Muitos deviam estar recordados do 1-1 da fase de grupos no Grupo C, entre os finalistas deste Euro 2012. Na altura foi um grande jogo, com uma Itália incrivelmente combativa e com uma entrega única. A partir do jogo com a Irlanda, essa Itália mudou, inclusive no plano táctico. O 3-5-2 passou a um 4-4-2 e, apesar de ter resultado com Irlanda, Inglaterra e Alemanha, hoje era hora de mudar. Ou então Montolivo, Marchisio e um dos avançados teriam que correr muito mesmo. A Espanha manteve o onze que foi maioritariamente titular durante este europeu.
Logo no início, uma visão do inferno - Pedro Proença, Duarte Gomes e Jorge Sousa juntos no mesmo relvado. A lógica normal diria que os de azul seriam beneficiados, porém hoje ninguém o foi, apesar de Platini e Villar com certeza esperarem ver o señor Iker a levantar a taça.
O jogo começou com uma Itália muito subida no terreno, querendo ter bola e conseguindo tê-la, mas muito destapada na sua defesa. A Espanha cedo percebeu que poderia explorar as transições ofensivas e que, face ao posicionamento em campo dos italianos. Xavi ameaçou a baliza de Buffon e, minutos a seguir, David Silva inaugurou o marcador. Enorme passe de Andrés Iniesta, Fábregas foi esperto, trabalhou bem junto à linha de fundo e cruzou para David Silva cabecear, fazendo o 1-0. Para quê o Llorente? Afinal de contas está lá o David Silva e o seu jogo aéreo (ironia)... A Itália lá se tentou levantar, voltando a ter mais bola do que a Espanha (coisa estranha) só que depois a Itália teve o seu 1º azar. O patrão da defesa Chiellini lesionou-se e teve que entrar Balzaretti. Seguiram-se minutos em que a Itália apareceu melhor, mas Casillas estava sempre atento nas suas saídas e nos remates à figura. Aos 41 minutos, a Espanha voltou a fazer das suas. Jordi Alba deu a bola a Xavi, desatou a correr e o Xavier lá lhe fez um grande passe, deixando-o isolado na cara de Buffon. O lateral esquerdo recentemente contratado pelo Barcelona, uma das agradáveis surpresas da final e do europeu, não vacilou. Refira-se que a abordagem defensiva da Itália nesse lance foi péssima.
Para a segunda parte, Prandelli decidiu trocar Cassano por Di Natale e o avançado da Udinese até ameaçou a baliza de Casillas por duas vezes, mas sem marcar. Do outro lado, Fábregas armou-se em Messi e quase marcava um bom golo. Nessa altura o jogo estava dividido, mas com uma Espanha sempre mais serena e esclarecida no passe. Aos 56 minutos, Prandelli retirou Montolivo (que estava a aumentar a sua produtividade) e colocou Thiago Motta. Porquê? Não fazemos ideia. Motta, a estar em campo, faria sentido que fosse de início, num 3-5-2. A perder 2-0, retirando Montolivo, pedia-se a Prandelli que arriscasse e colocasse, por exemplo, Diamanti. Mas o Cesare assim não entendeu. E 5 minutos depois, veio o castigo divino e 2º azar italiano. Thiago Motta lesionou-se, as substituições estavam esgotadas, e a Itália ficou reduzida a 10.
A partir daí, só deu Espanha. Del Bosque foi refrescando o ataque, colocou Torres e El Niño (que tem dois niños, supomos) fez o 3-0. A Itália já estava devastada, perdeu a bola no seu meio-campo em fase de construção e Xavi, mais uma vez, colocou a bola limpinha para o Fernando fazer o 3-0 e o seu 3º golo neste Euro 2012. Por ter menos minutos que Dzagoev, Mandzukic, Ronaldo, Gomez e Balotelli julgamos que será estatisticamente o melhor marcador da prova. Aos 86 minutos entrou Mata e aos 88 marcou Mata. Tudo muito simples, Torres ficou na cara de Buffon, descaído para a esquerda, podia-se ter isolado como melhor marcador mas como com ele os golos nunca são de fiar, optou por ser altruísta e dar o golo a Mata. Juan Manuel Mata que sai deste Euro 2012 com 7 minutos em campo e 1 golo. Nada mau, nada mau João Manuel.
