Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

8 de janeiro de 2025

100 Jogadores que podem marcar 2025 (1-50)

Ontem partilhámos os primeiros 50 nomes da nossa lista para 2025, e hoje encerramos a centena com aqueles que achamos que poderão vir a ser os destaques maiores no mundo futebolístico neste ano que acabámos de iniciar. Recordamos que a rubrica "100 Jogadores" é uma tradição anual no Barba Por Fazer (podem consultar no nosso arquivo as edições de 2015 até 2024).

    Os jogadores que identificámos podem transferir-se em 2025, podem brilhar e carregar a sua equipa numa conquista, podem dar-se a conhecer, dar um significativo salto qualitativo ou, simplesmente, deslumbrar à sua maneira.

    Há um ano incluímos no nosso Top-50 craques como João Neves e Olise antes das suas transferências, Yamal e Nico Williams antes de serem protagonistas na vitoria inequívoca da Espanha no Europeu, e performers de alto rendimento e regularidade como Gyökeres, Wirtz ou Cole Palmer. Sem mais demoras, os 50 destaques para 2025:


1. Mohamed Salah (Liverpool) - Em 2025, todos os caminhos vão dar a Mo Salah. No último ano do seu contrato, o egípcio segue com 18 golos e 13 assistências na Premier League, estando lançado para bater Henry e Suárez na discussão sobre a melhor época individual de um jogador na História da competição.
Nunca ficou acima de 5º na Bola de Ouro. Será desta que ganha uma?

2. Vinícius Júnior (Real Madrid) - Quando perdeu a Bola de Ouro (teria cabimento ter-lhe sido entregue, mas também não foi um escândalo não ter ganho, uma vez que não havia um único nome indiscutível e destacado) disse que faria 10 vezes mais. É um dos melhores jogadores do mundo mas também uma personagem controversa. Só lhe pedimos que responda em campo, e que nunca seja ele o primeiro provocador, focando-se no que tem de melhor, o seu talento.

3. Florian Wirtz (Bayer Leverkusen) - Depois dos 18 golos e 19 assistências da época passada, Wirtz segue com 12+8 nesta temporada. Fala-se no Bayern, fala-se no Real Madrid, fala-se que continuará em Leverkusen. Não nos interessa onde, só o queremos ver jogar futebol.

4. Victor Gyökeres (Sporting) - O avançado da moda no futebol europeu mora em Portugal. Máximo goleador do ano civil de 2024 (62 golos em 63 jogos distribuídos entre Sporting e Suécia), Gyökeres quer dar o bicampeonato ao Sporting e veremos com que marca goleadora termina esta Liga portuguesa. Acreditando que só deixa Alvalade no Verão, a dúvida passa depois por perceber se irá juntar-se a Ruben Amorim ou se opta por um caminho diferente.

5. Omar Marmoush (Eintracht Frankfurt) - A atual Bundesliga tem contado com os golos de Kane e com a faísca dos extraordinários Wirtz e Musiala, mas há um egípcio de 25 anos que se tem exibido acima de todos os outros. O número 7 do Eintracht Frankfurt está imparável e as suas características levam a crer que se possa adaptar a diferentes equipas e campeonatos. Sai em Janeiro ou apenas no Verão?

6. Lamine Yamal (Barcelona) -
O seu estupendo Euro 2024 não foi suficiente para o colocar no pódio dos grandes troféus individuais, mas em 2025 não é de descurar esse cenário, caso seja peça-chave nas caminhadas europeia e interna do Barcelona. Tem 17 anos, convém não nos esquecermos.

7. Kylian Mbappé (Real Madrid) - O arranque foi pior do que o esperado, mas devagarinho Mbappé começa a soltar-se. Em 2025 gostávamos de o ver arriscar novamente mais no 1 para 1 (está quase alérgico a driblar) e, claro está, será motivo de interesse a afinação da sua compatibilidade com Vini Jr.

8. Trent Alexander-Arnold (Liverpool) - Associado ao Real Madrid, custar-nos-á se Trent não renovar com os reds, deitando por terra a hipótese de ser um one man club e também um futuro indigitado no Hall of Fame. Está no clube desde os 6 aninhos de idade, e com a cabeça entre Madrid e o seu clube de sempre, do qual é vice-capitão.

9. Cole Palmer (Chelsea) - 2024 foi o ano da afirmação absoluta de Cole Palmer, atingindo números e uma regularidade que parecem estar para ficar. No novo ano, o principal desafio será transpor para a seleção inglesa a sua preponderância.

10. Raphinha (Barcelona) - Se Mo Salah não tivesse explodido em Novembro e Dezembro, não seria descabido dizer que Raphinha era um dos candidatos a assumir a pole position para a próxima Bola de Ouro. O hype pode ter sido momentâneo, mas o brasileiro de 28 anos foi o melhor jogador da La Liga na primeira volta e tem 6 golos em 6 jogos da Champions.

11. Harry Kane (Bayern Munique) - Bota de ouro em 2024 com 36 golos, Harry Kane foi o grande injustiçado na Bola de Ouro e no The Best. Não merecia ser pódio mas certamente merecia constar entre os 6-7 primeiros classificados; no entanto foi 10º para a France Football e nem foi Top-10 para a FIFA. Em 2025, esperam-se mais golos e o fim de uma maldição com demasiados anos, conquistando o inglês o seu primeiro troféu coletivo.

12. Estêvão (Palmeiras) - É o jogador brasileiro que mais nos impressiona desde Ronaldinho e Neymar, com um teto de crescimento impossível de definir. 2025 é o ano em que se junta ao Chelsea e ao futebol europeu. Mal podemos esperar.

13. Alexander Isak (Newcastle) - Atualmente numa sequência de 7 jogos consecutivos a marcar na Premier League, o esguio ponta de lança sueco está a caminho da sua melhor época de sempre. Quem o quiser tirar de Newcastle deve ter que bater os 100 milhões.

14. Jamal Musiala (Bayern Munique) - Aos 21 anos, avaliado em 140M, Musiala só fica atrás no Transfermarkt de Haaland, Vinícius, Yamal, Bellingham, Mbappé e Saka. Driblador nato, entusiasmante em cada jogada, o prodígio alemão termina contrato em 2026 o que, garantidamente, fará dele um dos temas quentes no próximo Verão, caso não renove até lá.

15. Nico Williams (Athletic Bilbao) - Tudo levava a crer que Nico sairia de Bilbao depois do seu extraordinário Euro 2024, mas a promessa de jogar uma competição europeia com o irmão Iñaki falou mais alto. Em 2025, não há nada que o prenda.

16. Matheus Cunha (Wolves) - 2024 foi o ano em que Matheus Cunha encontrou finalmente a sua "casa tática" em Inglaterra. Mais longe da grande área mas muitíssimo impactante em tudo o que o Wolves cria, o craque brasileiro tem sido um dos jogadores que mais nos tem entretido nesta Premier League. Pode até renovar com os wolves, mas isso não deve impedir um colosso inglês de o atrair no próximo Verão.

17. Martin Zubimendi (Real Sociedad) - Reticente em deixar San Sebastián, Zubimendi esteve com um pé em Liverpool mas, com o brutal salto de Gravenberch, essa porta fechou-se entretanto. Faz sentido especular que o City o queira para "fazer de Rodri", mas atenção ao Real Madrid.

18. Alphonso Davies (Bayern Munique) - Os 2 melhores jogadores canadianos da atualidade estão livres para negociar com qualquer clube. Falou-se no Manchester United (dificílimo de acontecer, sendo mais realista um alvo como Nuno Mendes) e obviamente no Real Madrid. Teremos Davies de branco ou acabará a renovar com o Bayern?

19. Jeremie Frimpong (Bayer Leverkusen) - Não saiu no último Verão, mas é difícil imaginar que continue em Leverkusen em 25/ 26. É cada vez mais extremo e menos lateral, o que pode dificultar a avaliação de equipas com defesas de 4 elementos que o desejem para lateral direito.

20. Bryan Mbeumo (Brentford) - 2025 será definitivamente o ano da transferência do extremo direito camaronês. Termina contrato em 2026 (o que pode prejudicar o Brentford numa negociação) e, estando Mbeumo atualmente com 13 golos, queremos vê-lo a passar a marca dos 20.

21. Ryan Gravenberch (Liverpool) - No Verão passado, o Liverpool não contratou ninguém, vendo os reds Zubimendi rejeitar a hipótese de se juntar à turma de Anfield. Perante a nega do médio defensivo, único pedido de Arne Slot, o técnico neerlandês olhou para o seu compatriota Gravenberch e mudou a vida do jogador. Outrora um médio de ligação ou box-to-box, habitualmente em subrendimento, Gravenberch tornou-se juntamente com Caicedo um dos dois médios defensivos mais determinantes nesta edição da Premier League.

22. Neymar (Al-Hilal) - Desperdiçado e desmotivado na Arábia Saudita, onde até à data realizou 7 jogos oficiais em duas épocas, Neymar (32 anos) ainda vai bem a tempo de brilhar noutras paragens como só ele sabe. Findo o jackpot de milhões e a promoção forçada da liga saudita, resta saber para onde vai: reencontra-se com Messi e Suárez em Miami, volta ao seu Brasil ou procura um patamar mais exigente na Europa, com vista ao Mundial 2026?

23. Joshua Kimmich (Bayern Munique) - Na Baviera desde 2015, sempre pensámos que Kimmich ficaria em Munique até ao fim dos seus dias como jogador. A renovação ainda pode acontecer mas, com contrato a expirar, podemos ter o polivalente médio alemão a escolher um novo rumo para a carreira.

24. Carlos Baleba (Brighton) - O ano 2 no Brighton também está a ser positivo para João Pedro, mas é o médio defensivo Baleba que nos tem conquistado com a sua brutal omnipresença e capacidade de encher o campo. Teremos novamente um gigante inglês às compras na sempre requisitada loja do Sul de Inglaterra?

25. Dejan Kulusevski (Tottenham) - Afastado do corredor e a pisar sobretudo zonas interiores, Kulusevski sofreu uma das metamorfoses táticas mais fascinantes de 2024. Assistir aos jogos do Tottenham compensa só para o ver jogar.

26. Jonathan David (Lille) - Com 24 anos e 82 golos apontados pelo Lille desde 2020, o avançado canadiano é um jogador livre para decidir o seu futuro. Logicamente, não há avançado tão bom no mercado no que diz respeito à relação qualidade/ preço. Gostávamos de o ver em Inglaterra ou na Alemanha.

27. Savinho (Manchester City) - Num City que atravessou (já faz sentido utilizar o pretérito?) uma crise sucessivamente surpreendente, o extremo brasileiro é símbolo de confiança. Será sempre mais difícil a equipa surgir apática e desnorteada quando o miúdo de 20 anos estiver em campo, seja à esquerda seja à direita.

28. Robert Lewandowski (Barcelona) - Melhor marcador da Liga com 16 golos, o polaco não foi capaz de manter o ritmo impressionante com que seguia e que o fez estar com 14 golos nas 11 primeiras jornadas. Tem contrato até 2026, mas é expectável que esta seja a sua derradeira temporada como titular no Barça.

29. Morgan Rogers (Aston Villa) -
Muito poucos jogadores em Inglaterra têm a capacidade de Rogers de progredir com bola, levando tudo à sua frente. Unai Emery adora-o (compreensível) e tudo leva a crer que neste ano reforce o seu estatuto e cotação no mundo do futebol.

