Depois de 3 campeonatos conquistados, o líder Benfica procura o inédito tetra e, até ver, parece estar no bom caminho para que tal aconteça. A equipa de Rui Vitória continua a encontrar soluções para as incontáveis lesões que vão surgindo no plantel (Jonas, sobretudo, mas também em diferentes momentos Grimaldo, Jardel, Salvio, Rafa, Zivkovic, Horta ou mais recentemente Fejsa), algo que se torna possível dada a quantidade de jogadores de qualidade que compõem o plantel das águias, e graças à exímia capacidade de RV em gerir o seu balneário. Águias e Dragões (distanciados apenas por 4 pontos) ainda hão-de melhorar bastante ao longo desta segunda volta, sobretudo na dinâmica ofensiva das equipas, algo preocupante para a Desilusão de 16/ 17 até agora - o Sporting. Jorge Jesus viu a sua equipa sair da Europa, da Taça da Liga e da Taça de Portugal, e na Liga NOS é apenas 4.º (2 pontos a menos do que o Braga, e 3 a mais do que o Vit. Guimarães). Os leões estão presos à fórmula do passado com João Mário e Slimani, e precisarão de resolver rapidamente vários problemas para que a crise não se instale num nível irrecuperável a curto-prazo.
Com mais desenhos e gatafunhos revelados à imprensa do que seria expectável, Nuno Espírito Santo tem conseguido que o seu plantel, recheado de juventude de qualidade (André Silva, Jota, Otávio, Óliver), se mantenha na luta - o Porto defende bem, e o empate caseiro do Benfica com o Boavista só serviu para dar vida aos azuis e brancos na viragem do calendário. Pede-se aos dragões um maior nº de alternativas no ataque (a falta de finalização tem custado pontos), já que o foco estará quase todo na Liga NOS, com os oitavos-de-final (vs Juventus) a serem o único extra para uma equipa que já saiu das Taças.
Com tudo isto, o Braga termina a primeira volta em 3.º lugar - lugar de acesso ao Play-off da Champions - já depois de ter trocado de treinador (saiu Peseiro, chegou Jorge Simão, uma decisão acertada no nosso entender). As equipas do Minho têm estado em força (Braga com 36 pontos, Vitória com 31), num campeonato em que o Chaves é a principal sensação, e no qual se acentua o equilíbrio entre o 6.º e o 13.º lugares, devendo a luta pela manutenção passar por Tondela, Nacional, Moreirense, Feirense e Estoril.
No espaço dos próximos meses veremos se o Benfica embala, se o Sporting se consegue reerguer depois de um período difícil e carregado de protestos (em vez de disparar noutras direcções e culpar intervenientes externos, urge resolver várias coisas dentro de casa), que capacidade tem o Porto de incomodar as águias (o Porto-Sporting da jornada 20 promete) e qual será o papel do Braga na luta pelos lugares de Champions, sem excluir o Vit. Guimarães que, magnificamente comandado por Pedro Martins, pode eventualmente causar uma surpresa, embora deva acabar por ser uma espécie de ilha entre o Top-4 e o resto do campeonato.
Pizzi, Fejsa, Gelson Martins, Danilo Pereira, Dost, André Silva, Wilson Eduardo e Marega (este último, principalmente nas 10 jornadas iniciais) têm sido as principais figuras e destaques individuais, num campeonato que deve manter-se disputado e oscilante até Maio.
Algumas ideias/ notas:
- O Benfica é o grande favorito ao título: a equipa de Rui Vitória desperdiçou uma excelente oportunidade de terminar a 1.ª volta com 6 pontos de vantagem, mas o calendário (3 dos seus próximos 4 jogos da Liga são na Luz) deve permitir ao campeão em título responder ao desaire com o Boavista. Mesmo sem o Melhor Jogador de 2015/ 16, Jonas, lesionado durante vários meses, o clube encarnado faz valer a brutal quantidade de elementos de qualidade que formam o plantel (incrível o nível que o Benfica consegue apresentar no seu onze e num onze 100% alternativo) e procurará evitar acidentes de percurso inesperados como diante de Marítimo e Boavista.
