BRAGA (4) O Sporting de Braga foi terceiro, e não duvidamos que consiga repetir o feito ou até mesmo, quem sabe, terminar em segundo lugar. Os arsenalistas têm algo que os vem distinguindo dos 3 tradicionais "grandes" - não há nenhuma outra equipa em Portugal, com jogadores bastante acima da média, em que o diferencial qualitativo entre as primeiras opções e as respetivas alternativas do banco seja tão pequeno. Isto acontece porque há bom planeamento, porque há vontade de manter um balneário em harmonia e sempre pronto a ir a jogo, e ao contrário do Sporting e FC Porto, e mesmo no Benfica isso também se aplica em algumas posições, quando há lesões no Braga, a equipa raramente acusa e segue em frente.
Com a perspetiva viva de entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões (o encaixe financeiro seria incrível, faltando ultrapassar Marselha ou Panathinaikos), os guerreiros do Minho estão prontos para competir em todas as frentes e estão mais fortes do que há um ano, notável se tivermos em conta que o clube chegou aos 78 pontos.
Apenas sem Iuri Medeiros e Sequeira, mas reforçado com José Fonte, Rony Lopes, Rodrigo Zalazar, Vítor Carvalho e Adrián Marín, mais o exercer das opções em definitivo por Bruma, Niakaté e Victor Gómez, o Braga está nisto para ganhar ou, no mínimo, para se manter na luta pelo título até ao fim.
Artur Jorge já mostrou que tem mais do que capacidade para fazer deste Braga uma equipa de futebol de encher o olho, e será essencial que na "liguilha" entre os 4 principais emblemas, o Braga consiga somar mais pontos e não acabar inclusive ocasionalmente goleado.
Ricardo Horta é um dos melhores jogadores da Liga, Bruma entrou nesta época a todo o gás e é um dos elementos mais imprevisíveis em lances de 1 para 1 em Portugal, poder alternar entre Abel Ruiz e Banza é um luxo, Al Musrati é um dos melhores médios defensivos que por cá anda, e o mesmo se pode dizer sobre Matheus entre os postes.
Vemos o Sporting de Braga mais forte, mas a tendência para vacilar nos jogos grandes, quando a distância do Top 4 para o resto se acentua a cada ano, é o que nos faz relegar o Braga para o posto mais baixo dos... 4 grandes.
Treinador: Artur Jorge
Onze-Base (4-4-2): Matheus; Victor Gómez, José Fonte, Niakaté, Adrián Marín; Zalazar (Rony Lopes, Pizzi), Al Musrati, André Horta, Bruma; Ricardo Horta, Abel Ruiz (Banza)
Atenção a: Ricardo Horta, Bruma, Al Musrati, Abel Ruiz, Niakaté
FAMALICÃO (5)
Uma vez mais, João Pedro Sousa tem a juventude em ebulição a querer apresentar-se ao futebol português. Vila Nova de Famalicão teve nos últimos anos Pedro Gonçalves, Ugarte, Simon Banza, Fábio Martins, Nehuén Pérez ou Toni Martínez; Penetra foi o último a proporcionar uma transferência simpática, mudando-se para o AZ da Eredivisie, e o mágico espanhol Iván Jaime ainda é um jackpot por acontecer neste defeso, em princípio rumo ao FC Porto ou ao futebol espanhol. Ivo Rodrigues também saiu, embora a custo zero, para a Arábia Saudita.
O Arouca é uma verdadeira equipa, o Estoril apresenta soluções para todos os gostos e o Vitória deu provas com Moreno que defende com rigor, mas em talento puro nenhum desses candidatos ao 5º lugar se compara ao Famalicão.
