Disputado, invulgar q.b. e nivelado por baixo, assim tem sido o nosso campeonato até agora. Finalizada a primeira volta, podemos lançar um olhar generalizado sobre meia Liga NOS, uma competição onde, em dias normais, Porto, Benfica, Braga e Sporting continuam a dominar os adversários, mas vendo o fosso para os "pequenos" diminuir. Pela conjugação de duas forças inversas: os grandes estão pouco exuberantes, e várias equipas teoricamente com menores ambições e certamente com orçamentos mais baixos estão a valorizar-se, ganhando respeito, em muitos casos através de um futebol positivo e corajoso.
Com 17 jornadas decorridas, o FC Porto é líder com justiça. O campeão em título está estável, defensivamente é bastante superior à concorrência (tendo visto chegar agora Pepe, que muito ajudará a reforçar esta ideia) e, com a sua identidade pouco vistosa mas operária, vertical e física tem levado água ao seu moinho. Sérgio Conceição tem sabido, uma vez mais, gerir o plantel ao seu dispor. Serão suficientes os 5, 6 e 8 pontos de vantagem para águias, guerreiros e leões? O tempo responderá.
Com luzes vistas pelo presidente Luís Filipe Vieira pelo meio a prejudicarem as hipóteses da Reconquista, o Benfica começa finalmente a dar motivos aos seus adeptos para terem esperança, vendo com Bruno Lage uma luz ao fundo do túnel. Os encarnados são até o melhor ataque em prova, mas Rui Vitória (reforçando apenas o que já demonstrara há muito tempo) desgastou a sua imagem, confirmou não estar à altura do clube, desperdiçando o brutal potencial do plantel (sobretudo ofensivamente) e coleccionando exibições penosas. Mas o Benfica não foi o único grande a mudar de treinador no decorrer da época: o Sporting começou com Peseiro (adivinhava-se que seria um despedimento à espera de acontecer) e hoje tem Marcel Keizer, o único técnico que não fala a língua de Camões no nossa ocidental praia lusitana. O impacto e injecção de moral do holandês foram assinaláveis, mas as lacunas do elenco leonino já vieram à tona: as derrotas diante de Vit. Guimarães e Tondela e o empate no "Clássico" fizeram os adeptos do clube descer à Terra. A falar a mesma linguagem de Porto, Benfica e Sporting continua o Sporting de Braga. A equipa de Abel Ferreira é juntamente com o Porto aquela que menos vezes perdeu (apenas duas derrotas), dando sequência à madura campanha de 2017/ 18.
Não é em nada ousado atirar que o título, tal como acontece desde 2002/ 03, deve ficar entregue a Porto ou Benfica. Nesta fase, mais importa destacar os excepcionais campeonatos de Moreirense e Belenenses, mostrando ainda Santa Clara (9º lugar) e Nacional da Madeira (12º) que cada vez mais as equipas que vêm da II Liga têm qualidade para se bater de igual para igual.
A luta do pelotão da frente vai aquecer - basta ver o calendário que Benfica e Porto têm em Janeiro e Fevereiro! - e no final da temporada cá estaremos para fazer contas. Mas para já...
Com 17 jornadas decorridas, o FC Porto é líder com justiça. O campeão em título está estável, defensivamente é bastante superior à concorrência (tendo visto chegar agora Pepe, que muito ajudará a reforçar esta ideia) e, com a sua identidade pouco vistosa mas operária, vertical e física tem levado água ao seu moinho. Sérgio Conceição tem sabido, uma vez mais, gerir o plantel ao seu dispor. Serão suficientes os 5, 6 e 8 pontos de vantagem para águias, guerreiros e leões? O tempo responderá.
Com luzes vistas pelo presidente Luís Filipe Vieira pelo meio a prejudicarem as hipóteses da Reconquista, o Benfica começa finalmente a dar motivos aos seus adeptos para terem esperança, vendo com Bruno Lage uma luz ao fundo do túnel. Os encarnados são até o melhor ataque em prova, mas Rui Vitória (reforçando apenas o que já demonstrara há muito tempo) desgastou a sua imagem, confirmou não estar à altura do clube, desperdiçando o brutal potencial do plantel (sobretudo ofensivamente) e coleccionando exibições penosas. Mas o Benfica não foi o único grande a mudar de treinador no decorrer da época: o Sporting começou com Peseiro (adivinhava-se que seria um despedimento à espera de acontecer) e hoje tem Marcel Keizer, o único técnico que não fala a língua de Camões no nossa ocidental praia lusitana. O impacto e injecção de moral do holandês foram assinaláveis, mas as lacunas do elenco leonino já vieram à tona: as derrotas diante de Vit. Guimarães e Tondela e o empate no "Clássico" fizeram os adeptos do clube descer à Terra. A falar a mesma linguagem de Porto, Benfica e Sporting continua o Sporting de Braga. A equipa de Abel Ferreira é juntamente com o Porto aquela que menos vezes perdeu (apenas duas derrotas), dando sequência à madura campanha de 2017/ 18.
