15 de janeiro de 2016

Balanço Liga NOS 15/ 16

Chegou a vez de fazermos um Balanço relativamente à nossa Liga NOS, após a meio da semana ter terminado a primeira volta em Portugal. Verdade seja dita, e depois de altas expectativas em relação a uma época escaldante, o que se tem visto é uma desvalorização ao longo do tempo por: 1) falta de competitividade, e 2) futebol que poucas vezes enche o olho. Sporting, Benfica e Porto continuam a liderar por larga margem em Portugal e continua a haver um valente fosso para os outros clubes (os negócios NOS e MEO só o vão aumentar). A diferença para os últimos anos é que há uma mudança na liderança da Liga.
    O Sporting começou a época com um título ganho ao eterno rival Benfica e a verdade é que o futebol apresentado melhorou substancialmente em comparação com os anos anteriores. Com Jorge Jesus no comando, a equipa de Alvalade ganhou cultura táctica e mentalidade vencedora, e tem sido a equipa mais consistente. A organização dá resultados e, mesmo em dias mais cinzentos, a sorte acaba por bafejar os leões. Mas uma sorte que só se alcança com trabalho, acreditando até ao fim, e com dedo do técnico leonino. Não acreditamos em obras do acaso.
    Depois dos leões, águias e dragões em igualdade pontual (40 pts). A má época encarnada não parece tão má quando nos apercebemos que, depois de dado como morto, o Benfica está a apenas 4 pontos do líder, e em 2.º lugar (sintoma do mau campeonato?). É ponto assente a má preparação da época na Luz - o tempo de adaptação às novas ideologias foi hipotecado por uma pré-época sem lógica, e Luís Filipe Vieira afirmou que Rui Vitória teria as mesmas armas que JJ, mas não cumpriu. Muito pelo contrário. Vitória começou a época com maus resultados e um futebol paupérrimo, e fica a ideia que a maioria dos pontos se deve à qualidade individual dos jogadores (Gaitán e Jonas resolvem) e não tanto a mérito do ex-Guimarães que, mesmo depois de um despiste alicerçado num conjunto de más decisões e condições, já deveria apresentar por esta altura uma equipa com fio de jogo e um futebol condizente com o clube. Atrás dos rivais lisboetas, Lopetegui seguiu com guia de marcha para Espanha, uma decisão de Pinto de Costa que só pecou por tardia. Com uma equipa de milhões (inferior ao Porto 2014/ 15, mas com muito potencial desperdiçado) e o plantel mais valioso da Liga NOS, o Porto tem apresentado um futebol pobre, com muita posse mas demasiado mastigado, incapaz de traduzir em campo os valores e a cultura azul-e-branca, e confiando nas individualidades para dar algum alento. O Sporting tem sido uma equipa, Benfica e Porto não tanto.

    Braga (os duelos da Taça e da Liga com o Sporting marcaram pela positiva os últimos meses, dando cor a um futebol cinzento) e Paços de Ferreira apresentam as propostas mais atractivas em termos de futebol extra-grandes, o Vitória de Setúbal e o Arouca têm surpreendido pela positiva; e, em sentido inverso, esperávamos mais do Belenenses, do Nacional e, escusado será dizer, de Benfica e Porto.
    Adrien, Slimani, João Mário, Gaitán, Jonas, Suk e Diogo Jota têm sido alguns dos destaques individuais, numa Liga que se deve manter a 3 até ao fim, e cujo rendimento até meados de Maio ajudará - no caso dos jogadores portugueses - Fernando Santos a tomar decisões em relação aos 23 para França. 


Algumas ideias/ notas:
- A liderança leonina é indiscutível. O Sporting apresenta a melhor defesa do campeonato (9 golos sofridos) e, embora seja apenas o 3.º melhor ataque, dissipou dúvidas ao vencer os rivais (2-0 frente ao Porto, e 3 vitórias contra o maior rival, entre as quais um 3-0 na Luz, olhando para todas as competições). A maior organização, a noção que todos os elementos sabem o seu papel em campo, e sobretudo a valorização do todo (em 2015/ 16 quase todos os jogadores dos leões parecem estar a jogar acima do habitual) reforçam o estatuto de líder. Será interessante ver até que ponto JJ conseguirá prolongar o bom momento do Sporting, segurando os leões no topo.. Ou será que a segunda volta será mais fraca e Jesus deixará escapar o título como outrora na Luz?

