Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

30 de abril de 2011

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 4 )

Último dia de Abril, mas o Top não acaba aqui. Esperamos mais uma vez agradar com as nossas sugestões.





1. Temple of the Dog - Hunger Strike
2. Pixies - Where Is My Mind
3. Bon Jovi - Livin' On A Prayer 
4. Pink Floyd - Wish You Were Here 
5. Band Of Horses - The Funeral 
6. Plus 44 - 155 (Acoustic) 
7. Fuel - Leave The Memories Alone 
8. Depeche Mode - Precious 
9. Xutos & Pontapés - O Falcão 
10. Incubus - Drive 
11. Saliva - Rest in Pieces 
12. Ornatos Violeta - Chaga
13. Calvin Harris - I'm Not Alone 
14. Led Zeppelin - Babe I'm Gonna Leave You 
15. John Legend - Ordinary People
16. Biffy Clyro - Mountains
17. Swedish House Mafia - Save The World
18. Urban Ego - Mrs. Brainshaker
19. Bullet For My Valentine - Tears Don't Fall (Acoustic)
20. Alborosie - Diversity                        
Want some more? Wednesday will be the day.

28 de abril de 2011

Garganta Cinéfila

Seven Pounds (2008)


Realizador: Gabriele Muccino
Elenco: Will Smith, Rosario Dawnson e Woody Harrelson
Classificação IMDb: 7.6

    Seven Pounds (Sete Vidas) é um Drama centralizado em Tim Thomas (Will Smith). Tim é um mero agente de IRS que se encontra numa profunda depressão. Guarda um segredo que lhe causa um peso enorme na consciência.
    Ben Thomas, Holly Apelgren, Connie Tepos, George Ristuccia, Nicholas Adams, Ezra Turner e Emily Posa. Esta lista de nomes representa 7 pessoas que têm algo em comum: todas elas chegaram a um ponto da vida em que precisam de ajuda, seja ela relacionada com a saúde, bem-estar ou até mesmo de finanças. Tim escolheu cada uma destas pessoas muito cuidadosamente para ter a certeza que ajudaria quem realmente merecesse.
    Porém, o inesperado acontece. Quando Tim já não pensava que fosse possível que alguém lhe conseguisse mexer de forma sentimental, eis que surge Emily Posa na sua vida. Emily sofre de problemas cardíacos e transforma por completo o modo como Tim vê o mundo.
    Eu não sou grande fã de dramas, mas tenho que admitir que este filme conseguiu convencer-me por completo. Um excelente trabalho de Grant Nieport que escreveu esta belíssima história. Muito possivelmente também mudará um pouco a sua forma de ver o mundo e/ou de encarar a vida. Esta é a opinião de muitos que viram o filme (como poderá pesquisar por toda a internet) e não apenas um juízo da minha parte. Destaco (novamente) o papel do actor principal - Will Smith. TM

Citações do filme:
“In seven days, God created the world. And in seven seconds, I shattered mine.”

Trailer Aqui

Good Will Hunting (1997)


Realizador: Gus Van Sant
Elenco: Matt Damon, Robin Williams, Ben Affleck, Casey Affleck
Classificação IMDb: 8.1

    Good Will Hunting (O Bom Rebelde) conta a história dum jovem orfão, Will Hunting, interpretado por Matt Damon, que trabalha como empregado de limpeza no MIT (Massachusetts Institute of Technology) apesar das suas extraordinárias capacidades matemáticas, que fazem dele um génio. Os problemas que Will Hunting arranja nas ruas, levam-no, por determinação legal, a ter que fazer terapia e a ter aulas de matemática com um professor que conseguira a sua libertação da prisão. Nenhum psicólogo consegue “agarrar” Will Hunting, até que Sean Maguire (Robin Williams) finalmente o consegue. O filme, com um argumento escrito por Matt Damon e Ben Affleck, faz-nos perceber que precisamos sempre de alguém ao nosso lado com quem possamos contar. Retrata a forma como devemos procurar compreender quem somos, aquilo que nos sentimos bem a fazer e não o que os outros querem para nós, encontrando o verdadeiro rumo para a nossa vida. Good Will Hunting foi premiado com 2 Óscares da Academia: Melhor Actor Secundário (Robin Williams) e Melhor Argumento Original. MP
   
