Glenn Kessler, Todd A. Kessler, Daniel Zelman
Elenco
Kyle Chandler, Ben Mendelsohn, Linda Cardellini, Norbert Leo Butz, Sissy Spacek, Chloë Sevigny, Sam Shepard
Canal: Netflix
Classificação IMDb: 8.2 | Metascore: 75 | RottenTomatoes: 80%
Classificação Barba Por Fazer: 78
- Abaixo podem encontrar Spoilers -
A História:
Depois de 'House of Cards' e 'Orange is the New Black' (há quem a considere Comédia), 'Bloodline' é o novo tesourinho dramático e original da Netflix. Para quem conhece 'How to Get Away with Murder', peguem no mesmo ponto de partida - um crime inicial que nos é relatado, embora se torne depois um ponto de chegada da narrativa - e acrescentem-lhe um tom mais negro, as relações entre as personagens trabalhadas de uma forma mais intensa e melhores interpretações por parte do elenco.
'Bloodline' é um drama puro que explora a noção de família melhor do que a esmagadora maioria das séries. Sob o mote We're not bad people, but we did a bad thing, a série foca-se na família Rayburn e no seu passado por resolver. Os Rayburn têm uma unidade hoteleira nas paradisíacas Florida Keys e tudo está bem: os pais Sally e Robert e os filhos John (Kyle Chandler), o xerife local, Meg (Linda Cardellini) e Kevin (Norbert Leo Butz) vivem pacatamente até à chegada do filho/ irmão mais velho, Danny (Ben Mendelsohn), a "ovelha negra" da família que transporta consigo um passado irreparável e que, sempre errático, é claramente o mais perturbado e menos estável dos Rayburn.
Ao longo de uma temporada fragmentada em 13 partes (demora a "aquecer" um pouco nos primeiros episódios), os criadores de 'Bloodline' dão-nos a conhecer o passado da família em flashbacks (bem escolhidos os actores jovens) e a história desenrola-se de uma forma contagiante e intrigante que nos agarra cedo e que "explode" nos episódios finais. Alguns diálogos serão morosos e exigentes para um tipo de espectadores habituados a séries mais suaves e fáceis de mastigar, mas a Netflix tem em 'Bloodline' uma família rica em conteúdo e cujas aparências iludem, e captando a essência da dinâmica familiar e dos laços entre as várias personagens como poucas séries conseguem. Sem filtros, estamos perante um drama familiar cujas camadas vamos desvendando à medida que os episódios passam e a série convida-nos a escolher um lado, para além de mostrar as rivalidades e as palavras silenciosas que caracterizam muitas famílias.
Para uma fracção da audiência um dos motivos atractivos de 'Bloodline' era o regresso de Kyle Chandler (outrora em 'Friday Night Lights') ao panorama televisivo, mas é o irmão mais velho, interpretado por Ben Mendelsohn, que torna a série e esta 1.ª temporada especiais. Basicamente, enquanto que John, xerife na comunidade mas também de certo modo na família, procura sempre ser o ponto de equilíbrio dos Rayburn, Danny é quem agita as coisas e traz à tona mentiras e sentimentos de culpa reprimidos.
Com drogas, crime e uma escrita de excelência combinada com um elenco bem escolhido, 'Bloodline' não vos vai sair da cabeça, embora seja - neste caso específico e dadas algumas variáveis - bastante difícil que a próxima temporada seja superior a esta.
'Bloodline' é um drama puro que explora a noção de família melhor do que a esmagadora maioria das séries. Sob o mote We're not bad people, but we did a bad thing, a série foca-se na família Rayburn e no seu passado por resolver. Os Rayburn têm uma unidade hoteleira nas paradisíacas Florida Keys e tudo está bem: os pais Sally e Robert e os filhos John (Kyle Chandler), o xerife local, Meg (Linda Cardellini) e Kevin (Norbert Leo Butz) vivem pacatamente até à chegada do filho/ irmão mais velho, Danny (Ben Mendelsohn), a "ovelha negra" da família que transporta consigo um passado irreparável e que, sempre errático, é claramente o mais perturbado e menos estável dos Rayburn.
Ao longo de uma temporada fragmentada em 13 partes (demora a "aquecer" um pouco nos primeiros episódios), os criadores de 'Bloodline' dão-nos a conhecer o passado da família em flashbacks (bem escolhidos os actores jovens) e a história desenrola-se de uma forma contagiante e intrigante que nos agarra cedo e que "explode" nos episódios finais. Alguns diálogos serão morosos e exigentes para um tipo de espectadores habituados a séries mais suaves e fáceis de mastigar, mas a Netflix tem em 'Bloodline' uma família rica em conteúdo e cujas aparências iludem, e captando a essência da dinâmica familiar e dos laços entre as várias personagens como poucas séries conseguem. Sem filtros, estamos perante um drama familiar cujas camadas vamos desvendando à medida que os episódios passam e a série convida-nos a escolher um lado, para além de mostrar as rivalidades e as palavras silenciosas que caracterizam muitas famílias.
Para uma fracção da audiência um dos motivos atractivos de 'Bloodline' era o regresso de Kyle Chandler (outrora em 'Friday Night Lights') ao panorama televisivo, mas é o irmão mais velho, interpretado por Ben Mendelsohn, que torna a série e esta 1.ª temporada especiais. Basicamente, enquanto que John, xerife na comunidade mas também de certo modo na família, procura sempre ser o ponto de equilíbrio dos Rayburn, Danny é quem agita as coisas e traz à tona mentiras e sentimentos de culpa reprimidos.
Com drogas, crime e uma escrita de excelência combinada com um elenco bem escolhido, 'Bloodline' não vos vai sair da cabeça, embora seja - neste caso específico e dadas algumas variáveis - bastante difícil que a próxima temporada seja superior a esta.
A Personagem: Danny Rayburn (Ben Mendelsohn).
Que actor! Ben Mendelsohn, embora já com 46 anos, tem que ter o merecido crédito (nomeações e melhores papéis para filmes/ séries no futuro) depois de nos dar este Danny. A "ovelha negra" da família Rayburn é basicamente o maior motivo de interesse, para além de um conceito inteligente, bem escrito e bem trabalhado. Danny é aquela personagem que erra e erra mas que nos capta a atenção desde bem cedo, desejando que faça as escolhas certas ou que o compreendam. É aliás uma montanha russa autêntica - rouba ao restante elenco todas as cenas nas quais entra e alterna entre estados de vulnerabilidade com momentos em que até temos medo do que ele possa fazer. Claramente a personagem-chave da 1.ª temporada, e um clássico caso de amor/ ódio.
O Episódio: 12 'Part 12'.
É verdade que é na 13.ª parte que todas as peças do puzzle ganham sentido, mas - principalmente para quem venere Danny Rayburn - o penúltimo episódio da temporada é o grande destaque. Há duas cenas que fazem o episódio, primeiro na confissão com todos à mesa (aquele grito de Danny a meio da sua exposição..) e finalmente à beira-mar com a relação entre John e Danny a ser levada ao limite.
O Futuro:
É tão raro uma temporada terminar, ser extraordinária, mas um "pequeno" factor fazer-nos duvidar da capacidade da segunda temporada manter o nível. A lógica impõe, tal como em 'How to Get Away with Murder' que na 2.ª temporada o objectivo seja manter o crime oculto. Apurar o que sabe Lenny Potts e a importância do jovem introduzido no fim do episódio 13 são duas das coisas em aberto, numa 2.ª temporada que pode não corresponder ao valor da 1.ª, mas devemos dar o benefício da dúvida a quem conseguiu brilhantemente criar 'Bloodline'.