- A direcção do Porto reagiu a tempo ao mau desempenho de Lopetegui e quer relançar-se no campeonato com um novo técnico. Dependerá em quem recair a escolha. Se for uma solução de curto-prazo como Sérgio Conceição - apontado por alguma imprensa - temos dúvidas quanto ao seu sucesso no clube. Com AVB ou Leonardo Jardim a conversa seria outra. Importa não esquecer: o Porto tem o plantel mais valioso da Liga (mas não a melhor equipa), e tem muito por onde crescer. Acreditamos que lutará pelo título até ao fim;

- O Benfica é o melhor ataque em prova com 45 golos marcados (média de 2,6 por jogo). Dois terços desses golos foram marcados em casa, o que traduz o efeito Luz. Os encarnados têm "reforços" nas laterais (Semedo e Grimaldo), e Salvio prossegue a sua recuperação, portanto o futebol das águias deverá melhorar progressivamente. A equipa ainda apresenta algumas deficiências defensivas, mas estes últimos dois jogos mostraram algumas melhorias nesse sentido, mesmo que o processo ainda esteja mau no cômputo geral;

- Braga e Paços de Ferreira apontam baterias à Europa e face às restantes equipas da "sua" Liga têm uma grande vantagem - a qualidade do futebol apresentado. As equipas de Paulo Fonseca e Jorge Simão são um exemplo, combatendo com menos armas e incomparáveis condições financeiras. É de louvar;

- O Vitória de Setúbal tem sido um outsider na luta pela Europa, mas se Quim Machado mantiver o bom trabalho a equipa terá uma palavra a dizer. Resta saber que impacto terá o mercado de Janeiro nos sadinos: Suk já saiu, e elementos influentes como André Claro e Nuno Pinto têm mercado;

- O Rio Ave tem sido inconstante e, para alcançar um lugar europeu que tanto almeja, terá que se apresentar mais regular e não perder tantos pontos proibitivos. O facto do Vitória de Guimarães, durante largo período a um nível medíocre, terminar a primeira volta no 8.º lugar é outro indicador do nível fraco do nosso campeonato. Noutras ligas, seria muito mais difícil recuperar terreno;

- Acreditamos que os 2 clubes a descer sairão dos últimos quatro classificados actuais. Sendo que União e Académica têm vindo a mostrar algumas melhorias, terão que ser Boavista e Tondela a provar que estamos errados, escapando à despromoção. Curioso que ambos os clubes tomaram uma decisão, no nosso entender, errada, ao despedirem os seus treinadores. Tanto Petit como Vítor Paneira deveriam ter continuado nos respectivos clubes;

- Jonas segue isolado, com 18 golos em 17 jogos, na luta pela Bola de Prata, com Slimani (13) e Bruno Moreira (11) a fecharem o pódio. Nas assistências, Layún é rei, com 9 passes para golo;

- É refrescante ver diversos jovens valores a terem bastantes minutos ao mais alto nível. Diogo Jota e Renato Sanches são dois exemplos de uma extensa lista de talentos que crescem fim-de-semana após fim-de-semana: Iuri Medeiros, Rúben Neves, Léo Bonatini, André Moreira, Nélson Semedo, Gonçalo Guedes, Alexandre Silva, Miguel Silva, André Horta, Ivo Rodrigues, Rúben Semedo, Gelson Martins ou Leandro Silva traduzem uma tendência que se deve manter;

-  No "plantel" que apresentamos abaixo, lamentamos não conseguir incluir nomes como André Claro, Rafa, Zeegelaar, Vukcevic, Ricardo Ferreira e Corona. Curioso olhar para os laterais-esquerdos - há um ano atrás, no balanço da primeira volta de 2014/ 15 Adama Traoré era o único destaque na posição, desta vez Layún e Jefferson têm sido as referências numa posição na qual Hélder Lopes, Marcelo Goiano e Nuno Pinto também têm estado em grande plano.


O melhor plantel da Liga NOS 2015/ 16 até agora

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