencial do filme e da qualidade dos actores envolvidos.
    Lawrence é uma força da natureza, sobre-valorizada para muitos com certeza, mas sofre com o facto de 'Joy' não conseguir ser globalmente o que por exemplo 'Erin Brockovich' foi no início do século.

    Aqui no BPF optamos por falar dos filmes que merecem ser falados por bons motivos. Mas costumamos abordar todos os filmes que contenham nomeados para as principais 6 categorias. Jennifer Lawrence está nomeada pela 4.ª vez em 6 anos, num ano que deve ser de Brie Larson mas no qual várias actrizes estiveram incríveis - Saoirse Ronan (Brooklyn), Cate Blanchett (Carol), Charlotte Rampling (45 Years) foram as restantes actrizes nomeadas, mas não nos podemos esquecer de Charlize Theron, Sarah Silverman, Emily Blunt e dos desempenhos menos mediáticos da novata Bel Powley (The Diary of a Teenage Girl) e de Olivia Wilde (Meadowland).

    É indiscutível que David O. Russell consegue tirar o melhor de Jennifer Lawrence, e temos todos que lhe estar gratos por isso, mas não há nada de mal em dizer que 'Joy' podia ter corrido melhor. Uma oportunidade para O. Russell se reinventar, enquanto que Jennifer Lawrence tem colaborações já agendadas com Steven Spielberg, Morten Tyldum e Darren Aronofsky nos próximos anos. A nova melhor amiga de Amy Schumer vai andar pela guerra, entrar num filme de ficção científica, mas a maior curiosidade é mesmo ver o que Aronofsky tem preparado para ela.

1 comentários:

  1. http://osfilmesdefredericodaniel.blogspot.pt/2016/02/joy.html

    "Joy": 4* - "Joy" conquistou-me acima de tudo pela sua simplicidade, pois a sua história é bastante simples. Cumprimentos, Frederico Daniel.

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