Liga NOS - Volta o campeonato, voltam as emoções fortes. O sempre escaldante futebol português está aí, num ano que promete bom futebol em campo, e muita conversa fora dele. O tetracampeão Benfica defende o título numa temporada que marca a estreia do video-árbitro em Portugal e na qual, fruto das más prestações europeias dos clubes portugueses, só há duas vagas para a Champions. Sim, ao contrário dos últimos anos, um dos 3 grandes ficará irremediavelmente de fora da UEFA Champions League 18-19. Temos também curiosidade para verificar se alguma das dezoito equipas aposta num esquema táctico com três centrais, uma moda a que muitos treinadores têm aderido por essa Europa fora.
Ao fazermos esta antevisão no dia em que a Liga NOS arranca, temos naturalmente que salvaguardar que a nossa leitura é feita com os plantéis actuais, incluindo depois um ou outro palpite (entradas no Benfica e saídas no Sporting, nomeadamente). Ainda muito acontecerá até dia 31 de Agosto, e todas essas movimentações poderão acabar por baralhar parte do nosso actual raciocínio.
Depois de uma época em que os clubes portugueses trocaram de treinadores como nunca (em 16-17 só Benfica, Porto, Sporting, Vit. Guimarães e Vit. Setúbal mantiveram o mesmo treinador durante toda a competição), a esmagadora maioria dos emblemas apostou na estabilidade na transição para este novo capítulo. Apenas Porto (Sérgio Conceição), Rio Ave (Miguel Cardoso), Chaves (Luís Castro), Moreirense (Manuel Machado) e Aves (Ricardo Soares) escolheram novo homem do leme.
Numa primeira análise, veremos como um Benfica que, até ver, ainda não agiu para reconstruir uma retaguarda actualmente frágil se safará na tentativa de assegurar o quase mítico pentacampeonato. Algo que só por uma vez aconteceu no futebol nacional, quando o Porto de Fernando Santos venceu em 1998-99. À espera de destronar as águias, está um Porto excitante e contagiado pela intensidade de Sérgio Conceição, e um Sporting que, entre os 3 grandes, foi aquele que mais se mexeu no defeso.
Prever os lugares do meio da tabela é um valente trinta e um, mas apostamos no bom futebol de Chaves e Rio Ave, e em boas épocas dos recém-promovidos Portimonense e Aves. Certamente ainda chegarão alguns craques, e teremos que nos despedir de outros até ao final do mês, mas para já podemos dizer que a Liga NOS perdeu valores como Ederson, Lindelöf, Nélson Semedo, André Silva, Rúben Neves ou Rúben Semedo. Têm a palavra os substitutos, desafiados a provar que podem tornar as equipas mais fortes.
Em 18 equipas, 18 treinadores portugueses. Os dados estão lançados, e o espectáculo vai começar. Esta é a nossa previsão em termos de destaques colectivos e individuais, sujeita como já dissemos às vicissitudes do mercado de transferências até final de Agosto:
Ao fazermos esta antevisão no dia em que a Liga NOS arranca, temos naturalmente que salvaguardar que a nossa leitura é feita com os plantéis actuais, incluindo depois um ou outro palpite (entradas no Benfica e saídas no Sporting, nomeadamente). Ainda muito acontecerá até dia 31 de Agosto, e todas essas movimentações poderão acabar por baralhar parte do nosso actual raciocínio.
Depois de uma época em que os clubes portugueses trocaram de treinadores como nunca (em 16-17 só Benfica, Porto, Sporting, Vit. Guimarães e Vit. Setúbal mantiveram o mesmo treinador durante toda a competição), a esmagadora maioria dos emblemas apostou na estabilidade na transição para este novo capítulo. Apenas Porto (Sérgio Conceição), Rio Ave (Miguel Cardoso), Chaves (Luís Castro), Moreirense (Manuel Machado) e Aves (Ricardo Soares) escolheram novo homem do leme.
Numa primeira análise, veremos como um Benfica que, até ver, ainda não agiu para reconstruir uma retaguarda actualmente frágil se safará na tentativa de assegurar o quase mítico pentacampeonato. Algo que só por uma vez aconteceu no futebol nacional, quando o Porto de Fernando Santos venceu em 1998-99. À espera de destronar as águias, está um Porto excitante e contagiado pela intensidade de Sérgio Conceição, e um Sporting que, entre os 3 grandes, foi aquele que mais se mexeu no defeso.
Prever os lugares do meio da tabela é um valente trinta e um, mas apostamos no bom futebol de Chaves e Rio Ave, e em boas épocas dos recém-promovidos Portimonense e Aves. Certamente ainda chegarão alguns craques, e teremos que nos despedir de outros até ao final do mês, mas para já podemos dizer que a Liga NOS perdeu valores como Ederson, Lindelöf, Nélson Semedo, André Silva, Rúben Neves ou Rúben Semedo. Têm a palavra os substitutos, desafiados a provar que podem tornar as equipas mais fortes.
Em 18 equipas, 18 treinadores portugueses. Os dados estão lançados, e o espectáculo vai começar. Esta é a nossa previsão em termos de destaques colectivos e individuais, sujeita como já dissemos às vicissitudes do mercado de transferências até final de Agosto:
BENFICA (1)
Tetracampeão. A palavra que melhor explica a nossa decisão em colocar o penta no caminho do clube encarnado. Todavia, e talvez de forma mais vincada do que nos últimos anos, a tarefa não se afigura fácil. Tendo perdido Ederson, Nélson Semedo e Lindelöf, três das principais promessas do futebol mundial nas suas posições, a "estrutura" acreditou que os substitutos estavam dentro do clube. Contudo, a pré-época mostrou tratar-se de um palpite errado. Hoje, Júlio César não tem a capacidade física de há uns anos e Pedro Pereira não tem no momento actual qualidade para ser titular. Mesmo no centro da defesa, parece faltar velocidade, condição física e segurança, embora Luisão e Jardel estejam bem longe de ser desconhecidos. Da equipa que melhor controlava a profundidade (perfeitamente natural, tendo um guardião como Ederson, e elementos rápidos e fortes tecnicamente como Lindelöf e Semedo que permitiam à equipa jogar subida, reagindo rápido à perda) o Benfica tem agora muito a trabalhar nesse capítulo. Acreditamos que os encarnados ainda corrijam a sua defesa, até porque Rui Vitória trabalha e tem mais influência no trabalho defensivo do que nos hábitos ofensivos da equipa.