Jogadores como Jardel, Rafa e Zivkovic devem ganhar o seu espaço num onze em constante gestão no decorrer da 2.ª volta, existindo apenas 1 jogador no plantel das águias absolutamente insubstituível (Fejsa);
Jogadores como Jardel, Rafa e Zivkovic devem ganhar o seu espaço num onze em constante gestão no decorrer da 2.ª volta, existindo apenas 1 jogador no plantel das águias absolutamente insubstituível (Fejsa);
- Marcar golos é (em parte) o que falta ao Porto. Os azuis e brancos são cada vez mais equipa, NES tem sabido trabalhar o seu onze inicial, mas vejamos: dos 5 empates que o Porto tem no campeonato, 4 deles foram a zeros - em Tondela, em Setúbal, no Restelo e na Mata Real. Encontrar um ou dois reforços no mercado de Inverno é essencial, para que André Silva não seja tão sobrecarregado (Depoitre não parece ser solução, mas Soares seria);
- Se o campeonato terminasse agora, o Sporting não ia à Champions. Com 10 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, os leões têm apenas 3 pontos de vantagem sobre o Vit. Guimarães (basicamente, a diferença faz-se numa jornada em que o Sporting tenha ganho, e o Vitória perdido). As derrotas de Dezembro com Benfica e Braga e a incapacidade da equipa aproveitar em Chaves o último deslize do Benfica são algumas das más memórias num clube que vive grande instabilidade, apontando-se o dedo a várias partes (arbitragem, Jorge Jesus, jogadores, presidente) estando as eleições marcadas para Março. Há posições que carecem de qualidade, mas exigia-se que JJ conseguisse espremer o melhor de Campbell e Markovic, e talvez jogadores como Iuri Medeiros e Francisco Geraldes tivessem lugar neste plantel como alternativas. Num ano em que Bryan Ruiz está muitos furos abaixo, o Sporting vive da raça, compromisso e equilíbrio de Adrien, dos golos de Dost e invariavelmente da imaginação de Gelson Martins;
- Comparativamente com o estado das coisas há 1 ano atrás, o Sporting tem menos 10 pontos e, com 16 golos sofridos, já não está longe do seu registo defensivo (21 golos sofridos) no total de 2015/ 16. Os leões já deixaram fugir 17 pontos, quando em 2015/ 16 só perderam 16 pts. Quer isto dizer que o Sporting, caso consiga ser campeão este ano, sê-lo-á com menos pontos do que na época passada (vencendo todos os jogos que faltam os leões acabariam com 85 pontos, quando fecharam a época passada com 86).
Já o Porto acaba por estar semelhante (38 pontos hoje, 40 na jornada 17 da temporada passada). Por sua vez, o Benfica tem mais 2 pts do que tinha (42 contra 40), gozando agora de muito maior estabilidade. Afinal, para além da liderança, tem apenas uma derrota (Marítimo, fora) quando há um ano atrás já somava três;
- Muito difícil ver-se um campeão com tantos pontos como o Benfica 2015/ 16 - recordista com 88. Realizar uma segunda volta igual levaria o Benfica a perfazer 84 pontos, podendo as águias perder apenas 5 pontos em 17 jornadas caso queiram igualar o total de pontos do ano passado. Quer isto dizer que tudo indica que teremos águias e leões a completar menos pontos, ao contrário de dragões, que devem melhorar;
- Como sempre, o treinador não tem estabilidade nem tempo em Portugal. Desde que a Liga NOS arrancou, já 12 equipas trocaram de treinador. Ou seja, só 6 treinadores (Rui Vitória, Nuno Espírito Santo, Jorge Jesus, Pedro Martins, Lito Vidigal e José Couceiro) sobreviveram.