Citações do filme:
“So if I asked you about art, you’d probably give me the skinny on every art book ever written. Michelangelo, you know a lot about him. Life’s work, political aspirations, him and the pope, sexual orientations, the whole works, right? But I’ll bet you can’t tell me what it smells like in the Sistine Chapel. You’ve never actually stood there and looked up at that beautiful ceiling; seen that. If I ask you about women, you’d probably give me a syllabus about your personal favorites. You may have even been laid a few times. But you can’t tell me what it feels like to wake up next to a woman and feel truly happy. You’re a tough kid. And I’d ask you about war, you’d probably throw Shakespeare at me, right, “once more unto the breach dear friends.” But you’ve never been near one. You’ve never held your best friend’s head in your lap, watch him gasp his last breath looking to you for help. I’d ask you about love, you’d probably quote me a sonnet. But you’ve never looked at a woman and been totally vulnerable. Known someone that could level you with her eyes, feeling like God put an angel on earth just for you. Who could rescue you from the depths of hell. And you wouldn’t know what it’s like to be her angel, to have that love for her, be there forever, through anything, through cancer. And you wouldn’t know about sleeping sitting up in the hospital room for two months, holding her hand, because the doctors could see in your eyes, that the terms “visiting hours” don’t apply to you. You don’t know about real loss, ’cause it only occurs when you’ve loved something more than you love yourself. And I doubt you’ve ever dared to love anybody that much.”
Sean Maguire (Robin Williams)


Trailer Aqui


27 de abril de 2011

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 3 )

Semana sem segunda-feira = Boa semana.
E hoje é dia de Real Madrid-Barcelona. Com o Mourinho a música é sempre a mesma.
Connosco... A música é outra.




1. Jeff Buckley - Hallelujah
2. Muse - Feeling Good
3. Avenged Sevenfold - Gunslinger
4. Rise Against - Swing Life Away
5. Alter Bridge - Broken Wings
6. Good Charlotte - Emotionless
7. Course Of Nature - Caught In The Sun
8. Foo Fighters - The Best Of You
9. Breaking Benjamin - Forget It
10. Scorpions - Still Loving You
11. Lostprophets - Last Train Home
12. Linkin Park - Pushing Me Away (Piano Acoustic)
13. Di-Rect - Inside My Head
14. Def Leppard - All I Want Is Everything
15. Da Weasel - Casa
16. Ryan Bingham - The Weary Kind
17. The Strokes - Under Cover Of Darkness
18. Matisyahu - King Without A Crown
19. Fonzie - Shout It Out (Extended Version)
20. Blue Foundation - Eyes On Fire                        
Stay tuned. Saturday there will be more.

26 de abril de 2011

Do Céu ao Inferno (17 a 24 de Abril)

Nesta semana damos destaque aos 3 judocas medalhados em Istambul. Telma Monteiro e Joana Ramos obtiveram a prata na categoria de -57 kg e -52 kg, respectivamente. Por sua vez, João Pina revalidou o título de campeão europeu na categoria de -73 kg ao derrotar na final o russo Murat Kodzokov em três minutos. Um dos grandes motivos de atenção por parte de toda a imprensa foi a final da Taça do Rei entre Barcelona e Real Madrid, onde o português José Mourinho levou a melhor sobre o técnico Josep Guardiola. Um triunfo que retirou alguma pressão sobre a equipa. Por cá, André Villas Boas deu um valente "banho táctico" a Jorge Jesus que apenas quis defender a vantagem de 2-0 da primeira mão no Dragão. A equipa azul e branca acabou o encontro a vencer por 3-1 em pleno Estádio da Luz, apesar da arbitragem vergonhosa de Carlos Xistra. E porque nem tudo é desporto, destacamos Marcelo Rebelo de Sousa que esteve muito bem no Jornal Nacional de 24 de Abril ao dar uma "aula de História" sobre o 25 de Abril e o Portugal pós-revolução e ainda na análise ao quotidiano nacional (crise e pré-campanha eleitoral). Que o professor é muito inteligente, todos sabemos. Mas é sempre bom relembrar que temos grandes personalidades neste país abatido.
Pelo lado negativo temos os eleitores portugueses que à medida que nos aproximamos das Eleições Legislativas dão cada vez mais votos ao PS. Um governo de José Sócrates tão criticado nos últimos tempos mas que teima em ficar por causa dos portugueses. Talvez masoquismo seja a palavra certa. Protesta-se mas continua-se com o mesmo PM. Uma atitude que esperamos que se altere até às eleições, senão, mais do mesmo virá. Está na hora de uma mudança. Outro destaque negativo são os NoNameBoys, claque do Benfica. Ao que parece, depois do clube da Luz ter vencido a Taça da Liga, fizeram uma espera ao autocarro para vaiar a equipa onde os ânimos se exaltaram entre jogadores e adeptos. Em vez de apoiarem a equipa e de lhes levantarem a moral na véspera de um jogo importantíssimo contra o Braga, fazem pior. Pelos vistos estes adeptos não querem vencer ou até mesmo chegar à final da Liga Europa. Refiro que o SL Benfica não está presente numa meia final europeia há 17 anos. Repito: 17 anos! Chega de estragar a moral à equipa. Chega de dar "pontapés" numa altura em que o clube precisa urgentemente de se levantar da poeira. Todos os benfiquistas devem ir ao estádio empurrar a equipa para a final. Uma das frases destes adeptos foi: "Vocês são uma vergonha". Eu acho que esta frase deveria ser dita por jogadores do Benfica e não o contrário porque, pelo menos eu, tenho vergonha destes que se dizem adeptos do Benfica. Felizmente, são uma minoria.

