Filme: Whiplash
Actor: J. K. Simmonspor Miguel Pontares
Quando um mentor é um terror, mas também um professor motivador. Quando um maestro é assustador. É aí que temos Terrence Fletcher.
A personagem mais recente que consta nestas 100 foi salva por um preciosismo - considerámos personagens de filmes lançados até Novembro de 2014 e 'Whiplash' foi lançado em Outubro do ano passado nos EUA.
A celebrar meia aventura nesta rubrica temos um extremista no seu método, perfeccionista como ninguém, com uma brilhante (?) e visceral capacidade de ser ao mesmo tempo fonte de inspiração e fonte de medo.
'Whiplash' foi um dos grandes filmes dos últimos anos e embora magnificamente conduzido por detrás da câmara pelo jovem realizador Damien Chazelle, nada funcionaria de forma igual sem o monstruoso Fletcher. Para quem já não se recorda, Andrew Neiman (Miles Teller), um jovem baterista de jazz, torna-se aluno de Terrence Fletcher e a relação professor/ aprendiz desenvolve-se repleta de manipulação emocional, com coação e violência em busca do ritmo certo.
Não há elogios suficientes para a interpretação de J.K. Simmons. Ok, vendo bem, talvez o óscar de melhor actor secundário tenha sido um elogio mais ou menos suficiente, afinal. Neste Terrence Fletcher há muita coisa extraordinária: tem uma capacidade quase cínica de alternar momentos de calma e descontracção com episódios em que faz voar uma cadeira ou expulsa um aluno da banda por não saber se estava desafinado ou não; impressiona basicamente pela forma como nos faz uma festinha na cara antes de nos pregar uma valente estalada (em mais do que 1 momento faz os seus instruendos baixarem a guarda antes de os humilhar e fazer transpirar até ao limite).
Como tantas outras boas personagens, Fletcher tem deixas difíceis de esquecer como 'Not quite my tempo' ou 'Are you rushing or Are you dragging?'.
Mas, entre tudo, o pormenor mais delicioso é o facto de - graças à conversa que Fletcher tem com Neiman num bar e atendendo depois ao final perfeito que Chazelle dá ao filme - ficarmos na dúvida se ele está ou não certo. Nos motivos e objectivos sim, nos meios e método certamente que não. Mas pelo menos faz-nos pensar a sua visão sobre o corrosivo e castrador "Bom trabalho!", na procura de um génio musical como Louis Armstrong ou Charlie Parker.
A personagem mais recente que consta nestas 100 foi salva por um preciosismo - considerámos personagens de filmes lançados até Novembro de 2014 e 'Whiplash' foi lançado em Outubro do ano passado nos EUA.
A celebrar meia aventura nesta rubrica temos um extremista no seu método, perfeccionista como ninguém, com uma brilhante (?) e visceral capacidade de ser ao mesmo tempo fonte de inspiração e fonte de medo.
'Whiplash' foi um dos grandes filmes dos últimos anos e embora magnificamente conduzido por detrás da câmara pelo jovem realizador Damien Chazelle, nada funcionaria de forma igual sem o monstruoso Fletcher. Para quem já não se recorda, Andrew Neiman (Miles Teller), um jovem baterista de jazz, torna-se aluno de Terrence Fletcher e a relação professor/ aprendiz desenvolve-se repleta de manipulação emocional, com coação e violência em busca do ritmo certo.
Não há elogios suficientes para a interpretação de J.K. Simmons. Ok, vendo bem, talvez o óscar de melhor actor secundário tenha sido um elogio mais ou menos suficiente, afinal. Neste Terrence Fletcher há muita coisa extraordinária: tem uma capacidade quase cínica de alternar momentos de calma e descontracção com episódios em que faz voar uma cadeira ou expulsa um aluno da banda por não saber se estava desafinado ou não; impressiona basicamente pela forma como nos faz uma festinha na cara antes de nos pregar uma valente estalada (em mais do que 1 momento faz os seus instruendos baixarem a guarda antes de os humilhar e fazer transpirar até ao limite).
Como tantas outras boas personagens, Fletcher tem deixas difíceis de esquecer como 'Not quite my tempo' ou 'Are you rushing or Are you dragging?'.
Mas, entre tudo, o pormenor mais delicioso é o facto de - graças à conversa que Fletcher tem com Neiman num bar e atendendo depois ao final perfeito que Chazelle dá ao filme - ficarmos na dúvida se ele está ou não certo. Nos motivos e objectivos sim, nos meios e método certamente que não. Mas pelo menos faz-nos pensar a sua visão sobre o corrosivo e castrador "Bom trabalho!", na procura de um génio musical como Louis Armstrong ou Charlie Parker.
Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.