30. Ademola Lookman (Atalanta) - O melhor jogador africano de 2024 (em 2025 tudo aponta para que ganhe Salah) está na plenitude dos seus recursos. Tentará ser MVP no que seria uma histórica conquista da Serie A, ajudando também a Atalanta a chegar o mais longe possível na Champions.

31. Adam Wharton (Crystal Palace) - Pouco envolvido em 24/ 25, quase sempre lesionado, Wharton não deixou de ser um dos médios mais desejados em Inglaterra. Teria feito sentido há alguns meses atrás como back-up de Rodri, e caso se transfira ao longo deste ano seguramente será por um valor nunca abaixo de 50 milhões de euros.

32. Kevin De Bruyne (Manchester City) - Aos 33 anos, KDB termina contrato em Junho e, como tal, podemos estar a assistir aos últimos capítulos de uma história que, tudo indica, não acabará com aquela que seria a 7ª Premier League conquistada pelo belga. Despedindo-se de Manchester, permitirá por fim rematar a discussão e ordenação entre ele, Gerrard, Scholes e Lampard. 

33. Ousmane Diomande (Sporting) - No bloco de notas de muitos diretores desportivos e treinadores de ligas estrangeiras, o central do Sporting deve dizer adeus ao nosso campeonato em 2025. Para já, estamos a vê-lo a abandonar a sua função de central do meio numa linha de 3, e esse papel novamente numa dupla de centrais pode permitir a avaliação final e prova dos nove a muitos tubarões. 

34. Álvaro Carreras (Benfica) - Poucos jogadores amadureceram tanto ao longo de 2024 como Álvaro Carreras, o jogador mais consistente do Benfica. Mais Coentrão do que Grimaldo, o espanhol pode ser resgatado pelo Manchester United neste defeso. Torcem os adeptos benfiquistas para que Amorim não exerça essa opção (que faria todo o sentido), ficando o jogador de 21 anos mais uns meses em solo português.

35. Mason Greenwood (Marselha) - Rotulado (justificadamente) como persona non grata depois de um episódio com a sua namorada, Mason Greenwood está a apresentar-se em bom plano no Marselha de De Zerbi. Suspeitamos que a postura respeitável de muitos clubes ingleses mude em 2025, convertendo-se num cinismo esquecido ou moldando a narrativa sobre ele.

36. Jonathan Tah (Bayer Leverkusen) - Quase saiu no último Verão, mas permaneceu em Leverkusen para sair em breve a custo zero. Barcelona ou Bayern Munique?

37. Leroy Sané (Bayern Munique) - Muito inconsistente, o homem que se tem a si mesmo tatuado nas costas termina contrato em Junho. Está com 28 anos e em vias de assinar o seu último grande contrato. Quem o cativar, garantirá uma incógnita. Mas faz sentido que muitos clubes queiram correr esse risco. 

38. Arda Güler (Real Madrid) - Talvez estivesse a evoluir mais se o Real Madrid o tivesse emprestado, mas haverá certamente benefícios de estar integrado no plantel merengue, treinando diariamente com tantos craques e mentores como Modric, mesmo que jogando menos. Em 2025, o mágico turco tem que pedir com as suas exibições mais e mais minutos.

39. Morten Hjulmand (Sporting) - O capitão dinamarquês do Sporting é um jogador diferenciado em Portugal, conseguindo quase "sozinho" decidir um dérbi. Não será surpreendente se for um dos 2 jogadores que Amorim tenta retirar de Alvalade daqui a meio ano.

40. Amad Diallo (Manchester United) - Desde o momento em que Rúben Amorim foi anunciado como treinador do United, estava claro que Amad seria um dos principais projetos do português. Presente nos grandes momentos (contra Manchester City e Liverpool), o costa-marfinense de 22 anos está de pedra e cal em Old Trafford e garantidamente será um dos sobreviventes da remodelação que o clube progressivamente fará. No clube onde temos curiosidade de ver se em 2025 Amorim dá oportunidades a jovens como Obi-Martin, Mantato ou Kukonki, espera-se que Amad permaneça algum tempo mais nas suas posições atrás do ponta de lança, até se fixar mais tarde, numa versão mais aprimorada da equipa, como ala direito.

41. 
Geovany Quenda (Sporting) - O atleta mais jovem a ter minutos nesta edição da liga portuguesa será certamente alvo da cobiça de um vasto cartel de clubes no Verão. Mesmo saindo Gyökeres e Diomande, pode ser difícil o Sporting segurar mais 1 ano a sua pérola, que ainda não se estreou pela Seleção portuguesa apesar de já ter sido convocado por Roberto Martínez.

42. Marcus Rashford (Manchester United) - No clube desde os 7 anos de idade, a história de Rashford em Old Trafford tem os dias contados. Com pouco foco e pouca chama, não conta para Amorim e resta descobrir quem estará disposto a pagar bastante (mesmo que o United o avalie por baixo, o seu salário é descomunal) para um jogador pouco fiável.

43. Samu Aghehowa (FC Porto) - Ainda hoje não compreendemos como é que um craque como Samu veio parar ao futebol português, mas resta-nos aproveitar. A sua média (13 golos em 13 jogos) é excelente, não existisse um certo sueco com 21 golos em 17 jornadas. Manter-se próximo dos números de Gyökeres e tentar conduzir o Porto ao título são os desafios para 2025.

44. Antonee Robinson (Fulham), Milos Kerkez (Bournemouth) & Rayan Aït-Nouri (Wolves) - Costuma ser difícil encontrar bons laterais-esquerdos, mas esta Premier League 24/ 25 tem sido um luxo nesse aspeto, curiosamente entre equipas não tão mediáticas. Antonee Robinson e Kerkez estão sempre ligados à corrente e Aït-Nouri tem técnica para dar e vender. Talvez mereçam todos o salto.

45. Christopher Nkunku (Chelsea) - Demasiado bom para ser suplente no Chelsea, Nkunku pode mudar de ares já neste mercado de Inverno. Um regresso ao PSG é hipótese, embora sinceramente o vejamos a encaixar bem e a festejar com o seu balão em mais de 10 clubes.

46. Tomás Araújo (Benfica) - O camisola 44 dos encarnados emergiu como titular indiscutível em 2024. Na Luz, os adeptos admiram-no e é aconselhável que desfrutem de cada jogo seu. Devemos estar a assistir aos seus últimos 5 meses de águia ao peito.

47. Dean Huijsen (Bournemouth) - Contratar Huijsen à Juventus por cerca de 15 milhões foi, simultaneamente, uma cartada magistral do Bournemouth e uma tremenda negligência da Juve. Em perfeita sintonia com Zabarnyi, o central hispânico natural de Amesterdão demonstra, aos 19 anos, um enorme conforto na super exigente Premier League. Para ele (1,97m) o céu é o limite.

48. Pedro Gonçalves (Sporting) - No Sporting, e apesar do "apagão" durante o governo de João Pereira, Trincão tem sido a principal força criativa (é na Liga o jogador com mais assistências, com mais ocasiões de golo criadas e com mais dribles bem sucedidos) mas isso só acontece porque Pedro Gonçalves não joga desde 10 de Novembro. É que Francisco Trincão criou 39 ocasiões de golo em 17 jogos, mas Pote criou apenas menos duas (37) em... 8 jogos. O seu regresso à equipa deverá melhorar todos em seu redor, porventura agora como médio ofensivo num 4-2-3-1.

49. Mateo Retegui (Atalanta) - De fora dos relvados com uma lesão muscular em Janeiro, o internacional italiano nascido em San Fernando (Argentina) foi um dos jogadores que mais evoluiu na segunda metade de 2024, utilizando os ensinamentos de Gasperini para ser neste momento um dos 2 melhores marcadores da Serie A, juntamente com Marcus Thuram. Em 2025 espera-se o desbloquear de novos patamares de rendimento.

50. Murillo (Nottingham Forest) - A equipa sensação da Premier League, muitíssimo bem trabalhada por Nuno Espírito Santo, tem na defesa o princípio de tudo. Sels, Aina ou Milenkovic têm impressionado mas é o jovem central brasileiro Murillo (22 anos, pé esquerdo) quem demonstra ter nascido para comandar uma defesa de topo do futebol europeu.

100 Jogadores que podem marcar 2025 (51-100)


Entrámos em 2025 e, entre novas resoluções, há também que respeitar velhas tradições. Segue-se a 11ª edição de uma rubrica onde o Barba Por Fazer antecipa anualmente que jogadores prometem ficar ligados, pelos mais variados motivos, ao mundo de futebol neste ano civil.
    Este ano não há uma grande competição de seleções no Verão, o que desde logo reforça o foco nos clubes e nos desempenhos individuais e coletivos, principalmente até Maio. Entre Junho e Julho teremos o novo formato do Mundial de Clubes da FIFA, que contará com 32 equipas, doze das quais europeias, e será disputado nos EUA.
    Com a ampliada (uma boa aposta) fase de grupos da Champions ainda a decorrer, são inúmeros os pontos de interesse por todo o Velho Continente. O "mata-mata" que antecederá os oitavos-de-final, que colocará frente a frente as equipas do 9º ao 24º lugares, promete ser quentinho. E nos diferentes campeonatos o generalizado grau de incerteza deixa antever emoções fortes até às derradeiras jornadas.

    Os 100 jogadores que identificámos podem transferir-se em 2025, podem brilhar e carregar a sua equipa numa conquista, podem dar-se a conhecer, dar um significativo salto qualitativo ou, simplesmente, deslumbrar à sua maneira.
    Há sensivelmente um ano atrás constavam nestes primeiros 50 lugares jogadores como Beste, Archie Gray, Maxi Araújo, Soulé, Summerville, Rodrigo Gomes ou Jack Clarke, que meses depois viriam a abraçar novas aventuras. 

    Hoje lançamos os jogadores da 100.ª à 51.ª posição, e amanhã a primeira metade de 2025. Os escolhidos na fornada deste ano são:


51. Tyler Dibling (Southampton) - No "lanterna vermelha" Southampton, Tyler Dibling é um raio de luz. Com traços muito distintivos a correr e driblar, o extremo de 18 anos sabe perfeitamente que, mesmo que o clube desça ao Championship, ele continuará no principal escalão. É mais provável que proporcione uma transferência por valores elevados apenas no próximo Verão, mas não é de afastar uma mudança já em Janeiro, caso os saints entendam que podem melhorar a equipa com 3 ou 4 jogadores contratados com o dinheiro da sua venda.

52. 
Franco Mastantuono (River Plate) - Está para breve uma mudança para a Europa. Tornar-se-á Mastantuono mais um jovem diamante que o Real Madrid ou o Chelsea contratam cedo na América do Sul, mais um argentino que viaja para o Manchester City, ou teremos uma mais surpreendente opção C?

53. Patrick Dorgu (Lecce) - Poucos laterais entusiasmam tanto na atualidade como o dinamarquês de ascendência nigeriana. Dorgu estreou-se pelo Lecce em 2023 e deve ser em 2025 que fica impossível para o emblema italiano segurá-lo. Lateral esquerdo de origem, capaz de atuar no flanco oposto, tem atuado esta época a maioria do tempo como extremo direito. Parece talhado para uma equipa que jogue com alas, protegidos por 3 centrais. 

54. Oscar Bobb (Manchester City) - Por força das férias prolongadas de vários jogadores do City, o norueguês Oscar Bobb foi destaque consecutivo na pré-época da equipa de Guardiola. Mas quando tudo indicava que começaria a temporada oficial a titular, projetando-se como um dos destaques, partiu a perna num treino e tudo mudou. Em 2025, torcemos para que regresse em força e alcance tudo aquilo que lhe era apontado antes de ser visitado pelo azar.