O Braga trocou Peseiro por Jorge Simão, o Marítimo começou com PC Gusmão e mudou para Daniel Ramos, o Chaves contratou Ricardo Soares quando perdeu Jorge Simão para o Braga, Rio Ave passou de Capucho para Luís Castro, o Boavista de Sánchez para Miguel Leal, o Belenenses de Velázquez para Quim Machado, o Paços de Carlos Pinto para Vasco Seabra, o Feirense de José Mota para Nuno Manta, o Estoril de Fabiano Soares para Pedro Carmona (e não deve demorar a ter 3.º treinador), o Moreirense de Pepa para Augusto Inácio, o Nacional de Manuel Machado para Jokanovic e, por fim, o Tondela de Petit para Pepa;
- Comparativamente com o estado das coisas há 1 ano atrás, o Sporting tem menos 10 pontos e, com 16 golos sofridos, já não está longe do seu registo defensivo (21 golos sofridos) no total de 2015/ 16. Os leões já deixaram fugir 17 pontos, quando em 2015/ 16 só perderam 16 pts. Quer isto dizer que o Sporting, caso consiga ser campeão este ano, sê-lo-á com menos pontos do que na época passada (vencendo todos os jogos que faltam os leões acabariam com 85 pontos, quando fecharam a época passada com 86).
Já o Porto acaba por estar semelhante (38 pontos hoje, 40 na jornada 17 da temporada passada). Por sua vez, o Benfica tem mais 2 pts do que tinha (42 contra 40), gozando agora de muito maior estabilidade. Afinal, para além da liderança, tem apenas uma derrota (Marítimo, fora) quando há um ano atrás já somava três;
- Muito difícil ver-se um campeão com tantos pontos como o Benfica 2015/ 16 - recordista com 88. Realizar uma segunda volta igual levaria o Benfica a perfazer 84 pontos, podendo as águias perder apenas 5 pontos em 17 jornadas caso queiram igualar o total de pontos do ano passado. Quer isto dizer que tudo indica que teremos águias e leões a completar menos pontos, ao contrário de dragões, que devem melhorar;
- Como sempre, o treinador não tem estabilidade nem tempo em Portugal. Desde que a Liga NOS arrancou, já 12 equipas trocaram de treinador. Ou seja, só 6 treinadores (Rui Vitória, Nuno Espírito Santo, Jorge Jesus, Pedro Martins, Lito Vidigal e José Couceiro) sobreviveram.
O Braga trocou Peseiro por Jorge Simão, o Marítimo começou com PC Gusmão e mudou para Daniel Ramos, o Chaves contratou Ricardo Soares quando perdeu Jorge Simão para o Braga, Rio Ave passou de Capucho para Luís Castro, o Boavista de Sánchez para Miguel Leal, o Belenenses de Velázquez para Quim Machado, o Paços de Carlos Pinto para Vasco Seabra, o Feirense de José Mota para Nuno Manta, o Estoril de Fabiano Soares para Pedro Carmona (e não deve demorar a ter 3.º treinador), o Moreirense de Pepa para Augusto Inácio, o Nacional de Manuel Machado para Jokanovic e, por fim, o Tondela de Petit para Pepa;
- Indiscutível o estatuto do Chaves como equipa-sensação de 2016/ 17. Recém-chegada ao primeiro escalão, a equipa que já perdeu o técnico Jorge Simão para Braga e tem agora Ricardo Soares ao comando, surge num extraordinário 7.º lugar. A título de curiosidade, os transmontanos têm apenas 3 derrotas, um registo igual a Sporting e Braga;
- O líder e tricampeão nacional Benfica foi quem mais golos marcou nesta primeira volta - 37 golos. Há um ano atrás as águias estavam apenas em 3.º lugar, mas tinham apontado 45 golos. Na defesa, é o Porto quem melhor fecha a sua baliza a sete chaves, tendo apenas 7 golos sofridos em 17 jogos. Em sentido inverso, o Belenenses é o pior ataque (11 golos) e o Feirense a pior defesa (32 golos sofridos);
- Continuando nas estatísticas, o Porto é a equipa que mais remata (17,8 remates p/ jogo contra 17,1 do Benfica, que é, portanto, mais eficaz), o Sporting é a equipa que em média tem maior percentagem de posse de bola (61,1%) e os reis do jogo aéreo em Portugal são Boavista e Porto;
