Benfica 0 - 1 Sporting (Carrillo 53')
Primeiro jogo oficial da época
2015/16 tanto para o Benfica, como para o Sporting. O ambiente estava ao rubro
nas bancadas. Não só por se tratar dum eterno derby lisboeta, como também por
ser o primeiro encontro entre águias e leões depois de Jorge Jesus ter
desertado dos campeões para os rivais da capital. Jorge Jesus a apostar no onze
esperado (só havia a dúvida sobre qual dos colombianos ia jogar de início) e
Rui Vitória a surpreender ao apostar em Nelson Semedo como titular, a apostar
no duplo-pivot Fejsa-Samaris e ainda com Talisca a aparecer nas costas de
Jonas. Como se não bastasse, deixou Carcela fora dos convocados e apostou na
titularidade do mal amado Ola John.
Electrizante! É assim que se descreve este
primeiro tempo. Um Benfica algo intranquilo e nervoso e um Sporting ansioso
para demonstrar que está bem vivo no futebol português. Começaram melhor os
leões. Com uma pressão alta característica das equipas de Jorge Jesus e a
encostar por completo o Benfica às cordas. Os encarnados afastavam a bola da
sua área como podiam e no meio de muita intranquilidade face ao peso que o jogo
representa ia prevalecendo algum espírito de sacrifício e muito coração. Em
variados lances, valeu Júlio César a antecipar-se aos avançados verde e
brancos. Rui Vitória ia repreendendo os seus jogadores e motivando-os para
assumir o jogo e levarem a bola para terrenos mais ofensivos. E foi após esse mesmo
instante que as águias começaram a demonstrar algum poderio ofensivo tendo
criado mesmo as melhores oportunidades do jogo. Jonas falhou por duas vezes o
golo. Num primeiro momento após boa assistência de Ola John e posteriormente
num canto em que Nico Gaitán colocou o esférico com conta, peso e medida ao
qual o avançado brasileiro falhou por meros milímetros. O Sporting responderia
logo depois com uma jogada de muito bom entendimento pela esquerda em que Bryan
Ruiz tentou servir Teo de bandeja, mas Jardel impediu o golo de forma imperial
com um corte do outro mundo. Tirou completamente o pão da boca do colombiano. A
primeira parte fica ainda marcada por um erro de arbitragem ao ser anulado um
golo ao Sporting de forma errada. Ola John ainda tentou por duas vezes a sua
sorte de fora de área, mas o nulo permaneceu até ao fim dos primeiros quarenta
e cinco minutos.
Para a segunda parte o Benfica
voltou a começar por baixo e o Sporting com todo o gás. Nos primeiros cinco
minutos, os leões poderiam ter chegado por duas vezes ao golo. Primeiro por
intermédio de João Mário num remate de ressaca e depois num cabeceamento por
cima de Teo Gutiérrez - mais uma vez o colombiano a aparecer
bem entre a defesa encarnada. Pouco depois surge o golo do Sporting. Carrillo
ganha espaço para fazer o remate fora de área, a bola bate em Teo e acaba por
enganar Júlio César. Um lance fortuito, mas merecido pelo jogo que os leões
estavam a fazer até ao momento. Rui Vitória coloca finalmente alguma
inteligência em prática ao retirar Talisca - nota bastante negativa para o
brasileiro - e a colocar Pizzi no seu lugar. O Benfica começou a querer agarrar
o jogo, mas a verdade é que foi sempre parado por faltas estratégicas do lado
do Sporting que impediam que o ataque se desenrolasse. Processos que Jesus
implementava no Benfica e que hoje se notaram na equipa leonina. Gaitán viria a
arrancar algumas faltas, pois era quem tentava criar os lances de ataque e
acabaria ainda por arrancar uma grande penalidade que não foi assinalada.
Carrillo abalroou o argentino, mas Jorge Sousa pediu para o mesmo se levantar
somando o segundo erro grave da partida ao seu histórico. Até ao fim do
encontro, o Benfica mostrou-se completamente sem ideias e o Sporting acabou por
se resguardar um pouco. Ainda assim, foram os leões a estar mais perto do
segundo golo que os encarnados de fazer a igualdade.
Rui Vitória
acabaria por acertar na melhor defesa - muito boa aposta em Nelson Semedo -,
mas em contrapartida começou o jogo por baixo ao colocar Talisca atrás de Jonas
que já se vira na pré-época - na América - que não resultava. A própria ideia
de jogo não existiu e os jogadores não se mostraram confiantes. Valeu a dupla
Lisandro-Jardel numa exibição fantástica dos centrais das águias e também a
excelente actuação de Júlio César que só foi batido num ressalto. Do lado do
Sporting notaram-se muitas melhorias no futebol praticado, onde João Mário foi
a estrela do jogo ao jogar e fazer jogar a sua equipa. Slimani foi gigante na
frente (exceptuando nas bolas aéreas onde Lisandro esteve imperial sobre o
argelino) e Carrillo foi um quebra cabeças para a defesa encarnada. Ruiz ficou
muito aquém do esperado e não encontrou facilidades nos confrontos com o
jovem Nelson Semedo.
Jorge
Jesus voltou a provar que é um grande treinador, mas voltou a mostrar alguma
deselegância inerente à sua pessoa, perto do fim.