25 de abril de 2011

" O Tuga"

Hoje vou falar-vos duma espécie: Homo Sapiens Portuguesus. Nasci no país de Camões e D. Afonso Henriques, e orgulho-me da minha bandeira, do meu hino, do meu Benfica e de tanta gente que Portugal forma. Quem me inspira, quem admiro, quem respeito e sem quem não vivo. No entanto, há uma grande maioria de portugueses que pensa e age exactamente da mesma forma. Hoje faço-vos a caracterização psico-social dum português normal – o tuga.
Fonte: Henricartoon - SAPO
                O tuga é invejoso. Se eu não tenho, o outro também não pode ter. Este facto leva a tudo menos à evolução. O tuga é cusco. A sua vida não lhe basta, tem que conhecer tudo da vida dos outros. Porque é bom criticar aquilo que não conhecemos bem, e fazer juízos de valor sem grande fundamento e conhecimento. Pelo menos, é assim que pensa o tuga. O tuga não gosta de trabalhar. Mas gosta de receber. Gosta de estar no emprego a falar, e gosta de atirar o trabalho para o outro e de fazer tudo à última da hora. O tuga não é, geralmente, disciplinado e, como tal, não gosta de obedecer. O tuga é comodista, não gosta de mudanças. Não é ambicioso nem aventureiro. Prefere estar mal, do que mudar para algo que não sabe no que resultará. O tuga adora confusão. Se há muita gente aglomerada, o tuga não consegue aguentar-se e tem que ir ver o que se passa. O tuga gosta de desgraças. Se há um acidente, todos os tugas param para ver como está o estado do veículo, os tripulantes e sobretudo para tentar adivinhar como se deu o acidente. O tuga é muito influenciável. Não costuma ter uma posição definida e acredita em tudo o que lhe dizem. Muitas vezes não tem opinião porque não procura ter. No entanto discute sem razão. Rafael Bordalo Pinheiro, criador do “Zé Povinho” definiu-o da seguinte forma: “O Zé Povinho olha para um lado e para o outro… e fica como sempre… na mesma”. O tuga é um contador nato de histórias. Conta o que viveu e não viveu, e acrescenta sempre algo, apimentando a versão original. O tuga é um vidente permanente e supostamente muito consciente de tudo. Quando algo acontece, o tuga relembra que já tinha avisado que já imaginava que aquilo fosse acontecer. Obviamente não tinha nunca feito tal aviso. O tuga não é um grande economista. Prefere endividar-se desde que consiga ter coisas boas. No entanto, o tuga adora o que é grátis ou que está em promoção. Mas sobretudo o grátis. Quando é de borla, o tuga tem que ter. Mesmo que seja algo perfeitamente inútil ou supérfluo.
O tuga não vota porque os políticos são todos iguais. O tuga é um fora-de-lei que se julga um herói que não paga os impostos. O tuga acha que sabe tudo, mas não sabe nada, e como tal nunca lê qualquer manual de instruções, porque tudo é intuitivo. O tuga conhece muito bem a Europa, mas associa uma coisa a cada país: os espanhóis não gostam de nós e têm bom chouriço, a França é onde vivem os nossos emigrantes, a Ucrânia é o país dos trabalhadores da construção civil, a Rússia donde vem a vodka, a Suécia onde há loiras boas, a Noruega donde vem o bacalhau, a Grécia um país pobre como nós mas que merece a pobreza porque nos roubou o Euro 2004, na Holanda há droga e nas ilhas britânicas bebe-se cerveja.
                O tuga é um chico-esperto e todos os tugas adoram a esperteza. Quem rouba e não é apanhado, é um herói para os tugas. O tuga gosta de passar à frente na filas para os autocarros, e quando o Metro chega não compreende que as pessoas têm primeiro que sair para que os outros possam depois entrar.
                “Portugal é um país de heróis e vilões. Cada um de nós vê-se a si próprio como um herói. Quando olhamos para o outro, classificamo-lo como herói ou vilão. Gostamos sempre de ver cair os heróis. Elegemo-los e gostamos de os ver cair. Somos um país de homens cinzentos e quando esse cinzento é beliscado por um toque de cor mais viva, todo aquele cinzento se agita e a tentação em vez de se tentarem tornar todos naquela cor viva, é absorver aquela cor para que se transforme em cinzento também.” – Carlos Cruz (seja ou não pedófilo, esteve muito bem nesta definição)
MP

