2018 é ano de Mundial, na Rússia, o que só apimenta quaisquer previsões. Para além do certame internacional, as atenções concentram-se nos principais campeonatos europeus. A Premier League, a Bundesliga, a Ligue 1 e a La Liga têm os seus vencedores muito bem encaminhados, mas Portugal e Itália deverão ter equilíbrio até ao fim. Há ainda uma Bota de Ouro que parece mais renhida do que nos últimos anos (Kane, Messi e Cavani partem como favoritos sobre Lewandowski e Icardi).
Hoje lançamos os jogadores da 100.ª à 51.ª posição e amanhã, primeiro dia do ano, os primeiros 50 lugares. Vamos lá a isto:
52. Arthur (Grémio) - Brilhou no Grémio e deixou escancarada a porta do futebol europeu. Médio intenso, diz-se que está a caminho do Barcelona. Jogar no Brasil é muito diferente de jogar na Europa, mas a facilidade com que roda sobre os adversários e como se desembaraça destes, tem de facto muito de blaugrana.
56. Florian Thauvin (Marselha) - Não deve ser fácil para um adepto do Newcastle ver a enormidade que Thauvin joga em França, depois de, por diversas razões, não ter resultado em Inglaterra. Com 8 golos e 7 assistências, roubou atenções a Payet e tem mantido a equipa viva na luta com Mónaco e Lyon.
58. Hirving Lozano (PSV) - Chegou à Holanda e desatou a marcar golos. O PSV é líder isolado na Eredivisie e muito pode agradecer ao momento em que o mexicano Lozano (11 golos em 16 jogos) assinou pelo clube. Não será de estranhar se chegar aos vinte golos no campeonato, e por isso mesmo Alemanha, Suécia e Coreia do Sul, adversários de Chucky no Mundial, já estarão a estudá-lo.
60. Richarlison (Watford) - A Premier League e Marco Silva receberam um extraordinário jogador, um daqueles que não engana. A probabilidade de ser chamado por Tite ao Mundial é muitíssimo reduzida, dada a concorrência, mas é natural que o seleccionador o experimente num particular. Arriscamos que poderá fechar a época de estreia em terras de Sua Majestade com algo como 13 golos.
61. Rodrigo (Valência) - Há pouco tempo seria impensável Rodrigo ser uma das hipóteses para integrar a convocatória de La Roja no Mundial 2018. Hoje, já não é. Num ataque jovem, que tem tido em Gonçalo Guedes a sua figura de proa, Rodrigo tem, por exemplo, mais golos do que Ronaldo, Griezmann e Aduriz (todos eles diga-se, sobretudo o português, abaixo do expectável). Se vai ou não estar na Rússia temos bastantes dúvidas, até porque Diego Costa passará a contar nesta segunda metade de 17-18, mas a confiança deve manter-se em alta ao lado de Guedes e Zaza.
62. Malcom (Bordéus) - Referência do Bordéus aos 20 anos, Malcom já leva 7 golos esta época, tendo melhorado muito na capacidade de assumir a equipa, focado em objectivos concretos. Tem tempo para chegar muito longe, e por isso seria bom continuar a servir o antigo clube de Pauleta durante todo o 2018.
63. Phil Foden (Manchester City) - O inglês que joga como se fosse um brasileiro tem o treinador certo para extrair o melhor dele, integrando-o aos poucos numa equipa recheada de craques. O contexto não podia ser mais favorável - é sempre mais fácil entrar numa equipa confiante e com bons resultados - e acreditem: em Foden teremos um dos jogadores mais marcantes dos próximos 15 anos.
64. Jean Michaël Seri (Nice) - O Barcelona desistiu dele quando tudo parecia certo, mas o ex-Paços de Ferreira ainda vai a tempo de rumar a um clube de acordo com o nível que exibe. Diz-se que o Everton e o Arsenal estão interessados.
65. Milan Skriniar (Inter) - Não se explica só por aí - o factor Spalletti é determinante - mas a subida de rendimento do Inter e a capacidade de se intrometer na luta com Nápoles e Juventus, muito se deve à chegada de Skriniar ao centro da defesa. Querem ver um verdadeiro defesa central? Vejam uma exibição do ex-Sampdoria.