O jogo acabou, Balotelli fugiu (mais tarde voltou) e a Espanha sagrou-se campeã mais uma vez. Torna-se chato, sobretudo porque hoje a Itália esteve irreconhecível e a Espanha jogou bem e marcou 4 golos, não praticando aquela troca de bola enfadonha e pouco atrevida, como por exemplo com a Croácia ou com Portugal. Ao fim ao cabo podemos claramente dizer que fomos quem melhor se bateu com a Espanha. Condicionámos o jogo espanhol, exercemos uma enorme pressão, conseguindo ocupar bem o campo. Ingredientes que, conjugados, ninguém mais conseguiu frente à equipa de Del Bosque neste Euro 2012.
Houve depois duas coisas que nos fizeram confusão: ver Proença e Jorge Sousa a receberem medalhas e não se tratar da Gala do Porto e, sobretudo, o facto da barra da baliza que defendeu o penalty do Bruno Alves não ter ido também receber a sua medalha. Mais do que Puyol ou Villa, aquela barra foi parte importante da chegada da Espanha à final.
Eles ganharam, mereceram e vamos tentar todos seguir em frente. Em 2014 há mundial e é para isso que todos vamos jogar agora. Olhando para o jogo de hoje, podemos considerar que a final para a Espanha foi contra nós.
E Pirlo, não chores.
Brevemente indicaremos quais os nossos 23 do Euro 2012 e fecharemos assim o acompanhamento que demos à prova.
Ficha de jogoLogo no início, uma visão do inferno - Pedro Proença, Duarte Gomes e Jorge Sousa juntos no mesmo relvado. A lógica normal diria que os de azul seriam beneficiados, porém hoje ninguém o foi, apesar de Platini e Villar com certeza esperarem ver o señor Iker a levantar a taça.
O jogo começou com uma Itália muito subida no terreno, querendo ter bola e conseguindo tê-la, mas muito destapada na sua defesa. A Espanha cedo percebeu que poderia explorar as transições ofensivas e que, face ao posicionamento em campo dos italianos. Xavi ameaçou a baliza de Buffon e, minutos a seguir, David Silva inaugurou o marcador. Enorme passe de Andrés Iniesta, Fábregas foi esperto, trabalhou bem junto à linha de fundo e cruzou para David Silva cabecear, fazendo o 1-0. Para quê o Llorente? Afinal de contas está lá o David Silva e o seu jogo aéreo (ironia)... A Itália lá se tentou levantar, voltando a ter mais bola do que a Espanha (coisa estranha) só que depois a Itália teve o seu 1º azar. O patrão da defesa Chiellini lesionou-se e teve que entrar Balzaretti. Seguiram-se minutos em que a Itália apareceu melhor, mas Casillas estava sempre atento nas suas saídas e nos remates à figura. Aos 41 minutos, a Espanha voltou a fazer das suas. Jordi Alba deu a bola a Xavi, desatou a correr e o Xavier lá lhe fez um grande passe, deixando-o isolado na cara de Buffon. O lateral esquerdo recentemente contratado pelo Barcelona, uma das agradáveis surpresas da final e do europeu, não vacilou. Refira-se que a abordagem defensiva da Itália nesse lance foi péssima.
