Após termos deixado as nossas sugestões sobre os "3 grandes", emigramos para terras de Sua Majestade onde fazemos a nossa análise ao possível plantel dos 3 clubes que se apuraram para a Liga Europa.
Como sempre, a projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável ainda acontecer neste Verão e as contratações que sugeríamos rumo aos objectivos de cada equipa. Todos os plantéis destas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação mas construídos com o conhecimento que temos das equipas e tentando ir ao encontro dos perfis de jogadores que cada equipa precisa, respeitando de certo modo a polícia de contratação/ prospecção de cada emblema no processo de tomada de decisão.
É certo e sabido que a concorrência na Premier League é muita, porém, há um clube que não merece constar abaixo dos 4 primeiros derivado à sua história. Falamos do Liverpool. O clube da cidade dos Beatles é um histórico adormecido e este ano precisa novamente de se reerguer. O título perdido em 2013/14 e a saída de Suárez fizeram-se sentir nesta última época, pelo que o clube necessita de arrumar a casa, no primeiro ano pós-Gerrard. Já o Tottenham tem sido um clube com um elevado investimento em jogadores, mas tem contratado com muito pouco critério pelo que nos foi difícil prever como será o mercado do clube londrino. Ainda assim, espera-se um mercado bem agitado para os comandados de Pochettino. Por fim, iremos passar os olhos pelo clube sensação da última época: Southampton. Os Saints perderão certamente mais algumas pérolas da sua equipa, mas queremos crer que não sofrerá um ataque tão intenso dos tubarões neste defeso. O segredo para novo ano de sucesso passará pela manutenção de grande parte da equipa, colmatando algumas saídas importantes com aquisições também elas de peso.
Tottenham
- Guarda-Redes: Hugo Lloris, Michel Vorm, Luke McGee
- Defesas: Kieran Trippier (Burnley), Kyle Walker; Jan Vertonghen, Federico Fazio, Kevin Wimmer (Colónia), Eric Dier; Danny Rose, Ben Davies
- Médios: Ryan Mason, Nabil Bentaleb, Dele Alli, James McCarthy (Everton), João Moutinho (Mónaco), Christian Eriksen
- Extremos: Andros Townsend, Nacer Chadli, Erik Lamela, Yannick Bolasie (Crystal Palace)
- Avançados: Harry Kane, Andriy Yarmolenko (Dínamo Kiev), Saido Berahino (West Brom)
Começando pelo quinto
classificado da época transacta, os Spurs não são propriamente regrados no que
toca a contratações. Não há um perfil a ser seguido e essa poderá ser uma das
razões do não-sucesso da equipa londrina face ao elevado investimento que
faz. E esse factor dificultou-nos um pouco a vida no que toca à
previsão/ sugestão de jogadores para reforçar o grupo de Mauricio
Pochettino.
Na baliza não há necessidade
alguma de reforçar o que quer que seja. Lloris é um dos melhores guardiões da
actualidade e tem a titularidade facilmente assegurada. E se porventura
acontecer algum azar ao guardião francês, Michel Vorm dá a tranquilidade necessária
para que a ausência de Lloris não se faça notar. Para terceiro guardião, é
provável que fique o jovem Luke McGee.
No sector defensivo foram
asseguradas as contratações de Trippier ao Burnley e de Wimmer ao Colónia. Pelo
que não são necessárias mais alterações. Kyle Walker deverá manter a
titularidade, a não ser que o clube londrino aposte forte no lateral-direito ex-Burnley. Wimmer tem vindo a crescer no Colónia e
vem aumentar a concorrência no eixo defensivo onde já constam o ex-leão Eric
Dier, Vertonghen e Federico Fazio. Caso o alegado interesse em Alderweireld se materialize em algo mais, um destes centrais terá que sair. Do lado esquerdo também não há razões para
mexer já que tanto Rose como Ben Davies apresentam qualidades suficientes para
o sector mais recuado do corredor esquerdo.
Nós defendemos a ideia que o
Tottenham necessita de um jogador mais dinâmico no meio-campo que possa
transportar o jogo à já elevada qualidade ofensiva. Só Eriksen não chega e o
dinamarquês até se exibe melhor do lado esquerdo do ataque. Assim sendo,
sugerimos um investimento em João Moutinho. Um campeonato que assenta na
perfeição à qualidade de João Moutinho e que representaria uma automática
melhoria no futebol dos Spurs. Faltando algum músculo ao meio campo, sugerimos
James McCarthy que até tem sido ligado ao interesse do Tottenham nos últimos
dias e também porque está de saída do Everton. Bentaleb e Mason continuariam a
ser opções válidas no meio campo, mas nunca poderiam ser peças fulcrais no onze
se o clube quer almejar algo mais que a Liga Europa. Dele Alli também pode ficar
no plantel já que se destacou bastante ao serviço dos MK Dons na última época.
