8 de junho de 2021

Euro 2020: Previsão Grupo D

Cada dia mais perto do arranque do Euro 2020 (disputado em 2021), prosseguimos a nossa análise detalhada a cada um dos grupos da competição. Pretendemos realizar uma sumária retrospectiva do apuramento de cada selecção, identificando forças e fraquezas, esquematizando como deve jogar cada equipa, até que fase imaginamos que chegue e que jogadores devem ser tidos em conta.

    Neste torneio disputado em 11 cidades diferentes (Londres, Roma, Sevilha, Munique, Amesterdão, Glasgow, Copenhaga, Budapeste, Bucareste, São Petersburgo e Baku) espalhadas por toda a Europa, no Grupo D o "factor casa" pertence à Inglaterra e à Escócia, com os comandados de Gareth Southgate a disputarem os seus 3 jogos em Wembley, Londres, e a 2.ª jornada a representar a única vez que a Escócia jogará fora de Glasgow na fase de grupos.

    O Grupo D promete ser um dos mais engraçados de acompanhar neste Euro 2020, parecendo uma mini-Premier League. Junta a vice-campeã do mundo Croácia a uma Inglaterra com uma geração de sonho e que poderá ter presente a motivação de poder disputar quase toda a competição em Londres: os 3 jogos da fase de grupos estão garantidos, mas o 1.º classificado deste Grupo D joga os oitavos em Wembley e visto que as meias-finais e a final serão jogadas também na catedral do futebol britânico, apenas os quartos representariam uma deslocação, neste cenário idealizado pelos adeptos ingleses.
    A Inglaterra está bem. Realizou um apuramento quase sem sobressaltos (curiosamente, a única derrota foi com a República Checa, que reencontra agora neste Grupo D, sem esquecer aquele frenético e sofrido 5-3 contra o Kosovo) e na Liga das Nações conseguiu ganhar um dos jogos à Bélgica, vacilando perante a Dinamarca (empate e derrota). Com o segundo plantel mais jovem da competição - média de idades de 24,81, apenas batido pela Turquia - Southgate tem muitas opções e óptimas dores de cabeça, conseguindo ter em simultâneo o seu melhor jogador (Harry Kane) no apogeu da sua carreira e vários craques como Foden, Mount e Grealish a estrearem-se numa fase final.

    O estatuto de vice-campeã do mundo da Croácia não pode ser ignorado, até porque a espinha dorsal mantém-se quase inalterada, Zlatko Dalic continua como seleccionador e Rakitic, Mandzukic, Subasic e Corluka são os únicos nomes sonantes que já não integram esta fornada, embora quase todos bem substituídos. Os croatas realizaram um apuramento tranquilo, num grupo algo fraco, desiludindo na Liga A da Liga das Nações, somando apenas 3 pontos (1 vitória e 5 derrotas) na companhia de França, Portugal e Suécia.
    Além dos favoritos às duas primeiras posições no grupo, temos Escócia (qualificada por via do play-off, derrotando a Sérvia nas grandes penalidades) e República Checa. O factor casa pode ser uma vitamina muito importante no trajecto escocês, importando também recordar que as duas selecções mediram forças em 2020, levando a melhor a Escócia em ambos os jogos. 

    Abaixo a análise detalhada, e antevisão deste Grupo D:


1. INGLATERRA  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminada pela Alemanha)

  • Guarda-Redes: Jordan Pickford (Everton), Dean Henderson (Manchester United), Sam Johnstone (WBA)
  • Defesas: Reece James (Chelsea), Kieran Trippier (Atlético Madrid), Kyle Walker (Manchester City), Ben White (Leeds United), John Stones (Manchester City), Harry Maguire (Manchester United), Tyrone Mings (Aston Villa), Conor Coady (Wolves), Luke Shaw (Manchester United), Ben Chilwell (Chelsea)
  • Médios: Declan Rice (West Ham), Kalvin Phillips (Leeds United), Jordan Henderson (Liverpool), Mason Mount (Chelsea), Jude Bellingham (Borussia Dortmund)
  • Extremos/ Avançados: Phil Foden (Manchester City), Bukayo Saka (Arsenal), Jadon Sancho (Borussia Dortmund), Jack Grealish (Aston Villa), Raheem Sterling (Manchester City), Marcus Rashford (Manchester United), Harry Kane (Tottenham), Dominic Calvert-Lewin (Everton)
Seleccionador: Gareth Southgate;
Baixas: Trent Alexander-Arnold, Mason Greenwood; Ausência: James Ward-Prowse, Jesse Lingard