Perigo nas Férias


    Hoje vou falar sobre as férias. Quais? Todas. Não discrimino nenhumas porque todas elas são extremamente boas e até mesmo agradáveis.

    Como toda a gente sabe, sempre que há férias, existem operações da GNR (ex.: Operação Páscoa, Operação de Natal, etc). Isto porquê? Porque morrem muitas pessoas devido a acidentes de viação nestas épocas. Não percebo porquê… Devem pedir ao chefe uns diazitos no Natal para conduzir extremamente rápido, espatifar o carro todo, matar pessoas e quiçá falecer. Uns ficam em casa a jogar Scrabble e ao peixinho, outros decidem matar pessoas e/ou falecer. Normalíssimo. Não só tiram uns dias para falecer como querem falecer rápido… Ir devagar com o carro para um penhasco é para meninos. Fixe é ir rápido. Para partir tudo como nos jogos de vídeo.

    Agora vou falar especificamente das Férias de Verão. Nas férias de Verão há uma raça que trabalha como ninguém. De norte a sul, sempre no activo. São eles… os incendiários. Diz o povo que a maioria são bombeiros ou donos de uma empresa de aviões para combater fogos. Mas o que leva o incendiário a trabalhar só no Verão? Poderá ser porque está muito calor e as matas não estão limpas… para não dar “cana”. Assim, se ninguém descobrir, a culpa vai para o calor imenso e para os responsáveis de limpar as matas. Porém, existem os incendiários por descuido. Aqueles que vão com a família para a mata e no meio de tanta alegria, fazem uma fogueira para assar chouriças. Quando acabam de fazer as suas actividades no mato, esquecem-se de apagar a fogueira e lá se vão os pinheiros.

    O que também existe (no Verão e não só) são mortes por afogamento. Normalmente, quem falece nos afogamentos são os chamados “pintas”. O mar não está muito propício para mergulhos, mas eles vão de peito cheio ignorando avisos de família/amigos/nadador salvador. O “pintas” engole um ou dois pirolitos, atrapalha-se, pede ajuda, mas é tarde demais. Por vezes morrem inocentes por causa de “pintas” ou crianças que não foram vigiadas pelos pais. Simplesmente porque alguém não conseguiu ficar parado a ver o sofrimento da pessoa em questão e tentou ajudar.

    O português é muito inconsciente. Tudo acontece aos outros. Aos próprios, nada acontece. Quando se entra em férias há que ter cuidados porque o pior pode acontecer. Não se trata de ser pessimista mas trata-se sim de ter cuidado. Quanto aos incendiários, só peço que raciocinem. Pensem. Não faz mal nenhum. Estão a ganhar dinheiro a destruir habitações e hectares e a tirar vidas. O dinheiro não vale esse peso na consciência, certo? TM

