Vimos o caso muito mal parado. A temporada de 2017/ 18 terminou com o ataque a Alcochete, longos monólogos ditatoriais acompanhados por humilhação jornalística, um clima de tensão sem igual talvez simbolizado melhor do que qualquer outra forma pelas lágrimas de Rui Patrício após o final do Sporting-Desportivo das Aves, no Jamor.
O fim de Bruno de Carvalho (um fantasma que tentará atormentar os próximos tempos) foi trágico, mas o Sporting foi salvo no momento certo. O presidente mais perigoso e insano da História do futebol português revelou-se um cancro, detectado no limite mas a tempo. O destino do Sporting (em Junho parecia-nos quase certo que o Sporting esta época no máximo chegaria ao 4º lugar) esteve em cheque, mas o clube vive. E viverá sempre, esperamos.
Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bas Dost, Bruno Fernandes, Rodrigo Battaglia, Rúben Ribeiro, Rafael Leão e Daniel Podence rescindiram contrato alegando justa causa. Destes, Patrício assinou pelo Wolves, William pelo Bétis, Gelson pelo Atlético (um litígio para ser acompanhado pelas mais altas instâncias) e Podence pelo Olympiacos. Rafael Leão e Rúben Ribeiro ainda não resolveram o seu futuro. Sousa Cintra conseguiu segurar os restantes - incrível podermos continuar a ter Bruno Fernandes e Bas Dost na Liga NOS depois de terem estado com os dois pés fora - e ainda fez chegar a Alvalade um craque como Nani.
Achamos que o Sporting podia ter encontrado um melhor treinador do que José Peseiro, mas a esperança é de cor verde e impõe-se para já que o clube leonino encontre alguma estabilidade, podendo a curto-prazo respirar fundo e focar-se no mais importante: aproveitar o futebol dentro das quatro linhas. Há eleições a 8 de Setembro, com uma vasta gama de candidatos, e perante um Porto campeão, um Benfica bem reforçado, um Braga que é cada vez mais candidato ao título e um Vit. Guimarães que promete muito com Luís Castro, o Sporting não poderá vacilar ou adormecer, sob pena de adensar a contestação numa fase em que a palavra de ordem deve ser união.
O fim de Bruno de Carvalho (um fantasma que tentará atormentar os próximos tempos) foi trágico, mas o Sporting foi salvo no momento certo. O presidente mais perigoso e insano da História do futebol português revelou-se um cancro, detectado no limite mas a tempo. O destino do Sporting (em Junho parecia-nos quase certo que o Sporting esta época no máximo chegaria ao 4º lugar) esteve em cheque, mas o clube vive. E viverá sempre, esperamos.
Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bas Dost, Bruno Fernandes, Rodrigo Battaglia, Rúben Ribeiro, Rafael Leão e Daniel Podence rescindiram contrato alegando justa causa. Destes, Patrício assinou pelo Wolves, William pelo Bétis, Gelson pelo Atlético (um litígio para ser acompanhado pelas mais altas instâncias) e Podence pelo Olympiacos. Rafael Leão e Rúben Ribeiro ainda não resolveram o seu futuro. Sousa Cintra conseguiu segurar os restantes - incrível podermos continuar a ter Bruno Fernandes e Bas Dost na Liga NOS depois de terem estado com os dois pés fora - e ainda fez chegar a Alvalade um craque como Nani.
Achamos que o Sporting podia ter encontrado um melhor treinador do que José Peseiro, mas a esperança é de cor verde e impõe-se para já que o clube leonino encontre alguma estabilidade, podendo a curto-prazo respirar fundo e focar-se no mais importante: aproveitar o futebol dentro das quatro linhas. Há eleições a 8 de Setembro, com uma vasta gama de candidatos, e perante um Porto campeão, um Benfica bem reforçado, um Braga que é cada vez mais candidato ao título e um Vit. Guimarães que promete muito com Luís Castro, o Sporting não poderá vacilar ou adormecer, sob pena de adensar a contestação numa fase em que a palavra de ordem deve ser união.
