1,6 Mil Milhões de euros. Juntos os vinte clubes da Premier League bateram recordes e fixaram um novo gasto máximo conjunto num mercado de Verão.
A Liga mais mediática e renhida do planeta, a rebentar pelas costuras de dinheiro graças aos recentes acordos de direitos televisivos, não tem primado pelo sucesso europeu (verdade seja dita, esta temporada há 5 equipas inglesas na Champions e o United de Mourinho venceu a Liga Europa) mas vários são os clubes que têm obrigação de deslumbrarem - a nível interno e na Europa. Afinal, todos os principais candidatos ao título estão mais fortes.
Com o mercado fechado, podemos finalmente analisar as contratações de todos os clubes e eleger quais as melhores. Para tal, faz sentido contemplar algumas variáveis: o preço do jogador (num mercado que parece não conhecer limites, atingindo valores cada vez mais pornográficos), o impacto que poderá ter no clube e no futebol inglês no imediato, o potencial e o facto de ser ou não uma resposta a uma necessidade clara da equipa.
Entre vários negócios, e deixando Naby Keita (que constaria no nosso TOP-10) para a próxima temporada quando se juntar efectivamente ao Liverpool, decidimos destacar os principais 40. Inglaterra viu chegar Bernardo Silva, Lacazette, Ederson ou Morata, recuperou nomes como Salah e Chicharito, e várias foram as transferências internas. Lukaku, Rooney, Matic, Sigurdsson, Iheanacho ou Kyle Walker são apenas alguns exemplos.
Não incluimos abaixo o veterano Jermain Defoe no Bournemouth, Llorente, um interessante plano B para o Tottenham, ou Davinson Sánchez (40 Milhões) porque apesar do enorme potencial achamos que poderá demorar a instalar-se no onze inicial dos spurs. Adrien Silva (?) no Leicester, Mamadou Sakho no Crystal Palace, Drinkwater e Zappacosta (Chelsea), Solanke (Liverpool), Lemina e Hoedt (Southampton), o velocista Oliver Burke (WBA), Danilo (Man City), Lössl (Huddersfield) e Pascal Groß (Brighton) não surgem abaixo, mas não deixam de ser aquisições interessantes.
Destaque obrigatório ainda para 4 jogadores que entregaram os seus transfer requests mas que continuaram nos seus clubes: Virgil van Dijk, Alexis Sánchez, Coutinho, Riyad Mahrez e Diego Costa. No caso de Coutinho, Mahrez e Costa, melhor para a Premier League; mas nos casos de van Dijk (Liverpool) e Sánchez (Manchester City) parece-nos que o melhor caminho para todas as partes teria sido a transferência.
Muito bem, Everton e equipas de Manchester. Estas são as principais transferências deste defeso na Premier League para o Barba Por Fazer:
Há Lukaku, Matic, Ederson, Lacazette, etc., mas para nós Bernardo Silva é a melhor contratação deste mercado na Premier League.
A Premier League não era, em teoria, o melhor ecossistema para o pequeno mágico do Mónaco e da Selecção portuguesa, o Messizinho do Seixal, mas o Manchester City era sem dúvida a anomalia no sistema, a equipa na qual mais facilmente Bernardo encaixaria/ encaixará.
A tomar notas do mentor David Silva, a aprender com Guardiola, e a destruir defesas com De Bruyne, Gabriel Jesus, Agüero, Sané, Silva, Sterling e companhia, Bernardo Silva pode até demorar até cimentar o seu estatuto de indiscutível, mas acreditem: o City garantiu um craque. Um daqueles que vai marcar os próximos anos.
2. Romelu Lukaku (Manchester United)
Parece ter nascido para jogar no Manchester United. Mourinho pode agradecer ao empresário Mino Raiola - empresário de Pogba, Ibrahimovic, Mkhitaryan e Lukaku - o grupinho que se está a formar em Old Trafford.