Os famalicenses, que têm os miúdos campeões nacionais de juniores para lançar caso seja oportuno, têm um grande guarda-redes (Luiz Júnior) e na defesa Nathan é muito bem-vindo de regresso ao futebol luso depois de boa passagem pelo Boavista, e Otávio (tremendo potencial físico, faltando apenas corrigir algumas falhas episódicas de concentração) vai realizar desta feita a sua primeira época completa na equipa principal do clube. Youssouf e Gustavo Assunção dispensam apresentações, e Gustavo Sá brilhou no Euro Sub-19, fazendo sentido que o Famalicão o segure e JP Sousa aposte nele como terceiro médio/ jogador nas costas do avançado. Tudo leva a crer que Iván Jaime já está com a cabeça noutras paragens, o que abrirá espaço para Puma Rodríguez e Dobre (o romeno dá a sensação que, se engatar, pode virar muitos jogos do campeonato do avesso). Mas atenção, o substituto direto de I. Jaime é o pequeno finlandês Otso Liimatta, um esquerdino muito especial mas que pode necessitar de algum tempo para se adaptar a esta nova realidade.
Cádiz e Pablo que nos perdoem, mas na frente esta é a época de Henrique Araújo. O avançado emprestado pelo Benfica está com 21 anos, terá colegas a servi-lo com qualidade e por isso a fasquia de exigência tem que ser colocada nos 15 golos.
Acompanhem este Famalicão, porque o futuro do futebol português passa pelas botas de alguns destes intérpretes.
Treinador: João Pedro Sousa
Onze-Base (4-3-3): Luiz Júnior; Nathan, Riccieli, Otávio, Francisco Moura; Z. Youssouf, Gustavo Assunção (Topic), Gustavo Sá; Puma Rodríguez (Dobre), Iván Jaime (Liimatta), Henrique Araújo
Atenção a: Henrique Araújo, Luiz Júnior, Gustavo Sá, Alex Dobre, Otso Liimatta
AROUCA (6)
Dá gosto ver este Arouca a tomar decisões e a crescer. Eleito nos nossos Prémios BPF de fim de época a "equipa sensação" de 22/ 23, o Arouca ficou sem treinador, sem o capitão/ patrão da defesa e sem um dos seus jogadores mais fortes a desequilibrar, mas mesmo assim continuamos a acreditar que os arouquenses têm condições para repetir o 5.º ou ficar um ou dois lugares abaixo.
Armando Evangelista aproveitou a sua justificada valorização e cruzou o Oceano Atlântico para treinar o Goiás no Brasileirão. Daniel Ramos recebeu uma herança pesada, mas os bons trabalhos que desenvolveu sobretudo nos clubes insulares (Marítimo primeiro e Santa Clara mais tarde) fazem dele, julgamos, o homem certo no lugar certo. As suas equipas costumam caraterizar-se pelo pragmatismo, com boa tomada de decisão e critério e poucos toques até chegar à grande área adversária - e curiosamente era mesmo assim o Arouca com Evangelista.
Não há João Basso (muita gente ficou a dormir e lá foi ele para o Santos) e não há Antony, mas o especialista em defender grandes penalidades de Arruabarrena continua, e um craque silencioso como Morlaye Sylla também passou despercebido até agora, para gáudio do clube de Aveiro. Entre os reforços, Kouassi (2ª passagem pelo clube) e Jason Remeseiro (mais de 100 jogos na liga espanhola) têm entrada direta no onze, mas quem mais nos chamou a atenção foi mesmo Cristo González. O avançado formado no Castilla, que pode dizer aos netos que marcou 1 golo pela equipa principal do Real Madrid, tem fama de party boy mas, se estiver com a cabeça limpa e comprometido com a causa, pode ser um dos grandes reforços deste campeonato. As primeiras semanas têm mostrado um bonito entendimento entre Cristo e Mújica, uma dupla espanhola que pode tornar-se mais e mais conhecida à medida que o tempo passe.
Treinador: Daniel Ramos
Onze-Base (4-4-2): de Arruabarrena; Tiago Esgaio, Opoku, Galovic, Mateus Quaresma; Kouassi, David Simão, Sylla, Jason; Cristo González, Mújica
Atenção a: de Arruabarrena, Morlaye Sylla, Cristo González, Rafa Mújica, Mateus Quaresma
ESTORIL (7)
No espaço de meses, o clube da Linha mudou muito. Álvaro Pacheco, o homem da boina, foi o escolhido para substituir Ricardo Soares e o 11 inicial canarinho já não conta com Tiago Santos (brilhante futuro, pode singrar no Lille de Paulo Fonseca), Francisco Geraldes, João Carvalho, Joãozinho ou Tiago Gouveia.