55. Malik Tillman (PSV) - A qualidade de Tillman sempre esteve lá. O norte-americano, oriundo das escolas do Bayern, está-se a afirmar em definitivo e tudo leva a crer que em 25-26 esteja a representar um clube superior. Marcou 7 golos na Eredivisie mas são os seus 3 golos e 2 assistências em 6 jogos de Liga dos Campeões que servem de carimbo indiscutível para o seu valor.

56. Baris Yilmaz (Galatasaray) - Honestamente, julgámos que Baris Alper Yilmaz acumularia interessados depois do seu muito interessante Euro 2024. O avançado/ extremo de 24 anos continua pela Turquia, onde vai destruindo defesas com Osimhen, Akgün, Icardi e Mertens. Incansável na pressão, é lamentável que o comboio não tenha passado simplesmente por não ter marcado um golo na Alemanha.

57. Ethan Nwaneri (Arsenal) - O que Nwaneri faz com 17 anos não é normal. Esquerdino que gosta de cortar para dentro a partir da direita, pode permitir aos gunners terem uma alternativa válida ao imprescindível Bukayo Saka. Ao longo de 2025, será interesante ver Arteta "cozinhar" uma solução que os compatibilize.

58. Claudio Echeverri (Manchester City) - Contratado há quase um ano por 18 milhões e meio ao River Plate, o plano inicial do City para o talentoso argentino era emprestá-lo ao Girona. No entanto, o mau momento do City pode antecipar uma oportunidade, permitindo a "Diablito" dar os seus primeiros passos como jogador de Guardiola já na segunda metade da presente temporada.

59. Álex Baena (Villarreal) - Tem um feitio terrível e controverso (que o diga Valverde!), mas poucos em Espanha criam tantas oportunidades como ele. Quererá ombrear com Yamal e Raphinha nas assistências da La Liga, e é sabido que Unai Emery é seu apreciador.

60. Liam Delap (Ipswich Town) - Formado no Manchester City e filho de Rory Delap - o homem que causava pânico com o seus lançamentos laterais - o avançado do Ipswich é uma força da natureza e um trabalhador incessante. Está a ser o destaque número 1 do Ipswich, equipa que deve andar entre a descida e não-descida até à reta final, e e um exemplo curioso ao tratar-se de alguém que está a marcar mais golos na Premier do que marcara no Championship, então ao serviço do Hull City.

61. David De Gea (Fiorentina) - Cumprido um ano sabático, De Gea deixou-se convencer pela Fiorentina para prosseguir a sua carreira. Está a ser possivelmente o melhor guarda-redes da Serie A.

62. Sem Steijn (Twente) - Nos Países Baixos, mora um pequeno goleador para o qual os clubes portugueses podiam olhar, principalmente o Sporting se alguma vez vier a ter que substituir Pedro Gonçalves. O número 14 do Twente, jogador de 1,73m, apontou 17 golos na época passada e nesta já vai com 12 em 16 jogos. Para não acusar o salto, importa envolver-se mais vezes no jogo e conseguir mais assistências, mas na sua relação com a baliza há pouco a melhorar.

63. Evann Guessand (Nice) - Há muitos anos no Nice, com um par de empréstimos pelo meio, o dianteiro costa-marfinense deu o "clique" em 24-25. Toma melhores decisões, mantém uma tremenda compostura enquanto conduz em transição. Queremos vê-lo a tornar-se um avançado com 15 golos ou mais numa edição da Ligue 1.

64. Nicolas Kühn (Celtic) - Quando em Julho num amigável nos EUA, o Celtic derrotou o Manchester City por 4-3, os adeptos ingleses invadiram as redes sociais com comparações (conscientemente exageradas) entre o alemão Nicolas Kühn e Lionel Messi. Alguns meses mais tarde, Kühn segue como principal destaque ofensivo do líder escocês, com 16 golos e 11 assistências. Fez 25 anos no dia 1 de Janeiro e nunca antes tinha estado sequer perto da sua produtividade atual.

65. Ben Doak (Middlesbrough) - Internacional pela Escócia e cotado como um dos grandes produtos da formação do Liverpool, Ben Doak tem brilhado no Middlesbrough de Carrick, com Azaz e Latte Lath. Clubes do meio da tabela da Premier devem entrar em leilão por ele, mas seria prudente os reds rejeitarem quaisquer abordagens, deixando Doak cumprir toda a época no Boro e avaliando em Maio se fará sentido ou não integrá-lo no plantel do atual primeiro classificado da Premier.

66. Sebastiano Esposito (Empoli) - Mantendo o seu talento latente ou adormecido em todos os empréstimos anteriores, o avançado do Inter está finalmente a jogar como gente grande no Empoli de D'Aversa. A continuar assim, o próprio Internazionale não o empresta a mais ninguém.

67. Rodrigo Mora (FC Porto) - O novo menino de ouro do futebol azul e branco pode revolucionar a época da equipa de Vítor Bruno. Este fora de série, talentoso médio ofensivo com tiques de um jogador tão singular como João Vieira Pinto, será um craque para seguir jogo a jogo. Não será surpreendente se Roberto Martínez o chamar à seleção A em 2025.

68. Abdukodir Khusanov (Lens) -
 Aos 20 anos, o defesa central do Usbequistão conquistou a titularidade no Lens, impondo-se, sem medos e complexos, sem pedir licença a ninguém. Tem sido associado ao Manchester City.

69. Matt O'Riley (Brighton) - Destaque máximo na última temporada do Celtic, o médio de meias curtas acumulou injustiças em 2024: não foi chamado ao Euro pela Dinamarca, viu a PFA escocesa optar por Shankland e na sua estreia pelo Brighton sofreu uma entrada violenta, que o afastou dos relvados por um período prolongado. O'Riley está no clube certo, um Brighton recheado de talentos onde o Ano 2 costuma ser o de afirmação taxativa para muitos jogadores.

70. Eduard Spertsyan (Krasnodar) - No cada vez menos falado campeonato russo, há um arménio que merece ser aposta por parte dos clubes de Champions ou Liga Europa. Com 24 anos, Spertsyan é um médio ofensivo com ótima chegada à área e grande capacidade no último passe. Não o deixem desperdiçar-se à margem dos grandes campeonatos.

71. Angel Gomes (Lille) - Internacional A inglês, convocado pelo interino Lee Carsley, o ex-Boavista e Manchester United tem o futuro nas suas próprias mãos. É neste momento um jogador livre para negociar com qualquer clube, e talvez acabe por escolher, para continuar na órbita da seleção, um clube inglês.

72. Borja Sainz (Norwich) - Melhor marcador do Championship (15 golos), o extremo esquerdo espanhol melhorou muito (na temporada anterior marcara apenas 6 golos em 35 jogos) mas é uma incógnita em termos de rendimento, passando de hat-tricks, com golaços do meio da rua e diagonais letais, para sequências de vários jogos em branco. Finn Azaz, o irlandês do Middlesbrough, talvez esteja a ser o MVP da segunda liga inglesa, mas Borja Sainz "se quiser" puxa em definitivo todas as atenções e prémios para si.

73. Morten Frendrup (Génova) - Na linha de jogadores como Hjulmand ou Aursnes, o médio de 23 anos do Génova é daqueles que raramente surge nos resumos dos jogos, mas de superlativa importância em todas as ações da equipa.

74. Hamza Igamane (Rangers) - Descoberto pela prospeção do Rangers no Rabat, o ponta de lança marroquino - que ainda nem se estreou pela sua seleção - "soltou-se" em definitivo em Novembro e Dezembro. Já marcou ao Tottenham e bisou contra o Nice, em jogos da Liga Europa, mas acreditamos que o mundo vai ficar bastante mais familiarizado com o seu nome ao longo de 2025.

75. Emanuel Emegha (Estrasburgo) - O avançado neerlandês da Ligue 1 é realmente um "Mega" jogador. Com apenas 21 anos e 1,95m, o jogador formado no Sparta e com uma passagem bem-sucedida no futebol austríaco tem em França o contexto adequado para brilhar mais e mais. Clubes da Bundesliga e da Premier podem depois bater à porta.

76. Chris Rigg (Sunderland) - No Sunderland há Jobe Bellingham (19 anos) mas é um rapazinho de 17 anos que impressiona (ainda mais) com a sua personalidade e maturidade. Tentará fazer a sua parte para que o Sunderland regresse à Premier League e é bastante provável que proporcione uma transferência recorde em 2025.

77. Alberto (Vit. Guimarães) - No Vitória desde 2013, o lateral-direito chamou à atenção nos últimos meses e é muito provável que deixe a cidade berço neste mercado de Janeiro. Seria uma ótima alternativa a Bah no Benfica, e há interesse estrangeiro (Brighton) mas um reencontro com Rui Borges no Sporting parece o cenário mais próximo de se tornar real. E depois de Tiago Santos e Costinha, seria positivo os "grandes" não deixarem escapar mais um jovem promissor lateral direito português para o exterior. 

78. Sverre Nypan (Rosenborg) - Referenciado há um par de anos como um dos grandes talentos emergentes na Noruega, o 10 do Rosenborg parece preparado para uma nova etapa. Será que se deixa atrair por um colosso ou opta por uma equipa um nível abaixo, onde possa ter mais minutos de jogo?

79. Louie Barry (Aston Villa) - O extremo esquerdo inglês destruiu as defesas contrárias no seu empréstimo ao Stockport County (League One), apontando 16 golos. O rendimento espetacular do rapaz de 21 anos foi suficiente para Unai Emery pedir para que se terminasse o empréstimo: em 2025, Louie Barry vai ter uma oportunidade na Premier League.

80. Darío Osorio (Midtjylland) - Um diamante à espera de ser transformado em verdadeiro craque e jogador de futebol. Inconsistente e por vezes indisciplinado, o extremo chileno precisa de um novo estímulo e de um ótimo treinador para desbloquear todo o seu potencial. 

81. Tim Kleindienst (Gladbach) - Na Alemanha, o gigante Kleindienst mudou-se do Heidenheim para o Gladbach e, nas 4 vezes que Nagelsmann o lançou a jogo pela seleção, marcou 2 golos. Melhorar o seu registo goleador na Bundesliga está mais do que ao seu alcance, mas dependendo de quão imparável se apresentar, pode subir na hierarquia da Alemanha, passando a titular como jogador-alvo (um Giroud alemão) ou ultrapassando Füllkrug como primeiro bombardeiro a sair do banco.

82. 
Ricardo Velho (Farense) & Patrick Sequeira (Casa Pia) - A liga portuguesa tem Diogo Costa e Trubin, mas os dois melhores guardiões de 24-25 até à data são Ricardo Velho (um repetente, já que foi o melhor GR da temporada passada) e Patrick Sequeira, titular da baliza da Costa Rica e, como tal, especulado como o "próximo Keylor Navas". Numa posição onde Zlobin também esteve em destaque até se lesionar, parece-nos impossível que Farense e Casa Pia consigam manter estes craques nos seus clubes muito mais tempo.

83. Tolu Arokodare (Genk) - O melhor marcador da liga belga (13 golos) parece por vezes um adulto rodeado de juvenis, tal a sua estampa física (1,97m), conjugada com a sua qualidade a jogar de costas e livrar-se da marcação e uma velocidade acima da média para a sua estatura. Tem sido associado ao Galatasaray, mas preferíamos vê-lo num campeonato mais difícil, onde pudesse evoluir mais.

84. Nicola Zalewski (Roma) - Sempre positivo e contagiante quando o vemos jogar, o polaco Zalewski não se tem conseguido estabilizar no onze da Roma, independentemente do treinador. Termina contrato em Junho e estamos curiosos para ver que clube apostará nele.