Por fim, Eriksen seria sempre a referência mais ofensiva do meio campo ou então
- como referimos anteriormente - jogaria do lado esquerdo do ataque onde
costuma render mais.
Chegando ao ataque é
imperial a chegada de um extremo de qualidade inegável. E como a nossa primeira
sugestão era o mais recente reforço do Sevilha Konoplyanka, aconselhamos a
compra de Yannick Bolasie para se juntar aos restantes Townsend, Chadli e Lamela.
Bolasie acrescentaria aquilo que nenhum destes tem em igual proporção - explosão, poder físico e
muita técnica. Por fim, há que juntar mais qualidade ao lote de avançados e o clube não criar uma dependência de Harry Kane como teve outrora de Bale. Na nossa opinião chegou o fim da linha para
Soldado e Adebayor e está na hora de renovar as restantes opções. Yarmolenko
seria uma boa opção para o ataque, dando características diferentes das de Kane, e sendo capaz de actuar tanto como segundo avançado como no flanco; e Berahino vinha renascer o avançado móvel que os Spurs costumavam ter sempre
no banco para agitar jogos mais fechados. Uma espécie de Jermain Defoe.
Liverpool
- Guarda-Redes: Simon Mignolet, Ádám Bogdán (Bolton), Brad Jones
- Defesas: Nathaniel Clyne (Southampton), Joe Gomez (Charlton); Dejan Lovren, Martin Skrtel, Mamadou Sakho, Kolo Touré; Alberto Moreno, Jon Flanagan
- Médios: Jordan Henderson, Joe Allen, Emre Can, Jordan Rossiter, James Milner (Manchester City), Coutinho
- Extremos: Jordon Ibe, Adam Lallana, Harry Wilson, Roberto Firmino (Hoffenheim)
- Avançados: Daniel Sturridge, Christian Benteke (Aston Villa), Danny Ings (Burnley), Divock Origi
Chegando à cidade dos
Beatles, o Liverpool necessita de limpar a casa e reforçar a equipa (mesmo
tendo em conta que gastou milhões e milhões em reforços na época passada). Um
ano péssimo para o Liverpool que se ressentiu da perda do título em 2013/14 e que
agora começa uma nova era já sem o eterno capitão Steven Gerrard.
Para a baliza a mais recente
contratação foi a do húngaro Ádám Bogdán. O guardião ex-Bolton esteve em grande
na Championship e foi a salvação do seu clube na grande maioria dos jogos
evitando assim um cenário ainda mais catastrófico para o Bolton. A completar,
Mignolet continuará a ser o titular, e Brad Jones fica assim relegado para 3ª
opção.
A defesa necessitava de uma
limpeza. E apesar de Kolo Touré ter continuado de vermelho, Glen Johnson lá
arredou pé de Anfield Road. Com Manquillo a voltar ao clube de origem, os reds reforçaram-se com o
melhor lateral direito da EPL - Nathaniel Clyne - e com a jovem promessa Joe
Gomez (capaz de jogar a central e lateral). Lovren e Skrtel devem continuar a ser a dupla de centrais e na esquerda
Flanagan poderá ser a opção a seguir a Moreno. Caso a lesão de Flanagan seja para durar, só aí fará sentido atacar o mercado e encontrar uma alternativa económica (o campeão europeu de sub-21, Augustinsson, já foi associado aos reds).
Perdendo a referência Steven
Gerrard, o Liverpool tem em Henderson o novo comandante do meio-campo - de
resto, como já tem vindo a mostrar essa sua apetência. Joe Allen e Rossiter
poderão ser as segundas opções (e bastante válidas), enquanto que Can deverá
deixar definitivamente a posição de lateral direito e surgir onde rende melhor
- no centro do terreno. Por fim, tanto a nova contratação James Milner como
Coutinho podem ser opções para o meio campo, como também têm qualidade para
jogar nas alas, tornando o Liverpool de Rodgers uma equipa flexível em termos tácticos.
E pelo indicador que
acabámos de dar, não é necessária a contratação de mais ninguém para o leque de médios e extremos, mesmo que Lazar Markovic saia do plantel (o que é bastante provável).
Assim sendo, Ibe e Lallana continuarão a ser duas das referências atacantes do
clube sendo que agora terão a companhia de Roberto Firmino que foi recentemente
contratado ao Hoffenheim por um preço exorbitante atendendo ao que o jogador mostrou
até agora. O craque brasileiro foi uma das contratações mais caras de um mercado super-inflaccionado mas promete fazer a diferença em Anfield. Sturridge provavelmente perderá o início do campeonato face à sua
lesão pelo que o Liverpool necessitará de se reforçar com um avançado que dê
garantias. Sendo que a sensação do Burnley e promessa britânica Danny Ings já
assinou, mas não tem o poder para ser a referência ofensiva dos reds, sugerimos a compra de
Benteke. Tinha meio mundo atrás de si, mas de repente deixou de ter
interessados... Um avançado de classe mundial que dá garantias na ausência de
Sturridge (coisa que faltou neste último ano). E não é com Balotelli que o Liverpool chega ao Top-4...