Um dos principais goleadores da actualidade, Lukaku fez por merecer este "salto" depois de uma época em que quase (maldito, Harry Kane!) foi o melhor marcador. No United, e ainda com 24 anos, Lukaku é o reforço perfeito, no momento perfeito, e um elemento capaz de puxar por todos à sua volta. Deixa água na boca pensar na dupla Zlatan-Lukaku na segunda metade da época.
3. Nemanja Matic (Manchester United)
Num defeso em que o Chelsea cometeu várias asneiras e falhou vários alvos, "dar" Matic a um dos maiores rivais terá sido a maior estupidez.
Mourinho esfregou as mãos e aproveitou, garantindo a peça perfeita, o médio defensivo que faltava ao Manchester United. Com Matic, a equipa está ligada, equilibrada, Pogba mais livre... No final da época, quando se fizer o balanço final, a transferência de Matic do Chelsea para o United poderá ser um dos tópicos abordados.
4. Ederson (Manchester City)
Não chorem, benfiquistas. Guardiola apaixonou-se por ele, e da Luz saiu um guarda-redes sem igual, talvez o mais indicado para integrar a ideia de jogo de Pep.
A Premier League recebe um guarda-redes único em alguns dos seus predicados, e que terá agora a oportunidade de provar fim-de-semana após fim-de-semana que já é um dos melhores do planeta na sua posição. Será criminoso se não for o titular do Brasil no Mundial 2018.
5. Antoine Lacazette (Arsenal)
Há anos que queríamos que o Arsenal contratasse um avançado. E há anos que queríamos que Lacazette fosse esse avançado.
O contexto da chegada do ponta de lança francês podia ser mais favorável - a recente derrota de 4-0 com o Liverpool exemplifica a falta de compromisso dos jogadores com o clube, parecendo sempre faltar ambição, e juntando-se a isto tudo o caso Alexis Sánchez. No entanto, remando contra a corrente, Lacazette é uma garantia de muitos golos no Emirates. Podia ter saído mais cedo de Lyon, e os 37 golos apontados na última época mostram o que o Arsenal comprou.
6. Gylfi Sigurdsson (Everton)
Rooney, Michael Keane, Klaassen, Pickford, Sandro, Vlasic, Martina e Onyekuru. Um bom conjunto de reforços, mas o islandês Gylfi Sigurdsson é O Reforço de um dos clubes que melhor se movimentou neste Verão.
No Swansea, Sigurdsson era dono e senhor das operações ofensivas. Pode-se mesmo dizer que se os swans não desceram nos últimos anos, muita responsabilidade teve Gylfi. O Everton fez tudo por ele, e garantiu um dos melhores executantes de bolas paradas no mundo, dando-lhe um habitat como ele merece, rodeado por jogadores com qualidade semelhante à sua.
Ainda assim, acreditamos que Sigurdsson continuará a ser a principal figura da equipa que representa. Esperamos muito deste Everton, o Everton de Sigurdsson. E não é uma má carta de apresentação um golo de meio-campo na estreia...
7. Mohamed Salah (Liverpool)
Jogador à Klopp. O egípcio, depois de uma temporada com números (golos e assistências) muito interessantes em Roma, voltou a Inglaterra - já representara o Chelsea - tendo tudo para desta vez arrasar.
Com Mané, Firmino e Coutinho, Salah está entre os seus. Os reds sabem contratar, e Salah é uma das transferências mais entusiasmantes deste mercado. Não só em teoria, porque as primeiras jornadas do campeonato já o demonstraram.
8. Álvaro Morata (Chelsea)
A prioridade era supostamente Lukaku, mas não se pode dizer que Morata seja uma má contratação. Muito, muito longe disso.
O avançado que só chegou à Juventus quando Conte já saíra tem ainda muito para crescer, e merecia passar de suplente de Benzema para titular num clube de topo. Diego Costa (pessimamente gerido esse dossier por Conte) ainda está em Londres, Batshuayi realizou uma incrível pré-época mas o estado de graça esgotou-se rapidamente, e por isso Morata - pode-se discutir se é ou não um upgrade em relação a Diego Costa, dadas as características do hispano-brasileiro - há-de ser o goleador deste Chelsea.