85. Conrad Harder (Sporting) - Jogador apaixonante e vibrante, o miúdo dinamarquês de 19 anos do Sporting tem mais alguns meses (assumindo que Gyökeres não sai em Janeiro) para "beber" como uma esponja tudo o que vê o seu mentor fazer. Cabe a Harder mostrar à equipa técnica, à direção e aos adeptos se pode ser ele o herdeiro do melhor jogador da liga portuguesa, ou se será preciso os leões irem ao mercado.

86. Antoine Semenyo (Bournemouth) - Num Bournemouth de Iraola que dá sempre gosto ver, o internacional pelo Gana vai sendo o principal desequilibrador, muito forte em situações de 1 para 1. Pode até continuar nos cherries na temporada de 25-26, mas algo nos diz que ao longo de 2025 vai engatar e disparar a sua produtividade para outro patamar.

87. 
Sebastian Nanasi (Estrasburgo) - Numa fase em que o jogador sueco está claramente na moda (Gyökeres, Isak, Kulusevski), Nanasi já deve colecionar olheiros nos seus jogos na Ligue 1. Partilha com o avançado do Sporting o facto de ter ascendência húngara e, com elevado QI futebolístico e muito eficiente em processos simples, vemo-lo a adaptar-se rapidamente ao próximo desafio e a moldar-se taticamente ao que lhe for pedido. Tem golo, e suspeitamos que ainda melhore nesse aspeto.

88. Ibrahim Sadiq (AZ) - Fora dos relvados desde Outubro, espera-se que o extremo ganês volte em 2025 ao patamar qualitativo em que estava quando se lesionou. Deslumbrou com 4 golos e 3 assistências em 8 jogos, e os seus colegas Troy Parrott e Ruben van Bommel morrem de saudades dele.

89. Tomás Händel & Manu Silva (Vit. Guimarães) - No super equilibrado e competitivo plantel do Vitória, Rui Borges (e agora Daniel Sousa) teve ao seu dispor dois médios muito acima da média e claramente destinados a outras andanças. Compatíveis, são porém muito diferentes. Händel, de refinado pé esquerdo, destaca-se como primeiro médio de construção; Manu, trabalhador incansável, tem a seu favor a polivalência de poder atuar como central ou no meio-campo.

90. Harrison Burrows (Sheffield United) - Os números do lateral Burrows no Peterborough (12 golos e 17 assistências) não deixavam grandes dúvidas quanto ao seu potencial. Mais tímido no Championship, o esquerdino tem crescido defensivamente e não será ousado prever que estará no 11 da competição, batendo por esta altura a forte concorrência de Cirkin e Heggem.

91. Michael Cooper (Sheffield United) - Muitíssimo elogiado nos seus tempos no Plymouth, Michael Cooper tem provado ser um dos melhores guarda-redes ingleses da atualidade. Peça-chave na caminhada do Sheffield United, estreou-se em Agosto pelos blades e, nos jogos em casa, só sofreu golo pela primeira vez... a 26 de Dezembro. Um caso sério.

92. Anis Mehmeti (Bristol City) - Na sua terceira época em Bristol, o albanês nascido em Londres vive o seu melhor momento. O esquema de Liam Manning deixa-o fresquinho para desequilibrar e, mantendo a sua forma recente, novos desafios o esperam.

93. Gonçalo Moreira (Benfica) & Gabriel Silva (Sporting) - Geovany Quenda e Rodrigo Mora tiveram recentemente as suas oportunidades, e 2025 será certamente palco para novos estreantes prodigiosos. O goleador sportinguista Gabriel Silva (17 anos) e a pequena e irreverente águia Gonçalo Moreira (19) têm ambos 4 golos na UEFA Youth League. Atenção também a Gustavo Varela.

94. Jarne Steuckers (Genk) - O Genk está em primeiro lugar na liga belga e, não sendo a figura de proa da equipa (ver posição 83 desta lista), Steuckers é sinónimo de criatividade e consistência. Dono de um excelente pé esquerdo, encantará nas suas diagonais, com a sua meia distância ou a atuar mais por dentro.

95. Alex Tamm (Nomme Kajlu) - O dianteiro de 1,90m do estónio Nomme Kajlu explodiu em 2024, apontando 28 golos em 36 jogos. Tendo 23 anos, e embora os seus números tenham que ser enquadrados na menor exigência do seu campeonato periférico, é natural que alguém o agarre.

96. Oliver Edvardsen (Go Ahead Eagles) - Num clube que também conta com um Edvardsen sueco, ponta de lança de 28 anos, foi o Edvardsen norueguês (extremo esquerdo de 25 anos) que captou o nosso interesse. Segue com 8 golos nas 12 partidas a que foi a jogo na Eredivisie, e não surpreenderá se em 2025 der o salto internamente.

97. Gary Magnée (Cercle Brugge) - Depois de várias temporadas no Eupen, a mudança para Bruges despertou algo em Magnée. Ala polivalente, capaz de atuar nos dois corredores, foi o jogador que mais ocasiões de golo criou até ao momento na Liga Conferência.

98. Milos Pantovic (TSC) - No modesto TSC Backa Topola, o sérvio Pantovic (22 anos) está no caminho certo para dobrar o seu registo goleador da temporada anterior. Com 5 golos, integra o lote de segundos melhores marcadores na Liga Conferência - atrás de Marc Guiu, do Chelsea, com 6 - e tentará fazer perdurar o sonho europeu do clube 131 no ranking UEFA.

99. Topi Keskinen (Aberdeen) - Na liga escocesa, o arranque fabuloso do Aberdeen virou filme de terror em Dezembro. O portentoso Pape Habib Guèye mostrou predicados para outros campeonatos até se lesionar, mas importa seguir também o finlandês Keskinen. Um velocista a conduzir o esférico, tem muita margem para crescer, necessitando de maior regularidade nas suas exibições.

100. Demir Tiknaz (Rio Ave) - Emprestado pelo Besiktas à equipa de Vila do Conde, o médio defensivo turco tem-se revelado um dos melhores na sua posição em Portugal. Recuperador nato e hábil a escapar à pressão adversária, Tiknaz pode claramente cimentar o seu estatuto na segunda volta, evoluindo sob o olhar atento de Petit.

16 de agosto de 2024

Antevisão da Premier League 2024/ 25

 Premier League - É hoje dado o pontapé de saída da liga mais entusiasmante do futebol europeu. Uma semana depois da bola começar a rolar na liga portuguesa, a Premier League dá início a 38 jornadas de emoções fortes, reviravoltas e surpresas. 380 jogos, num campeonato onde nunca há embates desinteressantes, rumo ao coroar do campeão de 2024/ 25.
    O Manchester City de Pep Guardiola defenderá o seu título e, depois de alcançar um inédito tetracampeonato, procurará aumentar a Lenda e celebrar o penta. Esta será a 9ª temporada de Pep nos cityzens, tendo vencido 6 das 8 edições anteriores. Existirá quem ache que Guardiola "estragou" a Premier League, tingindo de previsibilidade (no desfecho) a competição mais imprevisível das Top5, mas a verdade é que exceção feita aos 100 pontos de 17/ 18, o City tem conquistado várias edições marginalmente e em cima da reta da meta, num mano a mano que passou de Pep versus Klopp para Pep versus Arteta.
    O Arsenal vem-se aperfeiçoando e aumentando o nível de maturidade a cada época que passa. A equipa que melhor defende em Inglaterra será o teórico principal adversário do City na luta pelo título, sendo tão pouco aquilo que separa qualitativamente as equipas que podem acabar por ser pormenores, nomeadamente as lesões (por exemplo, Kevin De Bruyne aguentar sem lesões ou não), a ditar quem festeja no fim. Pode haver pódio repetido, mas de ordenação difícil de antecipar, apresentando-se o Liverpool confiante e saudável com Arne Slot. Anfield deseja que o pós-Klopp não traga consigo as mesmas dificuldades que os rivais tiveram no pós-Sir Alex ou pós-Wenger.

    No único campeonato da Europa em que o calendário importa realmente (uma sequência complicada de jogos pode por ex. "matar" o ímpeto e esperança de um recém-promovido), o grau de imprevisibilidade está presente no número absurdo de equipas que partilham os mesmos objetivos. Além dos 3 emblemas mais fortes, vemos mais 8 equipas que podem todas elas revelar-se perfeitamente capazes de ficar no Top8 ou mesmo Top6. O Aston Villa terá o desgaste da Champions mas tem Emery e um plantel muito equilibrado, o Tottenham pode ter encontrado o ponta de lança que faltava para a equipa dar o "clique", Manchester United e West Ham reforçaram-se muito bem, o Newcastle dificilmente acumulará tantas lesões, o Crystal Palace terá desta vez Oliver Glasner desde o dia 1, o Brighton (treinador mais jovem da História da Premier) promete um futebol sem medo, e o Chelsea... tem um conjunto espetacular de jogadores e um empresário com a estabilidade de um pré-adolescente a jogar FM a gerir o clube.

    Na época anterior, as equipas que tinham subido (Burnley, Sheffield United e Luton Town) caíram todas novamente para o Championhip. Leicester City, Southampton e Ipswich Town tentarão evitar semelhante destino.
    Nos bancos foram apenas 5 (Liverpool, Chelsea, Brighton, West Ham e Leicester) os clubes que mudaram de treinador neste Verão. Mas nos plantéis há muitas mudanças e novos craques. Solanke, Smith-Rowe, Onana, Pedro Neto, Minteh, Maatsen, Wan-Bissaka, Max Kilman e Ross Barkley foram algumas das movimentações internas mais interessantes, juntando-se ainda os estreantes em Inglaterra como Zirkzee, de Ligt, Calafiori, Savinho, Yoro, Kamada, Wieffer, Todibo, Bergvall ou Rodrigo Gomes. E a nata do Championship - Summerville, Rutter, Dewsbury-Hall, Leif Davis, Szmodics, Philogene-Bidace, Omari Hutchinson e Archie Gray - terá oportunidade de mostrar que pertence a este patamar.

    Acompanhem-nos então nesta completa Antevisão da Premier League 2024/ 25, numa tentativa de prever a classificação final e destaques individuais, sempre falível considerando as várias transferências por oficializar, lesões e outros 1.000 fatores:



 MANCHESTER CITY (1)
    
    Depois do inédito tetra vem o inédito penta ou será desta que Pep Guardiola deixa alguma coisa para os outros?
    Os crónicos favoritos iniciam a temporada com algumas dúvidas a pairar no ar. Pep termina contrato em Junho de 2025 e ainda não é certo se sairá (caso tome uma posição nesse sentido, dará ao grupo a "motivação" de se despedir do técnico espanhol a vencer) ou renovará; e o julgamento das alegadas 115 infrações aos regulamentos financeiros aproxima-se, desconhecendo-se qual será o veredito. A juntar a estes dois tópicos estruturais, percebe-se que o desejo de rumar ao Atlético Madrid de Julián Álvarez apanhou o clube de surpresa, e a lesão de Oscar Bobb (que injustiça após tão promissora pré-época!) deve forçar os cityzens a atacar o mercado nestas semanas finais.
    O facto do City ter passado da conquista de um triplete (22/ 23) para "apenas" vencer a Premier League pode renovar a fome deste plantel, sendo uma grande vantagem o tremendo equilíbrio entre primeiras e segundas linhas - entre os centrais Rúben Dias, Aké, Akanji e Stones não podemos afirmar com certeza qual será a dupla mais utilizada, e a concorrência é igualmente apertada entre Doku, Savinho e Grealish (e Bobb, quando regressar) para extremo. Basicamente, o City consegue rodar 6 titulares e manter-se competitivo, e por algum motivo tem tendência para cair num padrão de arrancar mal, estabilizar, aproveitar os deslizes alheios e não vacilar até ao fim.
    Continua a faltar um jogador que mascare eventuais ausências de Rodri (ajuda muito contar com um jogador que não perde em 99% dos jogos em que participa) e pode-se esperar uma rápida adaptação do dinâmico Savinho, e francas melhorias no "Ano 2" de Gvardiol e Doku.
    Foden ganhou o gostinho de marcar (vem de uma época em que marcou 27 golos e é o único atacante do City que, quando tem a bola, olha para a baliza e não tanto para Haaland) e o robô goleador, bem descansado visto que a Noruega não participou no Europeu, procurará aproximar-se dos seus números de há duas épocas (52 golos em todas as competições, 36 no campeonato).
    Se Ederson e Kevin De Bruyne tivessem partido para a Arábia Saudita, seria o Arsenal a estar aqui como mais provável primeiro classificado. É uma época de 51 v 49, podendo a coisa terminar com o desfecho do costume por exemplo se (e este é um grande "se") KDB não se lesionar em momento algum.

