5 de junho de 2021

Euro 2020: Previsão Grupo A

 Em contagem decrescente para o Euro 2020 (disputado em 2021), iniciamos hoje uma sequência de seis artigos de análise detalhada a cada um dos grupos da competição. Neles, pretendemos realizar uma sumária retrospectiva do apuramento de cada selecção, identificando forças e fraquezas, esquematizando como deve jogar cada equipa, até que fase imaginamos que chegue e que jogadores devem ser tidos em conta.

    Num torneio disputado em 11 cidades diferentes (Londres, Roma, Sevilha, Munique, Amesterdão, Glasgow, Copenhaga, Budapeste, Bucareste, São Petersburgo e Baku) espalhadas por toda a Europa, no Grupo A o "factor casa" pertence à Itália, visto que os seis jogos do primeiro grupo serão jogados nos estádios Olímpicos de Roma e de Baku (terreno neutro), mas os transalpinos nunca chegarão a afastar-se da sua capital rumo ao Azerbaijão.

    Com Itália, Turquia, Suiça e País de Gales, o grupo A reúne 4 conjuntos muito diferentes e a viver momentos distintos na História do seu futebol internacional, mas no geral veremos quatro equipas que raramente "partem" o seu jogo, defendendo bem e com equilíbrio. A Itália, entregue a Roberto Mancini, passeou na qualificação com 10 vitórias em 10 jogos num grupo fácil mediante o momento fragilizado da Bósnia e da Grécia. Mais relevante será por isso olhar para a recente fase de grupos da Liga A da Liga das Nações, onde a squadra azzurra garantiu acesso às meias-finais, superiorizando-se a Holanda e Polónia, sempre com um futebol apoiado e positivo. No geral, teremos uma Itália com um novo Gianluigi na baliza, uma defesa experiente e um meio-campo muito interessante, sobrando apenas dúvidas em relação ao ataque, que conjuga vários nomes pouco habituados aos grandes palcos a nível internacional e que terão que garantir o poder de fogo necessário para a favorita deste Grupo A poder sonhar.

    O 1.º jogo do Euro 2020 opõe Itália e Turquia. Os turcos partilham com a Suiça o número de presenças em europeus (4) e podem gabar-se de ter sido, entre todas as selecções na fase de apuramento, aquela que apresentou melhor registo defensivo - apenas 3 golos sofridos em 10 jogos, num grupo onde estava a campeã do mundo França. Orientados por Senol Günes (o seleccionador que conduziu a Turquia ao seu histórico 3.º lugar no Mundial 2002), Burak Yilmaz e companhia atraíram atenções quando venceram em casa a França por 2-0, empatando depois 1-1 em Paris, e só perderam alguma chama ao terminar em último no grupo da Liga B da Liga das Nações, atrás de Hungria, Rússia e Sérvia. No entanto, o poder desta Turquia é transcendente nos jogos contra grandes: já no apuramento para o Mundial 2022 venceram a Holanda por 4-2, tendo empatado também recentemente 3-3 com a Alemanha e com a Croácia em jogos particulares. A conjugação da sua boa organização defensiva com o seu ADN combativo e aguerrido podem fazer desta Turquia uma das 3 principais candidatas a equipa-sensação (juntamos-lhe Dinamarca e Ucrânia), com vários elementos bem capazes de se agigantar num palco desta dimensão.

    A Suiça tem primado pela regularidade nos últimos anos. Desde 2004, entre europeus e mundiais, os helvéticos falharam apenas a qualificação para o Euro 2012. Vladimir Petkovic tornou-se seleccionador em 2014, conseguindo guiar a Suiça até aos oitavos-de-final tanto no Euro 2016 como no Mundial 2018. Olhar para a última Liga das Nações não fornece muitos dados - a Suiça ficou em 3.º, em igualdade pontual com a Ucrânia, num grupo onde já se esperava que Espanha e Alemanha dominassem - mas a qualificação em 1.º lugar num grupo equilibrado com Dinamarca e Irlanda deixou muito boas indicações. Finalmente, o País de Gales, que joga neste Euro 2020 apenas a sua 2.ª prestação num europeu, tendo chegado os galeses às meias-finais (eliminados por Portugal) na sua impressionante estreia em 2016. Porém, parte dessa geração - jogadores como Ashley Williams, James Chester, Robson-Kanu ou Joe Ledley - não poderá dar o seu contributo e tentar o bis de brilharetes. Na qualificação ficaram atrás da Croácia; na Liga das Nações venceram o seu grupo na Liga B, embora com fraca concorrência.