Do meio-campo para a frente, o Benfica continua a ser o clube que em Portugal tem maior número de soluções de qualidade. Falta apenas um substituto à altura de Fejsa, jogador talismã do Benfica e o elemento de que as águias mais sentiriam falta em caso de indisponibilidade. Este Benfica deve voltar a viver dos génios pensadores Pizzi e Jonas, achando nós que os principais reforços do ataque - mesmo considerando as excelentes indicações do suiço Seferovic - serão Zivkovic, Rafa e Cervi, todos num nível bem acima de 16-17. Diz a lógica que entre Mitroglou e Jiménez ainda sairá um, e de resto temos grandes expectativas para ver o croata Krovinovic de águia ao peito. Uma surpresa, a acontecer, poderá ser o eslovaco Chrien (infelizmente, lendo as tendências da pré-época parece difícil haver espaço a médio-prazo para miúdos como Diogo Gonçalves, João Carvalho, Pêpê ou Gedson).
As pré-épocas devem ser sempre interpretadas com sensatez e sem alarmismo, como de resto a competitividade na Supertaça veio comprovar, mas há trabalho de casa para fazer até ao fim de Agosto. Afinal, os ataques ganham jogos, mas as defesas ganham campeonatos. Os dirigentes da Luz procuram passar tranquilidade aos adeptos, mas os sócios sabem quão urgente é ir ao mercado; e o impasse tem feito o Benfica perder os melhores alvos para outros clubes. No mínimo, para manter a pole position são necessários um guarda-redes e um lateral-direito.
A hegemonia vermelha e branca está em risco, mas o estofo de campeão e a qualidade individual atacante podem chegar para conquistar o 37.º título nacional. A acontecer, será bastante suado.
Tetracampeão. A palavra que melhor explica a nossa decisão em colocar o penta no caminho do clube encarnado. Todavia, e talvez de forma mais vincada do que nos últimos anos, a tarefa não se afigura fácil. Tendo perdido Ederson, Nélson Semedo e Lindelöf, três das principais promessas do futebol mundial nas suas posições, a "estrutura" acreditou que os substitutos estavam dentro do clube. Contudo, a pré-época mostrou tratar-se de um palpite errado. Hoje, Júlio César não tem a capacidade física de há uns anos e Pedro Pereira não tem no momento actual qualidade para ser titular. Mesmo no centro da defesa, parece faltar velocidade, condição física e segurança, embora Luisão e Jardel estejam bem longe de ser desconhecidos. Da equipa que melhor controlava a profundidade (perfeitamente natural, tendo um guardião como Ederson, e elementos rápidos e fortes tecnicamente como Lindelöf e Semedo que permitiam à equipa jogar subida, reagindo rápido à perda) o Benfica tem agora muito a trabalhar nesse capítulo. Acreditamos que os encarnados ainda corrijam a sua defesa, até porque Rui Vitória trabalha e tem mais influência no trabalho defensivo do que nos hábitos ofensivos da equipa.
Do meio-campo para a frente, o Benfica continua a ser o clube que em Portugal tem maior número de soluções de qualidade. Falta apenas um substituto à altura de Fejsa, jogador talismã do Benfica e o elemento de que as águias mais sentiriam falta em caso de indisponibilidade. Este Benfica deve voltar a viver dos génios pensadores Pizzi e Jonas, achando nós que os principais reforços do ataque - mesmo considerando as excelentes indicações do suiço Seferovic - serão Zivkovic, Rafa e Cervi, todos num nível bem acima de 16-17. Diz a lógica que entre Mitroglou e Jiménez ainda sairá um, e de resto temos grandes expectativas para ver o croata Krovinovic de águia ao peito. Uma surpresa, a acontecer, poderá ser o eslovaco Chrien (infelizmente, lendo as tendências da pré-época parece difícil haver espaço a médio-prazo para miúdos como Diogo Gonçalves, João Carvalho, Pêpê ou Gedson).
As pré-épocas devem ser sempre interpretadas com sensatez e sem alarmismo, como de resto a competitividade na Supertaça veio comprovar, mas há trabalho de casa para fazer até ao fim de Agosto. Afinal, os ataques ganham jogos, mas as defesas ganham campeonatos. Os dirigentes da Luz procuram passar tranquilidade aos adeptos, mas os sócios sabem quão urgente é ir ao mercado; e o impasse tem feito o Benfica perder os melhores alvos para outros clubes. No mínimo, para manter a pole position são necessários um guarda-redes e um lateral-direito.
A hegemonia vermelha e branca está em risco, mas o estofo de campeão e a qualidade individual atacante podem chegar para conquistar o 37.º título nacional. A acontecer, será bastante suado.
Treinador: Rui Vitória
Onze-Base (4-4-2): Júlio César; A. Almeida, Luisão, Jardel, Grimaldo; Fejsa, Pizzi, Zivkovic (Salvio), Rafa (Cervi); Jonas, Seferovic
Atenção a: Pizzi, Jonas, Andrija Zivkovic, Haris Seferovic, Rafa
"Somos Porto". O cartoonista Nuno Espírito Santo repetiu a cassete à exaustão, mas o seu futebol calmo - já o futebol mastigado e de posse de Lopetegui tinha semelhantes traços - não convenceu. Essa calma foi agora substituída pela determinação e raça de Sérgio Conceição, que sem o dizer parece capaz de fazer o mais importante - fazer com que este Porto... seja Porto. O ponto de partida é positivo: os jogadores parecem gostar do treinador, e percebem-no.
Pelo que vimos na pré-época goleadora dos dragões - que, importa referir, não incluiu testes de fogo - o futebol atractivo tem como traços evidentes a melhor transição ofensiva, maior verticalidade quando a bola é ganha, e uma procura de encurtar o campo dos rivais, ganhando a bola com pressão alta e constante, ritmo imposto pelos elementos da frente. Esta agressividade, que faz lembrar o Porto de anos gloriosos, é personificada desde logo nas características dos seus homens da frente: Soares e Aboubakar, uma dupla que será uma gigante dor de cabeça para muitas defesas.
A equipa é praticamente a mesma, mas os processos são outros. Pode-se considerar inclusive que este Porto está mais forte. Ao contrário dos rivais de Lisboa, que terão que reconstruir as suas defesas, o Porto mantém todos os seus elementos, melhorando ao passar de Maxi para Ricardo Pereira. O plantel perdeu André Silva e Rúben Neves, mas a necessidade de cumprir o fair-play financeiro foi o empurrão certo para Conceição dar oportunidades a Aboubakar, Ricardo Pereira, Hernâni ou Marega.
O 4-4-2 deverá ser o desenho preferencial deste Porto, que nos parece que terá em Brahimi e Óliver (o novo camisola 10) dois dos principais destaques. Ter um jogador como Otávio (que tanto rendeu com Conceição no Vit. Guimarães) oferecerá versatilidade táctica à equipa, que muitas vezes acabará por recorrer a um meio-campo de três unidades para gerir jogos e refrescar a sua abordagem.