Southampton
- Guarda-Redes: Fraser Forster, Maarten Stekelenburg (Fulham), Paulo Gazzaniga
- Defesas: Cédric Soares (Sporting), Jason McCarthy; José Fonte, Toby Alderweireld (Atlético Madrid), Maya Yoshida, Florin Gardoș; Ryan Bertrand, Matt Targett
- Médios: Victor Wanyama, Steven Davis, James Ward-Prowse, Harrison Reed, Jordy Clasie (Feyenoord), Yohan Cabaye (PSG)
- Extremos: Jay Rodriguez, Dušan Tadić, Eljero Elia (Werder Bremen), Sadio Mané
- Avançados: Shane Long, Graziano Pellè, Charlie Austin (QPR)
A equipa de Ronald Koeman
foi a sensação - mais uma vez - da última época. Conseguiu garantir a Liga Europa
(porque o Aston Villa perdeu a final da Taça de Inglaterra frente ao Arsenal)
mesmo depois de ter sido atacado pelos "tubarões" que haviam levado
quase todas as suas pérolas. Este ano é inevitável que aconteça o mesmo, mas um
ataque não tão violento. É provável que - para além de Clyne - percam aquela
que é talvez a pérola mais preciosa actualmente: Morgan Schneiderlin. O
francês tem sido fortemente associado a um interesse do Manchester United e a
vontade do jogador também é a de dar o devido salto, que é mais que merecido.
Com Fraser Forster ainda em
dúvida para o início do campeonato, os Saints precaveram-se com a contratação
de Maarten Stekelenburg ao Fulham. Um dos grandes contras da época transacta
foi a falta de qualidade na baliza após a lesão de Forster. Nem Gazzaniga, nem
Kelvin Davis tinham a qualidade necessária para este nível de competição.
No sector mais recuado, para
além da aquisição do ex-leão Cédric Soares que vem colmatar a saída de
Nathaniel Clyne, os dirigentes do clube deveriam assegurar a manutenção de Toby
Alderweireld já que o belga foi uma das peças-chave deste Southampton. De
resto, mais nenhum investimento deve ser feito já que Fonte, Yoshida, Gardos,
Bertand e os jovens McCarthy e Targett dão conta do serviço.
Já no centro do terreno é onde
deve ser feito o maior investimento, dando uso aos milhões provenientes dos
clubes grandes das brutais receitas anuais da Premier. Com Cabaye a querer sair do PSG e a sonhar novamente com um
regresso à Premier League, achamos que o francês era o substituto perfeito do
seu compatriota Morgan Schneiderlin e vinha dar mais força ao futebol dos
Saints. Ajudando a promover a ligação defesa-ataque, Jordy Clasie era uma solução que
faria todo o sentido. Um jogador que só aumentaria a qualidade do futebol de
Koeman e que o próprio conhece muito bem. Dessa forma, Wanyama daria suporte a
Cabaye enquanto que Davis, Ward-Prowse, Reed e Clasie iriam rodar entre si
como de resto Koeman fez na última época.
Para o ataque sugerimos uma
manutenção e uma contratação. Eljero Elia veio acrescentar outra dinâmica ao
ataque e por isso mesmo achamos que é uma mais-valia nos comandados de Ronald
Koeman. Assim sendo, era imperial que o clube assegurasse a sua manutenção quer
via empréstimo, quer por compra definitiva, estando já identificado com a cultura do clube, com o que o treinador quer de si e com os seus colegas de equipa. A contratação que falamos é a de
Charlie Austin. Perdido na Championship face à descida do QPR, Austin tem que
transitar para a EPL de alguma forma. Apesar de acharmos que será um alvo
provável dos milhões do Crystal Palace, Newcastle ou de uma equipa de menor valia (Leicester, WBA ou Aston Villa), acreditamos que faria todo o sentido
integrar o clube de Ralph Krueger. O matador-nato que traria certamente uma
concorrência saudável para Graziano Pellè (que claramente necessita de alguém
que ameace o seu lugar para ser mais constante nas suas exibições). Para além
de Tadić, Mané e Long serem outras três
peças fundamentais, é em Jay Rodriguez que depositamos as nossas esperanças
para a nova época. Depois de ter passado uma época praticamente inteira
lesionado, está na hora do craque se reerguer e voltar a mostrar o valor que
tem. Será certamente um dos melhores reforços para os Saints de Ronald Koeman. Imaginem um ataque com Rodriguez e Mané nos flancos.. Promete!