Realizador: Alejandro González Iñárritu
Argumento: Mark L. Smith, Alejandro González Iñárritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domnhall Gleeson, Will Poulter, Paul Anderson, Forrest Goodluck
Classificação IMDb: 8.0 | Metascore: 76 | RottenTomatoes: 81%
Classificação Barba Por Fazer: 82
Pois é, tudo aponta para que seja desta que Leonardo DiCaprio leva uma figura humana em ouro para casa. O projecto 'The Revenant' - baseado no livro que Michael Punke escreveu em 2002, embora a história de Hugh Glass já tivesse sido contada no filme 'Man in the Wilderness' (1971) - começou por ter como realizador e protagonista a dupla Park-Chan wook/ Samuel L. Jackson, depois passou a estar ligado a John Hillcoat/ Christian Bale, e finalmente em Abril do ano passado chegou ao formato final Iñárritu/ DiCaprio.
A história não tem muito de complexo e é inclusive uma das histórias/ lendas clássicas de sobrevivência americanas. Numa expedição de 1823, o explorador e caçador de peles Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), isolado do seu grupo, é violentamente atacado por um urso, ficando gravemente ferido e às portas da morte. Os membros da expedição, liderada por Andrew Henry (Domnhall Gleeson) e incluindo nomeadamente o criminoso John Fitzgerald (Tom Hardy) e o jovem Jim Bridger (Will Poulter), tratam os ferimentos de Glass e, compreendendo que carregá-lo atrasaria os objectivos da expedição, o líder Henry ordena que Fitzgerald e Bridger, acompanhados pelo filho de Glass, um nativo-americano (Forrest Goodluck), permaneçam com ele até à sua morte, garantindo-lhe um funeral digno. No entanto, o manipulador e ganancioso John Fitzgerald mata o filho de Glass, e persuade Bridger a abandonar Glass, dando início a uma longa e sôfrega jornada de sobrevivência e vingança deste.
Visualmente falando, não encontrarão este ano um filme tão bonito como 'The Revenant'. Cingindo a análise apenas em relação à Fotografia de Emmanuel Lubezki e à Realização de Alejandro González Iñárritu (óscar de Melhor Realizador em 2015 com 'Birdman'), todos os elogios são poucos. Mais especial se torna a experiência sabendo que foi usada luz natural na filmagem, algo que se reflecte na beleza e naturalidade dos planos. Sobre Lubezki basta dizer o seguinte: vem de 2 óscares consecutivos de Melhor Fotografia - 'Gravity' e 'Birdman' - mas este é o seu melhor trabalho. Em relação a Iñárritu, desta vez não nos brindou com uma sátira filmada como se fosse uma só cena contínua, mas oferece-nos uma obra-prima visual, forte tecnicamente, mas à qual falta algo para a tornar épica. Alma ou história, porventura, que lhe dê outra dimensão.
Ainda assim, a cena de DiCaprio com o urso é absolutamente incrível! Completamente credível e capaz de nos fazer sentir estar lá (o detalhe do bafejar para a câmara é qualquer coisa). Entre vários pormenores, essa cena e aquele final que nos transporta à sua maneira para o confronto de Daniel e Eli em 'There Will Be Blood', são mais do que suficientes para Iñárritu reforçar a ideia de que pertence à nata dos melhores realizadores da actualidade.
Mas 'The Revenant' não se limita a ser visualmente apelativo. O que era difícil tendo Leonardo DiCaprio e Tom Hardy nos principais papéis. Este não é o melhor papel de DiCaprio, mas é de longe o que exigiu mais do actor em termos físicos, uma ideia que o próprio actor já admitiu. Tudo parece estar a compor-se para que Leo ganhe o seu primeiro óscar, num filme em que fala pouco mas transmite muito. Sofre, exaspera em agonia, mas luta e até se esconde dentro de um animal. Não deixa de ser curioso comparar DiCaprio e Fassbender, dois dos mais fortes desempenhos do ano, um a dizer tão pouco e o outro numa explosão de palavras à la Sorkin.