Forças: Harry Kane está a jogar muito e não costuma tremer; Criatividade de Mount, Foden e Grealish; Banco de luxo para agitar as partidas; Factor Wembley;
Fraquezas: Dúvidas sobre a condição física/ ritmo de Maguire e Henderson; Eventual recurso ao 3-5-2 torna impossível a coexistência de alguns atacantes; Defesa errática e nenhum guarda-redes é de topo.

Equipa-Base (4-3-3): Pickford (D. Henderson); Walker, Stones, Maguire, Shaw; Rice, Henderson (K. Phillips), Mount; Foden, Sterling (Grealish), Kane

Gareth Southgate tem uma constelação de jogadores ao seu dispor, vendo-se obrigado a relegar para o banco alguns dos maiores craques da Premier League. Na antevisão desta Inglaterra, surgem duas dúvidas muito relevantes: Harry Maguire e Jordan Henderson. O central do Manchester United acabou a época lesionado, falhando inclusive a final da Liga Europa, e Jordan Henderson está sem ritmo competitivo. Não se pode ignorar que estamos a falar de 2 dos elementos mais importantes na coluna vertebral desta Inglaterra, podendo na ausência de Maguire, Southgate sentir-se mais cómodo em privilegiar um 3-5-2 / 3-4-1-2.
    Em condições ideais, Walker, Stones Maguire e Shaw serão a defesa, o meio-campo atinge equilíbrio com Declan Rice, Henderson e Mason Mount, sobrando duas vagas em zonas adiantadas para Foden, Grealish, Sterling, Rashford e Sancho. Dúvidas não existem em relação ao ponta de lança: Harry Kane é o grande jogador deste conjunto e um dos principais favoritos para melhor marcador do Euro 2020.
    Ora, se não tiver Maguire nem Henderson, o seleccionador inglês pode optar por jogar com Trippier à direita e um trio de centrais como Walker, Stones e Mings; e nesse cenário Kalvin Phillips ganha força, Grealish ou Sancho perderiam, e mesmo a coexistência de Mount e Foden no mesmo 11 estaria longe de certa.

Destaques Individuais (Previsão):


    Esta Inglaterra é uma das selecções mais fascinantes deste Euro. Ninguém no seu perfeito juízo pode contestar essa ideia. E se Southgate encontrar um onze capaz de conciliar no apoio a Harry Kane craques como Mason Mount, Phil Foden e Jack Grealish, boa sorte para quem os encontrar pela frente. No entanto, se assim de cabeça até podíamos apontar a Inglaterra às meias-finais, pela brutal qualidade deste plantel, ao analisar o enquadramento a partir dos oitavos percebe-se o azar britânico: é que se os ingleses ficarem em 1.º (posição que seguramente quererão reclamar, vingando-se da eliminação contra a Croácia nas meias-finais do Mundial 2018) apanharão nos oitavos o 2.º do "grupo da morte", ou seja, à partida Alemanha, Portugal ou França. E mesmo num cenário em que a selecção dos três leões fique em 2.º, foge num primeiro instante ao Grupo F, mas enfrenta depois o 1.º classificado do nosso grupo nos quartos. Nesse sentido, e apesar de toda a expectativa criada em torno desta geração, é possível que a Inglaterra até seja uma das desilusões do Euro 2020. Cabe aos pupilos de Southgate contrariar a sua terrível sina em europeus.
    Em todo o caso, esperamos vários golos de Kane e esperamos Mount a dar sequência ao nível que o fez ser o MVP da época do Chelsea. Phil Foden, com o seu cabelo à Paul Gascoigne, é porventura o grande jovem talento deste Euro 2020, se Mbappé já não entrar nesse raciocínio claro, e oxalá Grealish tenha minutos para mostrar porque é que Guardiola o quer no Manchester City.
    Este Grupo D exigirá muitíssimo de Declan Rice, principalmente se Henderson não estiver a 100%, e seguindo a ideia que as bolas paradas (capítulo em que a equipa técnica de Southgate prepara sempre algumas jogadas de laboratório engraçadas) serão decisivas na guerrilha entre Inglaterra, Croácia Escócia e República Checa, John Stones pode recuperar o seu lado goleador pelo City na representação do seu país.