Na esquematização do novo plantel, o Estoril esteve bem ao premiar jogadores com bom rendimento na sua equipa de Sub-23, numa Liga Revelação que o clube tem aproveitado ano após ano. O central Volnei e os médios neerlandeses Finn Dicke e Ivan Pavlic surgem na primeira equipa nesse contexto.
Pacheco terá ao seu dispor um leque de opções com maior qualidade do que aquele que tinha em Vizela, e o mais importante será rapidamente estabilizar um 11 base e conseguir criar uma equipa (o coletivo sempre foi o valor mais importante nos seus vários anos no distrito de Braga). Competição não faltará: se os laterais parecem ser Raúl Parra e Tiago Araújo, para o centro da defesa há a hipótese de manter Vital e Álvaro ou privilegiar os recém-chegados Cabaco (o uruguaio tem bastantes jogos de La Liga no CV) e Mangala (duvidamos da sua condição física, mas se estiver bem é um reforço incrível e até há pouco tempo completamente impensável). A nossa aposta? Um misto, com Bernardo Vital e Cabaco. No meio-campo, dá para aproveitar as rotinas de Dicke e Pavlic, mas Guitane é um jogador requintado, Holsgrove foi o único jogador além de Gaitán a marcar pontos no Paços de Ferreira, Mor Ndiaye tem um perfil que mais ninguém tem no plantel, e mesmo João Marques pode entrar nas contas.
Na frente, Rodrigo Gomes foi emprestado pelo Braga, mas o mais certo é Heriberto e Rodrigo Martins assumirem os flancos. Alejandro Marqués tem obrigação de fazer mais neste segundo ano em Portugal, caso contrário perderá o lugar para Cassiano.
Sejam pacientes com este Estoril, e o tempo pode traduzir-se numa das equipas mais ágeis e fortes em transição desta Liga Portugal Betclic.
Treinador: Álvaro Pacheco
Onze-Base (4-3-3): Dani Figueira; Raúl Parra, Bernardo Vital (Mangala), Cabaco, Tiago Araújo; Finn Dicke, Ndiaye (João Marques), Pavlic; Heriberto Tavares, Rodrigo Martins, A. Marqués
Atenção a: Tiago Araújo, Alejandro Marqués, Erick Cabaco, Finn Dicke, Heriberto Tavares
VIT. GUIMARÃES (8)
É sempre um duro revés quando, num par de jogos, uma equipa deita logo por terra um dos objetivos da temporada. Sexto classificado na Liga Bwin, o Vitória queria chegar à fase de grupos da Liga Conferência e a vitória como visitante por 4-3 no terreno dos eslovenos do Celje dava a entender que a cruzada europeia estava bem encaminhada. No entanto, os vitorianos não marcaram qualquer golo na cidade berço e acabaram eliminados nas grandes penalidades. O intenso público de Guimarães tem rédea curta e Moreno iniciará a época pressionado e com reduzida margem de erro.
No balanço entre saídas e entradas, o Vitória deve aos adeptos e a si mesmo algum investimento se quiser lutar novamente por uma qualificação europeia. Bamba e André Amaro saíram ambos para o Qatar, por 9 e 8,5 milhões respetivamente, e Anderson Silva (avançado forte a sair do banco) abraçou uma nova experiência no futebol turco. O Vitória pagou 1 milhão para fazer de Ricardo Mangas o novo dono do corredor esquerdo, tendo o azar do ex-Boavista se lesionar na pré-época, e teve olho ao atrair a custo zero João Mendes, Nuno Santos e Tomás Ribeiro, vendo ainda algum potencial no que Butzke apresentou ao serviço do Paços de Ferreira e convencendo Telmo Arcanjo, Jovem Jogador do Ano na Liga SABSEG, que o Estádio D. Afonso Henriques será o palco certo para espalhar a sua classe.
