Realizador: John Wells
Argumento: Tracy Letts
Elenco: Meryl Streep, Julia Roberts, Ewan McGregor, Abigail Breslin, Margo Martindale, Benedict Cumberbatch, Sam Shepard
Classificação IMDb: 7.2 | Metascore: 58 | RottenTomatoes: 64%
Classificação Barba Por Fazer: 71
Estava no outro dia a falar com um amigo meu e ele referia (e bem) o facto de nos últimos anos a Academia gostar sempre de ter o "filme da família". Longe vão os tempos de um filme de família com total cabimento na corrida às estatuetas douradas, como 'Four Weddings and a Funeral' ou mais recentemente 'Little Miss Sunshine'. Desde aí viu-se um 'The Kids Are All Right' (inevitavelmente lembra-me sempre o nome parecido de uma música dos The Offspring) nomeado para 4 óscares e, na senda desse mesmo filme, August: Osage County não é filme de óscar. Corrijo: não há razões para aspirar a ser nomeado para Melhor Filme, mas deve conservar legítimas esperanças a nível de interpretações femininas.
August: Osage County é um argumento adaptado, colocando no grande ecrã a peça de Tracy Letts, um enorme sucesso norte-americano, descrito como uma peça de humor negro onde uma família confronta o seu passado e o seu presente. Em suma, em August: Osage County há uma reunião familiar motivada pelo desaparecimento do pai da família Weston, Beverly (Sam Shepard), marido de Violet Weston (Meryl Streep), uma mulher viciada em comprimidos e sem papas na língua. A ocasião proporciona o reencontro das 3 irmãs - entre as quais Barbara (Julia Roberts) se apresenta como a mais forte e preocupada em controlar e "pôr nos eixos" a mãe, a imprevisível Violet. A crise que gera todo este reencontro na casa onde as mulheres Weston foram criadas vê-se ainda apimentada por várias relações e condicionantes, uma das quais digna de uma novela da TVI.
Aqui está um filme que tem elenco de filme de óscar, mas que não tem a qualidade de filme de óscar. E provavelmente o factor John Wells na realização também não tenha ajudado o filme. Não obstante, reúne-se aqui uma bem mais crescida Abigail Breslin (curiosamente a estrela de 'Little Miss Sunshine', referido lá em cima); Benedict Cumberbatch que continua em busca do seu grande papel cinematográfico, depois do sucesso na série 'Sherlock', e que nos mostra aqui num momento ao piano que até não canta nada mal; e depois actores e actrizes como Ewan McGregor, Margo Martindale, Sam Shepard ou Chris Cooper.
No entanto, os dois bons motivos de 'August: Osage County' são Meryl Streep e Julia Roberts. A 1.ª pode ser considerada actriz principal e a 2.ª secundária, mas a coesão de forças no grande ecrã faz com que muitas das vezes estejamos perante um filme com co-protagonistas femininas. Embirro ocasionalmente com Meryl Streep mas a verdade é que a super-nomeada actriz saiu do seu registo habitual ao fazer de Dama de Ferro e 1 ano depois continua a estar bem longe do seu ADN normal, com uma boa interpretação. Relativamente a Julia Roberts, podemos dizer que o cinema a tem de volta. O filme poderá ser nomeado para Melhor Argumento Adaptado, mas as nomeações mais esperadas por todo o elenco e produção serão as das 2 actrizes. Streep disputará com Emma Thompson e Amy Adams um conjunto de 2 lugares - luta da qual não se deve excluir também as jovens Adèle Exarchopoulos e Brie Larson -, isto considerando que Cate Blanchett, Sandra Bullock e Judi Dench são dados garantidos. Por outro lado, Julia Roberts sabe que na sua categoria Jennifer Lawrence e Lupita Nyong'o são quase certezas e por isso inserir-se-á num lote com June Squibb, Oprah Winfrey, Sally Hawkins e Scarlett Johansson na corrida a 3 lugares. Octavia Spencer e Léa Seydoux também poderiam ser consideradas, mas são menos prováveis.
Bom momento de Meryl Streep a contar a história das botas e é curioso como aquela que acaba por ser a cena cabeça-de-cartaz do filme - a longa cena à mesa com toda a família reunida em acesa conversa - perde em larga escala a nível de conteúdo para uma cena semelhante do ponto vista cénico de 'Before Midnight'.
August: Osage County é um argumento adaptado, colocando no grande ecrã a peça de Tracy Letts, um enorme sucesso norte-americano, descrito como uma peça de humor negro onde uma família confronta o seu passado e o seu presente. Em suma, em August: Osage County há uma reunião familiar motivada pelo desaparecimento do pai da família Weston, Beverly (Sam Shepard), marido de Violet Weston (Meryl Streep), uma mulher viciada em comprimidos e sem papas na língua. A ocasião proporciona o reencontro das 3 irmãs - entre as quais Barbara (Julia Roberts) se apresenta como a mais forte e preocupada em controlar e "pôr nos eixos" a mãe, a imprevisível Violet. A crise que gera todo este reencontro na casa onde as mulheres Weston foram criadas vê-se ainda apimentada por várias relações e condicionantes, uma das quais digna de uma novela da TVI.
Aqui está um filme que tem elenco de filme de óscar, mas que não tem a qualidade de filme de óscar. E provavelmente o factor John Wells na realização também não tenha ajudado o filme. Não obstante, reúne-se aqui uma bem mais crescida Abigail Breslin (curiosamente a estrela de 'Little Miss Sunshine', referido lá em cima); Benedict Cumberbatch que continua em busca do seu grande papel cinematográfico, depois do sucesso na série 'Sherlock', e que nos mostra aqui num momento ao piano que até não canta nada mal; e depois actores e actrizes como Ewan McGregor, Margo Martindale, Sam Shepard ou Chris Cooper.
No entanto, os dois bons motivos de 'August: Osage County' são Meryl Streep e Julia Roberts. A 1.ª pode ser considerada actriz principal e a 2.ª secundária, mas a coesão de forças no grande ecrã faz com que muitas das vezes estejamos perante um filme com co-protagonistas femininas. Embirro ocasionalmente com Meryl Streep mas a verdade é que a super-nomeada actriz saiu do seu registo habitual ao fazer de Dama de Ferro e 1 ano depois continua a estar bem longe do seu ADN normal, com uma boa interpretação. Relativamente a Julia Roberts, podemos dizer que o cinema a tem de volta. O filme poderá ser nomeado para Melhor Argumento Adaptado, mas as nomeações mais esperadas por todo o elenco e produção serão as das 2 actrizes. Streep disputará com Emma Thompson e Amy Adams um conjunto de 2 lugares - luta da qual não se deve excluir também as jovens Adèle Exarchopoulos e Brie Larson -, isto considerando que Cate Blanchett, Sandra Bullock e Judi Dench são dados garantidos. Por outro lado, Julia Roberts sabe que na sua categoria Jennifer Lawrence e Lupita Nyong'o são quase certezas e por isso inserir-se-á num lote com June Squibb, Oprah Winfrey, Sally Hawkins e Scarlett Johansson na corrida a 3 lugares. Octavia Spencer e Léa Seydoux também poderiam ser consideradas, mas são menos prováveis.
Bom momento de Meryl Streep a contar a história das botas e é curioso como aquela que acaba por ser a cena cabeça-de-cartaz do filme - a longa cena à mesa com toda a família reunida em acesa conversa - perde em larga escala a nível de conteúdo para uma cena semelhante do ponto vista cénico de 'Before Midnight'.