Treinador: Pep Guardiola
Onze-Base (4-1-4-1): Ederson; Walker, Rúben Dias, Aké (Stones, Akanji), Gvardiol; Rodri; Bernardo, Foden, De Bruyne, Savinho (Doku, Grealish); Haaland

Atenção a: Erling Haaland, Kevin De Bruyne, Phil Foden, Rodri, Savinho

 ARSENAL (2)

   Nunca estivemos tão perto de apontar o Arsenal ao 1º lugar. Mas ainda não é desta, por uma unha. Os gunners de Mikel Arteta têm-se apresentado como a equipa que melhor defende na Premier League, são reis nas bolas paradas (marcaram 20 golos assim na última Premier) e, dependendo dos ligeiros ajustes que Arsenal e City façam nos seus plantéis até 31/08, ainda os poderíamos trocar de posição.
    Equipa dominante, mais madura e mais rotinada a cada ano que passa, o Arsenal tem feito tudo bem e o título que foge desde 03/ 04 (The Invincibles) deixou de ser uma miragem. Num topo da classificação onde podem acabar por ser detalhes como as lesões a fazerem a diferença, um argumento contra a "candidatura" dos londrinos é o facto de na última época City e Liverpool terem sido bastante mais fustigados com lesões de elementos-chave, e mesmo assim o Arsenal não conseguiu aproveitar.
    Com legítimas aspirações de lutar por tudo e chegar bem longe na Liga dos Campeões, o Emirates estará sereno com a sua defesa - Saliba e Gabriel formam a melhor dupla em Inglaterra, Ben White é irrepreensível e o plantel, que já contava com extras como Timber (esperamos muito dele) ou Tomiyasu, viu chegar o italiano Riccardo Calafiori. O ex-Bologna, canhoto, deve dar os seus primeiros passos no lado esquerdo da defesa, embora possa contribuir também como médio mais recuado para desbloquear jogos pelo corredor central, tudo isto com vista a daqui a uns anos a dupla ser Saliba-Calafiori.
    A minúscula amostra de oportunidades que o Arsenal permite aos adversários surge pelo ótimo trabalho de Arteta, pelo facto da equipa pensar como uma só cabeça, e pelo (constante) posicionamento rigoroso e cauteloso. Declan Rice, que ainda pode ganhar Mikel Merino como novo colega, é uma máquina de jogar futebol, e Odegaard é um dos jogadores que mais prazer nos dá ver jogar na atualidade.
    Está por saber se os gunners ainda vão adquirir um goleador, seja ele um ponta de lança ou alguém que parta da esquerda. Independentemente disso, pode-se esperar que Saka marque ainda mais e assista ainda mais, e Havertz é hoje um jogador feliz e confiante. O título pode depender de figuras como Gabriel Martinelli e Gabriel Jesus aumentarem os índices de eficácia.

Treinador: Mikel Arteta
Onze-Base (4-3-3): Raya; Ben White, Saliba, Gabriel, Calafiori (Timber); Thomas Partey, Rice, Odegaard; Saka, Gabriel Martinelli (Gabriel Jesus, Trossard), Havertz

Atenção a: Bukayo Saka, Martin Odegaard, William Saliba, Declan Rice, Riccardo Calafiori

 LIVERPOOL (3)

    É muito estranho lançar uma época do Liverpool sem 
Jürgen Klopp. O carismático alemão pôs fim a 9 temporadas em Anfield, mas há razões para acreditar que a transição com Arne Slot será o mais orgânica e subtil possível, não deixando que o clube da cidade dos Beatles caia numa situação idêntica ao United pós-Sir Alex ou o Arsenal pós-Wenger.
    É difícil não deixar a decisão do título para um entre Manchester City e Arsenal, mas também é muito difícil não considerar este Liverpool um degrau acima de vários clubes que colocamos abaixo. Os reds são a única equipa que ainda não fez qualquer contratação, o que em parte se compreende uma vez que Slot quis trabalhar com todos os jogadores do plantel, pedindo apenas reforços cirúrgicos. Zubimendi era a prioridade para fazer o que Mats Wieffer fazia no Feyenoord de Slot, mas o espanhol deu nega e permaneceu na Real Sociedad: Mac Allister pode ser convertido a essa posição, embora Endo e Bajcetic sejam intérpretes mais naturais.
    Espera-se um Liverpool menos elétrico e mais equilibrado (laterais menos projetados e com desgaste mais regrado, contribuindo para uma maior congestão e superioridade numérica no miolo), embora sem rejeitar os princípios e o ADN enraizado de ótima reação à perda. Caso não haja novo central, Quansah e Konaté disputarão o lugar ao lado de Van Dijk; exige-se que Trent Alexander-Arnold "dispare" nos seus números; e o sistema pode beneficiar elemento como Szoboszlai, Harvey Elliott e Curtis Jones.
    No ataque, Salah é Salah, notando-se que o egípcio está a mudar paulatinamente de grande finalizador para excelente criador, e quem tem Diogo Jota, Cody Gakpo (ótimo Euro 2024 e tem um compatriota a treiná-lo), Darwin e Luis Díaz terá sempre a capacidade de deixar os rivais com muitas dores de cabeça.

Treinador: Arne Slot
Onze-Base (4-1-2-3): Alisson; Alexander-Arnold, Quansah (Konaté), van Dijk, Robertson; Mac Allister; H. Elliott (C. Jones), Szoboszlai; Salah, Diogo Jota (Darwin), Gakpo (L. Díaz)

Atenção a: Mohamed Salah, Trent Alexander-Arnold, Alexis Mac Allister, Cody Gakpo, Harvey Elliott

 TOTTENHAM (4)

    No Norte de Londres, o Tottenham reencontrou-se, completando com sucesso o seu rebranding em termos de estilo. Os spurs perderam Harry Kane mas ganharam em Ange Postecoglou um grande treinador. O australiano viveu algumas peripécias no seu primeiro ano: a equipa acumulou lesões, vendo-se quase sempre impossibilitada de colocar ao mesmo tempo os seus 4 melhores defesas, e o Tottenham 0-2 Manchester City da jornada 34 pôs a nu um problema de mentalidade e cultura desportiva enraizado nos adeptos: o alívio de não contribuir para que o rival Arsenal pudesse sagrar-se campeão superou a fome de vencer, e ganhar esse jogo teria sido suficiente para, nas contas finais, ter garantido bilhete para a Champions League.
    Pouco temos a que nos agarrar para defender a razão de acreditarmos que o Tottenham conseguirá surgir melhor do que Aston Villa, Newcastle ou Manchester United. Essencialmente, respeitamos a visão do treinador e vê-se que a política de mercado obedece a um perfil coerente. Vicario, Porro, Romero, Van de Ven e Udogie destacaram-se todos individualmente em 23/ 24 e procurarão agora ser destaque enquanto bloco, e no meio-campo os reforços Archie Gray e Lucas Bergvall (ambos com 18 anos) têm maturidade suficiente para agarrar a titularidade, até porque Bissouma está entretido com óxido nitroso. Son Heung-Min é o porta-estandarte, Kulusevski, Maddison e Brennan Johnson terão que viver menos de fases ou então conseguir fases mais duradouras, e estaremos atentos aos primeiros passos do menino Mikey Moore.
    Mas na verdade a principal diferença esta época chama-se Dominic Solanke. Autor de 19 golos ao serviço do Bournemouth, o ponta de lança inglês mudou-se para os spurs a troco de uns astronómicos e exagerados 75 milhões de euros, mas parece encaixar na perfeição no puzzle de Postecoglou.
    Como nota de rodapé, a importância de melhorar na defesa de bolas paradas. Quase todas as equipas demonstraram na segunda volta de 23/ 24 ter percebido as vulnerabilidades de Vicario nesse capítulo.

Treinador: Ange Postecoglou
Onze-Base (4-3-3): Vicario; Pedro Porro, Romero, van de Ven, Udogie; Sarr (A. Gray), Bergvall, Maddison; Kulusevski (B. Johnson), Son, Solanke

Atenção a: Son Heung-Min, Dominic Solanke, Lucas Bergvall, Pedro Porro, Archie Gray

 MANCHESTER UNITED (5)

    Em Old Trafford, há algum consenso: é praticamente impossível o Manchester United fazer pior. Na época que terminou com a conquista da FA Cup, os red devils acumularam recordes negativos: pior classificação de sempre (8º), inédita diferença de golos negativa (-1) e recorde de derrotas (14) numa edição. E o mais estranho é que o quadro poderia ter sido bem pior se os adversários tivessem concretizado com outra eficácia o gigantesco volume de oportunidades concedidas.
    Perante a falta de treinadores de topo interessados no cargo, Erik ten Hag recebeu um derradeiro voto de confiança, e a fase INEOS (Jim Racliffe) está aos bocadinhos a deixar os adeptos com esperança.
    Será recomendável uma melhor preparação física - 45 diferentes lesões ao longo de uma temporada é demasiado para ser considerado "azar" - e as prioridades no mercado (renovar a defesa, encontrar um 9 e um 6) estão a ser supridas, faltando fechar o dossier do médio defensivo, que talvez seja Ugarte.
    2024/ 25 será uma temporada importante para Onana, e a defesa, onde Dalot deve manter a titularidade, respirará de alívio ao ter Lisandro Martínez a 100%. Saudoso do seu sucesso em Amesterdão, ten Hag volta a orientar Matthijs de Ligt (iniciou as suas 8 temporadas como sénior sempre com um treinador diferente, e se voltar ao nível que apresentou aos 19 anos com ten Hag será o "patrão" desta defesa) e o marroquinho Mazraoui. Também para a linha recuada foi contratado Leny Yoro, disputado com o Real Madrid, tendo o francês começado com um contratempo ao ficar prontamente afastado dos relvados durante 3 meses.
    Mainoo e Bruno Fernandes continuarão indiscutíveis, mas falta chegar ao Teatro dos Sonhos um trinco de qualidade indiscutível. Casemiro tem sido a opção para a posição, Mount pode interpretá-la de forma mais aveludada. Nos corredores, os miúdos Garnacho e Amad Diallo estão sedentos de aproveitar todos os minutos que tiverem, competindo com os eventuais renascimentos de Sancho e Rashford, e na frente Højlund tem finalmente uma alternativa: o neerlandês Joshua Zirkzee não é (ainda) um goleador mas será, sem grandes dificuldades, o avançado mais tecnicista da liga inglesa. E o desconhecimento que se percebe existir em Inglaterra em relação ao ex-Bologna, que pode tornar todos à sua volta melhores, pode ser uma arma relevante.