2. CROÁCIA  
(Previsão: Quartos-de-final, eliminada pela França)

  • Guarda-Redes: Dominik Livakovic (Dínamo Zagreb), Lovre Kalinic (Hajduk), Simon Sluga (Luton Town)
  • Defesas: Sime Vrsaljko (Atlético Madrid), Josip Juranovic (Legia), Dejan Lovren (Zenit), Domagoj Vida (Besiktas), Duje Caleta-Car (Marselha), Mile Skoric (Osijek), Josko Gvardiol (Dínamo Zagreb), Borna Barisic (Rangers), Domagoj Bradaric (Lille)
  • Médios: Marcelo Brozovic (Inter), Luka Modric (Real Madrid), Milan Badelj (Génova), Mateo Kovacic (Chelsea), Mario Pasalic (Atalanta), Nikola Vlasic (CSKA)
  • Extremos/ Avançados: Ivan Perisic (Inter), Josip Brekalo (Wolfsburgo), Luka Ivanusec (Dínamo Zagreb), Ante Rebic (AC Milan), Ante Budimir (Osasuna), Bruno Petkovic (Dínamo Zagreb), Mislav Orsic (Dínamo Zagreb), Andrej Kramaric (Hoffenheim)
Seleccionador: Zlatko Dalic;

Forças: Meio-campo quase perfeito, com destaque para Modric e Brozovic; Kramaric parece preparado para se assumir como o 9 desta Croácia;
Fraquezas: Incertezas em relação a quem será colega de Vida no centro da defesa; Um 11 com Rebic e Perisic ganha em objectividade mas pode perder em capacidade de gerir o ritmo do jogo.

Equipa-Base (4-3-3): Livakovic; Vrsaljko, Vida, Lovren (Caleta-Car), Barisic; Brozovic, Kovacic, Modric; Rebic (Vlasic), Perisic, Kramaric

Ao contrário da Inglaterra, a Croácia não tem qualquer segredo, prevendo-se mais do mesmo e muita maturidade táctica, com vários jogadores que antes figuravam no banco a subirem de importância na sucessão de Subasic, Rakitic e Mandzukic.
    Logo na baliza, há uma novidade. Dominik Livakovic tem brilhado na Liga Europa com o Dínamo Zagreb e tudo indica que, no geral, fará uma carreira muito superior à de Subasic. Na defesa, Vrsaljko, Vida e Lovren são caras bem conhecidas, mas a titularidade do central do Zenit está em dúvida, o que pode significar que Barisic (lateral esquerdo do Rangers de Steven Gerrard) não será o único refresh na linha defensiva, lutando Caleta-Car e Gvardiol pela presença no 11.
    O meio-campo tem Brozovic (determinante no título do Inter) como médio mais recuado, Modric (eleito melhor jogador do Mundial 2018) dispensa apresentações e caberá a Kovacic não se fazer notar o adeus de Rakitic. Kramaric é bem capaz de ser o croata que mais vezes fará balançar as redes, e embora Rebic e Perisic sejam os teóricos titulares, o facto de ambos serem autênticas setas pode tentar Dalic a optar apenas por 1, até porque terá no banco Vlasic, Orsic, Pasalic ou Brekalo.

Destaques Individuais (Previsão):


    É simplesmente impossível não torcer pela Croácia mal olhamos para aquela camisola quadriculada vermelha e branca. Neste Euro, apontamos os vice-campeões do mundo aos quartos-de-final, ultrapassando a Polónia nos oitavos mas sendo depois eliminados... pela França. Irónico.
    Desta Croácia espera-se uma equipa difícil de desequilibrar, muito inteligente mediante a leitura de jogo de Marcelo Brozovic e a classe incontornável do maestro Luka Modric. Com eles em campo, a Croácia pode discutir o jogo com a maioria das selecções presentes em competição.
    Os herdeiros de Mandzukic e Subasic são Andrej Kramaric e Dominik Livakovic. O ponta de lança do Hoffenheim deixou claro na última Bundesliga que, quando está em dia sim, poucos o podem parar, e Livakovic é para nós um upgrade em relação ao seu antecessor, sendo aos 26 anos um dos guarda-redes mais subvalorizados do contingente europeu, tendo já feito por merecer o salto.
    Rebic, Perisic ou Vlasic são todos eles nomes fortes, mas muita atenção a Mislav Orsic, um craque que podia ter tido uma carreira bem diferente e que não costuma perdoar, mexendo sempre com o jogo.