Financeiramente, a situação podia ser melhor, mas os dragões não se ajoelham por nada perante o domínio recente do Benfica. Sérgio Conceição já escolheu os seus guerreiros e é com eles que pretende ir à guerra. O salto qualitativo demonstrado no último mês impressionou e, a continuar assim, os azuis e brancos são sérios candidatos ao título. Neste momento, até poderíamos dar alguma vantagem dado o grupo coeso construído e a rapidez de assimilação de processos/ ideias, mas o factor "tetra" e a sensação que o Benfica ainda corrigirá as suas lacunas defensivas, levam-nos a optar por este 2.º lugar. Voltará o espírito de campeão a pousar sobre as asas do Dragão?
"Somos Porto". O cartoonista Nuno Espírito Santo repetiu a cassete à exaustão, mas o seu futebol calmo - já o futebol mastigado e de posse de Lopetegui tinha semelhantes traços - não convenceu. Essa calma foi agora substituída pela determinação e raça de Sérgio Conceição, que sem o dizer parece capaz de fazer o mais importante - fazer com que este Porto... seja Porto. O ponto de partida é positivo: os jogadores parecem gostar do treinador, e percebem-no.
Pelo que vimos na pré-época goleadora dos dragões - que, importa referir, não incluiu testes de fogo - o futebol atractivo tem como traços evidentes a melhor transição ofensiva, maior verticalidade quando a bola é ganha, e uma procura de encurtar o campo dos rivais, ganhando a bola com pressão alta e constante, ritmo imposto pelos elementos da frente. Esta agressividade, que faz lembrar o Porto de anos gloriosos, é personificada desde logo nas características dos seus homens da frente: Soares e Aboubakar, uma dupla que será uma gigante dor de cabeça para muitas defesas.
A equipa é praticamente a mesma, mas os processos são outros. Pode-se considerar inclusive que este Porto está mais forte. Ao contrário dos rivais de Lisboa, que terão que reconstruir as suas defesas, o Porto mantém todos os seus elementos, melhorando ao passar de Maxi para Ricardo Pereira. O plantel perdeu André Silva e Rúben Neves, mas a necessidade de cumprir o fair-play financeiro foi o empurrão certo para Conceição dar oportunidades a Aboubakar, Ricardo Pereira, Hernâni ou Marega.
O 4-4-2 deverá ser o desenho preferencial deste Porto, que nos parece que terá em Brahimi e Óliver (o novo camisola 10) dois dos principais destaques. Ter um jogador como Otávio (que tanto rendeu com Conceição no Vit. Guimarães) oferecerá versatilidade táctica à equipa, que muitas vezes acabará por recorrer a um meio-campo de três unidades para gerir jogos e refrescar a sua abordagem.
Financeiramente, a situação podia ser melhor, mas os dragões não se ajoelham por nada perante o domínio recente do Benfica. Sérgio Conceição já escolheu os seus guerreiros e é com eles que pretende ir à guerra. O salto qualitativo demonstrado no último mês impressionou e, a continuar assim, os azuis e brancos são sérios candidatos ao título. Neste momento, até poderíamos dar alguma vantagem dado o grupo coeso construído e a rapidez de assimilação de processos/ ideias, mas o factor "tetra" e a sensação que o Benfica ainda corrigirá as suas lacunas defensivas, levam-nos a optar por este 2.º lugar. Voltará o espírito de campeão a pousar sobre as asas do Dragão?
Treinador: Sérgio Conceição
Onze-Base (4-4-2): Casillas; Ricardo Pereira, Felipe, Marcano, Alex Telles; Danilo, Óliver, Corona, Brahimi; Aboubakar, Soares
Atenção a: Yacine Brahimi, Óliver, Vincent Aboubakar, Danilo, Ricardo Pereira
SPORTING (3)
O tudo ou nada de Bruno de Carvalho. O presidente leonino quer ser campeão, custe o que custar. Afinal, já não falta assim tanto para que a marca de 18 anos seja novamente atingida. Para conquistar o título, o Sporting acabou por ir ao mercado com tudo o que tinha. Jesus exigiu Fábio Coentrão e Mathieu, dois dos elementos da sua defesa renovada em 75%, e o que é certo é que ambos fazem hoje parte do plantel dos leões, algo que seria impensável há uns anos. Na antevisão desta temporada houve uma certa resignação de Jorge Jesus: sem deixar de se auto-considerar um dos melhores tacticamente, aceitou que não conseguia ser campeão com os jogadores que tinha.
O actual elenco dá claras garantias e JJ não se pode queixar face ao bom trabalho feito (e atempadamente) pelo clube leonino no defeso. Aquilo que tem tudo para dar certo, será no entanto testado quando o mar estiver bravo. O Sporting não vive propriamente um clima de estabilidade, e por isso veremos como o grupo reagirá ao atravessar de um mau momento ou período, algo que todas as equipas eventualmente terão. Muito importante também será perceber como o mercado vai mexer até 31 de Agosto. E se no caso do Benfica imaginamos que ainda haja entradas, no Sporting deve ser desta que Adrien ou William rumam a outro campeonato. Importante depois não excluir o nome de Gelson (ficando, será uma das estrelas do campeonato), uma possível "vítima" colateral do dominó que se pode originar a nível de extremos com o negócio Neymar.
Entre os dois titulares do miolo verde e branco, o mais provável é ser Adrien a sair. E, pessoalmente, achamos que a sua eventual saída será mais sentida do que seria a de William Carvalho. Battaglia teve uma pré-época em crescendo, mas entre médios foi o sub-21 Bruno Fernandes a confirmar-se como extraordinário reforço. O ex-Sampdoria acabará por reclamar o seu lugar no onze, tenha ao seu lado William (um verdadeiro médio defensivo) ou Adrien (pode recuar no campo, a intensidade que o capitão empresta à equipa não tem preço).
Nesta fase, e sem excluirmos que Jesus possa ocasionalmente privilegiar a defesa a três que testou na pré-temporada, ainda parece faltar um lateral-direito capaz de estar ao nível do resto da equipa, e ter Gelson e Acuña nos flancos é muito promissor. Veremos depois como será gerido o dossier Iuri Medeiros. Na frente, Bas Dost é garantia de muitos, muitos golos, e se os dois se entenderem pode formar uma dupla de fogo com Doumbia. No entanto, o jovem Podence parece ter para já vantagem, dado o seu impacto nos jogos de preparação e as suas características, mais de acordo com o perfil que Jesus pretende para a posição.
Para já, é indiscutível. O plantel do Sporting está bem mais forte. Permanecem as dúvidas: sairá algum jogador-chave até 31 de Agosto? Será o Sporting capaz de se apresentar maduro e regular toda a época?