Otelo, Sócrates, Portugal e os Portugueses


Fonte: Henricartoon - SAPO
           Em mais um momento de esquizofrenia política, 37 anos após o 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho veio a público dizer que se arrependera de ter feito a revolução dos cravos e que se pudesse voltar atrás deixaria tudo como estava. Muitos camaradas hão-de ter ficado chocados, e não sei se foi por ter ouvido Marcelo Rebelo de Sousa na TVI dizer que o que Otelo tinha dito não fazia sentido e que o 25 de Abril fez bem ao país, Otelo (talvez por ter acordado bem disposto ou com uma certa nostalgia saudosista da Revolução) veio dizer que estava orgulhoso do seu papel e que “O 25 de Abril foi o mais notável acontecimento mais da história contemporânea. Sou do 25 de Abril um orgulhoso protagonista. Não há em mim o mínimo arrependimento”. Quando questionado sobre o porquê de ter dito antes que estava arrependido de ter em muito ajudado à revolução, disse “Foi num contexto qualquer, que não me recordo já qual foi. Dei tantas entrevistas que não me posso recordar”. Mais um português, que ou está um pouco senil ou não tem grande palavra.
            Sócrates teve também uma atitude louvável (ou não). Num exercício de matemática simples pensou: Portugal está mal de… dinheiro. Quem tratou no meu mandato de dinheiro foi… o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Então, vamos fazer do Teixeira o bode expiatório e exclui-lo das listas para o próximo Governo. Porquê? Talvez não só por esse exercício simples, como pelo facto de Teixeira ter reconhecido que Portugal precisava de ajuda externa quando Sócrates ainda o negava. Sócrates atira assim um pirata para fora do navio. Já se percebeu que Sócrates só se interessa por ficar ao leme do navio, mesmo que navegue sozinho.
            Já o ex-presidente da República Mário Soares decidiu elogiar Passos Coelho, provavelmente para o ir conquistando numa eventual hipótese de negociação para um governo central. Defendeu Soares que Passos é um homem flexível, deixando presente sem o referir (ao não o elogiar) uma suposta crítica a Sócrates, que tem pautado nos últimos anos pela sua arrogância.
            As últimas sondagens dão empate técnico entre PS e PSD, o que mostra como infelizmente funciona bem a máquina de campanha do PS. Já Passos, percebendo que nas classes média e baixa não reúne consensos, decidiu invadir as revistas cor-de-rosa mostrando um lado mais pessoal, confessando gostar de cantar e ser bom a fazer farófias, papos de anjo e queijadas. Se isto garante votos, julgo que não. Eu pelo menos não gosto de farófias, até aprecio queijadas e nem sei o que são papos de anjo.
            Os portugueses revelam ser seres estranhos. Na mesma sondagem que dá 36% de intenções de voto ao PS e 35% ao PSD, 86% dos portugueses culpa Sócrates e Cavaco pela actual crise política, sendo mesmo Sócrates apontado por 65% como o principal responsável. É algo do género “Sim, aquele Sócrates é uma vergonha. Pôs-nos na situação em que estamos hoje o patife. Ah, mas eu vou votar nele”. Uma coisa é certa, os portugueses preferem que lhes mintam do que lhes digam a verdade. Preferem que lhes digam que está tudo bem, não estando, do que lhes contem a situação (má) real do país. Devemos encarar algo: Portugal é um país de esquerda. Às vezes, se calhar, calhava bem uma mudança de flanco. MP

PS: Só hoje reparei que o jurado do programa “Portugal tem Talento”, Ricardo Pais, desempenhou o papel de Marcelo Caetano no filme “Capitães de Abril”. É, somente, cómico. Mas realmente são um pouco iguais.

23 de abril de 2011

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 2 )

Hoje é sábado, para os mais desatentos. E sábado é sinónimo de top 20.



1. Oasis - The Masterplan
2. The Smashing Pumpkins - Disarm
3. Eddie Vedder - Society
4. Radiohead - Fake Plastic Trees
5. Hinder - Better Than Me
6. Nirvana - The Man Who Sold The World
7. Chris Cornell - Billie Jean
8. Guns N' Roses - Don't Cry
9. The Red Jumpsuit Apparatus - Your Guardian Angel
10. Stone Sour - Through Glass
11. Linda Martini - Juventude Sónica
12. Gym Class Heroes - Cupid's Chokehold
13. Red Hot Chili Peppers - Strip My Mind
14. Snow Patrol - Open Your Eyes
15. Jaeson Ma ft. Bruno Mars - Love
16. Filipe Pinto - Crua Carne
17. Olly Murs - Parachute
18. Newton Faulkner - Dream Catch Me
19. Kanye West ft. John Legend - Blame Game
20. Lykke Li - Possibility                        
Do not be worried. Wednesday the Top will be back.

22 de abril de 2011

E Pluribus Unum

Créditos: Isabel Cutileiro

    Vergonhoso. Sim, vergonhoso. Não o momento da equipa do SL Benfica, mas a atitude de certos adeptos benfiquistas. Que é característica do povo português ter memória curta, todos sabemos. Mas pergunto-me se alguma vez essa barreira conseguirá ser quebrada.

    Como é que num ano se está no “céu” e no seguinte no “inferno”? Como é que Jorge Jesus passa de um 80 para um 8? Meus amigos, se não fosse este senhor, o ano passado, tinham muito provavelmente ganho 0 títulos. E mais… Deu-nos o título de Campeão Nacional a jogar muito bom futebol como há muito não se via no futebol português! Esquecem-se disto tudo porque este ano perdemos para o FCP? Não será um pouco ingrato?

