Argumento: Joel Edgerton
Elenco: Jason Bateman, Rebecca Hall, Joel Edgerton, Allison Tolman
Classificação IMDb: 7.1 | Metascore: 77 | RottenTomatoes: 93%
Classificação Barba Por Fazer: 72
Não, não é a banda de Sónia Tavares. É um filme de Joel Edgerton. O actor australiano de Animal Kingdom, Warrior, The Great Gatsby, Exodus e, recentemente, Black Mass, conseguiu uma estreia auspiciosa no primeiro filme em que assume (também) um papel atrás da câmara.
Numa indústria repleta de clichés, na qual sentimos muitas vezes que sabemos para onde estamos a ser conduzidos, 'The Gift' é em tudo uma boa surpresa. Não, não é um dos grandes filmes deste ano; nem aspira a isso. Mas ganha valor pela construção da história, nada óbvia nas revelações progressivas, por ser a estreia de Edgerton (para além de realizar, escreveu o argumento e produziu o filme) e porque é um excelente exemplo de como um trailer pode ser enganador. Quando muitos optam por colocar todos os pontos fortes no trailer, revelando demais e transmitindo logo uma ideia quase integral da história, 'The Gift' é bastante superior ao seu trecho de promoção.
A premissa em termos de enredo é a seguinte: um casal, Simon (Jason Bateman) e Robyn Callum (Rebecca Hall), muda-se de Chicago para Los Angeles, depois de Simon arranjar um novo emprego. Em LA, Simon reencontra um antigo colega do secundário, Gordon "Gordo" Moseley (Joel Edgerton), que tenta reatar uma relação mais do que enterrada, revelando-se socialmente inoportuno e persistente nas vezes que visita a casa (a sua arquitectura invulgar ajuda o filme a resultar) dos Callum, normalmente quando Robyn está sozinha.
Para além do seu final ambíguo, a culminar uma recta final intensa neste thriller psicológico, o que impressiona mais em 'The Gift' é a capacidade que Edgerton revela na construção das personagens e no modo como, à medida que o filme progride, nos sentimos a flutuar com dúvidas entre quem é que devemos realmente temer, ou em quem acreditar.
Qualquer filme que tenha a capacidade de nos agarrar e prender do princípio ao fim, não nos esfregando na cara a história de caras (passada a redundância), tem sempre o seu mérito. Pode-se dizer que 'The Gift' será daqui a uns anos aquele filme de Sábado à tarde que estamos a ver mas que, à medida que os minutos passam, torna-se mais do que isso. Para o sucesso final contribui claramente o elenco - é bom ver Jason Bateman também no registo dramático (Disconnect foi outro bom exemplo disso), e esta personagem assenta-lhe na perfeição, enquanto que Rebecca Hall prova que normalmente acerta nos projectos a que se associa (The Prestige, Vicky Cristina Barcelona e The Town integram a ainda curta filmografia da actriz de 33 anos). Por fim, o sistema nervoso central do filme - Joel Edgerton. "Gordo" é, sem dúvida, uma das personagens mais interessantes da carreira de Edgerton, mas o que fica sobretudo é uma excelente estreia a realizar. Um pouco como Ben Affleck, parece haver mais talento como contador de histórias do que propriamente como intérprete. E o principal sintoma disso é um: não é certo se valerá a pena ver o próximo filme em que ele entrar, mas contem connosco para ver o próximo filme que ele realizar/ escrever.
Não, não é a banda de Sónia Tavares. É um filme de Joel Edgerton. O actor australiano de Animal Kingdom, Warrior, The Great Gatsby, Exodus e, recentemente, Black Mass, conseguiu uma estreia auspiciosa no primeiro filme em que assume (também) um papel atrás da câmara.
Numa indústria repleta de clichés, na qual sentimos muitas vezes que sabemos para onde estamos a ser conduzidos, 'The Gift' é em tudo uma boa surpresa. Não, não é um dos grandes filmes deste ano; nem aspira a isso. Mas ganha valor pela construção da história, nada óbvia nas revelações progressivas, por ser a estreia de Edgerton (para além de realizar, escreveu o argumento e produziu o filme) e porque é um excelente exemplo de como um trailer pode ser enganador. Quando muitos optam por colocar todos os pontos fortes no trailer, revelando demais e transmitindo logo uma ideia quase integral da história, 'The Gift' é bastante superior ao seu trecho de promoção.
A premissa em termos de enredo é a seguinte: um casal, Simon (Jason Bateman) e Robyn Callum (Rebecca Hall), muda-se de Chicago para Los Angeles, depois de Simon arranjar um novo emprego. Em LA, Simon reencontra um antigo colega do secundário, Gordon "Gordo" Moseley (Joel Edgerton), que tenta reatar uma relação mais do que enterrada, revelando-se socialmente inoportuno e persistente nas vezes que visita a casa (a sua arquitectura invulgar ajuda o filme a resultar) dos Callum, normalmente quando Robyn está sozinha.
Para além do seu final ambíguo, a culminar uma recta final intensa neste thriller psicológico, o que impressiona mais em 'The Gift' é a capacidade que Edgerton revela na construção das personagens e no modo como, à medida que o filme progride, nos sentimos a flutuar com dúvidas entre quem é que devemos realmente temer, ou em quem acreditar.
Qualquer filme que tenha a capacidade de nos agarrar e prender do princípio ao fim, não nos esfregando na cara a história de caras (passada a redundância), tem sempre o seu mérito. Pode-se dizer que 'The Gift' será daqui a uns anos aquele filme de Sábado à tarde que estamos a ver mas que, à medida que os minutos passam, torna-se mais do que isso. Para o sucesso final contribui claramente o elenco - é bom ver Jason Bateman também no registo dramático (Disconnect foi outro bom exemplo disso), e esta personagem assenta-lhe na perfeição, enquanto que Rebecca Hall prova que normalmente acerta nos projectos a que se associa (The Prestige, Vicky Cristina Barcelona e The Town integram a ainda curta filmografia da actriz de 33 anos). Por fim, o sistema nervoso central do filme - Joel Edgerton. "Gordo" é, sem dúvida, uma das personagens mais interessantes da carreira de Edgerton, mas o que fica sobretudo é uma excelente estreia a realizar. Um pouco como Ben Affleck, parece haver mais talento como contador de histórias do que propriamente como intérprete. E o principal sintoma disso é um: não é certo se valerá a pena ver o próximo filme em que ele entrar, mas contem connosco para ver o próximo filme que ele realizar/ escrever.