Treinador: Erik ten Hag
Onze-Base (4-2-3-1): Onana; Dalot, de Ligt, Lisandro Martínez, Mazraoui (Yoro, Shaw); Mainoo, Mount (Casemiro); Garnacho, Bruno Fernandes, Rashford (Amad); Zirkzee (Højlund)

Atenção a: Joshua Zirkzee, Bruno Fernandes, Kobbie Mainoo, Matthijs de Ligt, Lisandro Martínez

 NEWCASTLE (6)

    Entre as equipas que apontamos aos 7 primeiros lugares desta previsão, o Newcastle é a única que não está presente nas competições europeias. Em 23/ 24, os magpies acumularam lesões, demonstrando também impreparação na gestão simultânea do campeonato e da fase de grupos da Champions, onde o Newcastle acabou por ficar em último lugar num "grupo da morte" com Borussia Dortmund, PSG e AC Milan.
    Embora circulem rumores de que Eddie Howe é um dos nomes que a federação inglesa deseja para suceder a Gareth Southgate, tudo indica que esta será uma temporada bem mais tranquila no St. James' Park, um dos estádios mais desagradáveis ou desconfortáveis para se estar como equipa visitante. Howe quererá que os seus pupilos voltem a revelar capacidade de somar pontos em casa e fora, isto depois de uma época com comportamento díspar - 4ª melhor equipa em casa, mas apenas a 11ª melhor quando considerados jogos disputados fora.
    Equipa bélica, que gosta de intimidar os oponentes e mestre a imprimir períodos curtos de alta pressão, o Newcastle pode ganhar muito com o "desaparecimento" de vários jogos a meio da semana, e com o aparecimento do médio italiano Sandro Tonali (regressa a 28 de Agosto), votado à penumbra durante os seus 10 meses de suspensão por apostas.
    Contar com Pope entre os postes faz muita diferença, a defesa ainda pode ver chegar um central para o 11, e quem tem jogadores como Bruno Guimarães, Anthony Gordon e Alexander Isak tem sempre que sonhar alto.

Treinador: Eddie Howe
Onze-Base (4-3-3): Pope; Trippier, Schär, Burn (Botman), Lewis Hall; Tonali, Bruno Guimarães, Joelinton; Jacob Murphy (Harvey Barnes), Isak, A. Gordon

Atenção a: Alexander Isak, Anthony Gordon, Bruno Guimarães, Sandro Tonali, Lewis Hall

 ASTON VILLA (7)

    O Aston Villa tem Unai Emery, o treinador que realizou o melhor trabalho na Premier League 2023/ 24, e é bem capaz de ter nesta fase um plantel melhor (ou pelo menos com soluções mais variadas) do que aquele que garantiu um 4º lugar e a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. Ora, não será chocante se o clube de Birmingham fizer mesmo pódio nesta edição mas, na autêntica lotaria de adivinhar a ordem do 3º ao 11º, optámos pelo sétimo posto.
    A pré-época foi má (mas resultados em amigáveis interessam muito pouco), e apesar da saída de Douglas Luiz para a Juventus ter sido mais do que colmatada, ainda parece faltar alguém para ocupar a vaga deixada por Moussa Diaby (mudou-se para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita), atualmente entregue ao muito promissor Morgan Rogers. Acima de tudo, os dois fatores que nos impedem de, com moderada convicção, afastar o Aston Villa do Top4 são: 1) a expectável melhoria que Tottenham, United, Newcastle e Brighton devem apresentar e 2) apesar do plantel ser equilibrado entre primeiras e segundas escolhas, os villans podem "pagar a fatura" e sentir a diferença ao estar a competir na Liga dos Campeões. Porque gerir plantel entre Premier e Champions não é comparável ao binómio Premier/ Conference League.
    Agora, um parágrafo de contradição. Espera-se que o Aston Villa se mantenha uma equipa dificílima de contrariar, adaptando Emery pequenas nuances da equipa jogo a jogo, e que volte a colocar os adversários em fora de jogo vezes e vezes sem conta. Reforços como Ian Maatsen (será quase um extremo esquerdo neste sistema), Onana (médio defensivo até Kamara recuperar, e a partir daí mais box-to-box), os regressados Ross Barkley e Philogene-Bidace e o veloz Iling-Junior vêm todos acrescentar.
    Ollie Watkins será desafiado a manter similar impacto (acumulou 19 golos e 13 assistências da última vez) numa equipa à qual nos parece apenas faltar um defesa direito (Geertruida seria perfeito) e alguém criativo para jogar nas proximidades de Watkins.

Treinador: Unai Emery
Onze-Base (4-4-2): E. Martínez; Cash, Konsa, Pau Torres, Maatsen; Bailey, McGinn, Onana, Jacob Ramsey (Buendía); Rogers, Watkins

Atenção a: Ollie Watkins, Amadou Onana, Morgan Rogers, Ian Maatsen, Emi Buendía

 BRIGHTON (8)

    Estão reunidos os ingredientes para que o Brighton se revele a equipa mais divertida desta Premier League. A saída do génio louco Roberto De Zerbi podia ter originado um decréscimo na animação, mas o clube dos wonderkids não fez por menos e decidiu fazer História: ao 31 anos, Fabian Hürzeler, ex-St. Pauli da 2. Bundesliga, será o treinador mais jovem de sempre na Premier League.
    O salto da segunda divisão alemã para o topo do futebol inglês impõe cautela na avaliação do alemão nascido no Texas, e a extrema juventude do plantel deixa antever muita energia, muita vontade de mostrar serviço mas também presumível imaturidade para lidar com determinadas variáveis e circunstâncias.
    Pensamos que o 4-2-3-1 será o ponto de partida para todos estes talentos expressarem o seu melhor futebol, "abrindo" bem o campo e utilizando com frequência o médio defensivo (será uma das peças fulcrais deste Brighton) entre os centrais. O jogador mais regular dos seagulls (Pascal Gross) mudou-se para Dortmund, mas Dunk (mais velho do que o seu novo treinador), van Hecke e Verbruggen continuam, tal como jogadores que podem dar muito mais - seja em minutos seja em golos e assistências - do que no ano passado como Mitoma, Enciso, João Pedro, Adingra ou Evan Ferguson.
    Quanto a reforços, estamos rendidos, sendo este Brighton talvez o clube com mercado de Verão mais ao nosso gosto: Mats Wieffer será o "segundo melhor Rodri" da Premier League; Yankuba Minteh tem um potencial absurdo e combina drible e compostura nos seus movimentos da direita para dentro; Malick Yalcouyé dá ares de Kanté, podendo ser ele o herdeiro definitivo de Caicedo; o alemão Brajan Gruda é um génio em potência, podendo ainda ser convertido e especializar-se entre uma panóplia de posições e funções em campo; e Georginio Rutter, embora ainda se precipite na grande área adversária, é uma força da natureza, dono de uma capacidade de driblar improvável. E ainda se fala em O'Riley (mais provável que reforce a Atalanta, mas aqui seria a cereja no topo do bolo), Kadioglu e Boscagli.
    Em suma, esperamos do Brighton uma abordagem corajosa, pilhas permanentemente carregadas e a já recorrente valorização de muitos jogadores e do seu treinador.

Treinador: Fabian Hürzeler
Onze-Base (4-2-3-1): Verbruggen; Veltman, Dunk, Van Hecke, Barco (Estupiñán); Wieffer, Gruda (Yalcouyé); Minteh, Rutter (Enciso), Mitoma; João Pedro (Evan Ferguson)

Atenção a: Mats Wieffer, Yankuba Minteh, João Pedro, Brajan Gruda, Georginio Rutter

 WEST HAM (9)

    Findos os seis anos de David Moyes no clube, o West Ham inicia agora um novo ciclo com Julen Lopetegui. O espanhol não foi brilhante quando esteve em Inglaterra (13º lugar com o Wolves em 22/ 23) mas os reforços de luxo que chegaram ao Olímpico de Londres obrigam os hammers a lutar até ao fim por lugares europeus.
    Haverá Lucas Paquetá? O craque brasileiro está envolvido num escândalo de apostas e já foi denunciado pela FA. Pela lógica, o seu castigo será bem mais severo do que aquele que teve Ivan Toney, mas até ao momento não há garantias quanto à aplicação da suspensão e respetivo timing.
    Sem competições europeias como distração, o West Ham continua a ter em Areola um guarda-redes para colecionar defesas aparentemente impossíveis, ganhando o francês uma excelente nova dupla de centrais à sua frente formada por Max Kilman (já trabalhara com Lopetegui) e Jean-Clair Todibo (velho conhecido dos benfiquistas, desaproveitado por Jorge Jesus). Também Wan-Bissaka é reforço para o lado direito da defesa, e pode encontrar neste West Ham o patamar perfeito para evidenciar quão incrível é a defender em 1 para 1, não precisando tanto de fazer a diferença no ataque.
    Ward-Prowse, um dos melhores batedores de livres e cantos no mundo, continua nesta equipa, que acrescentou aos fantásticos Bowen (goleador da equipa, promovido a capitão) e Kudus (o 14 é um jogador realmente excitante) as diagonais do MVP do Championship, o neerlandês Summerville, e a pujança do bombardeiro alemão Füllkrug.

Treinador: Julen Lopetegui
Onze-Base (4-2-3-1): Aréola; Wan-Bissaka, Kilman, Todibo, Emerson; E. Álvarez, Lucas Paquetá (Ward-Prowse); Bowen, Kudus, Summerville; Füllkrug

Atenção a: Mohammed Kudus, Jarrod Bowen, Jean-Clair Todibo, Crysensio Summerville, Alphonse Aréola

 CHELSEA (10)

    Talvez seja um misto de wishful thinking o que nos faz condenar o Chelsea ao 10º posto, quatro abaixo da classificação final com Pochettino, mas são vários os fatores que descredibilizam os londrinos perante a concorrência.
    Funcionando ao sabor do vento e das tendências, e com o norte-americano Todd Boehly a parecer um miúdo de 10 anos a jogar Football Manager a querer comprar todos os jovens do mundo, o Chelsea optou por desistir das bases que se começavam a criar com o opinativo argentino, trocando-o por Enzo Maresca, certamente mais marioneta ou Yes Man e com o carimbo de ter sido adjunto de Pep Guardiola. Em termos de mercado, pela negativa a forma como o capitão e melhor médio na temporada passada, Conor Gallagher, foi "banido" do centro de treinos, tendo quase tudo tratado com o Atlético Madrid; pela positiva, o facto de em 2025 juntarem-se a este elenco dois diamantes, os sul-americanos Estêvão e Kendry Páez.
    Os blues serão o representante inglês na Liga Conferência, competição que permitirá "rodar" a equipa em grande medida, mas que pode até afetar o rendimento interno, pela desmotivação que muitos atletas podem sentir ao darem por si 2 patamares abaixo donde desejariam pertencer (Champions). O plantel com jogadores a mais (neste momento são mais de 40, incluindo 6 guarda-redes) impedirá a gestão de balneário mais adequada, parecem faltar líderes nesta equipa e é natural que Maresca acabe por abandonar algumas coisas que tem procurado implementar na pré-época: o 4-1-2-3 que usava no Leicester pode terminar invertido para um 4-2-3-1 e a marcação homem-a-homem em todo o campo também deve ter os dias contados. Se Enzo Maresca vai aguentar até ao final da temporada? O tempo dirá.
    Apesar de tudo isto, existem também razões para acreditar que o Chelsea pode lutar pelo Top4. Uma essencialmente: a qualidade dos seus jogadores. Existem pontos de interrogação (entre os diversos guarda-redes talvez Jorgensen seja a escolha número 1, não nos atrevemos a arriscar qual será a dupla de centrais preferida, entre Enzo, Caicedo, Lavia e Dewsbury-Hall dificilmente caberão mais do que 2 ao mesmo tempo no 11, e parece ainda estar por chegar um avançado) mas também estamos prontos para exclamar o brilhantismo de Cole Palmer (22 golos e 11 assistências), torcendo para que craques como Nkunku, Pedro Neto e Reece James consigam exibir-se de forma continuada e sem quaisquer lesões.