    É um facto que custou ver o rival festejar o campeonato no nosso campo. Mas nós conseguimos dar a mão à equipa e no jogo seguinte, a contar para a Liga Europa, estavam 60.000 adeptos a apoiar nas bancadas e vencemos sem contestação a formação do PSV (um dos melhores ataques da europa). Na passada quarta-feira (20 de Abril) assistimos a um novo desaire frente ao Porto e em vez de mostrarem novamente a força do Sport Lisboa e Benfica, parece que, pelo que vejo nas redes sociais e jornais desportivos, há benfiquistas a sentir vergonha. Vergonha de ser benfiquista? Se é um dos que tem vergonha, tenho uma novidade para si: não é benfiquista. Não se é do Benfica só nas vitórias. É-se ainda mais quando o clube está mal. É quando o clube atravessa um mau momento que se prova que se é grande.

    Agora darei o exemplo do Liverpool. Um clube histórico e que está a passar grandes dificuldades. No entanto, os adeptos continuam a encher o estádio e a viajar com a equipa seguindo sempre o seu lema: “You’ll Never Walk Alone” (Nunca Caminharás Só). Está na hora de largarmos a memória curta e seguir o nosso: “E Pluribus Unum” (De todos, um). Estamos num mau momento mas estamos juntos. Juntos ganharemos força para trazer os dois “canecos”. A época ainda não acabou.

    Muitos dos adeptos revoltados sentiram a dor em casa. Eu estive no estádio e, sinceramente, não esperava nada daquilo que aconteceu. Fiquei incrédulo e fui um dos últimos a sair do estádio. Mas não é por isso que vou deixar de apoiar a equipa.

    Infelizmente não poderei ir a Coimbra, mas estarei certamente presente no jogo contra o SC Braga para a Liga Europa. Aproveito aqui para fazer um apelo a todos os benfiquistas que estejam disponíveis: Estejam presentes nesse mesmo jogo. Não é altura de “atirar pedras” à equipa técnica e plantel. É altura de dar a mão ao clube que amamos. Temos uma meia-final para ganhar e, como já disse, duas taças para trazer.

    Não estaremos no Jamor, mas estaremos em Coimbra e em Dublin. Não é altura de pensar que tudo está perdido. Está na hora de mostrar porque é que o Benfica é maior que Portugal! TM

21 de abril de 2011

Garganta Cinéfila

 
Às quintas-feiras estreiam vários filmes nas salas de cinema no nosso país. Mas custa dinheiro vê-los. E depois há sempre a vontade de comprar pipocas, que com a subida do IVA qualquer dia custam 10€. Como tal, para os forretas, para os menos endinheirados, para os interessados, para todos os que gostam de cinema... passaremos a sugerir 2 filmes às quintas-feiras.

Into the Wild (2007)


Realizador: Sean Penn
Elenco: Emile Hirsch, Hal Holbrook, Kristen Stewart e William Hurt
Classificação IMDb: 8.2

    Into the Wild ou Lado Selvagem, um dos meus filmes de eleição, trata-se de uma história verídica, em meados dos anos 90, que se centraliza em Christopher McCandless. Chris é um jovem de 22 anos e recém-licenciado que decide fugir por completo ao materialismo do quotidiano. Abandona a sua casa onde vivia com os pais e a irmã e assume a identidade de Alexander Supertramp. Com Alasca no horizonte, McCandless vagueia por grande parte dos Estados Unidos a pé ou através de boleia, arranjando empregos temporários, se assim fosse necessário, mas sempre sem ficar muito tempo num local. Pelo seu caminho conhece algumas pessoas com quem ele tenta não aprofundar muito as relações. Este seu estilo de vida foi muito influenciado pelas suas leituras de Tolstoi e Thoreau que têm algumas das suas citações presentes no filme. Uma grande aventura que enaltece a Natureza com excelentes paisagens e uma real liberdade unida com a coragem e a resistência de McCandless. A tudo isto se junta a voz inconfundível de Eddie Vedder, vocalista dos Pearl Jam, a quem pertence toda a a banda sonora do filme. Filme esse que passou um pouco ao lado do público geral mas que Sean Penn merece que seja mais divulgado devido ao seu excelente trabalho. Destaque também para Emile Hirsch que teve uma interpretação fantástica. Merece, sem dúvida, participar em mais filmes pois é provável que este jovem actor de 26 anos esteja a passar ao lado de uma excelente carreira. TM