66. Manuel Fernandes (Lokomotiv Moscovo) - Destaque semana sim, semana sim na Rússia, Manuel Fernandes é um jogador irritante. Irritante por ser um dos maiores talentos do futebol português da última década, e alguém que podia ter tido uma carreira bem melhor. A nível de selecção, pode ser uma cartada relativamente inesperada de Fernando Santos. Diz a teoria que entre Renato Sanches e Manuel Fernandes, só um estará na Rússia.
67. Kai Havertz (Bayer Leverkusen) - Cá está um daqueles projectos de jogador que pode chegar muitíssimo longe, tenha ele sorte e sejam dados os passos certos, rodeado das pessoas (treinadores e colegas de equipa) certos. Aos 18 anos, Havertz já se está a afirmar como playmaker dos farmacêuticos. Tem coisas a limar (contributo sem bola, capacidade de estar sempre "ligado" ao jogo), mas já deixa água na boca.
68. Sander Berge (Genk) - O norueguês Berge é o protótipo do médio perfeito. Com a sua passada larga, combina uma força sem igual e uma técnica improvável para alguém com a sua morfologia. O Genk que comece a preparar-se para o perder, e os tubarões devem entrar todos em leilão por ele. Ou, pelo menos, deviam.
69. Filip Krovinovic (Benfica) - Muito provavelmente, o croata que fala melhor português do que alguns portugueses foi a melhor coisa que aconteceu ao Benfica numa época - até ver - para esquecer. Inteligente, com classe, gere tempos, joga e faz jogar. O Benfica é melhor com ele em campo. Os números (golos e assistências) vão começar a aparecer.
70. Maxi Gómez (Celta Vigo) - O Celta de Vigo sabe onde e como fazer as suas compras. Descoberto no Defensor Sporting, o uruguaio Maxi Gómez teve impacto imediato na liga espanhola. Fortíssimo fisicamente, embora Iago Aspas vá "sugar" muitos golos, pode chegar aos 15 na sua primeira época em Espanha; e pode estar aqui o jóker de Tábarez, quando Cavani e Suárez precisarem de mais um.
71. Mile Svilar (Benfica) - Em pratos limpos: por mais verde que ainda esteja, o guardião belga do Benfica tem tudo para ser um guardião de topo. Bruno Varela, não. O tempo deve fazer de Svilar o número 1 da Luz e um indiscutível que, entre erros infantis e exibições incríveis, evoluirá.
72. Álvaro Odriozola (Real Sociedad) - Ataca e defende com critério, decide à espanhola e tem apenas 22 anos. Mora na Real Sociedad um dos laterais-direitos mais talentosos da actualidade, e um elemento muitísimo cobiçado no próximo Verão.
73. Bernard (Shakhtar Donetsk) - Não deverá ser Paulo Fonseca a perdê-lo uma vez que o técnico português também deve abraçar novo projecto, mas o Shakhtar vai perder Bernard a custo zero. Tentador para meia Europa.
76. Iván Marcano (Porto) - O melhor central da Liga NOS 17-18 ainda não renovou pelos dragões. Os rumores de que se mudará para a Luz estão vivos, mas o mais certo é Marcano continuar de dragão ao peito ou rumar a Espanha. Quem o garantir, terá por certo um central consistente, certinho, pouco vistoso mas altamente eficaz.
77. Bruno Xadas (Braga) - Ai aquele pé esquerdo... Tendo em conta a forma como o Braga tem vendido, é natural que Xadas saia do Minho por muitos milhões. Se é já no próximo Verão ou não, será provavelmente o seu rendimento nesta segunda metade de 17-18 a dizer.
79. Wendel (Fluminense) - Primeiro associado ao Porto com o PSG pelo caminho, entretanto associado ao Sporting. O futuro de Wendel parece passar por Portugal, e essa é uma boa notícia para a Liga NOS.
80. Pietro Pellegri (Génova) - 16 anos, 7 jogos na Serie A e 2 golos marcados. O adolescente do Génova impressiona pela estampa física (1,93m) e temos muita curiosidade para o acompanhar neste novo ano.