Para a segunda parte, Prandelli decidiu trocar Cassano por Di Natale e o avançado da Udinese até ameaçou a baliza de Casillas por duas vezes, mas sem marcar. Do outro lado, Fábregas armou-se em Messi e quase marcava um bom golo. Nessa altura o jogo estava dividido, mas com uma Espanha sempre mais serena e esclarecida no passe. Aos 56 minutos, Prandelli retirou Montolivo (que estava a aumentar a sua produtividade) e colocou Thiago Motta. Porquê? Não fazemos ideia. Motta, a estar em campo, faria sentido que fosse de início, num 3-5-2. A perder 2-0, retirando Montolivo, pedia-se a Prandelli que arriscasse e colocasse, por exemplo, Diamanti. Mas o Cesare assim não entendeu. E 5 minutos depois, veio o castigo divino e 2º azar italiano. Thiago Motta lesionou-se, as substituições estavam esgotadas, e a Itália ficou reduzida a 10.
A partir daí, só deu Espanha. Del Bosque foi refrescando o ataque, colocou Torres e El Niño (que tem dois niños, supomos) fez o 3-0. A Itália já estava devastada, perdeu a bola no seu meio-campo em fase de construção e Xavi, mais uma vez, colocou a bola limpinha para o Fernando fazer o 3-0 e o seu 3º golo neste Euro 2012. Por ter menos minutos que Dzagoev, Mandzukic, Ronaldo, Gomez e Balotelli julgamos que será estatisticamente o melhor marcador da prova. Aos 86 minutos entrou Mata e aos 88 marcou Mata. Tudo muito simples, Torres ficou na cara de Buffon, descaído para a esquerda, podia-se ter isolado como melhor marcador mas como com ele os golos nunca são de fiar, optou por ser altruísta e dar o golo a Mata. Juan Manuel Mata que sai deste Euro 2012 com 7 minutos em campo e 1 golo. Nada mau, nada mau João Manuel.
O jogo acabou, Balotelli fugiu (mais tarde voltou) e a Espanha sagrou-se campeã mais uma vez. Torna-se chato, sobretudo porque hoje a Itália esteve irreconhecível e a Espanha jogou bem e marcou 4 golos, não praticando aquela troca de bola enfadonha e pouco atrevida, como por exemplo com a Croácia ou com Portugal. Ao fim ao cabo podemos claramente dizer que fomos quem melhor se bateu com a Espanha. Condicionámos o jogo espanhol, exercemos uma enorme pressão, conseguindo ocupar bem o campo. Ingredientes que, conjugados, ninguém mais conseguiu frente à equipa de Del Bosque neste Euro 2012.
Houve depois duas coisas que nos fizeram confusão: ver Proença e Jorge Sousa a receberem medalhas e não se tratar da Gala do Porto e, sobretudo, o facto da barra da baliza que defendeu o penalty do Bruno Alves não ter ido também receber a sua medalha. Mais do que Puyol ou Villa, aquela barra foi parte importante da chegada da Espanha à final.
Eles ganharam, mereceram e vamos tentar todos seguir em frente. Em 2014 há mundial e é para isso que todos vamos jogar agora. Olhando para o jogo de hoje, podemos considerar que a final para a Espanha foi contra nós.
E Pirlo, não chores.
Brevemente indicaremos quais os nossos 23 do Euro 2012 e fecharemos assim o acompanhamento que demos à prova.
Espanha: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos, J.Alba; Busquets, X.Alonso, Xavi; David Silva (Pedro), Iniesta (Mata), Fábregas (Torres).
Itália: Buffon; Abate, Barzagli, Bonucci, Chiellini (Balzaretti); Pirlo, De Rossi, Montolivo (T.Motta), Marchisio; Cassano (Di Natale), Balotelli.
Golos: 1-0 14' David Silva; 2-0 41' Jordi Alba; 3-0 83' Torres; 4-0 88' Mata.
Destaques: Casillas, J.Alba, Xavi, David Silva, Iniesta, Fábregas, Torres; Pirlo, De Rossi.Golos: 1-0 14' David Silva; 2-0 41' Jordi Alba; 3-0 83' Torres; 4-0 88' Mata.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Xavi Hernández (Espanha)
MP. TM.