9. Wayne Rooney (Everton)
Nostálgico. Ver Wayne Rooney regressar a Goodison Park é emocionante. A casa da qual o melhor marcador de sempre de Inglaterra e do Manchester United saiu em 2004 viu o bom filho regressar.
Aos 31 anos, e com toda a qualidade que tem, Rooney pode inspirar os colegas e carregar o Everton naquilo que se espera ser uma intromissão no grupo dos 6 grandes ingleses. Deixem-no estar na frente, perto da baliza, e verão o que acontece. A qualidade está lá, e estará sempre.
10. Kyle Walker (Manchester City)
O melhor lateral-direito da última Premier League. Um dos melhores laterais-direitos (posição com carência de soluções de qualidade por essa Europa fora) nos principais campeonatos europeus. E uma transferência com a qual o City conseguiu enfraquecer um adversário na luta pelo título.
A locomotiva Kyle Walker ao serviço de Guardiola. Tem tudo para resultar. E tinha que estar no nosso TOP-10.
11. Chicharito (West Ham)
Desta vez, não é suplente de ninguém. Depois de uma passagem por terras britânicas em que Javier Hernández conquistou os adeptos do United, o mexicano está de volta para ser o goleador máximo do West Ham.
Tal como Arnautovic ou Hart, contingências globais podem afetar o rendimento individual; mas quando se tem um jogador como Chicharito na frente, tem-se golos. É um dado adquirido.
12. Kelechi Iheanacho (Leicester City)
Às vezes esquecemo-nos, mas Iheanacho tem apenas 20 anos. O nigeriano, jogador de impressionante rácio de minutos/ golo no Manchester City, rumou ao Leicester e promete formar uma dupla incrível com Vardy.
Para a sua evolução, uma transferência em definitivo e um clube como o Leicester (com aspirações, achamos, para atingir o 8.º lugar) são boas notícias.
13. Victor Lindelöf (Manchester United)
É natural que o prodígio do Benfica demore a ganhar o seu espaço na defesa do Manchester United de Mourinho, mas o nosso feeling é que em Lindelöf os red devils têm um dos mais promissores defesas centrais do futebol europeu, e um possível titular durante uma década.
14. Alex Oxlade-Chamberlain (Liverpool)
No futebol pós-Neymar, 38 Milhões por um jogador da qualidade de Chamberlain é bastante bom. O Arsenal perdeu um jogador do qual Wenger nunca soube espremer tudo, e The Ox terá inclusive rejeitado o campeão Chelsea, acreditando que sob a tutela de Klopp jogará em posições mais do seu agrado.
Oxlade-Chamberlain, embora não sendo um reforço com um entrada directa no onze directo do Liverpool como é Salah, ou como será Naby Keita em 18-19, é uma extraordinária aquisição para o plantel. Opção para extremo, opção para interior, opção para médio centro. Os melhores anos da carreira do inglês estão ao virar da esquina, no clube do seu ídolo Steven Gerrard.
15. Benjamin Mendy (Manchester City)
57,5 Milhões de euros. O Manchester City teve que pagar enormidades mas garantiu dois laterais (Walker e Mendy) que servem na perfeição a ideia de jogo de Guardiola, mais virados para o ataque do que preocupados com a sua baliza, e com muitos anos pela frente.
Mendy impressionou no Mónaco, e embora tenha lacunas no seu jogo, vai certamente crescer muito neste novo desafio.
16. Serge Aurier (Tottenham)
Se Aurier tivesse todos os parafusos na cabeça, diríamos mesmo que o lateral-direito do PSG era um dos melhores negócios do defeso em Inglaterra. No entanto, o compromisso com a causa e a interacção com os restantes elementos do balneário já teve episódios negativos no passado, embora Pochettino costume ter o plantel "na mão" graças ao bom futebol que consegue colocar a equipa a jogar.
