Por razões levianas e de múltiplas origens, vimo-nos cada um por si impedidos de visionar o Alemanha-Itália na sua plenitude e por isso mesmo não fizemos a crónica do jogo.
De qualquer forma, confessamos que ainda estamos a digerir a eliminação de Portugal nas grandes penalidades. Não culpamos nenhum jogador que não tenha concretizado o seu penalty, e já agradecemos a todos eles pela enorme entrega neste Euro 2012, mas estamos com alguma frustração e é estranho Portugal já não estar em competição. Uma sensação ligeiramente semelhante àquela que tivemos após o Benfica ter sido eliminado pelo Chelsea este ano na Champions League. Os seguidores benfiquistas compreender-nos-ão.
Vamos seguir em frente. Nestas meias-finais marcaram-se 3 golos (só houve golos no Alemanha-Itália) e as equipas do Grupo C eliminaram as do Grupo B. Portugal merecia sorte diferente e, no outro jogo, Balotelli fez por merecer tudo o que a Itália conseguiu. Que haja golos na final, ao contrário do que tem sido apanágio em tantos jogos, com as equipas a privilegiarem o não-sofrer golos ao marcar.
Mas vamos lá então à equipa das meias-finais. Ao onze das meias-finais. Porque, após a final, revelaremos sim aqueles que foram para nós "Os 23 do Euro 2012" - a convocatória final.
Nestas meias-finais, optámos por escolher Rui Patrício para a baliza. O guarda-redes do Sporting revelou-se determinante sobretudo no prolongamento do Portugal-Espanha, com 2 defesas que nos mantiveram no jogo (defendendo ainda o penalty de Xabi Alonso).
Nestas meias-finais, optámos por escolher Rui Patrício para a baliza. O guarda-redes do Sporting revelou-se determinante sobretudo no prolongamento do Portugal-Espanha, com 2 defesas que nos mantiveram no jogo (defendendo ainda o penalty de Xabi Alonso).
Na defesa, 4 elementos. Do lado direito "adaptámos" Andrea Barzagli. O central italiano fez um jogo extremamente seguro ao lado de Bonucci. Os automatismos destes 2 jogadores e Chiellini em toda a época da Juventus têm ajudado e muito esta Itália. No centro, um duelo de titãs no Portugal-Espanha. Do nosso lado, Pepe, com mais uma extraordinária exibição. Sem dúvida O central deste europeu. E do lado espanhol, um jogador que conseguiu estar em todo o lado, superior a Pepe (neste jogo) inclusive e que ainda teve tempo para marcar um penalty à panenka, após o que tinha feito nas meias da Champions - Sergio Ramos. Do lado esquerdo, outro jogador português. Fábio Coentrão fez um grande jogo, igual a si mesmo, sem temer qualquer adversário e sem cometer erros.
No meio-campo, e porque o jogador desta fase foi o único avançado que escolhemos, cabem 5 jogadores. Dois italianos, dois portugueses e um espanhol. Andrea Pirlo foi... Andrea Pirlo. A Itália funciona ao seu ritmo e, caso a squadra azzurra se sagre campeã europeia é bem capaz de ficar em 3º atrás de Ronaldo e Messi na corrida ao título de melhor do mundo. O seu complemento ofensivo tem sido agora Riccardo Montolivo. Melhor médio no Alemanha-Itália, o jogador que o AC Milan contratou a custo zero neste defeso fez um enorme passe para Balotelli e é um daqueles médios que dá gosto ver jogar pela facilidade com que inventa jogadas e linhas de passe de forma simples. Os portugueses são João Moutinho e Miguel Veloso. Ambos com boas perspectivas de darem o salto (embora o salto de Moutinho possa ser para um grande europeu), correram, correram e correram. Moutinho é já um habitué nos nossos onzes, pela forma como se apresentou nos últimos 3 jogos de Portugal. Foi quanto a nós o melhor jogador do Portugal-Espanha e não merecia não ter marcado o penalty. Veloso fez o jogo da sua vida, correu como nunca antes tinha corrido, perdeu provavelmente 5 quilos e cumpriu bem a função de anular Xavi. O último médio trata-se de Andrés Iniesta - o médio do Barcelona só apareceu a partir dos 70 minutos e sobretudo no prolongamento, mas fê-lo sempre com perigo e assustando os portugueses.
Por fim, o avançado e destaque maior destas meias-finais. O Mad Mario optou por colocar o país de Merkel fora do Euro 2012. A favorita Alemanha, num dia desinspirado e inclusive com 2 dias a mais de descanso do que os italianos, caiu aos pés de Mario Balotelli. O avançado italiano marcou por duas vezes, primeiro num bom cabeceamento após excelente trabalho de Cassano e, no segundo golo, fazendo um remate que podemos dizer que foi uma buja como não víamos há muito tempo. Com a cabeça no lugar pode muito bem (e assim o esperamos) fazer estragos a La Roja. Mas obviamente esperemos que não tenha a cabeça no lugar o jogo todo porque aí deixava de ser o jogador que é e de quem é difícil não gostar.
Banco: Gianluigi Buffon (Itália), Jordi Alba (Espanha), Leandro Bonucci (Itália), Raúl Meireles (Portugal), Daniele De Rossi (Itália), Mesut Özil (Alemanha), Antonio Cassano (Itália)
MP. TM.