Não colocamos o Vitória nas posições de "equipa sensação" (habituais 5.º, 6.º e 7.º) mas Moreno sabe colocar esta equipa a defender, e não hesitará em lançar jovens da formação se sentir que estão preparados.
Esperar por dois ou três excedentários dos "grandes" podia ajudar. Boas prestações defensivas deverão ser suficientes para segurar vários 1-0, mas por não vermos muitos jogadores capazes de passar os 5 golos/ época, colocamos este Vitória, o clube dos Silvas, duas posições abaixo do ano passado e 3 abaixo do seu objetivo.
Treinador: Moreno
Onze-Base (3-5-2): Bruno Varela; Tounkara, Tomás Ribeiro, Villanueva; Maga, Dani Silva, João Mendes, Tiago Silva, Afonso Freitas (Mangas); Jota Silva, André Silva
Atenção a: André Silva, Jota Silva, Ricardo Mangas, João Mendes, Dani Silva
GIL VICENTE (9)
O Gil foi 5.º há duas épocas com Pedrinho e Samuel Lino sob orientação de Ricardo Soares. A aposta em Ivo Vieira não correu bem, mas o substituto Daniel Sousa acabou por realizar um trabalho positivo. O jovem técnico de 38 anos não continuou em Barcelos, mas o clube acabou por aproveitar e bem o falhanço na mudança de Vítor Campelos para o Championship, para treinar o Cardiff, acolhendo assim o treinador que vem de uma época muito acima das expectativas ao colocar o Desportivo de Chaves em 7.º e com 46 pontos.
Clube cada vez mais mentalizado para o facto de jogador valorizado ser jogador perdido, o Gil Vicente vendeu o seu goleador Fran Navarro ao FC Porto, chegando ainda a entendimento com o Sporting de Braga para a transação dos passes de Vítor Carvalho e Adrián Marín. Tomás Araújo, após excelente empréstimo, regressou à Luz, e o georgiano Aburjania fez as malas para a Turquia. Visto de uma forma simplista, como resposta, o Gil Vicente precisava de encontrar um novo número 9, um novo centrocampista agressivo e intenso, renovando ainda 50% da linha defensiva titular.
Ora, além de manter jogadores importantes como Andrew, Zé Carlos, Kanya Fujimoto (será este o ano dele?) e Murilo, os gilistas investiram uma soma conjunta de 1 milhão e 200 mil euros para encontrar o seu novo médio e a sua renovada esperança de fazer balançar as redes contrárias. O peruano Jesús Castillo (22 anos) é um elemento em que está depositada muita confiança, e o croata Roko Baturina, irmão mais velho do prodigioso Martin Baturina, procura a melhor época da sua carreira, sendo interessante constatar quão diferente é o seu perfil em comparação com o antecessor, Fran Navarro. Caso Baturina falhe na adaptação ao nosso campeonato, Alipour e Miguel Monteiro, jovem da casa, estarão à espreita.
Com plantel com margem para crescer, o Gil Vicente recorreu ainda aos empréstimos para colmatar lacunas. Martim Neto é a jovem águia emprestada nesta temporada, e pode formar um triângulo rico com Castillo e Kanya; e Leonardo Buta (irmão mais novo de Aurélio Buta) foi emprestado pela Udinese, ficando no ar se Campelos conseguirá fazer dele o senhor jogador que Bruno Langa se tornou sob a sua orientação em Chaves.
Treinador: Vítor Campelos
Onze-Base (4-3-3): Andrew; Zé Carlos, Gabriel Pereira, Rúben Fernandes, Buta; Jesús Castillo, Martim Neto, Kanya Fujimoto; Murilo, Boselli, Baturina (Alipour)
Atenção a: Andrew, Murilo, Kanya Fujimoto, Martim Neto, Roko Baturina
CASA PIA (10) Nova época, o mesmo Casa Pia. Na antecâmara de 2023/ 24, os gansos mantêm Filipe Martins no comando técnico e, apesar de já não terem o efeito surpresa que em parte contribuiu para o extraordinário arranque na primeira volta do ano passado, a estabilidade no balneário contribuirá seguramente.