Comparativamente com Kyle Walker, Aurier é inferior fisicamente (embora as diferenças não sejam significativas) mas talvez superior tecnicamente. Na realidade, e caso corra bem - que acreditamos que correrá - era difícil os spurs encontrarem melhor substituto para o agora lateral do Manchester City.
17. Michael Keane (Everton)
O Manchester United vendeu-o há anos, no Burnley fez-se homem, e é no Everton que pode reforçar o seu estatuto como um dos melhores defesas centrais ingleses e da Premier League nos próximos anos.
No ar, há poucos como ele. E sob a orientação de Koeman, Michael Keane tem tudo para evoluir sem parar. Treinar todos os dias ao lado de Ashley Williams e Jagielka só ajudará nessa aprendizagem.
18. Renato Sanches (Swansea)
Pensemos assim: quando no final de 2015-16 Renato Sanches rumou ao Bayern, foi Golden Boy, peça-chave na época do Benfica e da vitória de Portugal no Euro 2016, ninguém achava possível que no Verão seguinte o Swansea estaria a garantir os serviços de um médio que não deixou de ser um dos que apresenta maior potencial no mundo.
O empréstimo, sem opção de compra e a um clube treinado por Clement, ex-adjunto de Ancelotti, demonstra que o Bayern conta com ele para o futuro. Mas é também fácil de antever que uma grande época de Renato na Premier League (a Liga que sempre pareceu a mais indicada para as suas características) pode deixar os grandes ingleses "loucos".
Em Inglaterra, há espaço para correrias desenfreadas e lances divididos no corpo a corpo como o Bulo tanto gosta. Então se Clement estiver a pensar nele como médio mais solto, sem o amarrar, o futuro pode devolver o sorriso ao rosto do novo 35 do Swansea.
19. Sead Kolasinac (Arsenal)
Custo zero. O Arsenal garantiu um dos melhores laterais-esquerdos da Bundesliga, pagando só comissões e prémio de assinatura. A época de 2016-17 do bósnio no Schalke 04 deixa antever grandes coisas na Premier, tratando-se de um jogador perfeito para actuar a ala esquerda no actual 3-4-2-1 do Arsenal.
20. Tiemoué Bakayoko (Chelsea)
Inevitavelmente, Bakayoko não surge mais acima por dois motivos: 1) os grandes jogadores que outros clubes compraram, logicamente, 2) o facto de passar de Matic para Bakayoko não ser uma melhoria evidente.
É terrível para os adversários pensar que terão que ultrapassar uma linha intermédia dos blues com Kanté e Bakayoko, mas adquirir um médio defensivo não era uma prioridade para Conte, e ao vender Matic a um rival directo, o Chelsea perdeu um médio com excelente capacidade de transporte, já adaptado ao futebol inglês e mais criativo do que o francês.
Mas não nos enganemos. O médio de 23 anos demonstrou no Mónaco a força de natureza que é.
21. Davy Klaassen (Everton)
Fica bastante claro quão bom foi o mercado de transferências do Everton quando um jogador da qualidade e potencial do holandês Davy Klaassen tem ainda trêss reforços dos toffees acima dele (Sigurdsson, Rooney e Michael Keane).
Com 24 anos, o ex-capitão do Ajax chega a terras de Sua Majestade no momento certo, e embora a velocidade tão característica da Premier League seja um desafio para muitos jogadores, para Klaassen parece-nos que a tempestade pode ser mais fácil de dominar. Resta saber como Koeman irá gerir a nível táctico, trabalhando movimentações e referências posicionais, o trio Rooney, Sigurdsson e Klaassen, mas o holandês é craque, e torna aqueles à sua volta melhores.
