Foi uma noite de reviravoltas e
muitas emoções no Estádios de Porto e Penafiel. Porto e Sporting, em igualdade
pontual no Grupo B da competição, pretendiam hoje ver quem marcava mais golos
para conquistar o 1.º lugar e receber o Benfica nas meias-finais da competição.
Ambos estiveram surpreendentemente a perder e acabou por ser uma grande
penalidade polémica no último minuto no Dragão a ditar o final da história. Nota para o facto dos jogos terem começado a horas diferentes, o que nunca poderia acontecer, tendo o jogo do Porto começado mais tarde.
Porto 3 - 2 Marítimo (Jackson Martínez 20, Carlos Eduardo 86', Josué (pen.) 90+5'; João Diogo 21', Artur 35')
Foi um Porto já sem El
Comandante Lucho que se
apresentou hoje no Dragão, à partida com vantagem de 1 golo marcado no duelo
com o Sporting, e com um Marítimo desfalcado pela frente. A equipa de Pedro
Martins não contou com Sami, Héldon e Derley (os dois últimos que são
"só" os 2 melhores marcadores da liga a seguir a Montero e Jackson)
mas mostrou que tem um plantel com muita qualidade, embora sem nervos de aço.
Paulo Fonseca colocou a equipa na máxima força e o jogo começou muito aberto,
com o Porto a procurar o golo e o Marítimo a trabalhar magnificamente a sua
saída de jogo, com triangulações bem desenhadas. Que pés têm Artur e Danilo
Dias! O 1.º golo da partida foi então da equipa portista. Carlos Eduardo levou
a bola até Jackson, o colombiano deu de calcanhar para Defour e o belga viu o
guardião insolar negar-lhe o golo. Wellington defendeu, no entanto, para o
lado, surgindo a todo o gás Jackson na recarga. A festa durou pouco porque no
minuto seguinte foi Fidélis a testar Fabiano e o lateral-direito João Diogo a
empatar tudo na recarga. Estava o Sporting a perder em Penafiel e o Porto
deixava-se empatar em casa. Mas o caso piorou para os dragões. Ao minuto 35 o
Marítimo chegou mesmo à vantagem numa boa jogada ofensiva. Danilo Dias voltou a
pôr toda a sua qualidade em campo, cruzou, Weeks simulou e deixou a bola chegar
ao capitão Artur que, com um bom remate em arco, bateu Fabiano. Até ao apito do
intervalo de Manuel Mota o Marítimo até voltou a ameaçar a baliza de Fabiano,
enquanto que o Porto se manteve desnorteado, com mais bola, mas sem qualidade.
A 2.ª parte manteve patente a falta de qualidade e de processos que Paulo Fonseca já deveria ter instaurado neste Porto e a equipa de Pedro Martins continuou a defender bem, sabendo transitar. Aos 57' ficou uma grande penalidade por marcar sobre Carlos Eduardo (Wellington não cometeu qualquer falta, mas Igor Rossi empurrou ostensivamente o camisola 20 do Porto). No Dragão ia-se ficando a saber certamente do avolumar da vantagem sportinguista e Ricardo Quaresma quase empatou o jogo num bom remate de longe, com o pé esquerdo. Seguiram-se então vários minutos onde ao Marítimo faltou frieza para "matar" o jogo - Danilo Dias teve um lance capital nos pés, e Brígido entrou com a corda toda. Quando já pouco o fazia prever, Carlos Eduardo acabou por relançar o jogo. Josué marcou um canto do lado esquerdo e o médio brasileiro surgiu isolado ao 2.º poste cabeceando para o empate. O público do Dragão galvanizou-se e acreditou na passagem - que estava a 1 golo de distância - e a polémica acabou por chegar no último instante. Ghilas foi incomodado (digamos assim) por Igor Rossi no momento em que se preparava para rematar isolado. Houve contacto mas não pareceu suficientemente intenso para motivar a queda do argelino. Com nervos de aço, Josué converteu a grande penalidade aos 90+5 e carimbou a passagem do Porto para as meias.
O Porto voltou a apresentar mau futebol e acabou por seguir em frente fruto de um penalty forçado (em todo o caso tinha ficado por marcar um sobre Carlos Eduardo) e da incapacidade do Marítimo em segurar o resultado nos minutos finais. Danilo Dias - que foi um dos destaques da liga em 2011/ 2012 - e Artur foram autênticos maestros em campo. No Porto, Josué ficou intimamente ligado ao resultado, ao marcar o canto do golo de Carlos Eduardo e ao converter o penalty no último minuto. Enquanto que Danilo (entristece ver um jogador que podia ser um excelente médio fazer hoje uma exibição má a lateral, onde tem sido ainda assim um dos melhores em Portugal) ia pondo em causa o valor pago por ele, Carlos Eduardo e Quaresma foram os únicos a conseguir emprestar algum talento ao ataque portista. O Porto seguiu em frente, mas tem muito a melhorar e veremos se Paulo Fonseca consegue ou não uma evolução que parece sistematicamente adiada. Curioso o êxtase portista no clímax da vitória numa competição tantas vezes desprezada na casa portista.
