Bayern 2 - 2 Chelsea (Ribéry 47', Javi Martínez 120'; Torres 8', Hazard 93')
5-4 nas grandes penalidades
Supertaça - Isto sim, chama-se futebol. Num dos melhores jogos dos últimos anos e com uma intensidade de jogo imprópria para o precoce mês de Agosto, o Bayern de Guardiola venceu o Chelsea de Mourinho. Para o jogo de hoje, Mourinho e Guardiola optaram por abordagens diferentes. O treinador português estreou David Luiz a titular na sua Era, apostou em Schürrle num trio ainda com Hazard e Óscar, mantendo Fernando Torres móvel na frente de ataque, no modelo habitual deste Chelsea. Já Guardiola desvirtuou ligeiramente a sua equipa, apostando em Lahm em zonas centrais (como já se tinha visto neste Bayern 2013/14), dando a lateral direita a Rafinha.
O jogo começou com um Chelsea intenso na pressão e muito dinâmico, a asfixiar a capacidade criativa do Bayern, sabendo jogar sem bola, com a linha defensiva e do meio-campo muito próximas. David Luiz foi levantando "tudo à frente", castigando várias vezes Mandzukic e Cahill acompanhava-o, evidenciando as 2 forças da Natureza no centro da defesa londrina. O Bayern procurou o golo por Ribéry - muito rematador em todo o 1.º tempo - mas foi o Chelsea a inaugurar o marcador aos 8 minutos. Brilhante transição dos blues iniciada por Hazard, o extremo belga soltou para o flanco direito onde Schürrle cruzou de primeira para um fantástico remate, também de primeira, de Fernando Torres.
A toada manteve-se, com o Bayern a procurar sempre colocar a bola em Ribéry, bem apoiado por Alaba, mas com Schürrle a ser monstruoso em campo conseguindo estar em todo o lado. Cech ia dizendo presente às tentativas de Ribéry (algumas delas para fora) e do outro lado, Fernando Torres dispôs de 2 ocasiões, ambas após bom trabalho de Schürrle. O Bayern continuava a ter mais bola e ficou perto do golo quando Robben finalmente conseguiu aparecer no jogo e soltou Müller, valendo o corte providencial de Cahill.
Ao intervalo saltava à vista a enorme intensidade do jogo considerando tratar-se de um desafio ainda em Agosto e o facto de Guardiola precisar de mexer na sua equipa. Retirar Rafinha e colocar Lahm a lateral e Javi Martínez no centro era o que se pedia. Ao Chelsea, apenas se pedia que se mantivessem os índices físicos e de concentração.
A segunda parte trouxe um Bayern decidido a mudar as coisas e logo aos 47 minutos, Kroos deu a bola a Ribéry e o Melhor Jogador UEFA 2013, após tirar Ramires do seu caminho, rematou uma bomba que só acabou nas redes da baliza de Cech. Aos 56 minutos Guardiola lá retirou Rafinha, colocando Javi Martínez em campo (substituição com 56 minutos de atraso) e acabou por ser Lampard a sofrer bastante com o reforço físico do meio-campo bávaro, ficando Ramires com mais trabalho. Dante ofereceu ainda um golo ao Chelsea, desperdiçado por Óscar e, até ao final do tempo regulamentar, embora fosse o Bayern sempre com a bola e, sobretudo Gary Cahill a limpar a sua grande área, com David Luiz e Ivanovic em bom plano, acabou por ainda ser o Chelsea a ameaçar o golo. Valeu a barra a travar o cabeceameno de Ivanovic e Neuer a evitar o golo de cabeça de David Luiz. Depois, expulsão de Ramires por acumulação de amarelos e o Chelsea reduzido a 10 unidades.
O prolongamento começou como se iniciou a segunda parte: com um golaço. David Luiz colocou a bola em Hazard e o belga, depois de driblar Lahm e mais um defesa, rematou um autêntico tiro sem hipóteses para Neuer. A intensidade ia-se mantendo, Lampard ia testando os seus 35 anos respondendo melhor no prolongamento e o Bayern ia encostando o Chelsea por completo. A recta final do prolongamento ficou marcada, mais do que por Cahill, pela exibição de Petr Cech. O guarda-redes do Chelsea evitou o golo por várias ocasiões, uma delas com uma defesa do outro mundo. E no minuto de compensação do prolongamento, eis o que faltava para ser um jogo de loucos: na sequência de um cruzamento de Alaba, a bola sobrou para Javi Martínez e este empatou tudo, num final impróprio para cardíacos.
Nas grandes penalidades, os marcadores superiorizaram-se aos guarda-redes, convertendo com enorme classe e técnica, acabando por ser Lukaku a oferecer a Supertaça ao Bayern, permitindo a defesa de Neuer.
Este Bayern-Chelsea abriu o apetite de qualquer adepto de futebol, iniciando a temporada europeia de 2013/14 da melhor forma. Vimos um Chelsea com enorme alma, com Petr Cech a reclamar em campo o estatuto de melhor guarda-redes do mundo, David Luiz e Gary Cahill (que presença, jogo aéreo e disponibilidade) a serem gigantes, Schürrle a fazer uma grande primeira parte e Hazard a juntar ao seu golaço uma exibição de enorme sacrifício. Palavra ainda para Lampard, com 35 anos a ensinar muita gente o que é dar tudo pelo seu clube. Talvez se possa dizer que Mourinho demorou a mexer na partida.
No Bayern, Guardiola soube fazer as substituições e viu Ribéry assumir a equipa em diversos momentos. Num jogo em que Robben apareceu pouco e no qual Müller não pôde explorar as zonas que lhe são mais favoráveis, Alaba soube dar profundidade à equipa e Dante terá sido o elemento menos positivo da equipa. Javi Martínez entrou muito bem no jogo e Kroos, embora algumas vezes "invisível" foi também peça importante durante os 120 minutos.
Barba Por Fazer do Jogo - Gary Cahill (Chelsea)
Outros Destaques - Alaba, Javi Martínez, Kroos, Ribéry; Cech, Ivanovic, David Luiz, Lampard, Hazard, Schürrle
Golos:
0-1 Torres 8'
1-1 Ribéry 47'
1-2 Hazard 93'
2-2 Javi Martínez 120'
Grandes Penalidades