O tudo ou nada de Bruno de Carvalho. O presidente leonino quer ser campeão, custe o que custar. Afinal, já não falta assim tanto para que a marca de 18 anos seja novamente atingida. Para conquistar o título, o Sporting acabou por ir ao mercado com tudo o que tinha. Jesus exigiu Fábio Coentrão e Mathieu, dois dos elementos da sua defesa renovada em 75%, e o que é certo é que ambos fazem hoje parte do plantel dos leões, algo que seria impensável há uns anos. Na antevisão desta temporada houve uma certa resignação de Jorge Jesus: sem deixar de se auto-considerar um dos melhores tacticamente, aceitou que não conseguia ser campeão com os jogadores que tinha.
O actual elenco dá claras garantias e JJ não se pode queixar face ao bom trabalho feito (e atempadamente) pelo clube leonino no defeso. Aquilo que tem tudo para dar certo, será no entanto testado quando o mar estiver bravo. O Sporting não vive propriamente um clima de estabilidade, e por isso veremos como o grupo reagirá ao atravessar de um mau momento ou período, algo que todas as equipas eventualmente terão. Muito importante também será perceber como o mercado vai mexer até 31 de Agosto. E se no caso do Benfica imaginamos que ainda haja entradas, no Sporting deve ser desta que Adrien ou William rumam a outro campeonato. Importante depois não excluir o nome de Gelson (ficando, será uma das estrelas do campeonato), uma possível "vítima" colateral do dominó que se pode originar a nível de extremos com o negócio Neymar.
Entre os dois titulares do miolo verde e branco, o mais provável é ser Adrien a sair. E, pessoalmente, achamos que a sua eventual saída será mais sentida do que seria a de William Carvalho. Battaglia teve uma pré-época em crescendo, mas entre médios foi o sub-21 Bruno Fernandes a confirmar-se como extraordinário reforço. O ex-Sampdoria acabará por reclamar o seu lugar no onze, tenha ao seu lado William (um verdadeiro médio defensivo) ou Adrien (pode recuar no campo, a intensidade que o capitão empresta à equipa não tem preço).
Nesta fase, e sem excluirmos que Jesus possa ocasionalmente privilegiar a defesa a três que testou na pré-temporada, ainda parece faltar um lateral-direito capaz de estar ao nível do resto da equipa, e ter Gelson e Acuña nos flancos é muito promissor. Veremos depois como será gerido o dossier Iuri Medeiros. Na frente, Bas Dost é garantia de muitos, muitos golos, e se os dois se entenderem pode formar uma dupla de fogo com Doumbia. No entanto, o jovem Podence parece ter para já vantagem, dado o seu impacto nos jogos de preparação e as suas características, mais de acordo com o perfil que Jesus pretende para a posição.
Para já, é indiscutível. O plantel do Sporting está bem mais forte. Permanecem as dúvidas: sairá algum jogador-chave até 31 de Agosto? Será o Sporting capaz de se apresentar maduro e regular toda a época?
Treinador: Jorge Jesus
Onze-Base (4-4-2): Rui Patrício; Piccini, Coates, Mathieu, Coentrão; William Carvalho, Adrien (Bruno Fernandes), Gelson, Acuña; Doumbia (Podence), Dost
Atenção a: Bas Dost, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Acuña, Fábio Coentrão
Vamos colocar as coisas nestes termos: o Braga é a equipa, entre todas na Liga NOS, cuja diferença de qualidade entre o 1.º onze e a segunda linha de opções é menor. Abel Ferreira bem pode agradecer a António Salvador, determinado em redimir-se depois do falhanço de 16-17, ainda mais doloroso ao ver o rival Vit. Guimarães bem sucedido. Aquele que é, na teoria, o 4.º grande em Portugal reforçou-se a sério, mesmo depois do seu presidente ter gritado aos sete ventos que a culpa da má época passada se devera a más decisões dos árbitros.
O bom defeso começou no regresso de dois jogadores que já representaram o clube: Danilo e Fábio Martins. O médio brasileiro vai certamente levar os adeptos do Benfica a questionar porque é que não foi mais utilizado, e o extremo ex-Chaves cresceu muito na época passada. Depois, como moeda de troca da venda de Battaglia ao Sporting, os bracarenses ganharam dois novos laterais (Esgaio e Jefferson). E, no triplo assalto ao Marítimo, ganharam um central goleador (Raúl Silva) que, embora tenha as suas limitações defensivas, é porventura o central mais decisivo nas bolas paradas ofensivas no futebol português.
Abel tem ovos que chegue para, no mínimo, recuperar o quarto lugar que neste momento pertence aos vizinhos. Veja-se bem: nos flancos perdeu Pedro Santos mas tem Wilson Eduardo, Fábio Martins, Ricardo Horta e o híbrido Bruno Xadas; no ataque já contava com Rui Fonte, Stojiljkovic e Hassan, e ainda teve como reforços Paulinho e Dyego Sousa. A brutal qualidade oferece boas dores de cabeça ao treinador, que poderá gerir o plantel para as várias competições, sem deixar de dar alguns minutos ao prodígio Pedro Neto (17 anos) e fazendo do novo camisola 10, Xadas, uma das figuras da equipa. Aos 19 anos, pode ser uma das revelações desta época. É daqueles que não engana.
Com jeitinho e, se Abel Ferreira se revelar um líder adequado, este Braga até poderia espreitar o Top-3. Com algumas reticências, acreditamos que, mesmo que não brilhem, com um plantel tão vasto em soluções e qualidade, o Braga acabará por cumprir a sua obrigação e instalar-se atrás dos 3 grandes.
Treinador: Abel Ferreira
Onze-Base (4-4-2): Matheus; Esgaio, Rosic, Raúl Silva, Jefferson; Xadas (Ricardo Horta), Danilo (Assis), Fransérgio, Fábio Martins (Wilson Eduardo); Rui Fonte (Hassan), Stojiljkovic (Paulinho)
Atenção a: Bruno Xadas, Danilo, Fábio Martins, Fransérgio, Rui Fonte
VIT. GUIMARÃES (5)
Este Vitória continuará a ter o carimbo de qualidade de Pedro Martins. Soldados em campo que tudo darão para superar os recordes da temporada passada.
Depois de perder Soares a meio da época passada, o Vit. Guimarães viu sair também Marega e Hernâni (ambos de regresso ao Porto após empréstimo), perdendo ainda o lateral-direito Bruno Gaspar para a Fiorentina. O plantel está mais fraco e, excepção feita a Estupiñán e Chico Ramos, parecem ainda faltar reforços. É claro que acreditamos na mais-valia que é ter Pedro Martins no banco, mas dá sempre jeito contar com grandes jogadores. Por isso, é claramente aconselhável que Júlio Mendes se movimente com o intuito de garantir 2/ 3 jogadores de bom nível, nomeadamente dos 3 grandes, que transformem este plantel e o aproximem do valioso elenco dos seus vizinhos minhotos.