Barba Por Fazer do Jogo: Danilo Dias (Marítimo)
Outros Destaques: Josué, Carlos Eduardo, Quaresma; João Diogo, Artur
Outros Destaques: Josué, Carlos Eduardo, Quaresma; João Diogo, Artur
Penafiel 1 - 3 Sporting (Aldair 19; Carlos Mané 45', Wilson Eduardo 68', Adrien (pen.) 81')
Em Penafiel o Sporting sabia que tinha que conseguir melhor resultado
que o Porto ou conseguir mais golos marcados que os dragões. Os primeiros
minutos mostraram um Penafiel muitíssimo personalizado, com a lição bem
estudada (impressionante a pressão sobre o portador da bola, sobretudo quando
Vítor a recebia) e a uma intensidade que deixava antever algo: aqueles
jogadores não iam aguentar muito tempo com aquele fulgor. O Sporting foi
mantendo mais bola, sem criar grande perigo, e ao minuto 19 aconteceu o momento
mais bonito do jogo. No ataque do Penafiel a bola sobrou para a entrada da área
e Aldair, jovem português de origem guineense, encheu o pé e rematou uma bomba
que só terminou no ângulo da baliza de Marcelo Boeck (o guarda-redes ainda lhe
tocou, mas não havia hipótese de defesa).
O caso estava mal parado para o Sporting mas as coisas não
corriam bem no campo do rival, onde o Porto também perdia por 2-1. William
Carvalho foi o primeiro a deixar patente a sua indignação com um remate para
boa defesa de Coelho, e o Sporting ia melhorando a sua exibição com a
irreverência de Mané e a qualidade da dupla W.Carvalho-Adrien. Fundamentais,
como sempre. Leonardo Jardim acabou mesmo por retirar Vítor - muito apagado e
completamente anulado - e colocou Wilson Eduardo, tendo o Sporting chegado ao
empate em cima do intervalo. Depois de um livre, William Carvalho ficou com a
bola e cruzou certinho para a cabeça do jovem Mané. Tal como frente ao
Marítimo, o jovem português voltou a ter impacto.
A segunda parte não foi rica em momentos, mas os que teve
foram chave. O Penafiel baixou a sua intensidade e capacidade de pressionar, e
o Sporting manteve-se coeso e próximo do golo. A vantagem e reviravolta no
marcador acabou por acontecer quando Carrillo cruzou a partir do flanco
esquerdo e Wilson Eduardo rematou para o golo. Fredy Montero ainda viu Coelho
acrescentar uma boa defesa às suas estatísticas, mas o Sporting acabou mesmo
por voltar a marcar - Eric Dier foi derrubado e Adrien Silva não falhou na
conversão da grande penalidade. O jogo terminou com o Sporting qualificado, mas
já no pós-jogo foi quando os leões ficaram a saber da grande penalidade
assinalada e convertida por Josué, afastando os leões da competição. Bastante
infeliz e de alguma incompetência o facto das entidades directivas do clube
desconhecerem os regulamentos, achando que mesmo com a vitória do Porto por 3-2
eram os leões a seguir em frente.
O Sporting não seguiu em frente porque: sofreu um golaço
de Aldair, marcou menos golos que o Porto, não conseguiu finalizar nenhuma das
inúmeras oportunidades que teve no Sporting-Porto. Acaba por ser por culpa
própria e com muita amargura que os leões saem da Taça da Liga, onde seria bem interessante assistir
a um Sporting-Benfica, mas não devendo ficar para a História o penalty sobre
Ghilas como o momento que afastou o Sporting da competição (uma vez que houve
outro sobre Carlos Eduardo não-assinalado). Outrora os leões tiveram razões de queixa válidas
desta competição, e tantas vezes já o Porto foi ajudado mas desta vez houve de
facto ajuda na Hora H, mas sem justificar queixas considerando a arbitragem de
Manuel Mota no seu todo. Razões de queixa por parte dos leões merece sem dúvida
alguma o facto dos 2 jogos terem arrancado a horas diferentes, o que certamente
ajudou a desvirtuar a verdade desportiva.
Quanto ao jogo, Carlos Mané voltou a marcar e a ser
importante. Não é um daqueles jovens cujo ADN seria suficiente para falar por
si, mas tendo confiança por parte do clube/ adeptos/ equipa técnica nele e
minutos pode-se tornar num jogador interessante. Destaque ainda para o golo de
Aldair e para a dupla William Carvalho e Adrien, como sempre basilares no
futebol leonino.
Barba Por Fazer do Jogo: Carlos Mané (Sporting)
Outros Destaques: Aldair; William Carvalho, Adrien, Wilson Eduardo
Outros Destaques: Aldair; William Carvalho, Adrien, Wilson Eduardo