Denominador comum aos dois filmes de hoje: Joseph Gordon-Levitt. Um dos actores da moda em Hollywood continua a ser convidado e saber escolher os filmes certos. Desde 500 Days of Summer, já o vimos em Hesher, Inception, 50/50 e agora no final (?) duma das sagas mais badaladas dos últimos anos e num inovador filme de ficção científica, que podia muito bem ser nomeado a Melhor Argumento Original nos próximos Óscares, mas que não será. Joseph Gordon-Levitt construiu uma reputação tão sólida que já conseguiu em 2013 ter um filme realizado e produzido por si em que é co-protagonista com... Scarlett Johansson. É um tipo esperto o Josefo Gordo-Levita.
Looper
Looper
Realizador: Rian Johnson
Argumento: Rian Johnson
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis, Emily Blunt, Jeff Daniels, Piper Perabo, Pierce Gagnon
Classificação IMDb: 8.1
Ponto prévio: A cara do Joseph Gordon-Levitt está estranha sim, o que lhe fizeram aos olhos deve-se apenas e só a ficar parecido com o Bruce Willis. Ficou parecido? Talvez. Ficou estranho? Sim. "Looper - Reflexo Assassino", como é designado em Portugal, parte duma ideia inovadora e ainda nunca antes explorada no cinema. A acção passa-se em 2044, nuns EUA degradados social e economicamente, e nos quais 10% da população possui poderes telecinésicos. Num futuro ainda mais longínquo (30 anos depois) são inventadas as viagens no tempo, que são automaticamente proibidas mas praticadas pela Máfia para se livrarem de determinados alvos e porque no futuro é impossível livrarmo-nos de corpos. A Máfia serve-se então de Loopers - assassinos contratados para matar quem lhes é enviado do futuro sob a condição de nunca falharem. A vida corre bem a Joe (Joseph Gordon-Levitt) até ao dia em que do futuro é-lhe enviado um alvo diferente para ele matar - ele próprio. Old Joe (Bruce Willis) vem do futuro com o intuito de vingar a morte da sua mulher, pretendendo matar Rainmaker, uma personagem que ninguém sabe bem quem é mas que foi o responsável pela morte da mulher de Joe. Old Joe sabe que Rainmaker só pode ser 1 de 3 crianças (que no futuro cresceriam e se tornariam o tal Rainmaker). Joe (sempre na quinta de Sara e do seu filho Cid, uma das 3 crianças procuradas por Old Joe) e Old Joe vão construindo o presente, o passado dum e o futuro do outro, à medida que Joe se vai apercebendo dos poderes de Cid. No final uma decisão do presente Joe muda o futuro, por se rever em Cid e imaginar como todos os passos decorreriam se não tomasse uma decisão capital. O filme deixa algumas pontas soltas/ respostas por dar, mas que partem de alguns pressupostos que tornam toda a história interessante, progressivamente cativante e que nos cabem a cada um de nós imaginar como tudo aconteceria no futuro por escrever. Grande filme e grande argumento de Rian Johnson, um dos melhores de 2012, com bons efeitos especiais, uma história muito bem pensada e que materializa bem uma ideia inovadora, ao contrário de por exemplo "In Time" no ano passado. Considerado por muitos a melhor viagem do tempo desde "12 Monkeys" (também com Bruce Willis) e um dos melhores filmes do ano, como li nalgum lado Looper sofre (positivamente) do fenómeno Feiticeiro do Oz: tem cérebro, tem coragem e tem um coração (porque é um filme de ficção científico em que a família tem um peso significativo). Para quem gosta de pensar e raciocinar quando está no cinema e não esperar que lhe encham a cabeça com um filme fácil de mastigar, vale a pena ir ver.