    Ao antever o desenrolar deste Grupo A, a Itália emerge como favorita, embora não nos surpreendesse de todo uma gracinha da Turquia em direcção ao 1.º posto. Parece-nos que jogos como o País de Gales-Suiça e Itália-Suiça podem ser difíceis de desamarrar, dado o potencial encaixe das equipas no plano teórico, assumindo como palpite que este será um dos 4 grupos a enviar um melhor terceiro para os oitavos-de-final, com vários guarda-redes em destaque e passando Gareth Bale e companhia de um Top-4 em 2016 para uma precoce eliminação na fase de grupos.

    Fiquem então com a análise mais aprofundada do Grupo A:


1. ITÁLIA  
(Previsão: Meias-Finais, eliminada pela França)

  • Guarda-Redes: Gianluigi Donnarumma (AC Milan), Alex Meret (Nápoles), Salvatore Sirigu (Torino)
  • Defesas: Giovanni Di Lorenzo (Nápoles), Alessandro Florenzi (PSG), Francesco Acerbi (Lázio), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Alessandro Bastoni (Inter), Rafael Tolói (Atalanta), Leo Spinazzola (Roma), Emerson (Chelsea)
  • Médios: Jorginho (Chelsea), Manuel Locatelli (Sassuolo), Lorenzo Pellegrini (Roma), Bryan Cristante (Roma), Marco Verratti (PSG), Nicoló Barella (Inter), Stefano Sensi (Inter)
  • Extremos/ Avançados: Domenico Berardi (Sassuolo), Federico Chiesa (Juventus), Federico Bernardeschi (Juventus), Lorenzo Insigne (Nápoles), Alessandro Raspadori (Sassuolo), Andrea Belotti (Torino), Ciro Immobile (Lázio)

Seleccionador: Roberto Mancini;

Equipa-Base (4-3-3):
Donnaruma; Florenzi, Bonucci, Chiellini (Acerbi), Spinazzola; Jorginho, Locatelli (Verratti), Barella; Chiesa (Berardi), Insigne, Immobile

Forças: Meio-campo com capacidade evidente para determinar o ritmo do jogo contra a maioria das selecções presentes nesta fase final; Inexistência de estrelas traduz-se num elenco sem traços de vedetismo e que não deverá ter problemas de egos no balneário;
Fraquezas: Laterais pouco exuberantes; Craques como Immobile e Insigne não podem mesmo acusar a responsabilidade, caso contrário a Itália não chegará longe no torneio.    