22. Harry Maguire (Leicester City)
Se há um ano atrás nos dissessem que iríamos colocar Harry Maguire numa lista de melhores contratações da Premier League acima de Krychowiak, Bony e Arnautovic, não acreditávamos.
Impressionante o que cresceu o central inglês entretanto. Destaque maior no Hull City de Marco Silva, promete ser um jogador de confiança e um dos preferidos dos adeptos dos foxes nos próximos anos. E bem que a equipa que venceu a Premier League em 15-16 precisava de um central, com Huth e Morgan perto de colocarem os papéis para a reforma.
23. Richarlison (Watford)
A Federação Inglesa demorou o seu tempo a autorizar a work permit do brasileiro Richarlison, mas Marco Silva recebeu o seu craque. E que craque! O ex-Fluminense, que já percebeu que em Inglaterra há menos tempo para pensar e executar, vai fazer mossa, quer jogue a segundo avançado ou a extremo.
Para os bons jogadores há sempre espaço, por isso terá sempre lugar no onze inicial do treinador português, mas encontrar o melhor espaço para tirar o máximo possível de Richarlison pode ser um dos pontos-chave da temporada do Watford.
24. Andrew Robertson (Liverpool)
Quando na nossa página de Facebook apresentámos como abordaríamos o defeso se estivéssemos no comando dos principais clubes ingleses, o escocês Andrew Robertson foi um dos jogadores que indicámos como bom reforço para os reds. Por aí fica evidente como achamos que a posição de lateral-esquerdo está bem entregue.
Há Milner, mas o Liverpool "pedia" um lateral de raíz e o ex-Hull tem um potencial incrível. Daqui a um ano deveremos estar a falar de um indiscutível na defesa do Liverpool.
25. Grzegorz Krychowiak (WBA)
O médio polaco está apenas emprestado, e foi um verdadeiro flop no PSG depois de ser um médio dominante ao serviço do Sevilha. Esses são os pontos negativos. No entanto, vendo o copo meio cheio, o West Brom garantiu um médio que na altura do Euro-2016 foi uma dos destaques e que nos seus dois anos de Sevilha se afirmou como um dos médios defensivos de maior qualidade no futebol europeu. Tem 27 anos, e desde que "encaixe" e perceba o ritmo da Premier League, pode estar aqui um monstro.
26. Jordan Pickford (Everton)
Na época passada cedo percebemos duas ideias: o Sunderland ia descer, mas o seu guarda-redes Jordan Pickford não.
Na panóplia de brilhantes contratações dos toffees, era prioritário encontrar um guarda-redes à altura do restante elenco. Pessoalmente, teríamos optado por Jack Butland, mas o clube de Liverpool escolheu Pickford. O rapaz de 23 anos é a aposta para ser a última barreira numa fase que se antevê de grande crescimento para o clube.
27. Wilfried Bony (Swansea)
Bem-vindo de volta, senhor Bony. O incrível jogador, avançado matador que vimos no Vitesse e no Swansea, perdeu-se entretanto ao abraçar um patamar superior (Manchester City), também muito graças à concorrência. O empréstimo ao Stoke foi para esquecer, e por isso a prioridade actual do costa-marfinense deve ser ganhar forma e confiança. Difícil arranjar um contexto melhor do que um clube do qual saiu como um Deus. Se ainda há vida futebolística dentro de Bony, o Swansea é o melhor palco possível para este regresso.
28. Aaron Mooy (Huddersfield)
Um jogador que dificilmente teria minutos no Manchester City, e que no Huddersfield é a figura número 1. Emprestado pelos citizens durante a época em que os pupilos de David Wagner garantiram a promoção à Premier League, passar a ter Mooy em definitivo foi muito, muito importante para o clube.
Num negócio que favoreceu as três partes, o médio australiano será certamente referido como um dos obreiros de 2017-18, caso o clube assegure a manutenção.