Depois de perder o "seu" 4.º lugar para o Vitória, o Braga não ficou quieto e movimentou-se, fazendo-se acompanhar por outros clubes (Rio Ave e Chaves, por exemplo) inteligentes na sua abordagem ao mercado de transferências. O ano pode ser complicado - confiamos nos golos de Estupiñán, na criativade de Raphinha e Hurtado e vemos em Hélder Ferreira uma possível revelação - mas, mesmo que o plantel esteja fechado, seria um erro menosprezar o clube da cidade-berço, que tem nas bancadas uma força tremenda.
Treinador: Pedro Martins
Onze-Base (4-3-3): Miguel Silva; João Aurélio, Josué Sá, Pedro Henrique, Konan (Vigário); Zungu, Celis (Rafael Miranda), Hurtado; Hélder Ferreira, Raphinha, Estupiñán (Rafael Martins)
Atenção a: Estupiñán, Raphinha, Hurtado, Pedro Henrique, Hélder Ferreira
DESP. CHAVES (6)
Que bem jogava o Rio Ave de Luís Castro... Embora Jorge Simão e Ricardo Soares tenham desempenhado bons trabalhos em Chaves (Simão deixou a equipa bem classificada, Soares apresentou um futebol refrescante, tendo que ultrapassar o êxodo de muitos jogadores para Braga), o anúncio de Luís Castro como treinador para 2017/ 18 foi um brilhante ponto de partida para a nova época.
O clube do euromilionário Francisco Carvalho continua a demonstrar visão, e não será surpreeende se o treinador de 55 anos for capaz de dotar rapidamente a equipa da impressão digital do seu Rio Ave (bloco subido, agradável futebol de posse, e muita dinâmica no último terço). Embora nos pareça que aqui e ali este plantel ainda possa sofrer afinações, a matéria-prima actual é apelativa. Ricardo e António Filipe são as opções para a baliza, e quem tem Paulinho (novamente) e Rúben Ferreira terá dois corredores em perpétuo movimento. Entre Domingos Duarte, Anderson Conceição e Nuno André Coelho, Luís Castro deve edificar a sua dupla de centrais; no meio-campo, Pedro Tiba é titularíssimo, e o gigante Jefferson deve ser o trinco e farol defensivo deste Chaves.
A liberdade oferecida ao criativo Renan Bressan deve ser similar ao espaço que Krovinovic tinha no Rio Ave de Luís Castro, e daí anteciparmos este Desp. Chaves mais num 4-2-3-1 do que num tradicional 4-3-3. O brasileiro naturalizado bielorusso, um dos melhores executantes de livres directos em Portugal, promete ser o playmaker da equipa, contando depois com grandes desequilibradores (Jorginho Intima, Matheus Pereira, Perdigão e Elhouni) junto a si.
Platiny (mais goleador) e William (pressiona, luta mais) são opções para 9, parecendo no entanto o colombiano Wilmar Jordán quem está na pole position, podendo ter alto impacto na sua época de estreia em Portugal.
Treinador: Luís Castro
Onze-Base (4-2-3-1): Ricardo; Paulinho, Domingos Duarte, Anderson Conceição (Nuno André Coelho), Rúben Ferreira; Jefferson, Pedro Tiba; Jorginho (Perdigão), Renan Bressan, Matheus Pereira (Elhouni); Wilmar Jordán (Platiny)
Atenção a: Wilmar Jordán, Jorginho, Matheus Pereira, Renan Bressan, Jefferson
RIO AVE (7)
Tendo em conta que nos últimos anos os vilacondenses tiveram em Luís Castro, Pedro Martins e Nuno Espírito Santo apostas ganhas, a escolha do novato Miguel Cardoso merece claro voto de confiança. Adjunto de Paulo Fonseca no Shakhtar e de Domingos Paciência em quatro clubes diferentes, o técnico de 45 anos é o único (!) dos 18 sem qualquer CV como treinador principal.
Depois do 7.º lugar na época passada, o Rio Ave quererá certamente melhorar a sua classificação. E as perspectivas para o clube que em tempos teve Oblak em campo e Ederson no banco são de terminar entre o 5.º e o 8.º lugares.
Já não há Krovinovic, Gil Dias, Rafa, Roderick, Gonçalo Paciência e Petrovic, mas há outra fornada de talentos. A saber: somando guarda-redes e quarteto defensivo, 3 em 5 continuam (importante), a saída de Roderick deve abrir espaço para a afirmação de Nélson Monte (caso contrário, será o reforço Marcão a reclamar o lugar) e do emprestado Rafa Soares o Rio Ave passa a ter agora o emprestado Yuri Ribeiro na lateral-esquerda. No meio-campo, suspeitamos que Pelé voltará ao seu melhor nível, e se o Rio Ave 16/ 17 tinha a magia nas botas do croata Krovinovic, desta vez será o perfume e classe de Francisco Geraldes, génio incompreendido por Jesus, a pautar o jogo da equipa.
A chegada de Geraldes pode "puxar" pelo indomável Rúben Ribeiro e por Nuno Santos (não explodiu em Setúbal, mas achamos que é desta), merecendo ainda muita atenção a meia distância e o brutal virtuosismo técnico do reforço Óscar Barreto. Pode até não começar a temporada no 11 inicial, mas tem tudo para terminá-la como indiscutível desde que se adapte bem ao nosso país. Por fim, Gabrielzinho foi um reforço dispendioso e o grego Tasos Karamanos deixou boas indicações no Feirense pelo que na sua 2.ª época em Portugal, secundado por um plantel com maior qualidade, pode melhorar os seus números.
Treinador: Miguel Cardoso
Onze-Base (4-3-3): Cássio; Lionn, Marcelo, Nélson Monte (Marcão), Yuri Ribeiro; Pelé, Tarantini, Francisco Geraldes; Rúben Ribeiro (Barreto), Nuno Santos, Karamanos (Guedes)
Atenção a: Francisco Geraldes, Óscar Barreto, Nuno Santos, Karamanos, Yuri Ribeiro
FEIRENSE (8)
E agora, Nuno Manta Santos? O nosso Treinador do Ano 2016/ 17 tem um desafio incrível na época que hoje se inicia. Como fazer melhor do que o impensável 8.º lugar da equipa-sensação da época passada? Para se perceber o valor do jovem técnico de 39 anos, homem da casa, basta referir que a partir da data de estreia de Nuno Manta Santos no Feirense (22 de Dezembro de 2016), só os 3 grandes pontuaram mais do que a equipa de Santa Maria da Feira.