Citações do filme:
"I'm going to paraphrase Thoreau here... rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness... give me truth. "
"Some people feel like they don't deserve love. They walk away quietly into empty spaces, trying to close the gaps of the past. "
"I read somewhere... how important it is in life not necessarily to be strong... but to feel strong. "
"Happiness only real when shared. "

Trailer Aqui

Fight Club (1999)


Realizador: David Fincher
Elenco: Edward Norton, Brad Pitt, Helena Bonham Carter
Classificação IMDb: 8.8

    A primeira regra do Clube de Combate é não falar sobre ele. Infelizmente, terei que a quebrar. “Fight Club” é, a meu ver, um dos grandes filmes de sempre, integrando uma década de 90 que teve muito bons filmes. Quem não viu o filme poderá pensar, tendo em conta o nome, que é o chamado “filme de porrada”, na onda Jean-Claude Van Damme. Não é. É um dos filmes mais inteligentes de todos os tempos e uma crítica ao nosso modo de vida e à sociedade consumista, na qual crescemos e damos por nós caminhando para nos tornarmos quem não queremos ser, desperdiçando muitas vezes o nosso potencial e sendo submissos ao que nos envolve. Não faço uma sinopse do filme, porque o filme não vale pelo que se possa escrever dele, vale pelo seu conteúdo político-social e pela forma como faz o espectador pensar. É um filme fundamentado, pelo argumento que tem, em muitos princípios nietzschezianos, que quando não totalmente extremistas, dizem muito de nós e do mundo.
    “Fight Club” baseia-se na obra de Chris Palahniuk e é o grande filme de David Fincher. Não obteve grande sucesso enquanto esteve nos cinemas, também por ser uma crítica à sociedade norte-americana mas com o passar do tempo tornou-se um filme de culto. Edward Norton está muito bem no filme, mas o destaque vai todo para Brad Pitt, como actor secundário, tendo Tyler Durden, a personagem por ele representada, já sido considerado pela conceituada revista “Empire” a melhor personagem de sempre da História do Cinema, distinção com a qual concordo. É um filme que ou odeias ou venerarás para sempre. MP

Citações do filme:
"Man, I see in fight club the strongest and smartest men who've ever lived. I see all this potential, and I see squandering. God damn it, an entire generation pumping gas, waiting tables; slaves with white collars. Advertising has us chasing cars and clothes, working jobs we hate so we can buy shit we don't need. We're the middle children of history, man. No purpose or place. We have no Great War. No Great Depression. Our Great War's a spiritual war... our Great Depression is our lives. We've all been raised on television to believe that one day we'd all be millionaires, and movie gods, and rock stars. But we won't. And we're slowly learning that fact. And we're very, very pissed off."
"You are not your job. You are not how much money you have in the bank. You are not the car you drive. You are not the contents of your wallet. You are not your fucking khakis. You are the all-singing, all-dancing crap of the world." 

Trailer Aqui

20 de abril de 2011

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 1 )

Passaremos a sugerir duas vezes por semana (quartas-feiras e sábados) um conjunto de 20 músicas, tanto mais actuais como saídas do baú, de vários géneros musicais.



1. Pearl Jam - Black
2. Jimmy Eat World - 23
3. 12 Stones - Lie to Me (Acoustic) 
4. Air Traffic - Shooting Star 
5. Eminem - Beautiful 
6. Red - Start Again 
7. Staind - Outside 
8. Kings of Leon - Pyro 
9. The Kooks - Sway 
10. Klepht - Algo Melhor 
11. Counting Crows - Round Here 
12. Sum 41 - With Me
13. The Temper Trap - Sweet Disposition 
14. Charlie Brown Jr. - Só os Loucos Sabem 
15. Howie Day - She Says
16. Florence and the Machine - Cosmic Love
17. Far East Movement ft. Ryan Tedder - Rocketeer
18. The Used - On My Own
19. Imogen Heap - Hide and Seek
20. Virgem Suta - Linhas Cruzadas
Sábado há mais.