Realizador: Christopher Nolan
Argumento: Christopher Nolan, Jonathan Nolan, David S. Goyer
Elenco: Christian Bale, Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt, Gary Oldman, Marion Cotillard, Anne Hathaway, Morgan Freeman, Michael Caine
Classificação IMDb: 8.8
E assim acabou a saga Batman, nas mãos de C. Nolan. Ou então não... Mas já lá iremos. Um dos filmes mais esperados de 2012 não desiludiu em nada, pelo menos a mim. Resumidamente, passaram-se 8 anos em Gotham City desde "The Dark Knight", a Lei Anti-Crime de Harvey Dent parece ter trazido a paz a Gotham, e o Batman está aposentado, sucumbido. É neste cenário em tudo pacífico que as águas se começam a agitar quando o terrorista Bane (Tom Hardy) desenvolve o sub-mundo do crime, com a missão de vingar a Liga das Sombras. A voz de Bane poderia estar diferente, Cristovão, é só um reparo. A crescente apoteose em Gotham faz Batman ir buscar o seu fatinho ao guarda-roupa. No entanto, o problema é muito mais profundo e envolve o legado de Ra's Al Ghul, personificado numa personagem improvável mas que torna o desfecho do filme melhor. O filme introduz Catwoman (ou Selina Kyle, interpretada por Anne Hathaway), volta a dar relevância ao forte trio Goldman-Freeman-Caine, sendo que a personagem mais interessante do filme, pela evolução da sua importância ao longo do filme e pelo fim acaba por ser Blake (Joseph Gordon-Levitt). A meu ver é o 2º melhor filme da triologia Batman de Christopher Nolan, apenas suplantado pela imortalização que Heath Ledger deu a "The Dark Knight Rises". É mais um grande filme de Nolan, com um argumento bem construído, conduzindo da melhor forma a narrativa no que diz respeito à prisão subterrânea e ao herdeiro de Ra's Al Ghul. Pelas analepses relativas a "Batman Begins" e "The Dark Knight Rises" o filme sustenta-se como uma triologia bem montada e que parte sempre da ideia de Nolan para o "seu" Batman - o Batman é um símbolo e ele pode ser qualquer um. Se irá haver ou não continuação (tendo Nolan já dito que este era o seu último Batman) não sabemos. O génio do realizador permite, pelo desfecho, que se aceite que o filme acabe como acabou, ou que venha daqui a dois/ três anos um 4º filme. Mas para isso, seria preciso pelo menos Nolan como produtor, a manutenção de Gary Oldman, Freeman, Caine, enquanto que "Robin" Blake emergeria. O nome "The Dark Knight Rises" é também um ponto de partida para a questão se há continuidade ou não, porque se o filme é o ressurgir e erguer de Batman (Christian Bale), pode também ser entendido como o erguer de uma sucessão. Em todo o caso, C. Nolan conseguiu com esta triologia afirmar os fillmes Batman como a melhor saga de um super-herói da Marvel.
MP
E assim acabou a saga Batman, nas mãos de C. Nolan. Ou então não... Mas já lá iremos. Um dos filmes mais esperados de 2012 não desiludiu em nada, pelo menos a mim. Resumidamente, passaram-se 8 anos em Gotham City desde "The Dark Knight", a Lei Anti-Crime de Harvey Dent parece ter trazido a paz a Gotham, e o Batman está aposentado, sucumbido. É neste cenário em tudo pacífico que as águas se começam a agitar quando o terrorista Bane (Tom Hardy) desenvolve o sub-mundo do crime, com a missão de vingar a Liga das Sombras. A voz de Bane poderia estar diferente, Cristovão, é só um reparo. A crescente apoteose em Gotham faz Batman ir buscar o seu fatinho ao guarda-roupa. No entanto, o problema é muito mais profundo e envolve o legado de Ra's Al Ghul, personificado numa personagem improvável mas que torna o desfecho do filme melhor. O filme introduz Catwoman (ou Selina Kyle, interpretada por Anne Hathaway), volta a dar relevância ao forte trio Goldman-Freeman-Caine, sendo que a personagem mais interessante do filme, pela evolução da sua importância ao longo do filme e pelo fim acaba por ser Blake (Joseph Gordon-Levitt). A meu ver é o 2º melhor filme da triologia Batman de Christopher Nolan, apenas suplantado pela imortalização que Heath Ledger deu a "The Dark Knight Rises". É mais um grande filme de Nolan, com um argumento bem construído, conduzindo da melhor forma a narrativa no que diz respeito à prisão subterrânea e ao herdeiro de Ra's Al Ghul. Pelas analepses relativas a "Batman Begins" e "The Dark Knight Rises" o filme sustenta-se como uma triologia bem montada e que parte sempre da ideia de Nolan para o "seu" Batman - o Batman é um símbolo e ele pode ser qualquer um. Se irá haver ou não continuação (tendo Nolan já dito que este era o seu último Batman) não sabemos. O génio do realizador permite, pelo desfecho, que se aceite que o filme acabe como acabou, ou que venha daqui a dois/ três anos um 4º filme. Mas para isso, seria preciso pelo menos Nolan como produtor, a manutenção de Gary Oldman, Freeman, Caine, enquanto que "Robin" Blake emergeria. O nome "The Dark Knight Rises" é também um ponto de partida para a questão se há continuidade ou não, porque se o filme é o ressurgir e erguer de Batman (Christian Bale), pode também ser entendido como o erguer de uma sucessão. Em todo o caso, C. Nolan conseguiu com esta triologia afirmar os fillmes Batman como a melhor saga de um super-herói da Marvel.
MP