Entretanto, um dos grandes responsáveis desse feito, o guarda-redes Vaná, rumou ao Dragão; e o grupo perdeu ainda para a concorrência Vítor Bruno (Boavista), Rúben Oliveira (Vit. Guimarães), Platiny (Chaves) e Karamanos (Rio Ave).
Verdade seja dita, a equipa de NMS valia pelo colectivo, solidário e combativo, e pelo processo de jogo, ambicioso e de ideias simples. O substituto de Vaná deverá ser Caio (embora Murilo conheça melhor os colegas, por ter chegado há mais tempo), e na defesa as laterais beneficiariam com um ou outro empréstimo. No miolo, Kódjo veio de Barcelos para acrescentar muito no momento sem bola, e oxalá Tiago Silva dê sequência aos últimos meses da época anterior.
Acreditamos que esta será a época do nigeriano Peter Etebo, podendo as primeiras jornadas servir para se perceber se o colombiano José Valencia e o fenómeno de Football Manager, Luís Henrique, são reforços capazes de garantir os golos que a equipa tanto precisará.
Treinador: Nuno Manta Santos
Onze-Base (4-3-3): Caio (Murilo); Jean Sony (Barge), Flávio Ramos, Bruno Nascimento, Babanco; Cris, Kódjo, Tiago Silva; Edson Farias (Luís Machado), Etebo, Valencia (Luís Henrique)
Atenção a: Etebo, Tiago Silva, José Valencia, Flávio Ramos, Kódjo
PORTIMONENSE (9)
Foi desta! Depois de subir Arouca, Moreirense, União da Madeira e Chaves, entregando-os a outro treinador no primeiro escalão, o herói das subidas Vítor Oliveira viu no Portimonense o projecto certo para dar o salto e, coisa rara nos últimos anos, dar continuidade ao seu trabalho. Campeões da Ledman LigaPro (o domínio foi incontestável, mas várias lesões na defesa e as idas de Amilton e Lumor para o 1860 Munique de Vítor Pereira originaram uma segunda volta fraca e uma vantagem final de apenas 2 pontos sobre o Aves), os representantes do Sul do país têm qualidade para assegurar a manutenção com algum conforto.
Em Portimão, Vítor Oliveira sabe bem quão coeso é o seu 11 inicial - a diferença em termos de qualidade das soluções vindas do banco é significativa. Em 2017/ 18 preserva-se grande parte do elenco que subiu. Ricardo Ferreira assumirá a baliza, com o experiente capitão Ricardo Pessoa na direita e Lumor (o ganês não convenceu em Munique mas vai fazer estragos na Liga NOS) na esquerda. No centro da defesa, Jadson deve ter ao seu lado o regressado a casa, Rúben Fernandes, embora haja ainda Lucas. Do meio-campo para a frente, Pedro Sá é o ponto de equilíbrio, e quem tem craques como Paulinho (Melhor Jogador da Ledman LigaPro 2016/ 17) e Fabrício, e ainda Ewerton, dificilmente descerá. Wellington é uma das novidades entusiasmantes para a nova época, contratado ao Penafiel, e na frente Pires (melhor marcador da II com 23 golos) é aos 36 anos o goleador da equipa.
Vítor Oliveira está satisfeito com o plantel, mas certamente não torcerá o nariz a um negócio que encaminhe o bracarense Assis para Portimão. De resto, parece faltar apenas uma alternativa a Pires. Muita atenção a este Portimonense, muito forte em casa (na época passada, venceu 16 dos 21 jogos da Ledman) e uma equipa que vai complicar a vida aos grandes.
Treinador: Vítor Oliveira
Onze-Base (4-3-3): Ricardo Ferreira; Ricardo Pessoa, Jadson, Rúben Fernandes (Lucas), Lumor; Pedro Sá, Paulinho, Ewerton; Fabrício, Wellington (Bruno Tabata), Pires
Atenção a: Paulinho, Fabrício, Ewerton, Pires, Wellington
MARÍTIMO (10)
Em 2016/ 17, Daniel Ramos foi um dos treinadores do ano em Portugal. Basta relembrar que o técnico de 46 anos assumiu um Marítimo carregadinho de problemas (obrigado, PC Gusmão) à 6.ª jornada, e os insulares não mais perderam em casa.
A seu favor, o Marítimo tem indiscutivelmente um treinador muito competente e muita confiança depois do sexto lugar conquistado recentemente. No entanto, é impossível não incluir neste raciocínio os jogadores-chave do plantel que disseram adeus: Raúl Silva, Fransérgio, Dyego Sousa, Patrick Vieira e, mais recentemente, Maurício. Culpas para o Braga, que roubou os três primeiros jogadores enunciados, um craque por sector.
O único representante das ilhas, depois da Madeira perder em temporadas consecutivas União e Nacional para o segundo escalão, o Marítimo tem no seu novo estádio uma força, mas levantam-se vários pontos de interrogação face ao decréscimo de qualidade no plantel. Bebeto deve ser o sucessor de Patrick, e no centro depois de perder o central goleador Raúl Silva e Maurício, o mais sensato seria o clube adquirir um jogador para formar dupla com Zainadine. A manutenção do turco Erdem Sen é uma das boas notícias, tal como os reforços Fábio Pacheco e Ricardo Valente. Já relativamente aos jogadores vindos de Braga - Gamboa, Rodrigo Pinho e Piqueti - temos algumas reticências, embora algumas expectativas para o último.
Lundberg e Ibson são outras das caras novas, e nesta fase a temporada do Marítimo depende de dois factores: a qualificação para a Liga Europa (a presença na fase de grupos seria proveitosa financeiramente, mas poderia custar uma primeira volta de qualidade por via do desgaste) e o reforço de um plantel que perdeu referências.
Treinador: Daniel Ramos
Onze-Base (4-3-3): Charles; Bebeto, Pablo Santos (Diney), Zainadine, Luís Martins; Erdem Sen, Éber Bessa, Fábio Pacheco (Gamboa); Edgar Costa, Ricardo Valente (Piqueti), Rodrigo Pinho (Lundberg)
Atenção a: Erdem Sen, Zainadine, Ricardo Valente, Rodrigo Pinho, Luís Martins
DESP. AVES (11)
Os campeões do defeso. Nenhuma equipa em Portugal, respeitando as devidas proporções, se reforçou tão bem como o Desportivo das Aves, novo projecto de Ricardo Soares (a nova época começou logo bem quando Soares foi o treinador escolhido).
O grande desafio para o ex-Chaves é simples: conseguirá Ricardo Soares formar uma equipa que parte praticamente do zero? Achamos que sim. E para facilitar essa missão muito contribuiu o perfil das contratações: vários jogadores com muita experiência e cultura táctica, alguns que já tinham trabalhado com o técnico, e, na frente, desequilibradores com muita velocidade.
