Realizador: Richard Linklater
Argumento: Richard Linklater, Julie Delpy, Ethan Hawke, Kim Krizan
Elenco: Ethan Hawke, Julie Delpy
Classificação IMDb: 7.9 | Metascore: 94 | RottenTomatoes: 98%
Classificação Barba Por Fazer: 85
Ponto prévio: Quem nunca viu Before Sunrise e Before Sunset, veja-os antes de ver este filme. Só através da evolução as personagens e a história ganham sentido.
Os “Before” são como estrelas
cadentes que passam com 9 anos de diferença. Começámos em 1995 com Before Sunrise, continuámos em 2004 com Before Sunset e aqui chegamos a 2013 com
mais um. Before Midnight, tal como os anteriores, acaba de forma a que
aceitaríamos que aquilo fosse o fim, mas fazendo-nos esperar que daqui a nove
anos haja continuação.
Tal como no segundo filme, os protagonistas Hawke e
Julie Delpy integram a escrita do argumento – e, claro está, ninguém conhece
tão bem Jesse e Celine como eles que os construíram e cuja sintonia e perfeita
ligação na tela faz com que todos os filmes, todos os diálogos e os espaços
entre eles, soem reais e verdadeiros. Transparentes.
Eles já se conheceram no comboio e
pararam em Viena. Eles já se encontraram em França nove anos depois. Desta vez,
o palco é a Grécia. Before Midnight dá-nos um olhar mais amadurecido das
personagens, com outras preocupações (decorrentes da idade) e os diálogos mais
uma vez fluem fruto da inteligência de quem os escreveu, conseguindo como nos
anteriores filmes tirar uma fotografia à geração, à faixa etária. Acima de
tudo, e tal como nos 2 capítulos anteriores, há uma naturalidade que
impressiona em tudo – desde as cidades europeias bem escolhidas a cada linha do
argumento.
Não há o encanto da primeira vez
como em Before Sunrise, não há o constante controlo descontrolado de Jesse e
Celine em Before Sunset mas há como em todos os anteriores o elemento
imprevisibilidade (interessante a evolução galopante e a última meia hora do
filme). Ethan Hawke e Julie Delpy mantêm uma consonância total entre as suas
personagens dignas de um casal que evoluiu com o tempo, e Before Midnight seria
uma boa opção de óscar a nível de Argumento.
É melhor que o filme anterior – e bate-se,
embora explore espectros diferentes da sociedade, da vida, de uma relação, com
o primeiro filme.
2022 pode-nos dar novo filme, mas aceitaríamos se tudo
terminasse assim (tal como nos dois filmes anteriores).