Só Alemanha, Rússia e Espanha têm mais presenças do que a Itália em fases finais de europeus. Os italianos viveram neste século o seu momento dourado em 2006 (conquista do Mundial), tendo atingido também a final do Euro 2012. Nas restantes provas, a Itália tem desiludido, e convém ter presente que chega a este Europeu depois de ter sido a grande ausência do Mundial 2018.
    A squadra azzurra já não conta com nomes de peso como Buffon, De Rossi e Barzagli, exigindo-se a vários elementos da nova geração que digam presente e correspondam às expectativas que são depositadas nos seus ombros. Depois de infinitas fases finais com Gianluigi Buffon, este Euro 2020 marca o começo de Gianluigi Donnarumma (22 anos, e já está no futebol há tanto tempo) a sério. A constituição da defesa que terá a protegê-lo reserva algumas dúvidas: Mancini pode privilegiar o profundo à vontade que Bonucci e Chiellini têm juntos, mas a dupla Acerbi-Bastoni também tem funcionado muito bem sempre que Mancini a testou. Nas laterais, acreditamos que Florenzi leve a melhor sobre Di Lorenzo, e Spinazzola sobre Emerson.
    O miolo italiano é um luxo, composto por vários jogadores muito evoluídos tacticamente, com óptima qualidade de passe e elevada capacidade a esconder o esférico dos adversários. A titularidade de Jorginho e Barella (será ele o médio a quem Mancini pede mais chegada à área) é indiscutível, e é natural que Locatelli faça de Verratti, que está ainda a recuperar de lesão e deve falhar os primeiros jogos.
    Na frente, Chiesa, Insigne e Immobile parecem formar o tridente que dá maiores garantias ao seleccionador. Não tendo nenhum deles uma reputação solidificada ao serviço da selecção, este é o momento de começarem a construi-la. Acreditamos que Bernardeschi e Belotti possam ter impacto q.b. a partir do banco, e o mais certo é Mancini alternar entre Chiesa e Berardi consoante entenda que vá ter mais espaço para explorar ou que terá que desmontar blocos mais baixos. 

Destaques Individuais (Previsão):


Assumindo que a Itália consegue evitar uma surpresa turca na liderança deste Grupo A, o mais certo é encontrar nos quartos Holanda ou Ucrânia, e a Bélgica na fase seguinte. O povo italiano está apaixonado por esta nova Itália e, embora a passagem dos diabos vermelhos belgas seja o cenário mais "fácil", vamos levar a Squadra até às meias-finais, caindo somente em duelo com a França.
    Do trio de centro-campistas italianos, Nicolò Barella tem tudo para ser um dos médios em destaque neste Euro 2020. Eleito o Médio do Ano da Serie A, o completíssimo jogador do Inter pode emergir como figura desta Itália não só na forma criteriosa como irá tricotar o jogo italiano com Jorginho, mas também pela sua boa chegada a zonas de finalização, juntando-se a Chiesa/ Berardi, Insigne e Immobile.
    Não afastando que Berardi, Belotti ou até Bernardeschi podem ter um papel secundário relevante neste Europeu, Lorenzo Insigne, Federico Chiesa e Ciro Immobile têm nos pés a possibilidade de levar a Itália até fases adiantadas. Insigne é uma espécie de "jóker" neste conjunto, tanto podendo brilhar mais do que todos como surgir apagado e acabar relegado para o banco. Pessoalmente, achamos que será o 1.º cenário a acontecer, beneficiando com isso a sede goleadora de Immobile e Chiesa, que dos 3 nos parece o mais fiável numa competição deste género.
    Com algumas dúvidas na constituição do quarteto defensivo, estamos convictos que Manuel Locatelli vai aproveitar a oportunidade, dificultando a vida ao seleccionador quando Verratti já estiver disponível, e Gianluigi Donnarumma pode passar a surgir nos pesadelos de Seferovic, Bale e outros tantos dianteiros.


2. TURQUIA  
(Previsão: Quartos-de-final, eliminada por Portugal)

  • Guarda-Redes: Mert Gunok (Basaksehir), Ugurcan Çakir (Trabzonspor), Altay Bayindir (Fenerbahçe)
  • Defesas: Zeki Çelik (Lille), Mert Müldür (Sassuolo), Merih Demiral (Juventus), Kaan Ayhan (Sassuolo), Çaglar Söyüncü (Leicester City), Ozan Kabak (Liverpool), Umut Meras (Le Havre), Ridvan Yilmaz (Besiktas)
  • Médios: Okay Yokuslu (WBA), Taylan Antalyali (Galatasaray), Irfan Kahveci (Fenerbahçe), Ozan Tufan (Fenerbahçe), Dorukhan Toköz (Besiktas), Abdülkadir Ömür (Trabzonspor), Hakan Çalhanoglu (AC Milan), Orkun Kökçü (Feyenoord)
  • Extremos/ Avançados: Yusuf Yazici (Lille), Cengiz Ünder (Leicester City), Muhammed Aktürkoglu (Galatasaray), Kenan Karaman (Fortuna Dusseldorf), Enes Ünal (Getafe), Ibrahim Dervisoglu (Galatasaray), Burak Yilmaz (Lille)
Seleccionador: Senol Günes;
Baixa: Cenk Tosun