84. Paulinho (Portimonense) - Não é à toa que Paulinho tem uma cláusula de rescisão de 20 milhões de euros. O camisola 8 do Portimonense é craque da cabeça aos pés, sabe sempre o que fazer à bola e apresenta uma regularidade impressionante. Agarra-o um dos 3 grandes ou salta logo para o estrangeiro?
85. Nicolo Barella (Cagliari) - Baixo centro de gravidade, alta capacidade de transporte e visão de jogo. Em Cagliari está a dar os primeiros passos uma espécie de Verratti, mais ofensivo e menos refinado tacticamente.
87. Lucas Torreira (Sampdoria) - O pequeno uruguaio impressiona Itália e, da mesma forma que tem ganho o seu espaço na Serie A, é apenas uma questão de tempo até chegar à selecção do Uruguai. Será o jogador nº 23 de Tabárez no Mundial?
88. Pascal Groß (Brighton) - De jogador que mais oportunidades criou na Bundesliga 16-17, para figura do Brighton, equipa que tem impressionado Inglaterra juntamente com Burnley, Huddersfield e Watford. Aos 26 anos, o mais certo é afirmar-se como ídolo local. Se a coisa correr melhor, surgirão propostas.
89. Cristián Portu (Girona) - Perdido durante anos no Valência secundário, foi preciso partir para Albacete e mais recentemente Girona para que Portu despertasse. Tarde. Mas ainda a tempo de dar o salto. Afinal, poucos são os avançados em Espanha que apresentam tal intensidade e mobilidade na frente.
92. Ante Coric (Dínamo Zagreb) - Torna-se quase penoso ver o talentoso croata estagnado no periférico campeonato local quando já devia estar na alta roda da Europa. Impõe-se para 2018 o passo certo, para um clube onde Coric tenha espaço para evoluir, a titular. Um Ajax, por exemplo.
93. Christian Fruchtl (Bayern Munique) - Se por acaso as lesões continuarem a atormentar Manuel Neuer, é natural que o Bayern deixe Ulreich e Starke para segundo plano e comece a apostar no potencial herdeiro de um dos melhores guarda-redes da última década. O mal de Manuel, pode ser a sorte de Christian.
94. Jann-Fiete Arp (Hamburgo) - Em 2018, Arp deixará de precisar da autorização dos pais quando os jogos do Hamburgo se prolongam para lá das 20 horas. Para já, e com apenas 17 anos, este menino é um dos mais promissores jogadores alemães e um goleador em potência. Para ver crescer.
96. Shoya Nakajima (Portimonense) - Tal como Paulinho e Fabrício, Shoya Nakajima não deverá estar muito mais tempo no Algarve. O craque nipónico tem qualidade para jogar num dos grandes portugueses.
97. Hidde ter Avest (Twente) - Seja como lateral-direito ou como central, está aqui jogador para integrar o horizonte da Laranja Mecânica (uma vez mais ausente de uma grande competição), e o Twente começa a parecer pequeno face aos estímulos e competitividade que lhe faria bem ter.
98. Florentino Luís (Benfica) - O lugar é dele mas podia ser de Gedson Fernandes. De olhos postos em 2018-19, Florentino e Gedson são os centro-campistas das águias que deverão merecer aposta na pré-época e nos primeiros meses da temporada. Cabe a estes diamantes, um seis, o outro oito, e ambos com 18 anos, agarrar a oportunidade.
99. James Maddison (Norwich) - Cinco golos e quatro assistências fizeram da primeira metade da época de Maddison no Championship um excelente cartão de visita para 2018. Livres directos, meia distância... o rapaz tem técnica para dar e vender, e está destinado à Premier League.
100. Rui Costa (Famalicão) - Emprestado pelo Portimonense ao Famalicão, um dos jogadores-sensação da Ledman LigaPro desta época tem 21 anos e um instinto goleador que promete voos mais altos. Em 18-19, estará no primeiro escalão. Ao serviço do emblema de Portimão, ou até mais acima.
1-50: 100 Jogadores que podem marcar 2018 (1-50)