Treinador: Enzo Maresca
Onze-Base (4-1-2-3): Jorgensen; Gusto (Reece James), Fofana, Colwill (Badiashile), Cucurella; Caicedo (Lavia); Cole Palmer, Enzo; Madueke, Nkunku, Pedro Neto (Sterling, Mudryk)

Atenção a: Cole Palmer, Christopher Nkunku, Enzo Fernández, Roméo Lavia, Wesley Fofana

 CRYSTAL PALACE (11)

    O Crystal Palace é, justificadamente, uma das equipas que entra mais confiante na nova temporada. O austríaco Oliver Glasner assumiu a equipa em Fevereiro de 2024 e daí até ao final da época, apenas Manchester City, Arsenal e Chelsea somaram mais pontos. Não se pede ao Palace que seja Top4 mas, embora estejamos a antecipar um 11º, o plantel atual tem condições para sonhar com um 8º, 7º ou até mesmo 6º lugar.
    No clube, a crença é que tudo aquilo em que Glasner toca se transforma em ouro. Daí a direção ter pedido 100 milhões de euros quando o Bayern Munique tocou à porta para saber quanto custaria garantir os serviços do técnico. Para a Baviera não foi o treinador, mas foi Michael Olise, craque francês de 22 anos, negociado por 53 milhões de euros e com capacidade, sem lesões, para ser um dos melhores do mundo.
    Olise foi bem substituído (o japonês Kamada reencontra-se com o treinador com que trabalhou em Frankfurt e Sarr mostrou no Watford que as suas caraterísticas sobressaem no futebol inglês) mas o principal motivo de colocarmos o Palace uns 2 ou 3 lugares abaixo do "expectável" é mesmo o mero feeling de que um ou dois titulares indiscutíveis ainda podem sair durante as próximas duas semanas: Guéhi e Andersen são pretendidos, e elementos como Eze (cláusula de cerca de 70M) ou Wharton têm todo o ar de receber propostas na reta final do mercado.
    Num 3-4-2-1 que está para ficar, torcemos para que o olímpico Mateta mantenha os calções subidos e a veia goleadora que Glasner despertou nele. Muñoz andará em correrias pela direita, Eze (estrela da equipa) está no ponto para elevar ainda mais a sua própria fasquia, e se Adam Wharton (20 anos) mantiver o rendimento apresentado desde que foi contratado ao Blackburn, pode muito bem tornar-se o próximo jovem britânico a ser disputado por City, Arsenal e Liverpool.

Treinador: Oliver Glasner
Onze-Base (3-4-2-1): D. Henderson; Richards (Riad), J. Andersen, Guéhi; Muñoz, Wharton, C. Doucouré, Mitchell; Kamada, Eze; Mateta

Atenção a: Jean-Philippe Mateta, Eberechi Eze, Adam Wharton, Daichi Kamada, Daniel Muñoz

 BOURNEMOUTH (12)
    A 1ª época do basco Andoni Iraola em Inglaterra confirmou o bom instinto que os cherries tiveram ao trocar O'Neil pelo ex-Rayo Vallecano. Com 42 anos, o antigo lateral direito reforçou quão fértil é o País Basco em grandes treinadores (Arteta, Emery, Xabi Alonso), colocando o Bournemouth a jogar um futebol pressionante e combinativo. A equipa acabou no 12º lugar (apostamos numa repetição), mas bastava ter ganho um dos três últimos jogos (3 derrotas) para fechar a temporada na primeira metade da tabela.
    Com bom gosto a identificar os jogadores certos no mercado e com dedo de treinador a desenvolver quem já estava no clube, os adeptos do Bournemouth viram Dominic Solanke render como nunca antes na Premier League, apontando 19 golos. O avançado inglês de 26 anos mudou-se entretanto para o Tottenham, chegando o portista Evanilson para o substituir. Na posição mais adiantada, o clube conta ainda com Unal e o jovem Jebbison.
    Com perspetivas de realizar uma época tranquila, que deixe o clube entre o 9º e o 14º lugares, parece-nos que esta pode ser uma época em que Semenyo aumenta o seu envolvimento em golos e Alex Scott vê crescer a sua influência na mecânica da equipa. Huijsen vem acrescentar qualidade à defesa, e permitirá até o recurso a um pontual 3-4-3, e fala-se que o guarda-redes georgiano Mamardashvili, provavelmente o melhor do Euro 2024 na sua posição, pode ser oficializado por empréstimo até ao fecho do mercado, num negócio decorrente da sua mudança para o Liverpool em 2025.
    Iraola tem contrato até 2026 e por isso espera-se tolerância e paciência de quem toma decisões no clube se o arranque não correr como esperado. O Bournemouth não tem tanta qualidade individual como outras equipas, mas sabe sempre o que vai fazer para dentro de campo. Ter identidade é e será sempre uma vantagem.

Treinador: Andoni Iraola
Onze-Base (4-2-3-1): Neto; Huijsen, Zabarnyi, Senesi, Kerkez; Alex Scott, Cook; Semenyo, Christie (Tavernier), Sinisterra (Ouattara); Evanilson (Unal)

Atenção a: Antoine Semenyo, Alex Scott, Dean Huijsen, Evanilson, Dango Ouattara

 FULHAM (13)
    

    Prevermos uma classificação final exatamente igual à época passada traduz a ideia geral sobre este Fulham: bem treinados pelo português Marco Silva (4ª época no clube, rompendo com o estigma de que nunca conseguia aguentar-se muito tempo no mesmo projeto), os cottagers vão procurar fazer o mesmo ou melhor, depois de perderem o melhor jogador da equipa. João Palhinha deu um merecido salto para Munique mas será interessante ver como reagem em campo os londrinos à perda do seu influente ponto de equilíbrio, exemplo de combatividade e rigor tático. O brasileiro André (Fluminense) tem sido dado como o seu sucessor, mas a transferência ainda não se concretizou.
    A permanência de Andreas Pereira não é certa, e está visto que o clube ainda pretende melhorar o centro da defesa - Tosin e Tim Ream saíram a custo zero, Cuenca reforçou a equipa, mas está a ser tentado um difícil regresso de Joachim Andersen.
    Dependendo da concretização do reforço de posições-chave (médio defensivo e central) poderíamos considerar subir o Fulham na tabela. Com a moldura atual, o que mais nos atrai será ver como Emile Smith-Rowe pode renascer, sendo um super-craque para uma equipa deste patamar, e espera-se a mesma regularidade de Antonee Robinson e Leno, e ainda mais golos de Rodrigo Muniz, avançado que chegou a ser Jogador do Mês na temporada transata.

Treinador: Marco Silva
Onze-Base (4-2-3-1): Leno; Castagne, Cuenca (Diop), C. Bassey, A. Robinson; Lukic, Andreas Pereira; Adama Traoré (Harry Wilson), Smith-Rowe, Iwobi; Rodrigo Muniz

Atenção a: Emile Smith Rowe, Rodrigo Muniz, Antonee Robinson, Alex Iwobi, Jorge Cuenca

 EVERTON (14)

   Goodison Park está bem entregue a Sean Dyche. O Everton foi 15º na última temporada, mas esteve sempre cómodo e à margem da luta pela manutenção. Aliás, se não tivesse existido uma penalização de 10 pontos devido à "violação das regras de rentabilidade e sustentabilidade" os toffees teriam ficado num respeitável décimo lugar, acima dos muito elogiados Crystal Palace e Bournemouth.
    Nesta fase, não é de excluir que o clube azul de Liverpool possa enfrentar uma nova dedução de pontos, e em certa medida essa possibilidade pesa em não colocarmos o Everton mais acima. Isso e o interesse do norte-americano John Textor em comprar o clube, precisando primeiro de vender a percentagem que detém do Crystal Palace. Seja como for, antecipamos uma época relativamente tranquila. Para que tal aconteça há que manter o que a equipa teve de melhor (4º melhor registo defensivo, apenas superado pelos 3 primeiros classificados) e corrigir o que falhou (apenas o despromovido Sheffield United marcou menos golos).
    Pickford, Tarkowski e Branthwaite são uma garantia de clean sheets e apesar de Onana ter saído, não é desajustado considerar que o plantel está mais forte. Iroegbunam terá a responsabilidade de fazer esquecer o gigante belga, Jake O'Brien permite começar a acautelar o pós-Branthwaite ainda com o central de 22 anos nos quadros, e o emprestado Lindstrom pode ser um diferencial, sendo inegável que parece uma carta de um naipe distinto neste elenco. Para colocarmos o Everton mais próximo da primeira metade da tabela seria necessário Dyche passar a contar com um grande ponta de lança (pode Calvert-Lewin voltar ao seu rendimento de 20/ 21?), mas temos muito interesse em ver o senegalês Iliman Ndiaye no apoio ao avançado. Driblador nato, atleta explosivo, foi um flop em Marselha mas pode em Goodison Park reencontrar tudo aquilo que fez os adeptos do Sheffield United apaixonarem-se por ele.

Treinador: Sean Dyche
Onze-Base (4-4-1-1): Pickford; A. Young (O'Brien), Tarkowski, Branthwaite, Mykolenko; Harrison (Lindstrom), Iroegbunam, Gueye, McNeil; Ndiaye (A. Doucouré); Calvert-Lewin

Atenção a: Jarrad Branthwaite, Iliman Ndiaye, Dominic Calvert-Lewin, Jordan Pickford, Tim Iroegbunam

 IPSWICH TOWN (15)

    Apontar as 3 equipas recém-promovidas aos três lugares de descida seria a coisa mais aborrecida do mundo. Vamos torcer para que o Ipswich de Ed Sheeran se afirme como uma das equipas sensação da prova, mas a falta de experiência a este nível e o colossal salto entre o Championship e a Premier League (será muito difícil o Ipswich ter 2 jogos consecutivos "acessíveis") podem pesar.
    Em Portman Road mora um dos clubes do momento em Inglaterra. Sob o comando do norte-irlandês Kieran McKenna (38 anos), durante vários anos adjunto no Manchester United e treinador de camadas jovens, a ascensão tem sido um conto de fadas: 2º na League One em 22/ 23 com 98 pontos (101 golos marcados e apenas 35 sofridos) e 2º no Championship no ano seguinte, com 96 pontos, 92 golos marcados e apenas seis derrotas.
    Brighton, Manchester United e Chelsea tentaram levar McKenna, mas o técnico acabou a renovar com o Ipswich até 2028, tornando-se o melhor reforço possível. O objetivo da manutenção é difícil mas esta equipa tem demonstrado que gosta de contrariar as expectativas, com um futebol envolvente e sem egos.
    São bons sinais, sintomáticos de que quem pensa o clube sabe o que está a fazer, a aquisição em definitivo do emprestado Omari Hutchinson (prodígio técnico, porta-estandarte ofensivo e criativo, brilhando seja pela direita, seja pelo centro) e o recrutamento de bons ativos do segundo escalão como Jacob Greaves, Sammie Szmodics (o irlandês, melhor marcador do Championship, chega ao topo do futebol inglês quase com 29 anos) ou Liam Delap.
    O plantel, que ainda precisa pelo menos de um grande extremo (Jack Clarke, do Sunderland, seria incrível), leva a crer que poderá haver mutação entre o 4-2-3-1 da última temporada em jogos mais equilibrados e um 3-4-3 contra adversários com maiores argumentos. Em todas as variáveis, o lateral esquerdo Leif Davis (18 assistências na última época) é menino para chegar à seleção inglesa, Hutchinson poderá motivar um "Como é que o Chelsea o libertou?", Kalvin Phillips espera virar fénix e ser novamente visto como o Pirlo de Yorkshire, e, se a manutenção for assegurada, voos bem mais altos esperam McKenna.