Equipa-Base (4-2-3-1): Çakir; Çelik, Demiral, Söyüncü, Meras; Yokuslu, Tufan; Yazici, Çalhanoglu, Karaman (Ünder); Yilmaz

Forças: Futebol enérgico, verticalidade na procura do golo e habilidade a atrair oposição para "matar" em contra-ataque;
Fraquezas: Garra turca e o seu espírito guerreiro, caso não seja doseado, pode resultar em problemas de disciplina; Ideia de jogo pode resultar melhor contra equipas grandes e deixar a nu maiores dificuldades contra adversários mais expectantes.

Contra o sexagenário Senol Günes (69 anos), Mancini, Petkovic e Page podem esperar alguma cartada táctica inesperada. No entanto, é expectável que a Turquia faça da simplicidade a sua principal arma, com o duplo pivot formado por Yokuslu e Ozan Tufan a defender próximo do quarteto defensivo, tornando esta Turquia um bloco compacto e difícil de penetrar.
    Sem Cenk Tosun (lesionado), Günes tem caminho aberto para um 4-2-3-1 que, caso tenha Karaman num flanco e não o irrequieto Cengiz Ünder ou o virtuoso Yazici, poderá assumir-se pontualmente como 4-4-2. Na baliza temos dúvidas se será privilegiada a experiência de Mert Gunok ou o talento do super-elástico Ugurcan Çakir, e o centro da defesa também nos reserva alguns pontos de interrogação, até porque Günes têm experimentado várias duplas diferentes. Demiral-Söyüncü parece-nos, no entanto, a melhor.
    Os laterais oferecem pouca discussão, assim como a dupla de médios, sendo importante destacar que com Çelik (lateral-direito), Yazici (extremo) e o capitão Burak Yilmaz (ponta de lança), a Turquia poderá apresentar no seu 11 três jogadores do campeão francês Lille, seguramente rotinados. À espreita de um lugar no onze estão atletas como Ömür e Toköz.

Destaques Individuais (Previsão):


Caso a Turquia termine em 2.º lugar, enfrentará o 2.º classificado do Grupo B, num eventual Turquia-Dinamarca que, acontecendo, parece reunir os ingredientes para resultar num super-jogo e decidir porventura qual a "equipa-sensação" da prova. O cenário que lançamos com eliminação contra Portugal nos quartos parte de muitos "ses", nomeadamente Portugal ficar em 3.º e os melhores terceiros saírem dos grupos A B, D e F.
    Aos 35 anos, Burak Yilmaz está renascido e chega a este Euro 2020 com a pica toda depois de ser um dos principais responsáveis pelo título do Lille. O capitão da Turquia é uma força da natureza, capaz de criar problemas de diversas formas, e acreditamos que fará estragos mesmo quando enfrentar "sozinho" linhas de 3 centrais.
    Crentes que a selecção turca poderá ser elogiada pelo seu comportamento defensivo, prevemos boas performances de Çaglar Söyüncü (central para "limpar tudo"), Ugurcan Çakir (guarda-redes felino que dificilmente continuará no Trabzonspor depois deste Verão) e Okay Yokuslu, o médio mais recuado que pode ganhar muita cotação por ser um desconhecido para muitos.
    O aparecimento da melhor Turquia está muito dependente do fulgor de Ozan Tufan como box-to-box e da capacidade de Çalhanoglu no último passe e nas bolas paradas, mas temos maior curiosidade para ver o que faz Yusuf Yazici, talvez o jogador mais imprevisível deste conjunto.