Depois, Tom Hardy. Como John Fitzgerald o actor britânico de 38 anos tem que ser nomeado para melhor actor secundário. Hardy nunca o foi, e compete numa categoria na qual é muito difícil acertar no lote de 5 nomeados, mas basta dizer que nas cenas que têm em simultâneo DiCaprio e Hardy (já tinham trabalhado juntos em 'Inception'), darão por vocês inconscientemente de olhos postos em Hardy, por ser ele o íman de energia da cena. E já agora, faz sentido deixar uma nota sobre Domnhall Gleeson, apenas por parecer omnipresente em 2015 - figura no novo 'Star Wars', apareceu em 'Ex Machina,' em 'Brooklyn' e também neste.
Do que já vimos, 2015 parece ser um ano com muitos filmes Bons, mas com poucos filmes Muito Bons.
Nos Óscares, 'The Revenant' pode facilmente chegar a um total de 7-9 nomeações. A Academia gosta de Iñárritu e o mundo quer que DiCaprio ganhe finalmente. Se merece? A seu tempo nos pronunciaremos.
Visualmente falando, não encontrarão este ano um filme tão bonito como 'The Revenant'. Cingindo a análise apenas em relação à Fotografia de Emmanuel Lubezki e à Realização de Alejandro González Iñárritu (óscar de Melhor Realizador em 2015 com 'Birdman'), todos os elogios são poucos. Mais especial se torna a experiência sabendo que foi usada luz natural na filmagem, algo que se reflecte na beleza e naturalidade dos planos. Sobre Lubezki basta dizer o seguinte: vem de 2 óscares consecutivos de Melhor Fotografia - 'Gravity' e 'Birdman' - mas este é o seu melhor trabalho. Em relação a Iñárritu, desta vez não nos brindou com uma sátira filmada como se fosse uma só cena contínua, mas oferece-nos uma obra-prima visual, forte tecnicamente, mas à qual falta algo para a tornar épica. Alma ou história, porventura, que lhe dê outra dimensão.
Ainda assim, a cena de DiCaprio com o urso é absolutamente incrível! Completamente credível e capaz de nos fazer sentir estar lá (o detalhe do bafejar para a câmara é qualquer coisa). Entre vários pormenores, essa cena e aquele final que nos transporta à sua maneira para o confronto de Daniel e Eli em 'There Will Be Blood', são mais do que suficientes para Iñárritu reforçar a ideia de que pertence à nata dos melhores realizadores da actualidade.
Mas 'The Revenant' não se limita a ser visualmente apelativo. O que era difícil tendo Leonardo DiCaprio e Tom Hardy nos principais papéis. Este não é o melhor papel de DiCaprio, mas é de longe o que exigiu mais do actor em termos físicos, uma ideia que o próprio actor já admitiu. Tudo parece estar a compor-se para que Leo ganhe o seu primeiro óscar, num filme em que fala pouco mas transmite muito. Sofre, exaspera em agonia, mas luta e até se esconde dentro de um animal. Não deixa de ser curioso comparar DiCaprio e Fassbender, dois dos mais fortes desempenhos do ano, um a dizer tão pouco e o outro numa explosão de palavras à la Sorkin.
Depois, Tom Hardy. Como John Fitzgerald o actor britânico de 38 anos tem que ser nomeado para melhor actor secundário. Hardy nunca o foi, e compete numa categoria na qual é muito difícil acertar no lote de 5 nomeados, mas basta dizer que nas cenas que têm em simultâneo DiCaprio e Hardy (já tinham trabalhado juntos em 'Inception'), darão por vocês inconscientemente de olhos postos em Hardy, por ser ele o íman de energia da cena. E já agora, faz sentido deixar uma nota sobre Domnhall Gleeson, apenas por parecer omnipresente em 2015 - figura no novo 'Star Wars', apareceu em 'Ex Machina,' em 'Brooklyn' e também neste.
Do que já vimos, 2015 parece ser um ano com muitos filmes Bons, mas com poucos filmes Muito Bons.
Nos Óscares, 'The Revenant' pode facilmente chegar a um total de 7-9 nomeações. A Academia gosta de Iñárritu e o mundo quer que DiCaprio ganhe finalmente. Se merece? A seu tempo nos pronunciaremos.