29. Marko Arnautovic (West Ham)
O imprevisível Arnautovic... Elemento capaz de fazer um jogão, ou de se expulsar de forma idiota. Na senda de contratações interessantes dos hammers, Arnautovic representou um investimento significativo - valor superior a 22 milhões de euros.
Se o West Ham vivesse um período estável, a chegada do austríaco podia ter enorme impacto. Como as coisas estão, é natural que Arnautovic demore mais a encontrar-se, de acordo com aquilo que o clube também procura neste momento. Mas se no Stoke a produção ofensiva se limitava praticamente a Arnautovic, Shaqiri e Joe Allen, no West Ham Arnautovic tem muito mais qualidade à sua volta.
30. Nathan Aké (Bournemouth)
O Chelsea geriu mal Nathan Aké. Na época passada os blues repescaram o central holandês no mercado de Janeiro, quando o poderiam perfeitamente ter deixado até ao fim da época nos cherries. E quando Aké merecia ser uma das opções (como suplente) no plantel de Conte, trabalhando para a médio-prazo integrar a linha de 3 centrais da retaguarda, o clube vendeu-o ao Bournemouth.
Para o Bournemouth de Eddie Howe, trata-se de uma aquisição incrível. Aké é um dos centrais mais promissores da Premier League, marcou golos pelo clube durante a sua passagem, e tendo-o a ele e a Begovic, os cherries ficam bem mais perto de ser uma equipa de meio da tabela do que uma que luta pela manutenção.
31. Andre Gray (Watford)
O novo clube de Marco Silva demorou a dar verdadeiros reforços ao técnico português, mas Richarlison e Andre Gray fizeram a espera valer a pena. Em Andre Gray (jogador que nos parece que irá explodir e render muito mais do que rendeu em 16/ 17 no Burnley), Marco Silva ganha um jogador que pode liderar a equipa num 4-3-3, mas também o parceiro perfeito para o capitão Deeney.
A capacidade de remate fácil, o poderio físico e a qualidade a explorar as costas da defesa fazem de Gray um elemento muito importante caso o Watford queira ser uma das sensações desta edição.
32. Chris Wood (Burnley)
Como substituir Andre Gray? Simples, contrata-se o melhor marcador do último Championship! O neo-zelandês de 25 anos esteve imparável ao serviço do Leeds United na época passada, marcando nada mais nada menos do que 30 golos.
Tendo já passado por imensos clubes do futebol inglês (WBA, Barnsley, Brighton, Birmingham, Bristol City, Millwall, Leicester, Ipswich e Leeds) antes de chegar agora ao Burnley, Wood é o avançado perfeito para o esquema da equipa de Sean Dyche. Que o diga o Tottenham, que viu Chris Wood marcar o golo do empate em Wembley aos 90'+2, na sua estreia pelo novo clube na Premier League.
33. Asmir Begovic (Bournemouth)
Que bom é ter o guardião bósnio de regresso à titularidade num emblema da Premier League. Depois de conquistar tudo e todos ao serviço do Stoke, Begovic rumou ao Chelsea para ser o nº 2 de Courtois e ganhar currículo. Saiu de Londres com o título de campeão, para passar a representar o Bournemouth de Eddie Howe, uma das equipas que em Inglaterra mais precisava de contratar um guarda-redes. Passar de Boruc para Begovic é um grande upgrade.
34. Jay Rodriguez (WBA)
Em 2013/ 14, Jay Rodriguez marcou 17 golos pelo Southampton uma época de sonho, ao lado de Lallana e Lambert, e parecia ter as portas da selecção escancaradas no Mundial. Uma lesão num Manchester City-Southampton custou-lhe praticamente as épocas sucedâneas, embora em 16/ 17 já tenha voltado a figurar em muitos jogos, embora sem a confiança e a qualidade de antes.
Tony Pulis acredita no avançado/ extremo que surpreendentemente já conta 28 anos, e torcemos para que esta nova vida do West Brom seja o renascer de um grande jogador. No entanto, ao comparar esta contratação com outras, é difícil não ter presente o historial de problemas físicos.