3. SUIÇA  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminada pela Espanha)

  • Guarda-Redes: Yan Sommer (Gladbach), Yvon Mvogo (PSV), Jonas Omlin (Montpellier)
  • Defesas: Kevin Mbabu (Wolfsburgo), Jordan Lotomba (Nice), Silvan Widmer (Basel), Manuel Akanji (Borussia Dortmund), Nico Elvedi (Gladbach), Fabian Schär (Newcastle), Becir Omeragic (Zurich), Eray Cömert (Basel), Ricardo Rodríguez (Torino), Loris Benito (Bordéus)
  • Médios: Denis Zakaria (Gladbach), Edimilson Fernandes (Mainz), Djibril Sow (Eintracht Frankfurt), Granit Xhaka (Arsenal), Remo Freuler (Atalanta), Steven Zuber (Eintracht Frankfurt)
  • Extremos/ Avançados: Breel Embolo (Gladbach), Christian Fassnacht (Young Boys), Xherdan Shaqiri (Liverpool), Rubén Vargas (Augsburgo), Ahmir Mehmedi (Wolfsburgo), Mario Gravanovic (Dínamo Zagreb), Haris Seferovic (Benfica)
Seleccionador: Vladimir Petkovic;

Equipa-Base (3-4-1-2): Sommer; Elvedi, Schär, Akanji; Mbabu, Freuler, Xhaka, Rodríguez; Shaqiri; Embolo, Seferovic

Forças: Estabilidade. Elenco em que os jogadores se conhecem bem e sabem perfeitamente o que Petkovic pretende deles; Várias opções (Xhaka, Zakaria, Freuler e Sow) para refrescar um meio-campo trabalhador e dinâmico embora sobretudo reactivo;
Fraquezas: Finalizador perdulário; Elementos-chave como Schär e Shaqiri podem não chegar nas melhores condições físicas a este Europeu; Caso o talismã Shaqiri não consiga surgir habilmente entre linhas, pode ser necessário Petkovic modificar ligeiramente o sistema e pedir mais a Freuler.

    À partida, a Suiça será uma de duas selecções neste grupo a actuar com uma linha de 3 centrais. Neste elenco carregado de Bundesliga e com a baliza entregue a Sommer, Elvedi e Akanji estão certos nesse trio, faltando perceber se Schär estará capaz fisicamente ou se Petkovic será obrigado a pedir a Ricardo Rodríguez que actue como central pelo lado esquerdo, abrindo espaço para Zuber no corredor canhoto.
    Mbabu está de pedra e cal neste onze, assim como a dupla de médios trabalhadores Freuler e Xhaka (capitão). O 3-4-3, que se tudo correr como planeado deve mutar-se para um figurino de 3-4-1-2, beneficia bastante Xherdan Shaqiri, craque da equipa mas pouco utilizado no Liverpool, esperando-se que Embolo e Seferovic sejam garantia de golos quando a Suiça atacar a profundidade, nomeadamente através de rápidos lançamentos de Rodríguez, Mbabu e Xhaka.

Destaques Individuais (Previsão):


A Suiça pode passar a fase de grupos, mas antevemos como altamente improvável o acesso a uma fase mais adiantada do que os oitavos-de-final.
    Embora a selecção helvética deva deixar uma imagem melhor no capítulo defensivo do que ofensivo, Haris Seferovic (mesmo que precise de 4 ou 5 oportunidades para marcar 1 golo) é a principal esperança a nível de golos, sendo bem possível que neste Europeu revele um melhor racio e acabe por atrair interessados na sua aquisição.
    Uma boa prestação da Suiça passará seguramente pelas luvas de Yan Sommer, guarda-redes muito fácil de se gostar, esperando-se muito pulmão de Kevin Mbabu a dar largura ao longo do corredor direito. Shaqiri é o jogador que claramente pode atirar esta Suiça para outro patamar, mas temos dúvidas que o faça, ao contrário de Remo Freuler, que pode sair um pouco da sua zona de confronto junto de Xhaka rumo à aventura em zonas mais adiantadas.