- Bast Dost (13 golos) segue isolado como melhor marcador do campeonato, levando vantagem sobre André Silva (11) e Marega (10). De destacar o facto do ponta-de-lança holandês só ter chegado a Portugal na jornada 4, e também a prolongada lesão de Jonas, contribuindo para uma divisão de golos nos encarnados, melhor ataque em prova. Nas assistências, Gelson Martins lidera, com 8 passes para golo, superiorizando-se a Wilson Eduardo (7), Iuri Medeiros e Raphinha (os últimos dois com 5 assistências cada);
- No início da época previmos a descida de Feirense e Moreirense, salvando o Tondela por ter Petit. No entanto, os beirões já não contam com o ex-jogador de Boavista e Benfica como treinador e têm apenas 10 pontos conquistados em 51 possíveis. Pede-se novo milagre, algo que achamos muito difícil Pepa conseguir. Os 2 lugares de descida devem ficar entregues a alguma dupla entre o conjunto Tondela, Nacional, Moreirense, Feirense e Estoril, sendo que a experiência de I Liga pode revelar-se fundamental para que o Nacional fuja destas contas;
- Continuando nas estatísticas, o Porto é a equipa que mais remata (17,8 remates p/ jogo contra 17,1 do Benfica, que é, portanto, mais eficaz), o Sporting é a equipa que em média tem maior percentagem de posse de bola (61,1%) e os reis do jogo aéreo em Portugal são Boavista e Porto;
- Bast Dost (13 golos) segue isolado como melhor marcador do campeonato, levando vantagem sobre André Silva (11) e Marega (10). De destacar o facto do ponta-de-lança holandês só ter chegado a Portugal na jornada 4, e também a prolongada lesão de Jonas, contribuindo para uma divisão de golos nos encarnados, melhor ataque em prova. Nas assistências, Gelson Martins lidera, com 8 passes para golo, superiorizando-se a Wilson Eduardo (7), Iuri Medeiros e Raphinha (os últimos dois com 5 assistências cada);
- No início da época previmos a descida de Feirense e Moreirense, salvando o Tondela por ter Petit. No entanto, os beirões já não contam com o ex-jogador de Boavista e Benfica como treinador e têm apenas 10 pontos conquistados em 51 possíveis. Pede-se novo milagre, algo que achamos muito difícil Pepa conseguir. Os 2 lugares de descida devem ficar entregues a alguma dupla entre o conjunto Tondela, Nacional, Moreirense, Feirense e Estoril, sendo que a experiência de I Liga pode revelar-se fundamental para que o Nacional fuja destas contas;
- Muito bom continuar a verificar-se a aposta na juventude. Os exemplos são, felizmente, inúmeros: Gelson Martins, André Silva, Diogo Jota, Gonçalo Guedes, Grimaldo, Óliver, Iuri Medeiros, Podence, Cervi, Zivkovic, Ricardo Horta, Francisco Geraldes, Victor García, Gil Dias, Krovinovic, Walter González são algumas das caras do futuro que já têm muitos minutos no presente;
- O que mudará o mercado de Inverno? Com o mês a caminhar para o fim começa a esgotar-se o tempo para mexidas, mas o Porto precisa de reforçar o ataque, o Sporting deveria vender alguns elementos que não têm nível para um grande, recuperar talentos seus e atacar cirurgicamente uma ou duas contratações-chave. Para o Benfica o principal objectivo será manter quem está, e veremos que impacto terá a política de transferências dos clubes do fim da tabela na sua segunda volta;
- O que mudará o mercado de Inverno? Com o mês a caminhar para o fim começa a esgotar-se o tempo para mexidas, mas o Porto precisa de reforçar o ataque, o Sporting deveria vender alguns elementos que não têm nível para um grande, recuperar talentos seus e atacar cirurgicamente uma ou duas contratações-chave. Para o Benfica o principal objectivo será manter quem está, e veremos que impacto terá a política de transferências dos clubes do fim da tabela na sua segunda volta;
- No nosso plantel abaixo apresentado, composto por 23 elementos, Gonçalo Guedes, Óliver, Pedro Santos, Paulinho, Coates e Raul Silva quase entraram nas contas. Quando comparado com o plantel edificado no final da primeira volta de 2015/ 16, só 4 jogadores (Marafona, Danilo Pereira, Adrien Silva e Diogo Jota) repetem a presença.
O melhor "plantel" da Liga NOS 2016/ 17 até agora |