Não é em nada ousado atirar que o título, tal como acontece desde 2002/ 03, deve ficar entregue a Porto ou Benfica. Nesta fase, mais importa destacar os excepcionais campeonatos de Moreirense e Belenenses, mostrando ainda Santa Clara (9º lugar) e Nacional da Madeira (12º) que cada vez mais as equipas que vêm da II Liga têm qualidade para se bater de igual para igual.
A luta do pelotão da frente vai aquecer - basta ver o calendário que Benfica e Porto têm em Janeiro e Fevereiro! - e no final da temporada cá estaremos para fazer contas. Mas para já...
Algumas ideias/ notas:
- O Porto é o principal favorito, podendo alcançar o tão desejado bicampeonato. Para os dragões, que têm valorizado Portugal nas competições europeias, a conquista do 29º título nacional assume significativa importância numa época em que o clube pode perder no Verão jogadores como Brahimi e Herrera a custo zero, e activos valiosos como Militão (se não sair em Janeiro), Alex Telles ou Marega.
No entanto, ninguém defende como o Porto. E como vulgarmente se diz, os ataques ganham jogos e as defesas ganham campeonatos. Com apenas 10 golos sofridos, só Vit. Guimarães e Belenenses (2ª melhor defesa do campeonato com 16 golos sofridos) marcaram mais do que 1 golo ao primeiro classificado. E, convenhamos, um possível quarteto defensivo Militão-Felipe-Pepe-Telles impõe respeito.
- Entre os 4 primeiros, o Benfica de Bruno Lage é a equipa que apresenta maior potencial/ margem de crescimento para os próximos 5 meses. Quem tem Jonas, João Félix, Zivkovic, Krovinovic, Pizzi, Grimaldo, Gedson e Rafa tem que ser capaz de encantar os adeptos e atropelar oponentes. Diz bastante da nossa Liga o facto do Benfica ter roçado o medíocre numa representativa % desta edição e mesmo assim ser 2º classificado apenas a cinco pontos do topo. Porém, embora tecnicamente o clube da Luz seja o mais virtuoso, podendo Lage desenhar um Benfica criativo e pressionante, colocando por fim os melhores em campo, importa não esquecer o factor calendário.
- Na 2ª volta, o Benfica visita Porto, Braga e Sporting. E ainda joga também em casa de Vit. Guimarães, Moreirense e Rio Ave. Em comparação, o Porto recebe águias e leões (na última jornada), surgindo o Braga como aquele que recebe Benfica e Porto, deslocando-se antes disso a Alvalade. O Minho será ainda palco da final four da Taça da Liga, competição que pode "mexer" emocionalmente, pela positiva ou negativa, com as equipas.
O Benfica fez valer o factor casa nos embates entre grandes da 1ª volta: Benfica 1-0 Porto, Benfica 1-1 Sporting e Benfica 6-2 Braga. A primeira volta fechou com o empate a zeros entre Sporting e Porto, o Braga-Sporting terminou com vitória por 1-0 da turma de Abel, e um golo solitário de Soares decidiu o Porto-Braga, um dos melhores jogos deste campeonato até agora.
- Durante a primeira volta foram 5 as equipas que mudaram de treinador. Além das já faladas substituições de Rui Vitória e José Peseiro por Bruno Lage e Marcel Keizer, também Marítimo, Desportivo de Chaves e Rio Ave têm hoje novo timoneiro. O clube insular confiou a Petit, o homem que não vai ao fundo, os destinos do clube, o Chaves desistiu de Daniel Ramos, apostando em Tiago Fernandes após a sua experiência como interino do Sporting, beneficiando precisamente Daniel Ramos da ida de José Gomes para o Championship para se tornar o técnico de um dos bancos mais apetecíveis do futebol português, em Vila do Conde.
- Silas e Ivo Vieira merecem todos os elogios e mais alguns. O Vit. Guimarães de Luís Castro está a corresponder mais ou menos às expectativas, mas se nesta fase o clube vimaranense não é uma ilha como esperávamos que viesse a ser entre o Top-4 e os restantes, isso deve-se aos dois trajectos mais improváveis desta edição. O Belenenses de Silas é uma das equipas mais competentes e completas em prova - com um elenco teoricamente mais pobre que muitas outras equipas, para não falar de toda a disputa fora de campo entre a SAD e o clube, Silas tem a 2ª melhor defesa da Liga e a 5ª equipa que durante mais tempo tem a bola. Bem orientado, o clube que agora actua no Jamor é uma das equipas que melhor sabe controlar jogos (com e sem bola), sabendo quando optar por 3 centrais e quando abdicar dessa valência.