O facto de apontarmos os casapianos ao mesmo lugar em que terminaram a última edição deve-se a acreditarmos que a equipa continuará forte, solidária e muito organizada no setor defensivo, mas continuando a faltar poder de fogo, a não ser que vários jogadores elevem bastante a sua produção média. O Casa Pia poderá ser colecionador de empates e, como consequência, poderá ser durante larga percentagem da prova uma equipa com diferença de golos a rondar o nulo.
Afonso Taira e Lucas Soares são as únicas saídas notáveis, estando ainda por perceber entre Poloni e o reforço Gaizka Larrazabal quem passará a ocupar a posição de ala direito. Do lado oposto, Leonardo Lelo chegou a ser apontado ao Benfica e ao Sporting mas, para já, continua em Pina Manique. O treinador e os adeptos agradecem.
Equipa consistente e bem treinada, o Casa Pia deve realizar uma época pacífica, ficando a ver de longe a luta pela manutenção. Para sonhar com algo mais, precisará que Godwin jogue toda a competição como jogou no primeiro terço do ano passado, torcendo ainda para que o reforço Fernando Andrade volte aos seus tempos de Santa Clara, para que Diogo Pinto e/ ou Yuki Soma exijam mais de si mesmos, e finalmente fazendo votos que ou Clayton (está com 2 golos em 2 jogos oficiais) ou Felippe Cardoso se façam matadores.
Treinador: Filipe Martins
Onze-Base (3-4-2-1): Ricardo Batista; Varela, Vasco Fernandes, Zolotic; Gaizka (Poloni), Ângelo Neto, Beni, Lelo; Fernando Andrade (Diogo Pinto, Soma), Godwin; Clayton
Atenção a: Saviour Godwin, Leonardo Lelo, Clayton Silva, Diogo Pinto, Vasco Fernandes
DESP. CHAVES (11) Ajudem-nos a entender esta linha de raciocínio: em 2022/ 23, o recém-promovido Desportivo de Chaves terminou a Liga em sétimo, sendo a par do Arouca uma das duas equipas sensação da prova. Vítor Campelos, obreiro do sucesso, não continuou no clube e esteve com pé e meio no Cardiff, mas acabou em Barcelos a treinar o Gil Vicente. Quem escolheu o Chaves como novo timoneiro? José Gomes, o homem que não foi capaz de impedir a descida do Marítimo à Segunda Liga. É assim o futebol português...
Achamos natural uma queda de alguns lugares na tabela, sendo realista apontar os transmontanos ao setor da classificação entre o 9.º e o 13.º lugares, terras de ninguém, habitualmente de equipas com alguns empates e poucas emoções, positivas ou negativas.
Há que sublinhar que o clube perdeu 3 peças de grande preponderância no 11 inicial - o guardião Paulo Vítor abraçou um novo desafio na Arábia Saudita, o maestro João Teixeira foi ganhar o seu pé de meia para o Qatar e o sempre certinho João Mendes viu premiada a sua boa época com uma transferência para o Vit. Guimarães. Bruno Langa (talvez o lateral esquerdo que melhor defende em Portugal) renovou e, na zona das chegadas do aeroporto, são bem-vindos ao clube nomeadamente Hugo Souza, Bruno Rodrigues e Paulo Victor. O guarda-redes de 24 anos, ex-Flamengo, é um "monstro" no melhor sentido da palavra com 1,99m, dono de tremenda agilidade e rapaz para, em dia sim, colecionar defesas para a fotografia e encher a baliza lance após lance. No entanto, em pouco tempo a sua carreira no Brasileirão já foi do céu (chegou a ser chamado por Tite à canarinha em 2018) ao inferno, carregando o rótulo de desastrado devido a algumas fífias e paragens mentais. Será certamente um jogador para acompanhar com particular atenção. Bruno Rodrigues deixou o Braga em definitivo para tentar encontrar nos flavienses o seu espaço de afirmação, e Paulo Victor é, cremos, a principal aposta do clube para o ataque, rematando com os dois pés e podendo jogar como avançado ou a partir de um flanco.