3. ESCÓCIA  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminada pela Bélgica)


  • Guarda-Redes: David Marshall (Derby County), Craig Gordon (Hearts), Jon McLaughlin (Rangers)
  • Defesas: Nathan Patterson (Rangers), Stephen O'Donnell (Motherwell), Liam Palmer (Sheffield Wednesday), Declan Gallagher (Motherwell), Grant Hanley (Norwich), Jack Hendry (Oostende), Scott McKenna (Nottingham Forest), Kieran Tierney (Arsenal), Andrew Robertson (Liverpool), Greg Taylor (Celtic)
  • Médios: Scott McTominay (Manchester United), Billy Gilmour (Chelsea), John Fleck (Sheffield United), John McGinn (Aston Villa), Callum McGregor (Celtic), David Turnbull (Celtic), Ryan Christie (Celtic)
  • Extremos/ Avançados: Stuart Armstrong (Southampton), James Forrest (Celtic), Ryan Fraser (Newcastle), Kevin Nisbet (Hibernian), Lyndon Dykes (QPR), Che Adams (Southampton)
Seleccionador: Steve Clarke;
Ausência: Ryan Gauld.

Forças: Muita alma, com uma dimensão extra expectável nos jogos em Glasgow; Andrew Robertson e John McGinn devem impor a fasquia a seguir a nível de intensidade;
Fraquezas: Será a equipa deste grupo que mais facilmente recorrerá ao jogo directo; Marshall é o pior guarda-redes do Grupo D; Conseguirá Che Adams disfarçar a falta de um grande avançado?

Equipa-Base (3-5-2): Marshall; Gallagher (Hanley), McTominay, Tierney; O'Donnell, McGregor, McGinn, Armstrong, Robertson; Christie (Dykes), C. Adams

Dizem que a rivalidade entre Inglaterra e Escócia é a mais antiga na História do futebol. Sorte a nossa de terem calhado juntas nesta rara aparição escocesa (desde 1996 que não havia Escócia em europeus).
    A Escócia não tem nada a perder, sabe que a qualidade técnica não abunda entre os seus jogadores, mas o "factor Glasgow" promete dotar este conjunto, sempre cheio de alma, de uma dimensão extra.
    O 3-5-2 deve ser a roupa desta Escócia, com o super-experiente guardião David Marshall (36 anos) a viver algo que talvez já não pensasse experienciar. Na defesa, Steve Clarke pode usar McTominay adaptado como central e Tierney também deve integrar a linha de 3, numa função que não lhe é totalmente desconhecida. O capitão Andrew Robertson promete maratonas no flanco esquerdo, enquanto que no flanco oposto espera-se a titularidade de O'Donnell. McGregor e McGinn serão a casa das máquinas desta equipa, desejando Clarke ter dianteiros com outro estatuto e qualidade, uma lacuna que a naturalização de Che Adams veio suprir.

Destaques Individuais (Previsão):


    Nesta Escócia, se há jogadores que tudo farão para contagiar os colegas e mostrar-lhes que tudo é possível, esses elementos são John McGinn e Andrew Robertson. O médio esquerdino do Aston Villa, senhor de grandes golos, dará muita luta pelo corredor central, sendo expectável que não mostre qualquer timidez na hora de disparar à baliza, e Robertson é um dínamo autêntico, cavalgando pelo corredor esquerdo e servindo aos avançados a bola numa bandeja através dos seus cruzamentos. O facto de actuar a ala, com 3 centrais a protegê-lo, leva a crer que integrará ainda mais vezes o ataque, puxando para dentro.
    Che Adams tornou-se a principal esperança dos escoceses a nível de golos, McGregor é um guerreiro a quem só falta o kilt, mas se as coisas correrem bem à Escócia, muito provavelmente Scott McTominay (ou como médio ou recuado para central) e Stuart Armstrong (pode ser o centrocampista com maior liberdade) terão uma palavra a dizer sobre o assunto.