Treinador: Kieran McKenna
Onze-Base (4-2-3-1): Muric; Tuanzebe (Ben Johnson), Woolfenden, J. Greaves, Leif Davis; Morsy, Kalvin Phillips (Jack Taylor); Omari Hutchinson, Szmodics (Chaplin), Burns (Broadhead, Harness); Delap

Atenção a: Leif Davis, Omari Hutchinson, Jacob Greaves, Sam Morsy, Sammie Szmodics

 WOLVES (16)

    No Molineux, encontramos uma das equipas menos ativas nesta janela de transferências. O Wolves fez mais de 100 milhões com as vendas de Pedro Neto (Chelsea) e do capitão Max Kilman (West Ham) mas gastou apenas 33, com especial destaque para a chegada de Rodrigo Gomes.
    Os lobos têm plantel para acabar entre 14º e 17º, o que deve preocupar um pouco Gary O'Neil. A equipa com mais Gomes (Toti, João e Rodrigo) da Premier League, e que tem mais portugueses do que ingleses, tem em José Sá um guarda-redes que acumula sempre muitas defesas, e no setor mais recuado há bastante mais qualidade nos laterais do que ao centro. João Gomes só tem tendência para melhorar, Hwang transpira classe a finalizar e Matheus Cunha (um dos avançados com mais técnica em Inglaterra) parece estar sempre teimosamente à beira de explodir e realizar uma super-época.
    A saída de Kilman pode convidar a um regresso a uma linha de 4, embora continue a ser urgente identificar no mercado um digno sucessor para o central inglês, e apostamos que, caso as opções no ataque não mudem muito, os momentos mais felizes serão proporcionados pela energia inesgotável de Rodrigo Gomes (camaleónico, pode fazer os dois corredores) e pelas combinações de Hwang e Matheus Cunha, pontualmente coadjuvados pelo seu novo amigo norueguês Strand Larsen (1,93m), ex-Celta de Vigo.

Treinador: Gary O'Neil
Onze-Base (4-2-2): José Sá; Semedo, Mosquera, Toti Gomes, Aït-Nouri; Sarabia, João Gomes, Lemina (Bellegarde), Rodrigo Gomes; Hwang, Matheus Cunha

Atenção a: Matheus Cunha, Hwang Hee-chan, Rodrigo Gomes, João Gomes, Rayan Aït-Nouri

 BRENTFORD (17)

    A trajetória ascendente do Brentford de Thomas Frank foi interrompida. Os bees subiram à Premier League em 2021 com o dinamarquês, ficaram em 13º e no ano seguinte em 9º. Mas a última época, atípica é certo mediante a longa suspensão de Ivan Toney, ditou um passo atrás, com a equipa a terminar em 16º.
    Oito equipas apresentaram uma pior diferença de golos do que o Brentford em 23/ 24, o que pode levar a crer que há neste plantel argumentos e equilíbrio para defender melhor do que os outros e marcar mais do que os outros. Mas, excluindo as três equipas que desceram, apenas o Nottingham Forest (20) perdeu mais jogos do que este Brentford (19 derrotas).
    A continuidade de Ivan Toney no clube mantém-se incerta. O ponta de lança de 28 anos termina contrato em 2025, tendo passado de associado ao Top6 inglês para apontado ao futebol árabe. Toney tornou-se imprescindível para a forma de jogar do Brentford em 2022 e 2023, mas a sua ausência forçou Frank a cozinhar novas soluções e o clube convenceu quando conjugou Mbeumo e Wissa na frente. O brasileiro Igor Thiago, contratado por 33 milhões ao Club Brugge para ser o substituto natural de Toney, sofreu uma lesão no menisco na pré-época.
    Ainda a precisar de dois ou três reforços, a principal curiosidade talvez seja ver como Thomas Frank usa Fábio Carvalho, dotando o português de criatividade uma equipa quase sempre prática e objetiva, incisiva em transição mas pouco dada a adornos. 
    Poderão estar com a calculadora na mão nas últimas jornadas

Treinador: Thomas Frank
Onze-Base (4-2-3-1): Flekken; Roerslev (Hickey), Collins, Pinnock, Ajer; Norgaard, M. Jensen; Mbeumo, Fábio Carvalho, Wissa; Toney (Schade)

Atenção a: Bryan Mbeumo, Yoane Wissa, Fábio Carvalho, Mark Flekken, Mathias Jensen

 NOTTINGHAM FOREST (18)


    Na fina fronteira entre cair para o Championship e sobreviver entre os melhores emblemas ingleses, é onde prevemos que o Nottingham Forest de Nuno Espírito Santo e Evangelos Marinakis ande em 2024/ 25. Os 17º e 16º lugares das últimas duas épocas mostram como os reds têm apresentado poucos progressos desde que subiram em 2022, e se há duas temporadas foi o fator casa a garantir a manutenção, na última época o mais importante foi mesmo o nível bastante baixo das três equipas que desceram, com o Forest a ser "menos mau".
    O novo clube de Jota Silva recrutou o sérvio Milenkovic para fazer dupla com Murillo (central muito interessante), sem esquecer a estranha transação negociada com o Newcastle, que levou a que Elliot Anderson e Odysseas Vlachodimos trocassem de lado por 41 e 23 milhões respetivamente.
    Pensamos que Sels será o guarda-redes titular, mas Carlos Miguel e Matt Turner podem reclamar oportunidades ao longo da temporada, e deverá ser Morgan Gibbs-White o craque envolvido em maior número de golos e assistências. Danilo e Sangaré garantem músculo, Hudson-Odoi e Elanga oferecem verticalidade e desequilíbrio, e Chris Wood tentará passar a sua marca anterior (14 golos) pressionado pelo concorrente Awoniyi e até, quem sabe, por Jota, caso NES aposte num tridente com maior mobilidade e sem referência.
    A falta de paciência de quem gere, o acumular de decisões questionáveis e o esbanjar de milhões irrefletidos são pontos contra este Forest, mas para os fãs do xG esta foi a quarta equipa que concedeu menor xG (melhor só Arsenal, City e Liverpool) e há qualidade suficiente no 11 inicial e até no banco para ficar um lugar acima deste e sobreviver uma vez mais.

Treinador: Nuno Espírito Santo
Onze-Base (4-2-3-1): Sels; N. Williams, Milenkovic, Murillo, Aina; Sangaré, Danilo; Elanga (Jota Silva), Gibbs-White, Hudson-Odoi; C. Wood (Awoniyi)

Atenção a: Morgan Gibbs-White, Murillo, Chris Wood, Callum Hudson-Odoi, Anthony Elanga

 SOUTHAMPTON (19)

    Tal como o Leicester, a queda do Southampton na segunda divisão inglesa pareceu um equívoco (os saints estavam na Premier League desde 2012). No entanto, tal como o Leicester, o clube do Sul de Inglaterra está longe de apresentar um plantel e uma visão de mercado como nos seus tempos dourados. De van Dijk para Harwood-Bellis, de Sadio Mané para Ben Brereton.
    O ano da descida retirou de St Mary's jogadores como Ward-Prowse, Lavia e Livramento. O ex-Swansea Russell Martin foi o treinador recrutado para assegurar a promoção imediata e, com muita posse de bola (média de 65,6% por jogo), os seus pupilos fizeram a festa em Wembley, com um golo de Adam Armstrong a derrotar o Leeds United na final do Play-Off.
    A capacidade de Martin de se adaptar, e conceder que nem sempre o Southampton terá qualidade para controlar a narrativa dos jogos, será fundamental. O 4-3-3 da temporada passada pode dar lugar a um 3-5-2, capaz de puxar pela lágrima dos adeptos do Blackburn ao reunir na frente Adam Armstrong (24 golos e 13 assistências) e Ben Brereton Díaz. Cameron Archer, contratado em cima do arranque do campeonato, oferece boa dor de cabeça a Martin na escolha da dupla titular. Entre os postes surgirá a dúvida entre o potencial (Bazunu) e a experiência (McCarthy), entre os centrais é ótimo poder contar em definitivo com Harwood-Bellis e estaremos atentos ao reforço Ronnie Edwards (ex-Peterborough), e no meio-campo Martin delirou com a continuidade de Flynn Downes. Nos corredores, a chegada do nipónico Sugawara pode originar que Walker-Peters seja utilizado na esquerda.
    Com 3 avançados com golo, o Southampton pode safar-se no limite. Acreditamos que a equipa ainda se reforce até ao final do mês, e que Martin - à imagem do que fez na Hora H, em Wembley - privilegie o pragmatismo ao romantismo.

Treinador: Russell Martin
Onze-Base (3-5-2): McCarthy (Bazunu); Hardwood-Bellis, Stephens (R. Edwards), Bednarek; Sugawara, Smallbone, Downes, Alcaraz, Walker-Peters; Adam Armstrong, Archer (Brereton)

Atenção a: Adam Armstrong, Cameron Archer, Ben Brereton, Yukinari Sugawara, Taylor Harwood-Bellis

 LEICESTER CITY (20)

    Pode parecer estranho apontarmos o campeão do Championship ao último posto da tabela, mas entre as equipas promovidas o Leicester é quem apresenta menor margem de crescimento.
    Na divisão abaixo, os foxes "passearam" na primeira volta, mas ainda conseguiram pregar um susto aos adeptos com uma sequência de resultados negativos. No fim, a equipa não vacilou e subiu sem precisar do Play-Off, mas entretanto viu o treinador Enzo Maresca mudar-se para o Chelsea, levando com ele o jogador mais importante da equipa, Dewsbury-Hall.
    No horizonte, pairam ameaças de deduções de pontos após uma investigação que acusou os foxes de irregularidades financeiras. Sejam ou não retirados alguns pontos, antevêem-se dificuldades. Steve Cooper é um treinador bastante decente, Vestergaard melhorou na última época na companhia de Faes, e há bons laterais (Kristiansen, James Justin e Ricardo Pereira). Parece-nos faltar qualidade e profundidade ao meio-campo, numa equipa que viverá dos rasgos de Fatawu e Mavididi nos corredores e à qual no momento atual pode faltar golo - Daka (pode sempre voltar aos seus tempos de Salzburgo, mas nem no Championship se destacou) estará de fora nos primeiros meses, o que pode originar o perigoso cenário de continuar dependente de Jamie Vardy, agora com 37 anos, para sobreviver entre os grandes.

Treinador: Steve Cooper
Onze-Base (4-2-3-1): Hermansen; Justin, Faes, Vestergaard, Kristiansen (Ricardo Pereira); Ndidi, Winks; Fatawu, Buonanotte, Mavididi; Vardy (Daka, Cannon)

Atenção a: Stephy Mavididi, Fatawu Issahaku, Victor Kristiansen, Jamie Vardy, Wilfred Ndidi