35. Sandro Ramírez (Everton)
Custa perceber como é que o Barcelona (na realidade, com tantos erros da Direcção dos blaugrana nos últimos anos, não custa assim tanto) o deixou sair a custo zero para Málaga. É também difícil aceitar que, num mercado altamente inflaccionado, Sandro tenha custado ao Everton 6 milhões.
Referência móvel da Espanha no último Europeu de Sub-21, Sandro tem características que nos levam a crer que pode resultar na Premier League. A adaptação pode ser um obstáculo, tal como o fantasma Lukaku. É certo que o Everton contratou muito e muito bem, mas não encontrou nenhum substituto directo para o seu goleador. Têm a palavra Rooney e Sandro.
36. Joe Hart (West Ham)
Embora hoje em dia seja questionável se ainda é o guarda-redes número 1 em Inglaterra - há Butland, Heaton e Pickford começa a afirmar-se - um bom guarda-redes era uma das prioridades dos hammers. Emprestado pelo Manchester City, que tem Ederson e Claudio Bravo, Hart foi uma das aquisições do West Ham que levou Mourinho a dizer que o clube londrino se estava a reforçar para atacar o título.
O último lugar da tabela, com 0 pontos neste início de época, não corrobora essa ideia. Mas o campeonato é longo, e o West Ham há-de reagir, com Bilic ou com novo treinador. E se Joe Hart quer ser o titular de Inglaterra no Mundial 2018, tem que fazer pela vida.
37. Steve Mounié (Huddersfield)
Não há melhor cartão de visita para um ponta de lança do que um bis no primeiro dia do arranque oficial da temporada num novo clube. O impressionante Huddersfield - actual 3.º classificado, com 7 pontos em 9 possíveis e zero golos sofridos - pagou ao Montpellier 13 milhões pelo portentoso avançado de 1,90m do Benim. Depois de 14 golos em 16/ 17 na Ligue 1, Mounié promete ser uma dor de cabeça para os defesas, podendo fazer estragos com a sua supremacia no jogo aéreo.
38. Jesé Rodríguez (Stoke City)
Primeiro, isto. Difícil imaginar o que Jesé irá sofrer no balneário do Stoke graças a esta sua faceta. Falando de futebol, a transferência de Madrid - onde era apontado como uma das promessas do clube merengue - para o PSG foi negativa, e o período em Las Palmas também não encantou o clube.
A aventura em Inglaterra, por empréstimo do PSG, começou da melhor maneira com o golo da vitória na estreia (Stoke 1-0 Arsenal). Talento não lhe falta, mas globalmente é uma incógnita. Daí estar apenas em 38º lugar.
39. Tammy Abraham (Swansea)
Brilhou pelo Bristol City, e tenta agora afirmar-se no primeiro escalão do futebol inglês. Aos 19 anos, Abraham continua ligado ao Chelsea e o facto dos swans lhe terem dado a camisola 10 diz bastante da fé que o clube do País de Gales deposita neste avançado. A contratação de Bony em cima do fecho do mercado pode retirar-lhe espaço, mas não é de todo impossível que o Swansea aposte num esquema com Wilfried Bony e Tammy Abraham na frente.
Se tivesse sido adquirido em definitivo, estaria uns lugares mais acima. Mas o Chelsea, um anti-exemplo da aposta na formação nos últimos anos, ainda não o considera uma gordura.
40. Roque Mesa (Swansea)
O homem que disse à sua mulher que só cortava o bigode quando fosse
chamado à selecção espanhola. O Swansea retirou ao Las Palmas o seu dínamo e
garantiu um exemplo de garra e intensidade, um pequeno poço de força e
qualidade que entusiasma e acordo o mais indiferente dos adeptos. Aos 28 anos,
Roque Mesa é um jogador feito, maduro, e por isso a adaptação poderá ser
rápida. Pode estar aqui um dos novos melhores amigos de Renato Sanches.