4. PAÍS DE GALES  


  • Guarda-Redes: Wayne Hennessey (Crystal Palace), Danny Ward (Leicester City), Adam Davies (Stoke City)
  • Defesas: Neco Williams (Liverpool), Connor Roberts (Swansea), Ben Cabango (Swansea), Chris Mepham (Bournemouth), Joe Rodon (Tottenham), Thomas Lockyer (Luton Town), Ben Davies (Tottenham), Chris Gunter (Charlton), Rhys Norrington-Davies (Stoke City)
  • Médios: Ethan Ampadu (Sheffield United), Matthew Smith (Doncaster Rovers), Joe Morrell (Luton Town), Aaron Ramsey (Juventus), Joe Allen (Stoke City), Dylan Levitt (NK Istra Pula), Rubin Colwill (Cardiff), Jonny Williams (Cardiff)
  • Extremos/ Avançados: David Brooks (Bournemouth), Gareth Bale (Tottenham), Daniel James (Manchester United), Harry Wilson (Cardiff), Tyler Roberts (Leeds United), Kieffer Moore (Cardiff)
Seleccionador: Robert Page;

Equipa-Base (3-4-3): Ward; Mepham, Rodon, B. Davies; Roberts, Ampadu (Allen), Ramsey, N. Williams; D. James, Bale, H. Wilson (Moore)

Força: Velocidade em transição com Gareth Bale e Daniel James num ritmo só deles;
Fraquezas: Falta de Plano B caso o adversário consiga estancar as saídas com faltas cirúrgicas e anular o jogo do País de Gales a partir dos corredores; Vários atletas com pouco ritmo competitivo ao longo do último ano (nenhum dos 3 guarda-redes foi titular no seu clube) ou problemas físicos (Ramsey, Allen e Davies).

O País de Gales chegou ao Euro 2020 com Ryan Giggs no comando, mas o comportamento extra-futebol do antigo extremo do Manchester United ditou o seu afastamento, sendo substituído por Robert Page. Preservando os princípios de jogo galeses, Page deve manter o 3-4-3 com a defesa a sentir a falta de uma voz de comando como era Ashley Williams. Caberá a Rodon esse papel, coadjuvado em condições ideais por Ampadu (pode também jogar a médio) e Ben Davies (o mais experiente da linha defensiva).
    Com muitos jogadores do Championship ou segundas linhas de clubes da Premier League, o País de Gales continuará Baledependente, e a verdade é que o camisola 11 rende mais quando sente que é "ele contra o mundo". A disponibilidade física de Ramsey oferece algumas reticências, sendo preciso esperar pelo arranque da competição para perceber que utilização terá Joe Allen no meio. À frente, Robert Page tem em mãos duas opções, e deve experimentar ambas com o decorrer da fase de grupos: acrescentar a Bale e James alguém como Harry Wilson, capaz de jogar como falso 9, ou escolher Kieffer Moore, jogador possante de 1,96m, como referência.

Destaques Individuais (Previsão):


Depois da surpreendente presença nas meias-finais em 2016, apontamos o País de Gales ao último lugar deste grupo inaugural, caindo assim imediatamente na fase de grupos. Para este raciocínio contribui principalmente o elevado número de indefinições: são vários os jogadores galeses com pouca competição nas pernas este ano, e é difícil acreditar que Page possa contar com Ramsey, Allen ou Davies no seu melhor.
    Gareth Bale sabe que o país deposita nele grande fatia das esperanças, e o craque emprestado pelo Real Madrid ao Tottenham nunca se esconde quando está ao serviço do seu país. Como dissemos, os galeses tentarão criar situações que permitam tirar partido da velocidade de Bale e Daniel James, e o sistema táctico pode beneficiar Harry Wilson, actuando como falso 9. David Brooks não deve iniciar o Euro no 11 titular mas, principalmente se Ramsey não puder contribuir como todos desejam, é natural que a equipa precise de beber um pouco da criatividade do médio ofensivo do Bournemouth.




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