O Plantel
- Guarda-Redes: Emiliano Viviano (Sampdoria), Renan Ribeiro (Estoril), Luís Maximiano
- Defesas: Bruno Gaspar (Fiorentina), Stefan Ristovski, Sebastián Coates, Marcelo (Rio Ave), Jérémy Mathieu, André Pinto, Fábio Coentrão (Real Madrid), Jefferson
- Médios: Rodrigo Battaglia, Wendel, Josip Misic, Marcos Acuña, Bruno Fernandes, Albin Ekdal (Hamburgo)
- Extremos: Raphinha (Vit. Guimarães), Nani (Valência), Matheus Pereira, Carlos Mané, Jovane Cabral
- Avançados: Bas Dost, Fredy Montero, Raúl De Tomás (Real Madrid)
Estranha coisa esta da constituição do plantel, pela primeira vez em muito tempo, não começar em Rui Patrício. O melhor guarda-redes português, jogador com mais jogos na História do Sporting e vítima principal da perseguição de Bruno de Carvalho, saiu e deixa um vazio. Cabe, à partida, ao experiente italiano Emiliano Viviano ocupar a vaga deixada pelo camisola 1 da Selecção Nacional. Com a saída do guardião natural de Marrazes, toda a equipa perde uma voz de comando e uma fonte de segurança; Viviano ou Renan, ao longo da época perceberemos quem será mais capaz de assumir a baliza. O clube fez bem em emprestar Pedro Silva, ficando o jovem Luís Maximiano como 3ª opção.
Na defesa, Piccini (muito competente defensivamente, mas abaixo do nível exigido num grande pelo menos a nível ofensivo) mudou-se para Valência, num negócio bem conseguido pelos leões. A lateral-direito terá Ristovski (um daqueles jogadores que é fácil qualquer adepto gostar) e Bruno Gaspar a competirem entre si pela titularidade. Se o lateral português voltar ao nível que apresentou na última época em Portugal, ao serviço do Vit. Guimarães, o lugar deve ser dele; mas o macedónio promete tudo fazer para merecer a confiança de Peseiro.
Numa época de transição, e num clima de instabilidade onde paira uma certa desconfiança em relação ao presente e futuro, a manutenção da dupla Coates-Mathieu é uma das melhores notícias deste Sporting. Depois, Marcelo (já merecia o salto) e André Pinto servem de alternativas.
Finalmente do lado esquerdo, há Jefferson, Lumor e mesmo Acuña e Bruno César podem fazer a posição. Se fossemos nós a decidir, emprestávamos Lumor, vendíamos Bruno César, procurando garantir a continuidade de Fábio Coentrão.
No meio-campo, Battaglia deve ser o novo dono da posição 6. Ainda assim, num meio-campo que se espera a três e que terá por certo o argentino e Bruno Fernandes, perdura a dúvida sobre se Battaglia será o pêndulo à frente da defesa ou 2º médio. Um salto qualitativo no rendimento de Wendel ajudaria e muito, mas não se deve descurar a hipótese já debatida na imprensa desportiva de Acuña passar a jogar em terrenos interiores (uma posição que não lhe é completamente desconhecida), fazendo uso da sua intensidade. Bruno Fernandes é o craque maior deste plantel, ficando a faltar ainda 1 ou 2 médios: dos que têm sido associados, Ekdal seria a nossa escolha, mas se o clube conseguir Ekdal+Vukcevic seria excelente.
Das contratações da Era Bruno de Carvalho, Raphinha é aquela da qual ninguém em Alvalade se deve arrepender. O extremo de 22 anos do Vit. Guimarães (15 golos marcados na última edição da Liga) tem muito para crescer, e poderá ser gerido numa certa rotatividade com outro talento puro, Matheus Pereira. O jovem luso-brasileiro, pronto para pôr termo à maldição da camisola 7, fez-se jogador de primeiro escalão no Chaves com Luís Castro, e tem deixado excelentes indicações na pré-época. Garantido no onze titular está Nani, de quem esperamos muito em 2018/ 19 - acreditamos que renderá bem mais do que em 14/ 15.
Nani, Matheus Pereira e Raphinha terão um peso determinante no nível que o Sporting irá apresentar, curiosamente rendendo todos mais a partir do corredor direito. Jovane Cabral e Carlos Mané podem acrescentar profundidade ao plantel, esperando-se que façam pela vida quando lhes forem dadas oportunidades.
Perto da baliza adversária, Bas Dost continuará a ser o matador deste Sporting. O holandês tem 61 golos em 61 jogos na Liga, e 70 em 90 (contabilizando todas as competições). Fredy Montero será opção de recurso para um 4-4-2 que perante o actual elenco será uma nuance menos explorada. A aquisição de Raúl De Tomás por empréstimo do Real Madrid, essa sim, podia dar a Peseiro um perigo à solta perto de Dost. O espanhol marcou 24 golos na última edição da Liga Adelante e, com um perfil semelhante a Rodrigo (ex-avançado do Benfica), era rapaz para fazer bastantes estragos no nosso campeonato.