Já o Moreirense de Ivo Vieira - 28 pontos tal como Belenenses e Vit. Guimarães - revelou-se uma das equipas da Liga NOS com mais critério no meio-campo adversário, totalizando a meio da viagem 9 vitórias, apenas menos duas do que Sporting e Braga. O que têm jogado Chiquinho, Loum e Heriberto...
- Dyego Sousa é o melhor marcador (12 golos) e talvez também o destaque mais consistente da Liga até esta fase. Bas Dost (10), Carlos Vinícius e Róchez (8), Seferovic, Marega e Wilson Eduardo (7) surgem na perseguição ao goleador do Braga, com Pizzi (7 assistências) em vantagem nesse capítulo perante Bruno Fernandes, Nakajima e André Almeida. Em jeito de comparação, há um ano atrás nesta altura Jonas tinha 20 golos em 17 jogos.
Sem um super-destaque individual, a qualidade de Dyego Sousa, Marega, Pizzi, Bruno Fernandes, Éder Militão, Grimaldo e Bas Dost tem vindo ao de cima, numa edição que tem evidenciado vários talentos extra-grandes (Chiquinho e Loum no Moreirense, Carlos Vinícius e Galeno no Rio Ave) e "recuperado" Fredy, surgindo ainda vários guarda-redes brasileiros com capacidade para outros voos - falamos de Muriel, Hélton Leite e Léo Jardim.
- Não arriscamos previsões sobre a luta pela manutenção. Aves, Feirense e Vit. Setúbal parecem neste momento as equipas mais débeis, tendo o Chaves plantel para bastante mais e imaginando nós que Petit segurará o Marítimo no primeiro escalão.
Naturalmente, eventuais movimentações neste mercado de transferências podem modificar muita coisa. Assim como o Santa Clara se deve ressentir da venda de Fernando Andrade (isto num clube que já perdera por lesão Thiago Santana e que tem actualmente o maestro Rashid na Taça da Ásia), também o Portimonense (tão bom ver Jackson cada vez a ser mais Jackson) pode perder muita magia se negociar o nipónico Shoya Nakajima este mês.
- O Porto é o principal favorito, podendo alcançar o tão desejado bicampeonato. Para os dragões, que têm valorizado Portugal nas competições europeias, a conquista do 29º título nacional assume significativa importância numa época em que o clube pode perder no Verão jogadores como Brahimi e Herrera a custo zero, e activos valiosos como Militão (se não sair em Janeiro), Alex Telles ou Marega.
No entanto, ninguém defende como o Porto. E como vulgarmente se diz, os ataques ganham jogos e as defesas ganham campeonatos. Com apenas 10 golos sofridos, só Vit. Guimarães e Belenenses (2ª melhor defesa do campeonato com 16 golos sofridos) marcaram mais do que 1 golo ao primeiro classificado. E, convenhamos, um possível quarteto defensivo Militão-Felipe-Pepe-Telles impõe respeito.
- Entre os 4 primeiros, o Benfica de Bruno Lage é a equipa que apresenta maior potencial/ margem de crescimento para os próximos 5 meses. Quem tem Jonas, João Félix, Zivkovic, Krovinovic, Pizzi, Grimaldo, Gedson e Rafa tem que ser capaz de encantar os adeptos e atropelar oponentes. Diz bastante da nossa Liga o facto do Benfica ter roçado o medíocre numa representativa % desta edição e mesmo assim ser 2º classificado apenas a cinco pontos do topo. Porém, embora tecnicamente o clube da Luz seja o mais virtuoso, podendo Lage desenhar um Benfica criativo e pressionante, colocando por fim os melhores em campo, importa não esquecer o factor calendário.
- Na 2ª volta, o Benfica visita Porto, Braga e Sporting. E ainda joga também em casa de Vit. Guimarães, Moreirense e Rio Ave. Em comparação, o Porto recebe águias e leões (na última jornada), surgindo o Braga como aquele que recebe Benfica e Porto, deslocando-se antes disso a Alvalade. O Minho será ainda palco da final four da Taça da Liga, competição que pode "mexer" emocionalmente, pela positiva ou negativa, com as equipas.
O Benfica fez valer o factor casa nos embates entre grandes da 1ª volta: Benfica 1-0 Porto, Benfica 1-1 Sporting e Benfica 6-2 Braga. A primeira volta fechou com o empate a zeros entre Sporting e Porto, o Braga-Sporting terminou com vitória por 1-0 da turma de Abel, e um golo solitário de Soares decidiu o Porto-Braga, um dos melhores jogos deste campeonato até agora.