Treinador: José Gomes
Onze-Base (4-3-3): Hugo Souza; João Correia, Steven Vitória, Bruno Rodrigues, Bruno Langa; Guima, João Pedro, Benny; Paulo Victor, Abass, Héctor
Atenção a: Bruno Langa, Paulo Victor, Guima, Hugo Souza, Héctor
RIO AVE (12) O Rio Ave enfrenta em 2023/ 24 um obstáculo que o demarca de todas as restantes 17 equipas: o clube de Vila do Conde está sob embargo da FIFA, impedido de contratar jogadores (tal como já acontecera no mercado de Inverno) devido ao caso Olinga. O clube agora presidido por Alexandrina Cruz - primeira mulher presidente de um clube de futebol profissional da I Liga! - poderá ver-se forçado a apostar em jogadores da incubadora Sub-23 ou mesmo dos juniores, um cenário para já desnecessário dada a permanência de todos os habituais titulares à exceção de Samaris.
Luís Freire é um ótimo treinador, um simplificador de processos e alguém que conseguiu dotar este Rio Ave de uma verdadeira identidade de jogo, e desde que não saia nenhum dos melhores jogadores, o mais sensato é apontar os vilacondenses ao meio da tabela, parecendo exagerado falar em Europa.
O 3-5-2 com Patrick William, Aderllan e Pantalon a formar o trio de centrais continuará a ser a aposta, pedindo sempre este sistema enorme disponibilidade e alta rotação constante quer de Costinha à direita, quer de Fábio Ronaldo à esquerda. Se Costinha e Guga, apontados recentemente ao FC Porto, acabarem por sair, o Rio Ave pode mesmo ter que suar e sofrer para não descer; caso contrário, em princípio não devem existir dramas, algo aliás difícil num clube onde há Ukra para animar sempre a malta.
Treinador: Luís Freire
Onze-Base (3-5-2): Jhonatan; Patrick William, Aderllan, Renato Pantalon; Costinha, Guga, Amine, João Graça, Fábio Ronaldo; E. Boateng, André Pereira (Leonardo Ruiz)
Atenção a: Costinha, Guga, Fábio Ronaldo, Emmanuel Boateng, Patrick William
BOAVISTA (13)
Que vida difícil tens tu, Armando Teixeira aka Petit. Tal como há um ano atrás, altura em que os axadrezados venderam num curto espaço de tempo Sauer, Porozo e Musa, também este Verão ficou marcado pelas saídas do goleador Yusupha e do desequilibrador Kenji Gorré, ambos para o Qatar, com Ricardo Mangas a mudar-se para a cidade-berço, Reggie Cannon a rescindir por salários em atraso e o quarentão Bracali a colocar um ponto final na sua bela carreira. Que tudo te corra bem, Rafael.
Petit está mais do que habituado a esta realidade de se ver obrigado a reinventar equipas, descobrindo soluções e pontuando o suficiente para estar longe da zona dos aflitos nas jornadas finais. Poucas vezes se menciona isto mas cada vez mais as equipas de Petit são equipas mais fortes a atacar do que a defender (apenas o Top4 marcou mais golos do que o Boavista na época passada).
Ainda em risco de perder até 31 de Agosto jogadores como Onyemaechi, Pedro Malheiro e Makouta, saídas que claramente obrigariam o clube do Bessa a investir, as "panteras negras" tentarão manter tudo o que puderem, podendo dar-se o caso de jovens como Tiago Morais ou Martim Tavares somarem mais minutos. Dos dois lados do campo, uma dúvida e um palpite - por recearmos que César seja um significativo downgrade em relação a Bracali, há a hipótese de ser João Gonçalves (jovem de 22 anos da formação) o escolhido, e o eslovaco Róbert Bozeník pode atingir números idênticos aos de Yusupha.
Treinador: Petit
Onze-Base (3-4-3): João Gonçalves; Chidozie, Sasso, Abascal; Pedro Malheiro, Seba Pérez, Makouta, Onyemaechi; Salvador Agra, Bruno Lourenço, Bozenik
Atenção: Róbert Bozeník, Pedro Malheiro, Bruno Onyemaechi, Gaius Makouta, Bruno Lourenço