O que muda? Com o devido respeito, da qualidade de Jorge Jesus (o futebol português perdeu o seu pensador mais capacitado) como treinador para a de José Peseiro vai uma distância bastante razoável. O técnico de 58 anos, com passagens por Vit. Guimarães, Braga (duas vezes), Porto, e que terá tido na temporada de 2004/ 05 um dos seus melhores trabalhos em Alvalade, é frequentemente um treinador considerado "pé frio", mesmo considerando o futebol atractivo que por vezes coloca as suas equipas a jogar.
Com as saídas de Rui Patrício, William e Gelson (podemos ignorar neste aspecto Podence e Rúben Ribeiro), o Sporting perde identidade. Dos três, o extremo é o mais fácil de substituir, podendo-se esperar que nos primeiros tempos a saída de bola do Sporting deixe a desejar. Mathieu é um central muito competente nesse aspecto, Coates não, mas a passagem da altivez, calma e qualidade de passe a distribuir de William para a de qualquer outro médio defensivo será notada.
Deixar-se-á de ouvir o "Siiim!" a cada defesa no estádio, e a baliza pode ser representar um problema ao longo da época. Substituir Patrício (pelo menos Top-20 do mundo) seria sempre complicado, mas Viviano não deixou uma boa primeira impressão e Renan, contratado para acautelar um falhanço do experiente italiano, deixou boas indicações ao serviço do Estoril na época passada, mas ainda nunca sentiu a pressão de actuar num grande.
Em suma, pelos jogadores ao dispor de Peseiro, este Sporting deve ser mais orientado para jogar num 4-3-3 ou 4-2-3-1. Bas Dost é garantia de golos e, apesar de se poderem esperar dores de crescimento nos primeiros tempos, quem tem Bruno Fernandes, Nani, Matheus Pereira e Raphinha terá sempre momentos de bom futebol.
Com as saídas de Rui Patrício, William e Gelson (podemos ignorar neste aspecto Podence e Rúben Ribeiro), o Sporting perde identidade. Dos três, o extremo é o mais fácil de substituir, podendo-se esperar que nos primeiros tempos a saída de bola do Sporting deixe a desejar. Mathieu é um central muito competente nesse aspecto, Coates não, mas a passagem da altivez, calma e qualidade de passe a distribuir de William para a de qualquer outro médio defensivo será notada.
Deixar-se-á de ouvir o "Siiim!" a cada defesa no estádio, e a baliza pode ser representar um problema ao longo da época. Substituir Patrício (pelo menos Top-20 do mundo) seria sempre complicado, mas Viviano não deixou uma boa primeira impressão e Renan, contratado para acautelar um falhanço do experiente italiano, deixou boas indicações ao serviço do Estoril na época passada, mas ainda nunca sentiu a pressão de actuar num grande.
Em suma, pelos jogadores ao dispor de Peseiro, este Sporting deve ser mais orientado para jogar num 4-3-3 ou 4-2-3-1. Bas Dost é garantia de golos e, apesar de se poderem esperar dores de crescimento nos primeiros tempos, quem tem Bruno Fernandes, Nani, Matheus Pereira e Raphinha terá sempre momentos de bom futebol.
A má gestão nos últimos anos (culpas repartidas entre a Direcção e a equipa técnica) de Iuri Medeiros ou Francisco Geraldes hipotecou a hipótese de contar esta época com ambos. Relativamente ao extremo, veremos se o Génova exercerá a opção de compra durante esta época; quanto a Chico Geraldes, Peseiro e Sousa Cintra não o queriam perder, mas o jovem luso não se sentiu valorizado, rumando ao Eintracht Frankfurt. Connosco, seria facilmente titular ou no mínimo 12.º jogador.
Será interessante acompanhar a evolução do guardião Pedro Silva no Tondela (assumindo que Cláudio Ramos ruma entretanto a outras paragens, entregando a baliza ao guarda-redes de 21 anos) e também Domingos Duarte pode continuar a evoluir, agora em Espanha. Matheus Pereira voltou muito mais jogador de Chaves (um empréstimo, quanto a nós, consumado com um ano de atraso), pelo que nesta fase é importante avaliar - até porque já não há equipa B, mas sim Sub-23, incapaz de colocar os jovens numa plataforma de competitividade similar - o que fazer com Diogo Brás, Pedro Marques, Daniel Bragança, Bernardo Sousa e Tiago Rodrigues. Emprestar Pedro Marques parece o mais sensato nesta fase, entregando a Sousa e Rodrigues a responsabilidade de carregar os júniores. Mais complicados os casos de Diogo Brás (tremendo talento!) e Daniel Bragança.. em circunstâncias normais seriam elementos para crescer no Sporting B e na II Liga, coisa que agora já não existe.