- Durante a primeira volta foram 5 as equipas que mudaram de treinador. Além das já faladas substituições de Rui Vitória e José Peseiro por Bruno Lage e Marcel Keizer, também Marítimo, Desportivo de Chaves e Rio Ave têm hoje novo timoneiro. O clube insular confiou a Petit, o homem que não vai ao fundo, os destinos do clube, o Chaves desistiu de Daniel Ramos, apostando em Tiago Fernandes após a sua experiência como interino do Sporting, beneficiando precisamente Daniel Ramos da ida de José Gomes para o Championship para se tornar o técnico de um dos bancos mais apetecíveis do futebol português, em Vila do Conde.
- Silas e Ivo Vieira merecem todos os elogios e mais alguns. O Vit. Guimarães de Luís Castro está a corresponder mais ou menos às expectativas, mas se nesta fase o clube vimaranense não é uma ilha como esperávamos que viesse a ser entre o Top-4 e os restantes, isso deve-se aos dois trajectos mais improváveis desta edição. O Belenenses de Silas é uma das equipas mais competentes e completas em prova - com um elenco teoricamente mais pobre que muitas outras equipas, para não falar de toda a disputa fora de campo entre a SAD e o clube, Silas tem a 2ª melhor defesa da Liga e a 5ª equipa que durante mais tempo tem a bola. Bem orientado, o clube que agora actua no Jamor é uma das equipas que melhor sabe controlar jogos (com e sem bola), sabendo quando optar por 3 centrais e quando abdicar dessa valência.
Já o Moreirense de Ivo Vieira - 28 pontos tal como Belenenses e Vit. Guimarães - revelou-se uma das equipas da Liga NOS com mais critério no meio-campo adversário, totalizando a meio da viagem 9 vitórias, apenas menos duas do que Sporting e Braga. O que têm jogado Chiquinho, Loum e Heriberto...
- Dyego Sousa é o melhor marcador (12 golos) e talvez também o destaque mais consistente da Liga até esta fase. Bas Dost (10), Carlos Vinícius e Róchez (8), Seferovic, Marega e Wilson Eduardo (7) surgem na perseguição ao goleador do Braga, com Pizzi (7 assistências) em vantagem nesse capítulo perante Bruno Fernandes, Nakajima e André Almeida. Em jeito de comparação, há um ano atrás nesta altura Jonas tinha 20 golos em 17 jogos.
Sem um super-destaque individual, a qualidade de Dyego Sousa, Marega, Pizzi, Bruno Fernandes, Éder Militão, Grimaldo e Bas Dost tem vindo ao de cima, numa edição que tem evidenciado vários talentos extra-grandes (Chiquinho e Loum no Moreirense, Carlos Vinícius e Galeno no Rio Ave) e "recuperado" Fredy, surgindo ainda vários guarda-redes brasileiros com capacidade para outros voos - falamos de Muriel, Hélton Leite e Léo Jardim.
- Não arriscamos previsões sobre a luta pela manutenção. Aves, Feirense e Vit. Setúbal parecem neste momento as equipas mais débeis, tendo o Chaves plantel para bastante mais e imaginando nós que Petit segurará o Marítimo no primeiro escalão.
Naturalmente, eventuais movimentações neste mercado de transferências podem modificar muita coisa. Assim como o Santa Clara se deve ressentir da venda de Fernando Andrade (isto num clube que já perdera por lesão Thiago Santana e que tem actualmente o maestro Rashid na Taça da Ásia), também o Portimonense (tão bom ver Jackson cada vez a ser mais Jackson) pode perder muita magia se negociar o nipónico Shoya Nakajima este mês.
- No nosso plantel abaixo apresentado, composto por 23 elementos, deixámos à porta Léo Jardim entre os guarda-redes e Rashid no meio-campo. Jonas e Seferovic acabaram por anular-se um ao revezar-se, preferindo nós valorizar a consistência de Carlos Vinícius, e num trio dificílimo de riscar um (Galeno, Nakajima e Brahimi), o argelino perde por ainda não ter somado qualquer assistência.
Comparando com o plantel construído no final da primeira volta de 2017/ 18 repetem a presença Alex Telles, Danilo, Bruno Fernandes, Pizzi, Marega, Bas Dost e Nakajima.
Comparando com o plantel construído no final da primeira volta de 2017/ 18 repetem a presença Alex Telles, Danilo, Bruno Fernandes, Pizzi, Marega, Bas Dost e Nakajima.
O melhor "plantel" da Liga NOS 2018/ 19 até agora |