Embora Quim (41 anos) seja hoje uma figura do Aves, a maior qualidade de Adriano Facchini pode entregar a baliza ao brasileiro no decorrer da época. Na defesa, Ponck e Lenho foram dos melhores nas suas posições pelo Chaves e prometem formar um sector forte. Quem tem Gonçalo Santos (tanto que ele jogava com Marco Silva no Estoril!), Vítor Gomes e Braga, sem esquecer Washington e Luís Alberto, tem a garantia que o meio-campo nunca será dado de barato.
Na linha mais avançada, e embora até Demba Ba já tenha sido associado, temos máxima confiança em Alexandre Guedes. Aos 23 anos, o camisola 7 do Aves está no ponto para deixar finalmente a sua marca no futebol português, disputando o lugar com Derley e Arango. A ajudá-lo, Amilton (que reforço incrível), Salvador Agra e Sami.
Treinador: Ricardo Soares
Onze-Base (4-3-3): Adriano (Quim); Rodrigo, Diego Galo, Ponck, Nélson Lenho; Gonçalo Santos (Washington), Vítor Gomes, Braga; Salvador Agra (Sami), Amilton, Alexandre Guedes (Derley)
Atenção a: Amilton, Alexandre Guedes, Ponck, Salvador Agra, Gonçalo Santos
PAÇOS FERREIRA (12)
É sempre bastante difícil antecipar uma época do Paços de Ferreira. Especialmente nesta edição uma vez que 2016/ 17 não chegou para formarmos uma opinião sólida relativamente ao jovem treinador Vasco Seabra (aos 33 anos, o treinador mais jovem da Liga). Contribui ainda para o nosso grau de incerteza o facto de acharmos que um jogador-chave como Welthon ainda pode deixar o plantel...
Até ver, a lógica diz que os castores reúnem os ingredientes para melhorar. O plantel, pelo menos, parece melhor. Na baliza, entre Mário Felgueiras e Rafael Defendi é escolher; na defesa, preservam-se os princípios e os intérpretes, e Quiñones pode ser um excelente reforço. Depois, a experiência dos bem conhecidos André Leão (médio defensivo, 32 anos) e Bruno Moreira (ponta de lança, 29 anos) só servirá para potenciar Vasco Rocha, dois pequenos grandes talentos como são Andrézinho e Pedrinho, e as várias soluções para os flancos - Barnes, Mabil, Diego Medeiros, Xavier.
Tendo ainda Luiz Phellype nos quadros, caso o Paços consiga manter Welthon no plantel, não afastamos uma aposta num 4-4-2 com Welthon e Bruno Moreira. É difícil perceber onde acabará este Paços, mas seria muito estranho se acabasse envolvido na luta pela manutenção.
Treinador: Vasco Seabra
Onze-Base (4-2-3-1): Mário Felgueiras; Bruno Santos, Ricardo, Marco Baixinho, Quiñones (Filipe Ferreira); André Leão, Vasco Rocha; Andrézinho (Xavier), Pedrinho, Barnes (Mabil, Diego Medeiros); Welthon (Bruno Moreira)
Atenção a: Welthon, Pedrinho, Andrézinho, Quiñones, Vasco Rocha
ESTORIL (13)
O 10.º lugar da época passada, em que a equipa da Linha foi orientada por 3 treinadores (Fabiano Soares, Pedro Carmona e Pedro Emanuel), só foi possível graças a uma recta final inesperada e entusiasmante sob o comando do antigo treinador de Académica e Arouca. No Estoril, e com muito talento canarinho ao dispor, Pedro Emanuel parece ter enterrado o futebol enfadonho e muito conservador que caracterizara as suas antigas equipas, privilegiando sim um futebol de vertigem, ousado e intenso.
Mattheus, Ailton, Licá, João Afonso e Bruno Gomes são alguns dos jogadores que o Estoril perdeu, esperando os adeptos que alguns dos destaques da segunda metada da época transacta (Carlinhos, Eduardo e Allano, nomeadamente) dêem sequência às boas exibições.
Moreira deve partir em vantagem sobre Thierry Graça, e a defesa parece-nos apresentar margem para melhorias (Pedro Monteiro pode ter em 17/ 18 a sua temporada de afirmação). No entanto, o caminho para a sobrevivência na Liga NOS depende claramente do ataque: Kléber vale golos, André Claro é um jogador subvalorizado, e de resto encontrar uma boa dinâmica que inclua Eduardo, Lucas, Matheus Índio, Carlinhos, Allano ou Tocantins será fundamental.
Treinador: Pedro Emanuel
Onze-Base (4-3-3): Moreira; Mano, Gonçalo Brandão, Pedro Monteiro, Joel; Eduardo Teixeira, Lucas (Matheus Índio), Carlinhos; Allano, André Claro (Tocantins), Kléber
Atenção a: Kléber, Carlinhos, Allano, Matheus Índio, André Claro
VIT. SETÚBAL (14)
O pesadelo dos grandes na época passada. O Vit. Setúbal continua a confiar em José Peyroteo Couceiro e, com melhor ou pior futebol, acreditamos que a manutenção será novamente alcançada. O tempo dirá se os sadinos o conseguirão graças a exibições para mais tarde contar como frente a Benfica e Porto há um ano, ou se graças a empates a jogar para o ponto, como vários "espectáculos" aborrecidos que o Vitória apresentou no terço final do campeonato em 16/ 17.
O apoio de Porto (Podstawski e Gonçalo Paciência) e Benfica (Patrick, César e João Teixeira) continua a revelar-se fundamental na edificação do plantel, num clube que mediante estes empréstimos demora a garantir a sua auto-sustentabilidade. Olhando para o possível onze, Tomás Podstawski e João Teixeira - dois casos de jogadores que se esperava que nesta fase das carreiras já estivessem noutro patamar - podem crescer muito com Couceiro, e no ataque, que terá como referência Paciência ou Edinho, as nossas maiores esperanças estão depositadas em João Amaral e Rafinha. Amaral tem crescido de ano para ano, e o pequeno Rafinha (ex-Amarante) tem pés para encantar meio mundo, graças à sua electrizante condução de bola, ziguezagueando com o esférico colado ao pé.
Treinador: José Couceiro
Onze-Base (4-3-3): Cristiano; Patrick, Frederico Venâncio, Vasco Fernandes, Nuno Pinto; Costinha, Podstawski, João Teixeira; João Amaral, Rafinha, Edinho (Gonçalo Paciência)
Atenção a: João Amaral, Rafinha, João Teixeira, Podstawski, Patrick
BOAVISTA (15)
Passo a passo, muito devagarinho, o Boavista vai procurando retomar o seu nível de outrora. Mas não é fácil quando Braga, Vit. Guimarães e Rio Ave apresentam orçamentos distantes, e mesmo equipas como Chaves e Aves sabem como usar o mercado da melhor forma.