19 de abril de 2011

Fernando Nobre - episódio II


               Hoje falo-vos, novamente, de Fernando José de la Vieter Ribeiro Nobre. Fernando é como a antiga personagem Anita: “Anita vai à escola” enquanto “Fernando vai às Presidenciais”, “Anita dona de casa” e “Fernando dono da assembleia”. Há um paralelismo intrigante que se pode identificar. A conclusão é fácil: Fernando vai a todas. Mas sobre isso vou-me alongar lá mais para baixo neste texto.
                Fernando de la Vieter Nobre (um nome invulgar merece destaque) voltou do Sri Lanka. O país da Ásia caiu “que nem ginjas”, funcionando como um involuntário exílio político do possível futuro líder da assembleia da república. Fernando voltou, sem página do Facebook, mas com muitas perguntas para responder. Com o avançar dos dias, a gravidade da questão passou de Nobre ter sofrido a sua metamorfose de independente para social-democrata, para “E vejam bem que o homem é esquisito! Só aceita ser presidente da AR. Abaixo disso, um simples deputado, já não lhe serve”. Assim sendo, a voz dos portugueses foi, no canal do estado, Fátima Campos Ferreira.
                Analisando os pontos de interesse da entrevista pudemos concluir que Fernando Nobre, que já dissera em nada se identificar com qualquer tipo de cargo político ou governativo, é afinal de contas o perfeito político. Atenção que a expressão é o “perfeito político” e não o “político perfeito”. Parecendo que não, faz diferença. Fernando Nobre afirmou que aquilo que procura é servir Portugal, em nome da cidadania (a palavra mais usada em toda a entrevista), procurar a verdade, evoluindo, sendo sempre capaz de assumir os seus erros. Ora, a partir de agora qualquer político pode dizer isto. Quando tiver nas mãos o destino de todos os portugueses e cometer um erro, o político pode pedir desculpa, desde que assuma o erro, alegando que estaria em busca da verdade, para evoluir. Interessante teoria Fernando, escapas a tudo com essa. Depois, sempre a lengalenga do “Eu sou livre, portanto faço o que quero”. Dá a ideia de que estamos a jogar às apanhadas com o Fernando e ele está sempre no coito.
                Mas há coisas melhores a destacar. Fernando Nobre referiu-se a Passos Coelho como “um ser humano” que lhe fez uma proposta ousada, que se mostrou interessado em ouvir a cidadania e que mostrou duas características que o tranquilizavam: serenidade e preocupação com Portugal. Sobre a proposta ousada… não me vou pronunciar. Quanto a Passos Coelho ser um ser humano, penso que todos já o sabíamos, mas Nobre com os seus elevados conhecimentos de Medicina quis-nos elucidar que um dos candidatos a primeiro-ministro é, na realidade, um ser humano. Depois, sempre o “ouvir a cidadania”… Dá a ideia de que Fernando Nobre tem uma dupla personalidade, do género Sméagol/ Gollum em “O Senhor dos Anéis”, sendo um deles Nobre e o outro a Cidadania. Por fim, eu considero-me sereno e preocupo-me com o meu país. Isso faz de mim alguém a quem Nobre se juntaria numa lista?
Nobre não esclareceu se renunciaria imediatamente a um mandato como deputado caso não fosse eleito presidente da AR. Agora reparem: "Se eu for eleito e por alguma circunstância eu não venha a ser nomeado presidente da Assembleia da República, na altura certa ajuizarei qual é o lugar mais adequado para mim para servir Portugal" – a chamada tanga Fernando – o que "Demonstra o meu desapego completo a qualquer cargo político de poder. Só iria para presidente da Assembleia da República porque é um lugar que permite exercer uma influência" – o que demonstra desapego a um cargo político mas demonstra tudo menos desapego a poder e a humildade. Portanto, Fernando, eras daqueles que em pequenino, quando largavas o coito, que só brincava se fosse para mandar em todas as outras crianças de Luanda. Nobre afirmou ainda querer “transformar a casa da democracia na casa da cidadania” – o que acho que mostra já uma adoração excessiva pelo termo “cidadania”.
                Mas um dos meus objectivos neste texto era explicar-lhes que Fernando Nobre, que na entrevista admitiu ter “um posicionamento mais à esquerda” (portanto acho que te enganaste na casa-de-banho Fernando), sempre gostou de pular dum lado para o outro, mantendo todas as portas abertas:
(2002) – Fernandinho participa na Convenção do PSD como orador independente;
(2003) – Fernandinho participa na apresentação pública dum livro de Francisco Louçã;
(2006) – Fernandinho integra a Comissão de Honra e Comissão Política de Mário Soares (apoiado pelo PS) na corrida à presidência da República.
                Fernando de la Vieter Nobre é como que um polvo, que mantém todos os seus tentáculos activos, esperando para ver qual deles consegue melhor servi-lo… Perdão. Reformulo. Servir a cidadania. MP