4. REP. CHECA  


  • Guarda-Redes: Tomas Vaclik (Sevilha), Jiri Pavlenka (Werder Bremen), Ales Mandous (Sigma Olomouc)
  • Defesas: Vladimir Coufal (West Ham), Pavel Kaderabek (Hoffenheim), Jakub Brabec (Plzen), Ondrej Celustka (Sparta Praga), David Zima (Slavia Praga), Tomás Kalas (Bristol City), Ales Mateju (Brescia), Jan Boril (Slavia Praga), Tomás Holes (Slavia Praga)
  • Médios: Alex Král (Spartak Moscovo), Tomas Soucek (West Ham), Vladimir Darida (Hertha), Michal Sadílek (Slovan Liberec), Jakub Jankto (Sampdoria), Jakub Pesek (Slovan Liberec), Petr Sevcik (Slavia Praga), Antonín Barak (Hellas Verona)
  • Extremos/ Avançados: Lukás Masopust (Slavia Praga), Matej Vydra (Burnley), Michael Krmencik (PAOK), Tomás Pekhart (Legia), Patrik Schick (Bayer Leverkusen), Adam Hlozek (Sparta Praga)
Seleccionador: Jaroslav Silhavy;

Forças: Tomas Soucek é rei nas alturas; Flanco direito temível com Coufal e Masopust; Prodígio Adam Hlozek pode tornar-se um caso sério se Silhavy confiar nele;
Fraquezas: Centro da defesa não está ao nível do resto do 11; Schick é um goleador irregular.

Equipa-Base (4-2-3-1): Vaclik; Coufal, Kalas, Celustka, Boril; Král, Soucek; Masopust, Barak (Darida), Jankto; Schick (Hlozek)

Teremos todo o gosto em ver esta República Checa a qualificar-se, e o futebol romântico dos checos deixa antever bons jogos. Vemos esta selecção a conseguir tirar pontos a qualquer uma das outras 3, mas assumindo que Inglaterra e Croácia ocuparão, independentemente da ordem, os dois primeiros lugares, vemo-nos forçados a atirar a Rep. Checa para o último lugar devido ao "factor Glasgow" e ao histórico recente do embate Escócia-Rep. Checa.
    O 4-2-3-1 é o esquema de eleição de Silhavy, sendo importante ter presente que Vaclik (GR) chega a este Euro sem clube, o que pode ser bom para ele e para a sua selecção, e a defesa apresenta maior qualidade nos laterais (Coufal e Boril) do que na zona central. A grande força dos checos reside na dupla Soucek-Král, com especial destaque para a importância que a superioridade nas alturas de Soucek pode ter frente a Inglaterra e Escócia, e o Euro poder ser palco para Masopust levar os olheiros a perguntarem como é que se eterniza até hoje na República Checa sem ter experimentado outro campeonato.
    Silhavy enfrenta dilema entre a dimensão física de Barak e a experiência e critério de Darida. A liderar o ataque, Schick é o típico de avançado de engate que, se realizar uma boa 1.ª jornada, pode surpreender. Porém, temos muita vontade de ver o seleccionador a lançar Hlozek (18 anos, e um futuro brilhante pela frente). 

Destaques Individuais (Previsão):


    Num grupo onde as bolas paradas podem desempenhar um papel muito importante, o facto da República Checa contar com Tomas Soucek (10 golos nesta Premier League, altamente dominante no jogo aéreo) pode fazer diferença. O médio do West Ham é cada vez menos um médio defensivo, pode ser usado num "papel Fellaini", sendo assinalável o seu desenvolvimento: 18 golos na última época completa no Slavia Praga, e um hat-trick recente pela selecção contra a Estónia.
    Adam Hlozek tem apenas 2 internacionalizações mas com 18 aninhos (nasceu em 2002) sagrou-se melhor marcador do campeonato checo ao apontar 15 golos em 19 jogos. O fenómeno do Sparta Praga contraiu uma lesão grave que o afastou dos relvados durante vários meses, mas um póker na última jornada da Fortuna Liga comprovou que está aí para as curvas.
    De resto, Lukas Masopust terá em Vladimir Coufal um melhor amigo, podendo juntos fazer a cabeça em água aos laterais esquerdos adversários, e acreditamos que Alex Kral dê nas vistas, sendo tanto mais importante quanto mais Soucek se aproximar da grande área contrária.



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