Os axadrezados têm em Miguel Leal o treinador certo para comandar os destinos do clube nos próximos anos, e a defesa deve ser novamente o ponto de partida para uma época segura. Para cada lateral, Leal tem duas boas opções - Edu Machado e Tiago Mesquita à direita, Talocha e Vítor Bruno à esquerda - e no centro o francês Sparagna é, tudo indica, um belo reforço.
Será difícil para uma equipa tão Iuridependente reconstruir-se depois do extremo-direito voltar à casa-mãe (Sporting), mas uma mistura entre a continuidade de Fábio Espinho e Renato Santos, com os reforços Mateus e Leonardo Ruiz, e um salto a nível de rendimento de Bukia e Rochinha, pode escrever uma história positiva para os lados do Bessa.
Treinador: Miguel Leal
Onze-Base (4-3-3): Spiegel (Vágner); Edu Machado (Tiago Mesquita), Raphael Rossi (Henrique), Sparagna, Talocha (Vítor Bruno); Idris, Tahar, Fábio Espinho; Renato Santos, Bukia (Rochinha), Mateus (Leonardo Ruiz)
Atenção: Renato Santos, Bukia, Sparagna, Leonardo Ruiz, Fábio Espinho
BELENENSES (16)
Quem é Domingos Paciência? A pergunta impõe-se, e esta temporada pode ajudar a oferecer uma resposta. Domingos é o treinador que foi vicecampeão português e finalista da Liga Europa em 2009/ 10? Ou essa época foi um acaso e o treinador de 48 anos é sim aquela versão que falhou em todos os projectos seguintes?
Como sempre com um plantel muito português, o clube do Restelo tem algumas caras que, se a equipa for bem trabalhada, podem contribuir para uma época mais tranquila do que aquilo que inicialmente apontamos. Sasso e Pereirinha estão de volta ao futebol português, num sector que tem em Florent o seu elemento mais constante, e no meio-campo arriscamos que esta pode ser uma grande época para André Sousa, torcendo para que Filipe Chaby cale tudo e todos e mostre o pequeno génio que sempre foi. Temos algumas dúvidas relativamente à composição do sector intermédio, contando Domingos com Tandjigora, Persson e Yebda; no ataque parece-nos mais simples. Maurides acabou 16/ 17 bem, e a dupla Miguel Rosa e Diogo Viana promete. Há ainda Fredy, Juanto, Benny e Femi Balogun.
Treinador: Domingos Paciência
Onze-Base (4-3-3): Muriel; João Diogo (Pereirinha), Gonçalo Silva, Sasso, Florent; Tandjigora, André Sousa (Persson), Filipe Chaby; Diogo Viana, Miguel Rosa, Maurides
Atenção a: André Sousa, Miguel Rosa, Filipe Chaby, Maurides, Diogo Viana
TONDELA (17)
À terceira é de vez, ou não há duas sem três? É difícil colocar em palavras o que o Tondela viveu nas últimas jornadas de 2015/ 16 e 2016/ 17. Salvos, por Petit e por Pepa, no limite, os beirões têm demonstrado uma fibra sem igual. No entanto, idealmente já seria tempo de resolver a temporada o quanto antes, abdicando do sufoco final.
Honestamente, não nos parece que a equipa de Viseu conseguirá fugir - uma vez mais - às contas da descida. Se é desta que o Tondela desce, não nos atrevemos a prever com certeza (ou não fosse a equipa orientada por Pepa um exemplo de sobrevivência e resiliência), mas numa fase em que tantas equipas "pequenas" se reforçam com cada vez maior qualidade, olhar para o elenco do Tondela equivale a olhar para muito trabalho por fazer (ou a nível de prospecção, ou então no dia-a-dia, com Pepa a fazer mais um milagre).
O grande reforço de 2017/ 18 é talvez Cláudio Ramos, um dos principais responsáveis e heróis da manutenção. Depois, o veterano Ricardo Costa (36 anos) é um nome de peso para fazer companhia a Osorio no coração de uma defesa que contará ainda com Joãozinho, outro regressado ao futebol luso. Contrariamente à época passada, a equipa não poderá contar com Murillo (o Tondela dependia muito da qualidade do venezuelano nos duelos individuais), emprestado pelo Benfica ao Kasimpasa, mas outra jovem águia, Pedro Nuno, promete carregar a equipa. O ataque, e o próprio meio-campo, pedem novos jogadores, embora Joca, emprestado pelo Braga, possa finalmente mostrar a sua qualidade.
Mesmo com alguns reforços mais, o Tondela deve andar até perto do fim na luta. Mas se o Benfica tem apresentado "estofo" de campeão, a verdade é que o Tondela tem apresentado "estofo" de sobrevivente.
Treinador: Pepa
Onze-Base (4-3-3): Cláudio Ramos; David Bruno, Osorio, Ricardo Costa, Joãozinho; Hélder Tavares, Tembeng (Bruno Monteiro), Pedro Nuno; Wagner (Joca), Miguel Cardoso (Murilo), Heliardo (Zachara, Tomané)
Atenção a: Pedro Nuno, Cláudio Ramos, Ricardo Costa, Joca, Joãozinho
MOREIRENSE (18)
Pepa, Augusto Inácio e Pepa. Na última época foram três treinadores. Nesta, o treinador é Manuel Machado, o homem que treinou as duas equipas (Arouca e Nacional) que desceram para a Segunda Liga.
Salvos in extremis, tal como o Tondela, os vencedores da última Taça da Liga têm muito provavelmente o plantel mais fraco da Liga NOS. E, quase sempre, quem tem os melhores jogadores é quem vence.
Claramente dependente de uma super época em que Emmanuel Boateng se torne tudo aquilo que pode ser, bem entrosado com Dramé, o clube de Moreira de Cónegos bem se pode colocar em fila de espera à porta dos 3 grandes para garantir duas ou três promessas. Há duas temporadas foi Iuri Medeiros, na época passada foram Francisco Geraldes e Podence durante meia Liga, veremos quem será desta vez. Mas, para já, não se antevê vida fácil.
Treinador: Manuel Machado
Onze-Base (4-3-3): Makaridze; Sagna, André Micael, Iago, Rúben Lima (Bruno Silva); Neto, Alan Schons, Rafael Costa; Arsénio, Dramé, Boateng
Atenção a: Emmanuel Boateng, Dramé, Makaridze, Alan Schons, Sagna
por Miguel Pontares e Tiago Moreira