Belenenses 0 - 2 Benfica (Jonas 6', 60')
Hoje no Restelo não foram de todo favas contadas. Grande atitude da equipa comandada por Jorge Simão a pressionar fortemente o líder do campeonato não o deixando sair a jogar. Todavia, do outro lado havia Jonas. E este voltou a decidir com uma classe e calma fora do normal.
Os Belenenses não contaram com Rui Fonte e Miguel Rosa por opção e lesão, respectivamente. A razão deve-se pelos mesmos ainda estarem ligados ao Benfica. Rui Fonte encontra-se emprestado pelo clube da Luz, enquanto que Miguel Rosa encontra-se vendido ao clube da capital, mas com o Benfica a continuar a ter privilégios sob o passe do jogador (embora como referimos atrás, a razão comunicada tenha sido a lesão do jogador). Uma política defendida pelos azuis do Restelo e que já fez correr muita tinta pela imprensa. Dálcio e Pelé (supostamente adquiridos pelo Benfica) jogaram de início. Do lado das águias, Salvio foi baixa de última hora por lesão muscular pelo que jogou Ola John no seu lugar. André Almeida deu lugar ao castigado Maxi Pereira.
Desde cedo que se notou uma intensidade muito grande no jogo quer dum lado, quer do outro. Uma intensidade que deu consequência a um jogo confuso, atabalhoado. E cedo surgiu o golo do Benfica, como tem sido imagem de marca. Pelé atrasou mal o esférico obrigando Ventura a sair-se da baliza e evitar que Lima ficasse isolado. Contudo, o corte foi parar aos pés de Jonas que com toda a calma tirou um adversário da frente e rematou para golo. Um tento muito idêntico ao que marcou frente ao Arouca. Se pensavam que o Belenenses viria abaixo com o golo madrugador, enganem-se. Com um jogo assumidamente ofensivo, com uma pressão alta, encostou o Benfica às cordas e era através de Carlos Martins com os seus remates de meia distância e na velocidade de Dálcio e Sturgeon que tentavam fazer frente a uma defesa impenetrável do Benfica (embora tenham havido algumas desconcentrações no eixo da mesma). Apesar do esforço colectivo da equipa da casa, só Carlos Martins conseguiu criar perigo num livre directo que culminou numa grande defesa de Júlio César.
A segunda parte começou com um ritmo mais calmo que o da primeira... Mas começou da mesma maneira - com um golo cedo. Duas oportunidades, dois golos de Jonas. Gaitán a trabalhar bem na esquerda e a cruzar para Jonas. O brasileiro recebeu de peito e rematou forte fora do alcance de Ventura. É incrível esta fusão de classe com instinto matador de Jonas. O camisola 17 das águias já soma 16 golos na liga e parte para o clássico com o Porto com apenas menos um que Jackson Martinez. De ainda frisar - como curiosidade - que o brasileiro tem 16 tentos em apenas 22 jogos enquanto que o colombiano necessitou de 25 para fazer os seus 17. Com dois golos de vantagem, o Belenenses acabou por perder gás, mas Carlos Martins continuava a sua tentativa de mostrar a Jesus que ainda merecia estar entre as opções encarnadas. O médio usava e abusava da meia distância, enquanto que Dálcio tentava desequilibrar no corredor direito - sem sucesso. Com o jogo controlado, Jorge Jesus foi retirando as suas estrelas que não poderiam ver amarelo (Samaris e Jonas) correndo o risco de não jogar contra o Porto. O jogo decisivo já está aí à porta e era inevitável que o treinador das águias não quisesse correr riscos. Ao cair do pano, Dálcio ainda obrigou Júlio César a uma defesa memorável... Filipe Ferreira assistiu e Dálcio desviou um cima do golo para uma defesa fantástica do internacional brasileiro.
Não foi um jogo fácil, muito pelo contrário. O Benfica sofreu na pele a estratégia ousada de Jorge Simão e por vários momentos teve sob pressão. Contudo, duas oportunidades de Jonas deram dois golos ao Benfica e assim os 3 pontos que necessitavam para ir a jogo com o rival Porto sem uma pressão extra. O Porto tem ainda o jogo contra o Bayern a meio da semana e o resultado do mesmo pode condicionar os jogadores portistas quer física, quer mentalmente.
Quem levará a melhor no grande clássico?
Barba Por Fazer do Jogo: Jonas (Benfica)
Outros Destaques: Carlos Martins, Sturgeon, Dálcio; Gaitán, Jardel, Samaris.